Quando Quíron falou em oráculo, imaginei tudo, menos uma garota que parecia ter 18 anos.

- você é o oraculo?- perguntei pra ela.

- sou Rachel Elizabeth Dare, o oráculo- você é a... – ela ia continuar mais seus olhos emitiram uma luz verde assim que ela tocou minha mão.

Rachel começou a recitar, numa estranha voz:

“as três proles de deuses lutarão

Um anjo coordenará

Da espada a vitória        

A joia da deusa da vingança encontrará

Do filho dos mortos a defesa final”

Quando ela voltou ao normal, eu perdi o controle e caí no chão batendo a cabeça, só ouvi um último grito de Rachel:

- filha de Poseidon! Você está bem?

**

Quando acordei de novo havia uma garota com uma bandana me encarranco, ela é bem marruda, presumi que fosse filha de Ares, tinha porte de uma guerreira, ela percebeu que eu havia acordado e gritou:

- Quíron a anjinha acordou!- ela se virou de volta pra mim- sou Clarisse de La Rue, odeio o seu irmão sabe, mas posso tentar ser compreensível com você, gostei do seu escudo- ela esticou a mão e eu a apertei.

- sinto que isso vai ser bom pra mim.

- você está correta, posso dizer que sou uma ótima ajuda nas batalhas, matei um Drakon na guerra contra Cronos- me assustei, eu já tinha visto a foto de um Drakon, era um bicho praticamente impossível de matar, e Clarisse o matará.

- uau- fiquei boquiaberta- você deve ser a maior guerreira viva!

Clarisse corou.

- obrigada- ela disse e virou as costas, ainda estava boquiaberta, quando Quíron chegou, atrás dele vinha Annabeth, Percy, Cam e Daniel. Olhei para Cam, sentia uma vontade terrível de me jogar em seus braços, como se aquele fosse o único lugar que eu pudesse me refugiar pelo resto da minha vida.

- vejo que melhorou- Quíron deu tapinhas nas minhas costas, sorri meio envergonhada.

- Annie- Daniel disse abrindo caminho e se sentando do meu lado- já decidimos a sua missão, nos desculpe, mas você ficou dois dias desacordados.

Senti-me envergonhada, principalmente por Cam, não queria parecer fraca, não na sua frente, a simples profecia daquela ruiva me fez apagar por dois dias.

- nós vamos te acompanhar nessa missão- Percy disse passando o braço sobre os ombros de Annabeth, os dois se olharam e trocaram um selinho, então eles eram namorados? Já vi que ia ficar de vela...

- concorda?- Cam me perguntou.

- sim- o olhei nos olhos e me senti mais forte. Cam sorriu e coçou a nuca.

- Vocês tem que achar o colar de Nêmesis, a deusa da vingança, ele tem o poder de destruir seus inimigos, seria a única maneira de destruir os párias, que acabaram se tornando nossos inimigos também- Quíron disse a última frase meio hesitante.

O encarei pedindo que explicasse.

- os anjos ajudaram os deuses na guerra contra Cronos milhões de anos atrás, então Zeus assumiu o Olimpo, e esqueceu-se de nos retribuir- Cam disse entrando na minha frente e tirando Daniel do meu lado, ele se sentou e me olhou nos olhos- agora ele retribuiu. – seu tom fez parecer que ele estava se referindo a mim.

- quando nós partimos?- perguntei ainda olhando nos olhos de Cam.

- amanhã de manhã- Percy disse- vamos indo, acho que Annie precisa descansar um pouco.

Todos sorriram pra mim e saíram menos Cam ele se levantou e ficou olhando para a porta, ajeitei meu cabelo e fitei o chão.

- você terá sucesso nessa missão Annie- ele disse confiante e eu sorri.

- que suas palavras sejam verdadeiras- o olhei, percebi que seu olhar estava triste- tem alguma coisa te incomodando?

- não- ele negou meio envergonhado- não tem mesmo! Fique sossegada- ele ia saindo- saiba que vou estar te observando, apesar de não poder interferir.

Sorri para ele que saiu andando.

Fitei o chão novamente, e vi que havia uma mochila debaixo da cama, a abri e dentro havia um arco e flecha dourado, tinha escrituras em hebraico, eu sabia falar, mas minha cabeça latejava. Olhei mais para o fundo e vi que tinha uma carta da minha mãe, no envelope dizia em letras garrafais:

Releia sempre que precisar de mim.

Decidi deixar pra depois, acho que uma carta ia me deixar muito nervosa naquele momento, um vento frio soprou sobre meus cabelos e eu levantei, contra a minha vontade, joguei a mochila no ombro e caminhei até a floresta sem ser percebida.

Quando cheguei à clareira onde encontrará Nico di Ângelo (ele não me disse seu sobrenome, mas fiz umas perguntas discretas pra Percy sobre ele) percebi que estava com fome, meu estomago fez um barulho vergonhoso. Olhei para as árvores, seria legal se fossem frutíferas.

Alguma coisa me chamou a atenção num pinheiro, uma coisa preta se remexia num dos galhos, aquilo era um anunciador.

Minha cabeça latejou. Tinha que vislumbra-lo. Era importante.

Eu senti.