O Sorriso Duradouro escrita por Takeru Takaishi


Capítulo 10
Capitulo 10 – Um banho para refletir.


Notas iniciais do capítulo

Meus pensamentos presos a um único lugar, não se desprendem nem que eu pague para que eles fujam. Mas um bom banho resolve... O que a água fria não faz para ajudar um velho amigo? O que?



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Depois dessa longa caminhada nessa rua semidesértica, chego em casa bastante cansado. A única coisa que conseguia pensar era em um banho longo e frio para esfriar os miolos de minha cabeça. Meus pensamentos estavam a mil e eu precisava Pará-los de alguma maneira se não, não dormiria para estar de pé no dia seguinte... Cedo.

                “- Mãe, cheguei da rua!” Gritei da porta de casa.

                “- Na próxima não demore tanto. Já estava ficando preocupada.” Ela me olhou e balançou a cabeça negativamente.

                “- É que eu encontrei o Tcharles na rua e paramos para bater aquele papo.” Eu sorri para ela.

                “- Nossa! Quanto tempo não vejo o Tcharles!” Ela fez uma expressão de compreensão e completou. “- Como ele está?” Sorriu e esperou minha resposta.

Não saberia explicar ao certo como Tcharles está, foi apenas uma conversa breve, uma conversa de amigos que não se viam a um tempão, mas não tinham nada de novo para contar. Eu queria dizer algo mais complexo do que apenas: “ Ele está bem.” Ou “ Bem, do mesmo jeito que antes.” Mas não notei diferença nenhuma no Tcharles. Aquele menino que conheci brincando na rua, que era o primeiro a topar qualquer tipo de brincadeira e o ultimo a ir embora, sempre saia quando não tinha mais ninguém com quem brincar na rua.

                “- Ah mãe, ele está ótimo. É o Tcharles de sempre.” Quando não se tem uma resposta boa como se gostaria de ter, misture as possíveis respostas. Sai melhor que nada.

                “- Que bom!” Exclamou minha mãe. “- Quando o ver novamente, diga que eu mandei um abração.” Ela me olhou e sorriu.

                “- Falo sim mãe. Mas agora preciso daquele banho.” Sorri e corri para o banheiro.

                “- Tudo bem filho. Vai lá.” Sorriu novamente e foi em direção a sala.

Mais que depressa corri no meu quarto e busquei minha toalha nova, nada melhor que algo novo em nossa vida. ( Mesmo que seja apenas uma toalha que ganhei à alguns meses de aniversário. ) Tudo que é novo é bom. Ano novo, vida nova, calças novas, tênis novos, amigos novos, abraços novos. Não dizendo que as coisas velhas são ruins, mas sim que sempre temos de abrir espaço para o novo em nossas vidas.

O banheiro estava ali, livre para mim, eu e ele, ele e eu. Só nós dois em uma sincronia perfeita ( E essa história de amor entre o banheiro e eu renderia muito mais que crepúsculo se fizéssemos um filme para ela. ) Abri a porta do banheiro com os pensamentos a mil, estava louco para esvaziar um pouquinho essa caixola de idéias que muitos chamam de cabeça. Abri o chuveiro e coloquei no contador mais frio que tinha. ( Ai como eu amo água gelada, ainda mais quando ela cai diretamente em minha cabeça. ) Sentei-me no chão do banheiro, bem de baixo do chuveiro, para receber os jatos de água gelada diretamente na cabeça. Assim as minhas idéias se esfriariam bem mais rápido.

E começaram a fluir as idéias como um rio de águas cristalinas. A primeira a ir embora foi à senhora morte. ( Eu não poderia morrer assim. One Piece nem acabou ) Ela não poderia mesmo me levar. A segunda coisa que me escorreu como uma cachoeira gigante e foi despencando até eu não pensar mais naquilo, foram às lágrimas de Victoria. Para que mesmo ficar pensando nas coisas tristes da vida, isso só poderia me abater. Quando estamos abatidos somos mais vulneráveis a doenças, e o câncer como doença já estava ótimo. ( Não estava não, eu queria mesmo era ser são, não ter doença nenhuma, correr por aí livremente, sem ninguém falando baboseiras na minha cabeça, ser a pessoa mais livre do mundo e a mais cabeça, ajudando outras pessoas a caminharem e aprontando como qualquer outro adolescente da minha idade. ) Mas fazer o que, se meu destino é esse, vamos lutar contra ele. Amo contrariar o destino.

Meu banho continuou e todas as outras idéias bobas foram escorrendo pelo ralo. Eu segurava aquelas que eu ainda poderia aproveitar, mas tomava cuidado, pois qualquer erro poderia ser fatal. Já pensou eu segurando um pensamento ruim e ele acaba machucando alguém? Que coisa ruim, nem quero pensar nisso. Focando nas coisas boas e desligando o chuveiro. Fim de mais um banho delicioso. ( Ainda acho que eu e o banheiro temos uma história de amor melhor que a de crepúsculo. )



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Notas finais do capítulo

Amanhã é outro dia, depois desse banho preciso dormir...



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