Half-blood Princess escrita por Clara de Col


Capítulo 15
A primeira página do fim da minha vida *FINAL


Notas iniciais do capítulo

OBRIGADA pelas reviews, como sempre. Eu disse que postaria ontem, mas agora são 2 da manhã então considerem como ontem ok? rs

Espero que gostem desse final básico de 1ª temporada.

Nos vemos nas notas finais (:



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Na mesma noite, por volta de umas 3:30 da manhã, os Gêmeos deixaram Lucy na janela do dormitório.

— Então, se ligue no que conversamos Snapezinha. — aconselhou Fred novamente.

Lucy assentiu e pulou para a janela com cuidado, suspirando automaticamente ao colocar os pés no carpete aveludado.

— Vou me lembrar. — confirmou ela, e acenou enquanto os irmãos sumiam na calada na noite. Ela se largou na cama, cansada como nunca. Mas seu coração batia fortemente, como nunca havia batido. Ela mal conseguia fechar os olhos, a adrenalina ainda corria por seu corpo. Emm dormia profundamente ao seu lado quando ela se deitou, pensando no que acabara de acontecer naquela arquibancada.

Ela conversara com os Gêmeos Weasley como nunca conversara com Violet, ou até mesmo sua mãe. Todo aquele turbilhão de ansiedade e raiva foi colocado para fora com palavras de alto e baixo calão. Os Gêmeos escutaram pacientemente tudo o que Lucy tinha a dizer, eles nem pareciam eles mesmos... Ali, sentados, ouvintes. Ela quase se permitiu a soltar algumas lágrimas, mas já seria de mais. Lucy não sabia nem o porquê de estar falando tudo aquilo, se eles já sabiam da metade. Fred gostou da parte da sua escolha para o nome de Emm. E depois de ela parar de falar, com a garganta seca, olhando para o céu... Eles começaram.

Falaram sobre o que adoravam e odiavam, falaram um pouco sobre sua família e sobre como tinham ganhado tanta má reputação. Lucy soltou longas gargalhadas com algumas das histórias, e ficou apreensiva com outras. Eles eram mesmo pirados. Ela se permitiria a coisas como aquela? E pela primeira vez, considerando a ideia de aceitar a proposta dos irmãos Lucy se tocou que seria um tiro no escuro. Um belo de um divertido tiro no escuro. Se pegou imaginando o que Snape pensaria, e a ideia se tornou ainda mais divertida. Os Gêmeos lhe deram bons conselhos, o que ela nunca imaginava que iria receber deles. E no final da grande conversa, ela colocou o que deveria fazer em uma lista na sua cabeça:

1.Se desculpar com Violet.

2.Contar sobre Snape para Violet.

3.Contatar sua mãe adotiva.

4.Tentar criar uma falsa concordância com Snape, já que teria que MORAR com ele.

É claro que listar era mais fácil do que fazer. E é claro que seu pequeno orgulho interno dificultava as coisas. Mas os Weasleys aprovaram a lista. E ela, de certa forma, também. Agora que estava falada por toda Hogwarts, a última coisa que precisava era intrigas com seus amigos. Conversar com sua mãe era essencial. Afinal, POR QUE DIABOS ELA ME DEIXARIA COM SNAPE? E a falsa amizade que ela criaria com Snape só a daria vantagens, segundo os gêmeos. Ela ainda estava meio apreensiva sobre esse item... Mas seu bom senso dizia que era necessário. Ela perguntou para os gêmeos se deveria conversar com Dumbledore e eles fizeram uma careta. “Às vezes Dumbledore não pode resolver as coisas por você.” disse Jorge, com um ar meio cumplice, notou Lucy. Achou melhor não comentar nada. De qualquer jeito, eles a convidaram para o próximo passeio que haveria no povoado de Hogsmeade. Ela não tinha ido a nenhum dos passeios ao longo do ano, e agora que o Natal e os exames estavam próximos, ela achava que merecia um dia de folga dos livros. E com planos para o próximo Domingo, Lucy adormeceu novamente.

~

Seus pés fincavam na terra molhada, e a chuva grudava nas suas vestes. Sua varinha atirava feitiços para todos os lados, e os dois continuavam ao seu encalço. Desespero começava a tomar conta de seu interior, e sua vista começava a embaçar. Risadas gélidas tomaram conta da sua mente como um choque e ela caiu de joelhos na terra. Alguém pulou nas suas costas e ela caiu de boca no solo, engolindo terra e sentindo algo viscoso acariciar seu rosto...


Lucy acordou com algo molhado no rosto e passou a mão. Era Emm lhe lambendo. Ela o acariciou e se sentou na cama, espreguiçando-se. Olhou para as janelas, era tarde. Não havia mais ninguém nas camas, que estavam arrumadas e o céu já banhava o carpete do quarto com feixes dourados de luz. Droga. Deveria estar atrasada para o Café da manhã, isso se não havia perdido a primeira aula do período. Ela quase se matou colocando o uniforme rapidamente, prendeu o cabelo num rabo de cavalo, agarrou seus livros e desceu a escada do dormitório para o Salão Comunal aos tropeços, colocando suas sapatilhas pretas.


Correu o mais rápido que pode até o Salão principal, foi quase deslizando. Não fazia ideia de que horas eram e não estava muito ansiosa para encara Violet, ou Tracey... Ou até mesmo Snape. Depois de correr pelos corredores banhados pela luz da manhã, Lucy derrapou até as portas do Salão principal, que estava vazio e limpo. Ela revirou os olhos e apoiou as mãos no joelho, jogando a cabeça para trás. Seu coração batia descompassadamente e ela mal sabia o porque, afinal... Aquela era só mais uma manhã chata na qual ela morria de sonos em Hogwarts. Algo estava diferente, ela podia sentir. Era como se o sol penetrasse melhor através das janelas, tudo fosse mais colorido e o pó estivesse visível. Ou talvez ela tinha apenas dormido muito pouco noite passada e estava imaginando coisas. Ela bufou. Deveria ter perdido a primeira aula e seu estomago roncava. O jeito era entrar atrasada na aula do Prof. Binns e se desculpar. Ou ficar ali e simplesmente matar mais uma aula chata de História da Magia. Ela simplesmente se largou no chão e ficou ali, contando os segundos. Até alguém cair do seu lado, e outro alguém simplesmente pular em cima dela.

— POR MERLIN QUE DROGA! — ela praguejou, empurrando Fred do seu colo. Eles caíram na risada. — Vocês podiam pelo menos avisar que estão chegando... Vão acabar me matando desse jeito... Idiotas.

Eles riram mais ainda. Lucy sentiu o estomago roncar.

— Pois é Snapezinha... Parece que tem alguém reclamando ai embaixo. — Fred apontou furtivamente para sua barriga. Lucy fez uma careta.

— Dormi demais, foi isso. — ela falou rapidamente, enrolando o grande cabelo na mão e arrumando sua roupa que estava amassada no momento.

— E por que está largada aqui uma hora dessas? — perguntou Jorge, dando-lhe um empurrão com o ombro.

Lucy pensou em perguntar o mesmo, mas deixou a ideia de lado. Eles sempre matavam aula mesmo.

— Não queria dormir mais ainda na aula do Prof. Binns. — ela sorriu ironicamente, e os dois simplesmente caíram no chão e começaram a fingir roncos. Lucy riu. — Que exagero.

— Exagero? — Jorge fingiu incredulidade — Você não está tipo, no sexto ano. Por isso ainda não tem uma almofada estratégica escondida na sala do Binns.

Lucy se auto perguntou como que Binns não dormia na própria aula. O professor fantasma até bocejava algumas vezes. Santa irônia.

— Mas e então? Vamos dar algo para nosso amiguinho comer ou vai querer matar a aula do Papai Snape? — Fred levantou as sobrancelhas, estendendo a mão para ajudar Lucy se levantar.

— Está se referindo ao meu estomago? — ela franziu a testa, enquanto eles a arrastavam pelos corredores — E como sabe meu horário de aulas?

— Vamos logo, Snape. — eles riram juntos.

~

Fred e Jorge a guiaram por sinuosos corredores, alguns dos quais ela nem se dava conta da existência e entre alguns lances de escadas estreitas, chegaram a um corredor com quadros de comidas. Jorge parou em frente á um de frutas e fez...

— Cócegas numa pera? — Lucy estreitou os olhos — Sério?

E da pera saiu uma maçaneta dourada. Jorge a girou e eles a empurraram para dentro. Lucy mal podia acreditar, mas estava dentro da própria cozinha de Hogwarts. Era como o Salão principal. Tinha as quatro mesas e era um pouco maior, mas o que mais contrastava eram as centenas de elfos trabalhando. Logo uma porção deles correram em direção aos “intrusos”, como Lucy designava ela mesma e os Weasley naquele momento. Ela nem sabia que era permitido aquilo. Simplesmente entrar na cozinha e tal.

— O que os senhores desejam senhores Weasley? — perguntou um deles, sorridente.

Fred se agachou e cumprimentou um deles com um toque de mão.

— Nossa amiga aqui se atrasou para o café, poderia trazer algo para ela comer no caminho para a aula? — pediu Jorge, educadamente. Pelo menos eles são educados com os elfos, pensou Lucy.

Não demorou nem minutos, e vários deles se aproximaram de Lucy com bandejas lotadas de pães, bolos, biscoitos, tigelas de mingau e outras coisas que fizeram seu “amiguinho” reclamar novamente.

— Come logo Snapezinha, não vai querer se atrasar para a aula do Papi. — brincou Fred, lotando a boca de bolo de chocolate. Lucy revirou os olhos e pegou uma tigela de mingau, agradecendo os elfos, que fizeram uma mesura e se retiraram.

Eles passaram alguns minutos ali, se enchendo de doces, pãezinhos e suco de abóbora. Um dos elfos embrulhou um bolinho para Lucy e ela agradeceu, sendo empurrada para fora da cozinha pelos irmãos. Eles a puxaram por uns corredores e a enfiaram numa escada escura e sinuosa que diziam ser “um atalho para as masmorras”. Lucy, um tanto insegura, desceu as escadas praguejando e em poucos segundos, tropeçou num corredor das masmorras. Podia ver o aglomerado de estudantes terminando de entrar na sala e agradeceu silenciosamente os gêmeos.


A aula nem fora tão torturante. Tirando o fato que ela tivera que se sentar com Hermione Granger. Snape dera a ultima hora da aula dupla para a prática. Até que Granger era uma boa companheira de Poções, as duas até que se deram bem preparando um tipo de repelente de fadas mordentes, Fadicida. Lucy lançara alguns olhares para Violet, mas esta estava profundamente concentrada ao seu caldeirão (aparentemente se dando mal como sempre. Violet odiava Poções), ao lado de ninguém menos que Simas Finnigan, que por uma infelicidade do destino a pegou olhando para sua mesa. Lucy voltou os olhos para o caldeirão que dividia com Granger, revirando os mesmos. Finnigan definitivamente pensara tudo errado.


No final da aula, Granger recomendou alguns livros de Poções para Lucy.

— Poderíamos trocar alguns livros um dia desses na Biblioteca. — sugeriu Granger, arrumando seus livros para sair da sala. Lucy anuiu.

— Poderíamos sim... Só Merlin sabe quanto tempo estou passando na Biblioteca nas ultimas semanas. — ela deu uma resmungada e Granger riu baxinho. Lucy passou os olhos pela sala e estes encontraram Violet, que as encara, irritadíssima.

— Te entendo. — ela deu de ombros — Até mais, Snape.

E correu para o lado de Potter e Weasley. Até que fora legal. E até que Granger não era tão neurótica assim. Ela esperou todos saírem e foi falar com Snape. Deveria colocar seus tópicos em prática.

— Hm... Professor Snape? — ela o chamou. Ele estava sentado em sua mesa, mergulhado num livro. Ele levantou os olhos negros.

— Pode me chamar só de Snape, Lucy.

OK. Isso foi bem estranho.

— Bom... É... Snape... — ela gaguejou — Queria saber quando vou pode falar com a minha mãe antes das... Férias de Natal.

Ela pronunciou a data e sentiu a boca secar. Mal conseguia se imaginar vivendo no mesmo local que Snape por meses, SOZINHA.

— Muito em breve ela lhe fará uma visita... Antes mesmo dos exames, lhe garanto. — disse ele, com a voz seca como sempre.

Lucy assentiu e virou as costas, doida para sair dali. Ela gostava da sala, pois gostava de Poções. Mas não gostava muito de quando as únicas pessoas na sala eram ela e Snape.

— Hm... Lucy? — ele a chamou. Ela fechou os olhos praguejando mentalmente e se virou.

— Sim, Snape? — isso tá muito esquisito.

Snape a olhou estranhamente.

— Vi que se deu bem com a Senhorita Granger essa aula. — ele comentou como quem não queria nada. E aquilo foi, novamente, muito estranho... Por que Snape nunca era alguém que não queria nada.

— Sim... Ela é uma ótima aluna. — disse Lucy, franzindo o cenho. — Me deu algumas sugestões de livros até.

Snape fez uma careta quase que imperciptivel.

— Não pude deixar de notar sua facilidade para atrair amigos Grifinórios...

— Aonde quer chegar? — ela estava começando a perder seu grau de paciência.

— A lugar algum. — ele contraiu o rosto, e fez um sinal para Lucy se retirar. — Já pode ir agora Lucy.

Ela fez mais uma careta enquanto saia da sala. Seu nome pronunciado por Snape era quase tão estranho quanto desenhos americanos trouxas. E ela também não podia deixar de notar a semelhança entre Snape e Snake. OK, CHEGA LUCY.

~

Depois da aula de Defesa contra Artes das trevas, Lucy cortou o caminho de alguns alunos, e correndo alcançou Violet.

— Precisamos conversar. — ela pediu ofegante. Violet a olhou com desprezo.

— Não tenho nada a conversar com você. — disse ela. Lucy revirou os olhos.

— Qual é Violet, você sabe que tem.

Ela puxou o braço de Violet até um dos jardins no meio dos corredores.

— Eu queria pedir desculpas. — disse Lucy, objetiva. Violet revirou os olhos — De verdade, e vai ser só uma vez.

Lucy era muitas coisas, mas não era de correr atrás de pessoas que gostavam de fazer cu doce.

— E por que eu deveria aceitar essas desculpas? — ela perguntou, fingindo uma curiosidade tão irritante, que Lucy sentiu vontade de sair dali e deixar ela falando com o nada. Ela respirou fundo.

— Por que eu errei em algumas partes, e por que ando tendo ataques de bipolarismo. — disse ela, se tocando a própria situação.

Violet riu, amarga.

— Lucy, não precisa inventar uma desculpa fantástica. — disse ela, revelando outra postura. Lucy relaxou. — Só de você admitir que errou já é um bom passo dado.

Ela puxou Violet para um abraço e suspirou de alivio quando esta retribuiu.

— Ah, Violet. Tenho tanta coisa para te explicar! — ela choramingou.

— Eu sei que tem. — disse ela — E não vai poder demorar muito, antes que eu mude de ideia.

Ela puxou a amiga para um dos bancos dos jardins, ainda tinham algum tempo até a aula de Herbologia. E em alguns minutos corridos e cheio de expressões avassaladoramente surpresas de Violet, Lucy despejou tudo. Bem, quase tudo. Tirou as partes sobre os Weasley, e a maioria sobre Jane. Basicamente, despejara apenas as partes sobre Snape. Já era bastante coisa para um dia.

— EU NÃO ACREDITO LUCY SUA FILHA DE UMA MADRÁGORA! — Violet chingou, fazendo vários rostos se voltarem para elas — COMO PODE NÃO CONTAR PARA MIM?

— Eu não estava aceitando a ideia nem eu mesma. — Lucy confessou, e Violet parecia ainda estar processando os fatos — Eu queria esquecer que aquilo poderia ser real.

Violet escondera o rosto com as próprias mãos. Lucy sabia que a amiga tinha uma grande paciência e que perdoava muito bem. E sabia que a entenderia um dia.

— O que foi meio complicado quando ele disse que passarei a morar com ele. — ela mordeu a boca, olhando para baixo. Seus olhos arderam. — Primeiro, Violet, meus pais biológicos não me quiseram. E agora, minha mãe não me quer também. Ela simplesmente me jogou para Snape.

Ok, talvez aquilo fosse um pouco de exagero, mas Lucy se sentia totalmente esmagada pelo destino. Violet passou a mão em seu braço, tentando a reconfortar.

— Vai ficar tudo bem. — disse ela, e logo depois, completou — Mas não fique mais segurando isso para você Lucy. A melhor maneira de passar por um problema é compartilha-lo.

Lucy assentiu, segurando as lágrimas e abraçou novamente Violet.

— Agora vamos... Se não vamos nos atrasar. — elas se levantaram e começaram a andar em direção as estufas. — Me diga só mais uma coisa Lucy.

— Sim?

— Como você conseguiu usar aquele feitiço no Tracey? — ela perguntou, curiosa. Lucy fechou os olhos, com culpa.

— Passei muito tempo na Biblioteca esses dias... Inclusive na Seção reservada.

Violet deixou um gritinho escapar, depois pediu para ela continuar.

— Li muitos sobre alguns feitiços... E naquela hora, simplesmente me descontrolei.

Não era mentira, quase chegava a ser uma verdade. Quase.

— Imagine só... — Violet riu — Você, FILHA do Snape carrancudo.

Lucy deu um empurrãozinho em Violet, enquanto elas adentravam as Estufas.

— Fica quieta, Violet. — ela pediu — Não quero que nem uma MOSCA fique sabendo disso.

— Com toda razão.

~

No intervalo do primeiro período, Violet chamou Lucy para se juntar a ela e seus amigos no gramado, mas Lucy recusou. Não queria fazer as pazes com Tracey, ainda estava com raiva. Mas é claro que não falara isso para Violet. Ela simplesmente disse que queria levar Emm para dar um passeio, sozinha... Para pensar um pouco. E além disso, tinha deveres para fazer.

Ela correu até o Salão Comunal e seu dormitório e pegou Emm nos braços. Sentou-se numa das mesas do Salão Comunal, colocou Emm em cima desta e abriu seus livros, pegando pergaminhos, tinta e sua pena favorita. Ela desembrulhou os bolinhos que pegara naquela manhã na cozinha e dera para o gatinho comer. E assim, começou seus deveres. Depois de termina-los, enfiou Emm no seu bolso e correu para a Biblioteca. Pegou alguns dos livros que Granger a recomendara e sentou-se numa mesa. Eram realmente muito interessantes, um deles falava sobre as Poções mais famosas do mundo bruxo. E as mais cobiçadas.

Poção Polissuco: Poção bastante complexa e não permitida para alunos produzirem. Serve para transformar uma pessoa em outra, necessitando de algo da pessoa que se pretende transformar, como cabelo. Seu efeito é temporário e dura apenas uma hora. O conteúdo da poção antes do ingrediente final assemelha-se a lama, e só depois de concluída é que ganha traços límpidos e tom dourado.

Felix Felicis: É a sorte líquida. Faz a pessoa ter sorte. Extremamente difícil de se fazer e catastrófica se erramos sua fórmula. Demora seis meses para ficar pronta, pois deve ficar cozinhando em fogo lento. Contudo, se preparada corretamente, os esforços da preparação serão recompensados.

Amortentia: É a poção do amor mais poderosa do mundo. Tem brilho perolado e seu vapor sobe em espirais características. Tem um cheiro diferente para cada pessoa, de acordo com o que as atrai. A poção apenas causa uma forte paixonite ou obsessão. Provavelmente é uma das poções mais poderosas e perigosas, pois muitas pessoas subestimam o poder do amor obsessivo.

— HM! — alguém ronronou ao seu lado. Lucy deu um pulo. E depois revirou os olhos. Deveria ser um tique. Revirar os olhos. É claro que era um dos gêmeos, Lucy já gravara o som de suas vozes irritantes.

— Hm... O que Weasley-sem-graça? — Lucy perguntou, enquanto Fred se sentava do seu lado e acariciava Emm, em cima da mesa.

— Lendo sobre Amortentia? — ele mexeu as sobrancelhas de um jeito mega malicioso. — Tentando fisgar algum pobre coitado?

Lucy conteu uma risada.

— Até parece... Fisgar. — ela fechou o livro — Ele supostamente não seria um peixe.

— Então tem um “ele”? — Fred levantou ainda mais as sobrancelhas, estas quase desaparecendo sob sua franja ruiva.

— Eu disse supostamente. — ela reafirmou, meteu Emm no bolso e começou a andar pela Biblioteca, recolocando os livros no lugar. Fred a seguia é claro.

— E o Finnigan, hein?

Ela deixou um livro cair no seu próprio pé com a surpresa. DROGA.

— O que diabos tem ele? — Lucy continuava a guardar os livros, se perguntando o que Fred estavam perambulando por ai sozinho.

— AHA! Eu sabia! — ele soltou um gritinho de vitória e começou uma dancinha ridícula no meio da Biblioteca. Lucy agradeceu a Merlin por Madame Pince estar dormindo naquele momento. — Quando você coloca “diabos” no meio de uma frase é porque tem algo errado.

— Claro que tem algo errado. — ela parou, colocando o ultimo livro na sua devida estante. Ela se virou para Fred, com a testa franzida — A sua frase “E o Finnigan, hein?” foi uma suposta alegação. Que está incorreta.

— Sei. — ele deu de ombros, seguindo Lucy para fora de Biblioteca.

Os dois começaram a caminhar pelo gramado cheio de alunos. Lucy soltou Emm na grama, e o gatinho praticamente desfilava. É isso o que deu, deixa-lo no quarto por meses. Gato fresco.

— Conversei com Snape hoje depois da aula. — compartilhou Lucy. — Perguntei sobre minha mãe.

— Eai?

— Ele disse que ela viria me visitar em breve. — ela suspirou, chateada — Ah, e depois fez algo parecido com uma alegação que eu “tenho facilidade para atrair amigos Grifinórios”.

Fred riu.

— E tem mesmo... Veja o Finnigan por exemplo...

— Cala a boca, Weasley imprestável. — Lucy deu um empurrão no braço dele, brincando e ele retribuiu.

Em poucos segundos, estavam brigando de lutinha perto de um carvalho. Eles pararam rindo e se esbofeteando na sombra da grande árvore. Emm estava a alguns metros, olhando para a grama com nojo.

— Que gatinha mais fresca. — comentou Fred, tirando uma acidinha do bolso e jogando uma para Lucy. — Até parece você...

Ele ganhou um puxão de cabelo.

— Minha gatinha é muito bem treinada. — afirmou Lucy, orgulhosa. — Quer ver? Venha cá Emm... Venha garota...

Ela nem sabia se era uma garota na verdade, mas estavam falando no feminino não estavam? Ela continuou a chamar a gata que mal olhou na direção deles.

— Muito bem treinada. — Fred aplaudiu, irônico. E logo depois, escutaram outras mãos batendo atrás deles. Lucy se virou... Malfoy.

— Olha só que coisa mais bonitinha... Snape e Weasley... Que combinação mais problemática.

O sonserino riu dramático e seu bando de gorilas treinados e putinhas riram junto com ele, logo atrás. Lucy se sentiu brava, mas Fred parecia não dar a mínima.

— Cuidado Malfoy, não ficou sabendo da surra que Davis levou? — ele levantou as sobrancelhas — Você pode ser o próximo.

Fred lhe lançou uma piscadela e Lucy riu. Malfoy não demorou muito para sair dali com seus seguidores.

— A propósito, adorei o show Snapezinha. — comentou Fred e Lucy puxou seu cabelo novamente.

~

Naquela noite, Os Gêmeos invadiram seu dormitório e a levaram por um passeio pelas passagens secretas.

— Precisa conhecê-las muito bem, Snape. — disse Jorge, mostrando as linhas interlaçadas no Mapa do Maroto.

Eles acabaram no porão da Dedosdemel, se empanturrando. Os Gêmeos lhe contaram segredos sobre vários alunos badalados de Hogwarts. E pouco antes das 2 da manhã, a levaram de volta para o dormitório. Ela deu alguns pedacinhos de chocolate para Emm e adormeceu, finalmente se sentindo bem pela primeira vez em meses.


A manhã seguinte foi muito estranha, concluiu Lucy. Ela acordada um tanto atrasada, mal Violet a esperara. Elas saíram do dormitório tranquilamente e quando entraram no Salão Comunal todos os poucos alunos dali começaram a olhar para Lucy. Ela resmungou com Violet, que alegou que ela estava muito radiante aquela manhã.


Assim, elas seguiram para o Salão Principal, que já estava lotado. E pelo que Lucy reparou, chegara bem na hora do Correio. Várias corujas sobrevoavam o Salão, entregando cartas, embrulhos, jornais e até alguns berrantes. Uma coruja jogou um envelope simples do lado de seu prato de mingau. Ela o recolheu, e viu que era de sua mãe.

Querida Lucy,

Não queria lhe dizer muito por apenas cartas, então devo chegar em Hogwarts no Sábado para conversamos. Sei que muito deve ter lhe ocorrido, mas lhe asseguro que eu, Snape e Dumbledore tivemos nossos motivos. Apenas, fique calma que conversaremos tudo certinho Sábado, certo?

Com saudades, Mamãe.”

Lucy resmungara para a carta. Estava certa de que tudo aquilo da sua mãe lhe abandonar era drama demais. Deveria existir uma explicação plausível para aquele redemoinho de novidades. Enfiou a carta embaixo do prato e continuou a comer. Depois de alguns minutos, a coruja de Violet chegou, com seu exemplar do Semarário das Bruxas, e a mais nova edição do Profeta Diário.

Lucy nunca gostou deles, mas o que podia dizer? Violet amava uma boa fofoca. Ela folheou o Semanário, deixando por um instante o Profeta de lado. Lucy notou que Profetas Diários caim em grande quantidade nas mesas aquela manhã. O que tinha de tão interessante para todo mundo querer um?

— Posso ver o Profeta Diário Violet? — pediu Lucy, puxando o jornal. Violet assentira, enfiando uma tortinha na boca, mergulhada no Semanário.

Lucy abriu o jornal e suas entranhas se reviraram. Pânico preencheu seu corpo e foi como se algo a puxasse para baixo. Como se a gravidade tivesse mudado. Estava engolindo um sapo.

O motivo de toda sua ânsia se resumia em APENAS a primeira página do jornal: Uma matéria exclusiva de Rita Skeeter...

"Encontrada a filha desconhecida de Severus Snape."

Essa. Não.


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Notas finais do capítulo

Bom, eu não sou de mendigar review nem nada. Mas eu gostaria que você dessem sua opinião sobre nas reviews desse cap. Perguntinhas básicas, que tal?

* O que acham que vai acontecer?
* O que querem que aconteça?
* Gostaram? rs

Postarei em breve a Preview da 2ª temporada... Mas quero capricho nessas reviews ok?
Até mais belas, beijos :**