Entrei no escritório do meu pai, ele estava atras da grande mesa sentado em sua cadeira de couro negro, eu suspirei e entrei me sentando em umas das cadeiras giratórias.

– O que quer comigo ? - perguntei sendo direta e roendo os últimos vestígios de unhas nos meus dedos.

– Bem, Isabella seu comportamento de alguns meses atras vem sendo horrível. - revirei os olhos mas continuei calada, eu achava perda de tempo vir discutir isso com meu pai, ele pode ser lá o senador bem sucedido e precisa de uma reputação ótima mas eu não preciso. Todos dizem que a adolescência é o período aonde agente pode fazer merda na vida, e é isso que eu estou fazendo. Eu estou tentando aproveitar pelo menos o ultimo ano de liberdade que me resta.

– E... - o incentivei a continuar.

– Eu não estou aguentando, você esta passando dos limites. Eu te castigo de todas as maneiras possíveis mas você sempre escapa ou dar um jeito de escapar, todos sabem que eu preciso de uma família perfeita e...

– Olha pai... - eu me levantei. - Eu tenho que ouvir isso desde o dia em que a minha mãe morreu, não dá entendeu. Eu nunca vou ser a filha que você sempre sonhou. - disse apontando para meu cabelo escuro e bagunçado, para minha calça surrada, e meus all-star sujo. - Eu nasci assim não posso evitar. - quase gritei. Ele se levantou com uma fúria que não era dele.

– Voce não nasceu assim, voce se tornou assim. Já chega, eu estava pensando em polpar voce do castigo mas já vi que não tem jeito. - ele suspirou e passou os dedos pelo bigode. - Arranje um emprego em menos de uma semana. Quando ele disse isso eu cai em uma tremenda gargalhada, isso foi a coisa mais absurda que eu ouvi. E olha que eu já ouvi muita coisa absurda.

– Ta pai, fala logo meu castigo. - disse ainda entre risos.

– É esse, arranje um emprego em menos de uma semana ou aproveite esse seu ultimo ano da sua maneira. Só que longe daqui. - ele deu um sorriso super irônico. - Decida-se.

E é em um momento deles em que a frase se encaixa perfeitamente: Agora fudeu !