Cartas Para Hermione escrita por Ruppa


Capítulo 5
Cartas na mesa


Notas iniciais do capítulo

Obrigada pelos reviews vocês arrasaram!



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– Gina atende essa merda de telefone, pelo amor de Deus! Preciso falar com você, é caso de vida ou morte! – Hermione falava exasperada mais uma vez após o bip da caixa postal da amiga.

Era dez da manhã e há semanas Hermione sentia-se mal, não só mentalmente como fisicamente, andava tonta e com enjoos, algumas vezes ate vomitou tamanho era seu mal estar. Então depois de varios xaropes para viroses e pensar muito, resolveu ir ao medido e no exame de sangue veio à bomba. Estava grávida de um mês aproximadamente e com certeza era de Cormac.

O desesperou bateu forte. Um filho. Onde ela nem na metade da sua faculdade, sem nenhuma dependência financeira poderia criar um filho?

Andava de um lado para o outro, como se assim uma luz na sua cabeça pudesse surgi e ela estava à salvo, mas isso só aumentava seu nervosismo.

Seu pai com certeza iria surtar, ou ate renegá-la. Sua mãe poderia ate compreender, mas seu pai não. Ele era antiquadro demais para aceitar tal coisa, que por um deslize Hermione seria mãe solteira, pior, de um cretino safado.

Seu pai a colocaria para fora de casa, ficaria sem casa e sem dinheiro para continuar a faculdade, então ficaria na rua da amargura com um filho nos braços. Poderia pedir ajuda do Cormac, já que o cachorro que a colocou nessa situação, mas ele também iria renegar o filho e ela só se humilharia mais a troco de nada.

Estava tão desnorteada que sua cabeça doía, estava a mil por hora. Não dormira a noite com á noticia, precisava urgentemente desabafar com alguém. Esse alguém era Gina, mas parece que a ruiva escolheu o dia errado para estar fora de área.

– Hermione queria, está tudo bem? – a mãe de Hermione disse parada a porta lhe triando do seu raciocínio.

– Hm? Ah... Está... Está sim mãe. – disse ainda zonza por conta dos pensamentos.

– Então porque você anda de um lado para o outro, roendo as unhas e segurando celular com tanta convicção? – perguntou e Hermione continuou roendo as unhas não dando atenção de fato o que a mãe lhe dizia.

– É isso! – parou abruptamente e sorriu como se a solução para todos seus problemas estivesse a sua frente. – Estou indo há casa da Gina mamãe. Preciso falar com ela urgentemente. – disse pegando a bolsa e descendo apressada a escada, deu um breve tchau ao pai que lia jornal na sala e rumou para a casa da amiga a passos largos.

– Olá senhora Weasley, Gina está? – perguntou ansiosa a porta.

– Está sim querida, deve estar dormindo ainda, pode subir e acorda-la. Eu mesma já ia fazer isso. – disse bondosamente e Hermione subiu as escadas sem pestanejar.

Rony que limpava o quintal para a mãe escutou a campinha tocar, mas esperou ate terminar o trabalho para ir ate a cozinha e perguntar.

– Quem era na porta? – perguntou servindo-se de um copo de suco.

– Ah era só Hermione. Parecia apressada em falar com Gina, então a mandei subir. Devem estar lá ainda. – garoto sorriu, não falava com Hermione direito desde a noite do jantar, o que fazia semanas; só a possibilidade dela estar ali e que poderiam enfim ter uma conversa descente o alegrou imensamente.

Terminou de beber o suco e subiu facilmente as escadas de dois em dois degraus. Parou ao escutar a voz de Hermione exasperada pela porta entreaberta.

Se fosse em outra ocasião, ele daria meia a volta e esperaria ela descer para conversarem, mas Hermione estava estranha há dias, talvez ela estivesse justamente falando para Gina o motivo de tal esquisitice, afinal tem coisas que mulheres só contam a mulheres. Então ele se aproximou devagar e continuou ouvindo mais nitidamente o que diziam.

–...Estou perdida Gina! Essa é a verdade. Como eu vou fazer agora?

– Calma Hermione nós vamos achar uma solução para isso, pra tudo na vida se dá um jeito. Você só precisa sentar e se acalmar.

– Me acalmar como? – a voz dela era nítida de desespero. – Eu já sei: vou mudar de cidade. Assim conseguirei colocar tudo em ordem outra vez, sem prejudicar ou magoar ninguém. – Hermione falava rápido demais e dava perceber que ela andava de um lado para o outro, aflita. – Está decidido Gina, vou mudar de cidade. Assim evito o pior para mim e sem contar que poupo o meu pai.

– Hermione... Não creio que esse não seja o melhor caminho...

Rony viu seu coração perder uma batida. Hermione andava estranha há dias e agora ela queria mudar de cidade sem mais nem menos? A curiosidade falou mais alto. Nem esperou Gina terminar de concluir a frase adentrou o quarto como um furacão.

– Como é que é? Por que você vai se mudar Hermione?

A morena parou de andar e empalideceu na hora que viu o seu rosto.

– Ron... o-o que você faz aqui...? – diz coma voz fraca.

– Você estava escutando atrás da porta, Ronald? Eu não acredito nisso! – disse Gina tão surpresa quanto à amiga pela presença do irmão.

– Sim... Quer dizer não... Eu estava passando e ouvir Hermione dizer que ia ir embora, que era o melhor, ai eu fiquei curioso... – parou de gesticular e tentar se explicar, voltando-se serio para as duas. – não tentem me enrolar! Por que Hermione precisa ir embora da cidade para não magoar e nem machucar ninguém? – disse com o misto de confusão e irritado na voz.

Hermione abriu e fechou a boca diversas vezes tentando dar uma explicação plausível ao ruivo a sua frente. Como não encontrou nenhuma, olhou pra amiga pedindo ajuda, mas ela estava tão estupefata quanto ela.

– Eu... Eu... Eu acho melhor eu ir embora... Depois a gente se fala Gina. Tchau Rony. – pegou sua bolsa e saiu feito um furacão, assim como Rony entrou no quarto, sem lhe dar chance de para impedir a sua saída.

Ele continuou encarando a irmã esperando que ela lhe desse uma explicação no lugar de Hermione, mas a ruiva parecia tão disposta a falar quanto à amiga.

– Olha só ha hora! – disse fingindo olhar um relógio inexistente no seu pulso. – Acabei de lembrar que marquei de me encontrar com o Harry, temos que discutir algumas coisas sobre a cerimônia. Te vejo mais tarde irmãozinho. – ela ate tentou, mas dessa vez Rony foi mais rápido e conseguiu segurar o braço da irmã antes que ela saísse, obrigando-a encara-lo.

– Nada disso. Você vai me explicar tudo sobre essa história maluca da Hermione se mudar.

– Desculpa Ron, mas isso é entre você e ela. Tchau. – deu um puxão mais forte e desvencilhou-se do braço do irmão e desceu as escadas apressada.

Rony passou o dia inteiro tentando falar com Hermione, mas o celular dela só dava caixa postal. Ligou para casa dos Granger e a mãe dela lhe disse que também não estava em casa e que, se a visse desse o recado para voltar para a casa antes do jantar.

Estava no final da tarde quando resolveu subir na sua moto e procurar por ela. Passou por vários lugares que ela poderia estar: lanchonetes, cafeteria, parque e por último deixou a biblioteca da universidade.

A biblioteca estava vazia, tanto pelo horário quanto pelo fato de ser final de semana. Encontrou Hermione na ultima, das muitas, estante de livros, sentada no chão abraçada as pernas olhando para um ponto fixo qualquer na parede.

– Sabia que te acharia aqui. – sentou-se de frente a ela cruzando as pernas.

– Sou tão previsível assim? – disse ainda sem olhar para ele esboçando um sorriso.

–Não... Só te conheço muito bem. Tanto que estou aqui para você me dizer o que ta acontecendo. Por que você anda tão estranha Hermione?

– A biblioteca é um lugar que me da paz, venho sempre aqui quando quero fugir do mundo a minha volta. – comentou ignorando completamente o questionamento dele.

– Por que ta fugindo de mim e de todos Hermione? Só queremos te ajudar. Somos seus amigos, só queremos o seu bem.

– Eu sei... Só que é tão difícil Ronald. É vergonhoso... – ainda sem olhar pra ele, sentiu os olhos arderem e as primeiras lagrimas caírem. Já estavam presas há tanto tempo achou melhor liberta-las, pra quem sabe elas lavarem não só seu rosto como a sua alma.

– Hermione... Não tenha vergonha de mim, eu só quero te ajudar, mas para isso preciso que me conte... Vamos sabe-tudo sei que você consegue. – sorriu.

Eles permaneceram um tempo em silêncio. Pela gigantesca janela da biblioteca Hermione viu as primeiras gotas de chuva cair sobre a vidraça. Fechou os olhos e suspirou longamente, antes de virar e encarar o ruivo a sua frente com os olhos vermelhos.

– Na noite em que eu saí da praia no carro do Cormac... Ele me levou o apartamento dele. Ficamos conversando um tempo, então ele buscou umas bebidas começamos a beber quando me mostrou a sacada do apartamento... Não quero tirar minha culpa, mas, ele sabia o que estava fazendo, sabia que eu era fraca para bebidas, se é que era apenas bebida! – suspirou – Então fiquei muito alterada e ele me beijou, eu já estava vendo coisas e acabei me deixando levar... – ela engoliu em seco e mais lagrimas vieram. Ele fez menção de falar algo e de ir ate ela, mas ela negou com a cabeça. – por favor... Por favor... Deixa eu continuar, se não eu não consigo... – ele concordou silenciosamente, soltou outro suspiro. – No outro dia eu acordei envergonhada e sai desnorteada depois do que ele me disse quando acordei. – as lagrimas agora caiam deixando um rastro delas em seu rosto – me senti um lixo, me senti perdida Ron! Por isso... – soluço – por isso... Que você me encontrou em frente a minha casa sentada naquela manhã... Eu ainda estava processando tudo que aconteceu. Eu nao consegui te contar, eu estava com tanta vergonha! - mais um suspiro longo e ela continuou, tentando nao deixar o choro atrapalhar. - Os dias foram passando e eu estava tentando superar a minha tremenda burrada, mas ai eu comecei a passar mal... No começo ate achei que fosse uma virose qualquer, ou algo que tinha comido e me dado intoxicação alimentar... Mas os enjoos, as tonturas e nem as ânsias de vomito passavam. Foi ai que resolvi procurar um medido. E no exame de sangue deu... Deu que estava... Grávida. Eu estou grávida do imbecil do Cormac... – outro soluço – e eu não tenho a mínima ideia do que fazer!

Se a história que ela estava lhe contando já lhe dava mal estar, ha noticia da gravidez soou como um soco muito bem dado na boca do seu estomago. Ele quis gritar, quis brigar com ela pelo monstro do ciúme que tomou conta dele naquele momento, mas o ignorou rugindo ferozmente em seu peito e simplesmente a abraçou, porque sabia que ela não precisava de ninguém mais a recriminando alem dela mesma.

E ela se deixou chorar e soluçar livremente na camisa de Ron, soluçando feito uma criança desamparada. O choro foi cessando e Hermione ao poucos foi se acalmando. Ela desvencilhou-se dos braços dele se levantando com certa dificuldade, Rony fez o mesmo.

– Ron... Quero que entenda meus motivos, eu tenho que ir embora daqui. Meu pai morreria do coração se soubesse, eu não terei condições de cuidar do meu filho aqui, por isso eu tenho que ir. – Ainda enxugando os olhos, caminhou a grande janela para obsevar a chuva grossa que cai lá fora. – Se eu ficar será pior, terei que aguentar os olhares recriminadores de todos na faculdade, que nem sei se terei condições para concluir. Meus pais sofrerão, ate vocês saíram machucados. Ainda tem o Mclaggen, eu não quero que aquele cretino saiba ou chegue perto do meu filho! Ele não tem esse direito. – e mais alguns soluços acompanhados de lagrimas vieram.

–Hermione... – Rony queria protestar aquela atitude ridícula, queria dizer os mil e um motivos pelo qual ela não poderia ir embora. Queria dizer que ele precisava dela, que sem ela o sol perdia o brilho, o céu perdia a cor e que viver perderia a graça e todas essas coisas bobas, mas ainda sim verdadeiras. Queria ser menos covarde e lhe dizer que não suportava viver longe dela. – Você... Você não pode me deixar! – foi única frase que saiu desajeitada e com o gosto salgados das primeiras lagrimas que teimavam em saltar de seus olhos.

Mais lagrimas sentidas de Hermione transbordou dos oolhos da castanha, o peito comprimiu e o estomago revirou-se quando sentiu o desespero nas palavras de Rony.

– Oh Ron! Eu sinto tanto em ter que ser assim... – disse ainda de sem virar para o ruivo a suas costas. – Se eu pudesse voltar no tempo... Mas eu não posso, o que me resta é arcar com as consequências dos meus atos. Meu pai é conservador demais, mesmo nos dias de hoje e vivendo em uma cidade como Londres, ele continua o mesmo conservador antiquadro de sempre, não posso fazer ele passar por isso. – a voz firme mostrava que estava decidida, mesmo se matando com a decisão. Não sabia como ficaria longe de todos, longe de Rony, mas tinha que aguentar por ela, por seus pais e pelo bebê que agora carregava no ventre.

– Mas... Mas... Você não pode deixar os outros, você não pode me deixar... Nós podemos te ajudar Hermione, você não precisa fugir.

– Preciso Rony, é melhor a se fazer...

–Não, Não é! O melhor é você ficar e... – exasperou-se com a firmeza em sua decisão.

–Ficar?! Por Deus Ron! Como você acha que eu vou me sentir com o olhar de desprezo do meu pai, com os olhares de todos do bairro, da faculdade... Como você acha que vou suporta olhar para o Mclagen todos os dias depois do que ele me fez? – exasperou-se junto com ele virando para encara-lo, então os dois puderam ver as lagrimam sofridas que caia dos olhos de ambos.

– E como você acha que EU vou ficar Hermione? Como você acha que estou vendo você fugir desesperada dessa situação?! Como acha que vou ficar todos os dias sabendo que não te verei nas horas vagas entre nossos horários. Sem saber que o emaranhado castanho que é o seu cabelo não vai estar em uma dessas estantes enfunada em um livro qualquer? Como vou me sentir sabendo que você esta lá fora em outro lugar distante e sozinha, com um filho Hermione!? Céus! Como você vai se sustentar? – Hermione soluçava e Rony passava as mãos nervosamente no rosto, vermelho pela fúria, tentando manter a calma.

– Ron... Por favor, não torne tudo mais difícil, não vai ser fácil para mim também, mas eu tenho que tentar.

– Mas que inferno! Se eu vejo o filho da puta do Mclagen, sou capaz de castrar ele com uma tesoura sem piedade! – gritou nervoso.

O ploc, ploc da chuva lá fora era o único som na gigantesca biblioteca. Hermione fitava os sapatos, como se dali saísse às respostas para todos problemas que carregava nas costas, enquanto Rony continuava inquieto, andando de um lado pra o outro.

– O problema é seu pai não é? – ele parou abruptamente olhando serio para ela, que apenas confirmou com a cabeça ainda evitando olha-lo. – Então... Se supostamente você estivesse um compromisso serio com alguém, sua gravidez não seria motivos de tanta discórdia não é mesmo? – mais uma vez ela confirmou com a cabeça antes de levantar a cabeça, tão rápido que a tonteou, notando onde ele queria chegar.

– Você não esta sugerindo que me case com aquele idiota, cretino do Mc...

– Hermione Jean Granger, quer casar comigo?


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Notas finais do capítulo

Bom como não estou em casa, o capitulo 6 pode ou não demorar, mas to fazendo o possível para adianta-lo :)



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