O Sorriso Duradouro escrita por Takeru Takaishi


Capítulo 2
Capítulo 2 - Na escola


Notas iniciais do capítulo

É estranho como eu me comporto diante disso, diante dessa doença tão grave, acho que ninguém merece sofrer desse jeito. Por isso quero levar isso na diversão até o meu último segundo de vida.



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Acordar em mais um dia comum como qualquer outro, só que agora um pouquinho mais debilitado. Na verdade verdadeira estava morrendo de curiosidade de ver quais seriam as reações dos meus amigos ao saberem que eu estava com câncer. Imaginava muitas coisas, na verdade minha mente sempre sobrevoava a lugares longínquos , particularmente isso sempre me deixa melhor. Viver preso a essa humanidade perdida é tão longe de mim.

Como todos os dias, acordo bem indisposto. Meus dias de manhã são os mais cansativos, tenho que ir pra escola. Não que a escola seja uma coisa ruim, mas tem professores lá dentro e isso não é nada amistoso, confesso que me causa um tipo de fobia ficar trancado na mesma sala que um deles. Mas vamos pensar no lado bom: Os amigos que me esperam. Pelo menos isso me faz ficar bem, saber que o meu porto seguro está comigo no mesmo lugar que meu medo me rodeia.

Levantar, tomar banho, trocar de roupa, tomar meu café da manhã, escovar meus dentes, pegar minha mochila e correr para o ponto de ônibus... Faço isso todos os dias e confesso que amo fazer isso. Acho que é a única coisa em minha vida que eu não quero que fuja de mim e se fugir confesso que sentirei falta.

Tudo bem, já cansei de contar desse meu dia super emocionante, eu sei que está hiper empolgado lendo essa babaquice toda. Até eu fiquei empolgadíssimo. ( Eu sou um pouquinho irônico comigo mesmo. )

Correr para o ponto de ônibus ( Onomatopéia da minha pessoa correndo ) Não quero perder a chance de contar aos meus amigos que eu tenho câncer, eu sei o que você deve estar pensando:

“- Por que ele está empolgado com isso?”

Mas é algo que eu mesmo tenho que fazer, afinal de contas, como eu iria me divertir sem ver a cara deles? E outra, os meus amigos são meus, não gostaria que outro desbocado contasse minha situação.

Depois de longos trinta e cinco minutos dentro do ônibus cheguei a porta da escola. Como explicar minha sensação naquele momento? Bem, não teria mesmo como explicar. Meu coração apenas batia mais forte ( tutu, tutu, tutu ) e tudo ao redor parecia que era só meu. Meu pátio, meu corredor, meu colégio, meus amigos. Minha vida toda passando diante de mim numa piscada de olhos, minhas brincadeiras, meus namoros, meus tombos de bicicleta. Literalmente tudo o que já me ocorreu passou diante dos meus olhos e novamente eu não queria acreditar que estava com câncer. Mas tudo se passou de repente ao escutar uma voz familiar gritar por mim bem no meio da escola.

“- John, John!” Era Victoria. Ah Victoria! Cabelos longos sobre os ombros, lábios grandes e um olhar encantador, olhos castanhos... ( Desculpe-me pelo meu lapso, mas é isso que a paixão faz conosco. Nos deixa desconcentrado. )

“- Vic!” Corri para o abraço.

Confesso que o seu abraço é o único que me leva a loucura, que consegue tirar meus pés do chão, nem que seja por um instante apenas.

“- E como é? Chegaram os resultados?” Perguntou Victoria com um ar de preocupação.

“- Chegaram sim, falarei disso com todos ao mesmo tempo.” Ela me olha com olhares fixos de preocupação.

“- Não é nada grave? Não me assuste! Não me deixe preocupada.” Disse Vic Tremula.

“- Não é nada de mais, não precisa se preocupar.” Disse para acalmá-la.

Caminhamos juntos até a sala de aula sem trocar nenhuma palavra, não sabia por que mas me sentia tenso, mesmo sabendo que poderia rir de tudo logo ali na frente, mesmo sabendo que iria rir da reação dos meus amigos sobre a minha revelação. Mas meu coração se apertava cada vez mais e tudo começava a girar, sei que era coisa do meu psicológico, mas não queria ver a Vic chorar. E naquele momento esse foi meu único medo. Meu único receio.

Chegamos na porta da sala.

“- Entre primeiro Vic.” Eu disse estendendo a mão direita em direção a porta.

“- Tudo bem John.” Ela respondeu entrando na sala de aula. Entrei logo em seguida.

Cada um guardou seus respectivos materiais em suas carteiras e se aconchegaram em seus lugares. Na imensa sala de aula já estavam alguns amigos, só faltava chegar o André. Sempre atrasa quando mais precisamos dele. Queria meus amigos mais chegados aqui perto de mim. Era só disso que eu precisava.

Meus pensamentos foram interrompidos pela voz do André entrando na sala e se aproximando de mim para me abraçar. Maldito André com seu incrível jeito de me fazer sorrir.

“- E seus exames John? Se não me engano os resultados saíram ontem, certo?” André tocou no assunto dos exames e todos meus amigos se aproximaram de mim ansiosos por minhas palavras.

“- Bem.” Eu abri um sorriso e disse “- Estou com câncer.” Carlos caiu na gargalhada me olhou e disse:

“- Para de brincar com coisas assim.” Me olhou novamente com um olhar de quem espera um outro tipo de resposta.

“- Não é brincadeira.” Eu disse novamente com um sorriso no rosto.

“- Pare com isso.” Gritou André me segurando fortemente os ombros. No mesmo instante Vic saiu correndo da sala...



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Notas finais do capítulo

Vic, não queria te ver chorar... Por que tinha que correr sem esperar por meu abraço?



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