Moiras escrita por AngelSPN


Capítulo 10
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Espero que minha imaginação possa penetrar em seus corações nesse final de capítulo. Beijos a todos que leram e futuramente irão ler.



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28 de novembro de 2007.

Dean aproximou-se de Casey. Aquela mulher só podia tê-lo enfeitiçado, mas ele sabia lá no fundo de seu coração que sentia algo por ela. Não podia negar seus próprios sentimentos. O barulho de um carro aproximando-se o fez saltar de onde estava. Certamente era Sam, e não havia dúvidas que ele acabaria com Casey.

— Casey, o que você disse é verdade? Em apenas querer sobreviver e não fazer mal aos humanos?

— Só me defendo Dean. Também quero viver. Apenas isso. Não sou como a Meg, Ruby e...

—Ruby? O que tem ela?

— Ela é um demônio. Você a conhece?

Dean andou apressadamente de um lado para o outro, passou os dedos no cabelo espetado, seria a mesma Ruby que encontraram quando foram salvar seu pai das garras dos vampiros? E em meio a essas dúvidas ele finalmente ouviu a voz de Sam.

— Dean! Cara você está bem? — Sam deixou as covinhas aparecerem em sua face.

— Sim, estou preso aqui. Mas estou bem. Me tira logo desse lugar — Dean estava todo empoeirado.

— Tá, vamos tirar você daí. Agüenta mais um pouco. Nossa como é bom ver você, mano — o moreno bateu a mão no chão e levantou-se.

— Eu também estou feliz. Mas, como assim nós? Quem está com você? — Sam, olhou-o firmemente e falou:

— Ruby está comigo, Dean. Graças a ela temos a colt e encontrei você — as palavras saíram facilmente, mas porque tinha a sensação que algo ou alguém estava alertando-o de alguma coisa? Sam não deu atenção a essa intuição, o importante naquele momento era tirar seu irmão dali.

Dean sentiu aquela aversão tomando conta dele, no entanto lembrou-se de Casey, e se Ruby fosse como ela? Estaria ele sendo um tolo em não acreditar que existem mudanças até mesmo nos demônios?

— Sam eu tenho que te dizer uma coisa e... — o moreno não quis ouvir.

— Depois Dean. Agora tenho que te tirar daí. Sei que padre Gil é um deles. — e saiu sem dar tempo ao loiro.

Dean desceu de cima do barril. Voltou seu olhar a Casey, ficou pensativo. A dúvida o corroia por dentro. Não esperou mais, cada momento significava a vida ou a morte da mulher a sua frente.

— Droga. Acredito em você. — e dizendo isso raspou o símbolo libertando a mulher que o olhava com admiração e afeto.

Ela saiu em disparada encontrando os braços do loiro que ficou estupefato com a reação da jovem.

— Eu deveria ter feito isso antes, não é? — ele depositou um leve beijo nos cabelos que roçavam sua barba.

Dean a afastou delicadamente, e segurou suas mãos alertando-a.

— Casey, fuja. Jamais trilhe o caminho do mal. Sobreviva longe dos olhos dos caçadores.

— Obrigada, Dean. Jamais esquecerei você. Espero que encontre um meio de quebrar o pacto.

— Não quero quebrá-lo. Se eu o fizer... Sam cai morto.

— Descobrirei uma forma de ajudar você. E se eu encontrar... nos veremos novamente.

Um estrondo atrás dos jovens fez a parede desabar. Dean fora jogado longe contra os escombros. Sentiu o impacto em seu ombro, a dor o dominou por momentos. Padre Gil aproximava-se após ter dado um beijo em Casey.

— Vocês dois? — Dean gesticulou não acreditando que eram amantes.

— Há muitos séculos, caçador. Há muitos séculos.

Dean tentou equilibrar-se ao levantar, só que as mãos de padre Gil já estavam em sua garganta.

— E você nos deixará em paz caçador. — a pressão daquelas mãos eram intensas, Dean começava a desistir de lutar contra aquelas garras de ferro. Ouvia claramente Casey implorar por sua vida, mesmo estando perto de morrer, sentiu-se bem em saber que não havia se enganado com a mulher que acabara de libertar.

— Gil, ele é diferente dos demais. Deixa ele em paz. Vamos embora. Por favor!

— Pelo jeito ele te convenceu, não é amor? — Casey sentiu o ódio naquelas palavras, ele sabia de seus sentimentos por Dean?

— Por favor. Vamos embora. Deixe-o em paz. Se matá-lo... não irei com você. — o falso padre sentiu a ira tomar conta de seu corpo, sentir o pescoço do jovem em suas mãos agora não era o suficiente. Fortes socos no rosto do caçador semi consciente eram desferidos. O sangue agora escorria abundantemente dos lábios e nariz de Dean.

Casey tentou em vão usar sua força contra o padre Gil, que empurrou-a para longe. Dean estava sendo massacrado e ela não podia fazer nada. Foi quando ela ouviu o irmão do loiro tentando entrar e não conseguindo por causa dos escombros que o impediam. A jovem não pensou duas vezes e retirou o obstáculo pesado que barrava o caminho do moreno. Sam sentiu a parede ceder, e com um impulso adentrou o local. Viu o irmão nas mãos do demônio e sem piedade atirou contra o padre pelas costas. O demônio voltou seu olhar para Sam e encontram os de Casey.

— Eu te amo... porquê? — e desabou no chão.

Dean olhou o rosto transtornado do irmão, e inutilmente gritou um não quando o estampido da colt tomou o recinto pela segunda vez. Casey olhou para o próprio peito, uma luz vermelha acendeu dentro dela e caiu dirigindo um sorriso ao loiro. Dean sentiu as forças o levando, e então perdera a consciência.

***

— É chegada a hora Átropos. Acabe com o sofrimento do mortal. Corte o fio de sua vida, só assim ele encontrará seu destino.

— Corte logo esse fio Átropos, temos muito mais a colher. — a boca de Clotos estava seca, passou a língua lentamente em uma inútil tentativa de umedecer os lábios ressequidos e cortados na vertical.

A três sorriram e a mulher do meio desceu o fio da tesoura lentamente sobre a linha pulsante. O destino estava traçado.

— Átropos? O que você fizestes? — as duas irmãs falaram juntas ao verem a moira caindo sobre o fio que cortara.

— Me perdoem irmãs... eu fui fraca. Não consegui seguir adiante com a intenção de matá-lo. E peço que enquanto não colocarem outra em meu lugar... Repensem sobre seus atos. Só agora vejo quantas injustiças que cometemos em determinados julgamentos. Como filhas do destino consigo ver claramente meus erros. E... Um dia, quem sabe... Encontrá-lo-ei...

As mulheres sentiam toda a emanação de amor e arrependimentos vindo de Átropos. Láquesis tomou-a em seus braços e fechou-lhe os olhos antes que se transformasse em um turbilhão de estrelas.

— Como ela conseguiu encontrar o próprio fio de sua vida sem passar por nós? — Cloto esbravejava, sentiu o coração em pedaços e deixou-se cair em lágrimas.

— Ela planejou isso desde o começo, como não percebi? Deixemos o humano ao qual ela se sacrificou seguir seu caminho. Duras batalhas se seguirão e de onde Átropos estiver olhando-o saberá o erro que cometeu em salvá-lo da morte dessa e das outras vezes. A morte às vezes é um descanso para um guerreiro e ele sofrerá pelas escolhas de nossa irmã. Não há pior castigo que ver quem amamos sofrer.

Naquela noite não houve estrelas, nem a lua para banhar o céu dos humanos. Uma escuridão tomou conta de todo mundo e apenas um rastro de luz explodia como fogos de artifícios.

***

Dean abrira os olhos, sentiu o costumeiro gosto de ferrugem na boca. E ao seu lado o velho Bobby ressonava na poltrona. Dean tentou aconchegar-se nos travesseiros, seu ombro ainda estava dolorido e não conseguiu apoiar-se nele. O movimento do loiro trouxe Bobby do mundo do sono.

— Garoto? Que você está tentando fazer? — Bobby ajudou-o a colocar os travesseiros em suas costas.

— Obrigado, Bobby. Onde está o Sammy? — Bobby já esperava essa pergunta.

— Foi comprar mantimentos, logo estará aqui. Você nos deu um tremendo susto. Pensávamos que desta vez não ficaria entre os vivos. O desgraçado quase esmigalhou sua traquéia.

— Sinto-a muito dolorida. E, Casey? — a pergunta saíra muita mais emotiva do que pretendia ser.

— Quem a mulher demônio? Está morta e cremada. Sem chances de voltar. Não se preocupe, seu irmão cuidou dos dois — Bobby sentiu a tristeza naqueles olhos verdes.

— Bobby... Você não acha meu irmão diferente... Acha? — Dean precisava perguntar, queria ouvir da boca de Bobby que estava tudo bem.

— Todos nós estamos diferentes, Dean. Não dê ouvidos aos demônios, eles mentem — o caçador virou-se de costas com seu velho hábito de bater o boné e recolocá-lo na cabeça.

— Detesto ter que dizer isso... Mas nem todos os demônios querem o mal das pessoas e... — Bobby virou-se rapidamente, aproximou-se do loiro e colocou sua mão na testa de Dean.

— Nossa, a pancada realmente te afetou, garoto. Descanse, vou arrumar a mesa. E Dean... Às vezes a gente chora... Comete erros... Não porque somos fracos, mas porque passamos muito tempo sendo fortes — e saiu pela porta desbotada da tinta antiga.

Dean seguiu com o olhar o velho homem distanciar-se, sentiu uma onda de emoção tomar conta de seu corpo. Aquele velho de boné surrado o conhecia como ninguém outro. O loiro lembrava muito bem do que Casey fizera por ele. Dean sabia que devia-lhe sua vida e nem mesmo pôde agradecer por isso. Deveria ter morrido há muito tempo e por mais surras que levasse... continuava vivo. O que o destino reservava a ele? Teria mesmo que voltar ao inferno? Casey iria ajudá-lo a achar um jeito de se salvar sem que Sam caísse morto. Será que teria alguma forma de ludibriar o demônio da encruzilhada? E Sam... as palavras do demônio e de seu pai antes de morrer o atormentavam. Dia e noite se passavam sem poder desabafar. E o que sentia agora era um vazio tão grande em seu peito, um desespero que o dominava. Viu o irmão entrar no quarto, o mesmo esboçou um sorriso ao vê-lo.

— Como está se sentindo, Dean? — Sam deixou um meio sorriso escapar de seus lábios.

— Bem. Estou bem, Sammy.

Sam conhecia aquele olhar, sabia que o irmão estava longe de estar bem. Mas sorriu, fez que acreditava. Ao menos tinha a colt, e agora invocaria o demônio da encruzilhada para que quebrasse o pacto de Dean ou, mataria o infeliz com a colt. Eles não sabiam de seu trunfo.

— O que há com você Sammy? — o loiro percebeu a quietude do irmão.

— Tenho a sensação de estar cometendo erros que me foram alertados, só que não os vejo. Tive um sonho estranho com uma mulher, ela parecia preocupada conosco... Cara acho que estou enloquecendo.

— Bem... eu diria que essa tal Ruby é problema...

— Do que você está falando?

— Pode parar com o teatro, ela é um demônio Sam, e você me escondeu isso — Sam empalideceu, não havia contado a ninguém sobre o que Ruby lhe confidenciou antes de mostrar-lhe como sabia fazer as balas da colt enquanto dirigia aquele carro amarelo.

— Dean... eu posso explicar... — Sam viu o rosto do loiro se fechar.

—Droga, você então sabia? Sabia de tudo sobre ela? — Sam franziu o cenho, acabara de cair na armadilha do irmão, e agora era tarde para voltar atrás.

— Como você soube? — Sam passou a mão pelo queixo.

— Sabe o que me dói Sammy? É saber que você não confiou em mim, é saber que me escondeu uma coisa dessas. Mentiras nos levarão a um caminho totalmente diferente.

— Cara, quando eu vi os olhos negros dela... eu também fiquei enraivecido, quase pirei. Toda aquela coisa de caçadora... mas, depois... depois de toda a ajuda que venho tendo dela... e Ruby disse que poderia te ajudar a quebrar o pacto.

— E você acredita em um demônio? — Dean sentiu a dor alastrar-se em seu peito, pelo esforço que fazia em falar.

— Ao que me consta você estava muito triste pela morte de Casey — Sam arrependeu-se no mesmo instante.

— Droga, Sammy. Estou apenas te pedindo, não faça nenhuma tolice. O papai...

— Dean, por favor não vamos começar de novo com isso. E não sou nenhuma criança, é claro que não confio nela de olhos fechados, podemos usá-la. Quando ela me encontrou no bar me alertando de padre Gil e me contando tudo sobre o que ela passou no inferno... eu, não quero que você vá para lá irmão. Eu não vou deixar isso acontecer, e você não pode me impedir.

É não posso te impedir... tenho é que te salvar” — por muito pouco Dean não contara o que seu pai lhe dissera antes de morrer.

“.... você precisa salvar seu irmão, ou você terá que... Ou você terá que...matá-lo, filho

— Dean? — Sam preocupou-se com a repentina palidez do irmão.

— Hã... só te peço que se cuide. Apenas isso — o olhar do loiro encontrou os do velho caçador que chegava quebrando o clima tenso, e com o sorriso disfarçado de Bobby, que trazia em suas mãos duas bandejas de sopa, os fizeram esquecer momentaneamente a carga de desafios que teriam pela frente e juntos deliciaram-se com a sopa daquele que lhes considerava como filhos.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Mereço reviews ou recomendações eh eh eh.
Essa fic foi um pedido que atendi de coração da Elise Padalecki, espero que tenha gostado do rumo da aventura amiga. Beijão!



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