The Ghost Of Prince escrita por Paulinhadcc


Capítulo 6
Across the line


Notas iniciais do capítulo

Bom, esta ai o post novo espero que esteja bom rs



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- Pera, mas para que isso? Não basta só simplesmente nos falarmos amigavelmente? - retruquei nervosa.

- Qual o problema? Esta com medo de se apaixonar por mim - perguntou com um leve sorriso brincalhão.

- Claro que não! - Respondi rápido demais e bem nervosa, o que provocou uma gargalhada do mesmo.

Ele ficou rindo por algum tempo enquanto eu o lançava um olhar fulminante. Não tinha graça nenhuma, mas eu reconhecia que o modo como agi foi impulsivo demais para não despertar alguma suspeita.

- Tudo bem então - decidi por fim e foi a ver dele olhar-me - você quer que nos conheçamos então nós iremos nós conhecer, mas já vou logo avisando que não sou uma pessoa boa para se conviver - terminei com um meio sorriso.

- Eu acho que posso conviver com isso - ele disse, mas parecia com um olhar serio como se tivesse pensando em cada passo que iria dar daqui para frente.

- Agora se me der licença, preciso trocar de roupa para ir dormir - comentei e ele olhou-me espantado.

- Mas não tínhamos combinado nos conhecer melhor? E alias qual o problema de se trocar de roupa aqui mesmo? Não há nada ai para ver mesmo - murmurou com descaso.

- Primeiro se conhecer leva tempo e eu estou com sono logo não vamos ficar conversando a noite toda, segunda eu gosto de privacidade - respondi um pouco irritada pela ultima frase.

Não o deixei argumentar porque fui rapidamente para o banheiro trancando-me lá. Sabia que no final das contas era inútil, pois ele era um fantasma e se quisesse com toda certeza iria me ver pelada, no entanto esperava que este tivesse algum senso de cavalheirismo e não fazer, o que felizmente aliviou-me ao sair do quarto e o mesmo já ter ido embora. Tentei não pensar no fato dele ter sumido do nada, talvez este só fora dar uma volta pouco me importava, hoje tinha sido um dia cansativo e tudo que eu queria era dormir e felizmente meu desejo foi realizado porque assim que deitei na cama, instantes depois estava dormindo. Era exatas sete da manhã quando acordei, no entanto não queria levantar então simplesmente fiquei revirando-me na cama ate que uma voz soou no meu quarto.

- Acho legal o fato que uma das poucas coisas que deixaram no mundo, embora tivessem diminuído sua tecnologia, foi à fotografia - disse Nico enquanto fitava uma foto minha.

Não sabia há quanto tempo ele estava ali, mas percebi que ficara um bom tempo analisando minhas fotografias. Fitei a foto em particular que ele olhava uma onde eu estava no colo do meu pai.

- Talvez eles quisessem preservar as lembranças - retruquei bocejando ainda deitada.

- Talvez - ele ficou por um momento calado ainda analisando a foto, por fim disse - só acho muito curioso tudo isso.

- Agora posso voltar a dormir? - perguntei sem a menor paciência e ele colocou a foto no lugar e me olhou com uma cara espantada.

- Você ainda quer dormir? - retrucou.

- São sete horas da manhã e eu estou com sono, boa noite - respondi pegando meu cobertor cobrindo-me toda.

- Você prometeu que conversaríamos mais - foi só o que ele falou e eu bufei.

- Tudo bem, vou só tomar um banho e trocar de roupa - falei saindo da cama e indo direto para o banheiro, não sem antes notar um pequeno sorriso convencido do mesmo.

Fiquei por um longo tempo na banheira pensando em tudo que tinha acontecido. Felizmente os cientistas tinha desenvolvido um novo aparelho que fazia os chuveiros, e alguns aparelhos que facilitavam o dia-a-dia como fogão, serem ajustados para funcionar sem a ajuda da eletricidade, que há muito tempo fora abolida para a grande parte da população só tendo acesso pessoas dos quais necessitavam mesmo daquilo. Acabei me banhar e vesti uma roupa qualquer.

- Então podemos conversar? - perguntou Nico debruçado na minha cama.

- Sim e podemos começar pelo real motivo da sua súbita mudança - respondi com um sorriso falso e ele logo arregalou os olhos- ou acha realmente que eu acreditei nos seus argumentos? - retruquei agora com um olhar firme.

- Eu - mas qualquer coisa que ele tinha para dizer não pode concluir, pois uma das criadas batia na porta dizendo que o café da manha fora posto a mesa.

- Nos vemos depois, agora eu preciso tomar café da manha - disse com os olhos fixados nos dele.

Minha casa era bem grande, no entanto nos dias de hoje não existia a opção mais ou menos. As casas ou, para aqueles que viviam em extrema pobreza ou que tinha uma renda baixa, eram reservados um apartamento que geralmente não cabia nada. Se você tivesse uma renda maior que de quatro mil, você já poderia se dar o luxo de ter uma casa e quanto maior ela era mais rico você era, logo o tamanho da casa equivalia quanto às pessoas tinham de dinheiro. Por mais que eu não soubesse bem a renda mensal do meu pai, suspeitava que fosse bem grande, pois nossa casa era sem duvidas a maior da região, no entanto poucos sabiam.

- Você prometeu que não se meter em confusão - esbravejou meu pai.

Estava a pouca distancia da grande mesa de jantar quando comecei a ouvir a discursão do meu pai com Percy. Não sabia do que eles estavam falando, mas decidi ficar parada escutando, porque sentia que eles guardavam algum segredo.

- Fala mais alto e todos vão escutar - falou meu amigo - eu sei bem o que estou fazendo e pode deixar que sou muito grato por tudo, agora vou lutar por aquilo que sempre quis.

- Tudo bem, faça como queira só se lembre do acordo no final do dia - retrucou meu pai.

- Pode deixar que nunca esqueci e  além do mais já tratei de resolver aquele outro problema - meu amigo falou com certa frieza na voz.

Na hora que meu pai ia responder, uma criada chegou interrompendo toda a conversa deles foi nessa hora que como se nada tivesse acontecido cheguei cumprimentando todos e me sentando à mesa. Decidi deixar para depois as perguntas sobre o que eles estavam conversando, não iriam falar comigo de qualquer maneira. Agora eu precisava descobrir por outros meios.

- Tenho que ir a cidade hoje então não me esperem para almoçar - foi só o que meu pai disse antes de sair da mesa.

- Eu também estou indo, vou cavalgar um pouco - falei para Percy que apenas assentiu pensativo.

Fui correndo ate os estábulos, onde felizmente o domador já tinha colocado a cela como de costume então só bastou eu montar no cavalo e sair com este. Para o meu azar, meu pai já estava bem longe, mas para minha sorte eu era acostumada a correr com o cavalo logo não foi difícil vê-lo mais a frente numa simples charrete, algo totalmente fora de moda, mas que estranhamente meu pai insistia em usar quando ia para a cidade. No entanto contrariando todas as minhas expectativas, meu pai foi para um caminho onde somente a classe mais baixa da população frequentava.

- Licença senhor, mas poderia guardar o meu cavalo? - perguntei ao homem velho que estava guardando uns cavalos na rua enquanto meu pai entrava em um botequim.

- Claro, minha jovem - respondeu o homem sorrindo e eu apenas o entreguei algumas moedas que fez os olhos do senhor brilharem.

Assim que entrei no boteco vários homens olharam de cima a baixo para mim, alguns soltando risadinhas e outros cantadas de baixo calão.  Apenas ignorei e fui para o balcão pedir algo para beber enquanto olhava ao redor observando meu pai numa mesa mais ao canto no fundo do bar.

- O que traz uma garota dessa idade a um lugar como esse? - um garoto que devia ter mais ou menos a minha idade e estava atendendo, perguntou.

- Nada que seja da sua conta, por favor, uma água - respondi fazendo o garoto pegar imediatamente a água e praticamente joga-la em cima de mim.

- Você sabe que aqui não é lugar para patricinhas como você, não sabe? - continuou insistindo o menino enquanto alguns homens olhavam para a nossa conversa rindo.

- Sei sim, mas eu estou aqui apenas por conta do meu pai e agora se puder parar de falar comigo eu agradeço - falei um pouco exaltada já que por conta do sujeito eu não conseguia prestar atenção no que se passava entre o meu pai e nem pude reparar quem era o outro homem que estava sentado com ele.

O mesmo já ia responder algo quando um tiro foi disparado assustando-me completamente. E então se começou um verdadeiro caos, pessoas saiam correndo enquanto alguns homens viam atirando para tudo quanto é lado, nesse meio tempo o garoto puxou-me para embaixo do balcão sem fazer-me ver para onde e como meu pai estava. O garoto tampou a minha boca indicando para eu ficar calada, e pegou uma pistola calibre 45 que estava do lado de outra 9mm cromada e saiu para o encontro dos três homens enquanto eu apenas mirava a cena imóvel.

- O que vocês estão fazendo aqui? Este é o meu estabelecimento e vocês afugentaram os meus clientes - esbravejou o garoto e eu surpreendi-me já que este não aparentava ser velho.

- Garoto, estamos apenas fazendo a nossa ronda para pegar os meninos como você que não tem a renda aceita pelo governo - o sujeito disse com um sorriso maliciosamente junto com os comparsas que o rendiam para todos os lados com armas apontadas.

Nesse momento vi que precisava intervir em algo, peguei a pistola de 9mm e sem pensar duas  vezes mirei no peito de um, carreguei ela e puxei o gatilho, no entanto se tinha algo certo sobre mim era que eu nunca fui uma boa pessoa de mira e o tiro apenas atingiu a mão de um fazendo este deixar cair a pistola e foi nesse momento que o jogo começou a se reverter. O garoto na mesma hora reagiu chutando a arma do sujeito para longe e dando uma cotovelada no outro do lado enquanto isso o terceiro via na minha direção, andei agachada ate o outro lado do balcão e assim que este se virou fiz a única coisa que uma garota que não é acostumada a brigar faria, chutei suas partes intimas e fazendo este na mesma hora deixar a arma cair, não pensei duas vezes antes de pega-la e mirar as duas em sua direção.

- Para uma garota, ate que você sabe reagir bem sobre pressão - comentou o garoto enquanto segurava um dos sujeitos pelo pescoço e apontava uma arma para o terceiro ao mesmo tempo em que o segurava com um pé em cima do peito dele.

- E para um jovem dessa idade você luta muito bem - retruquei sorrindo.

- O que vão fazer com a gente? Só estamos cumprindo ordens - disse o homem que apontava a arma.

- Nada, apenas vazem daqui - o garoto falou em tom autoritário e na mesma hora os três saíram correndo - obrigado - agradeceu este assim que os homens se foram.

- É sempre assim? - perguntei assim que eles saíram e o garoto apenas assentiu.

- Desde a morte do príncipe, homens do governo veem diariamente nos mandar para a cadeia para sermos mortos, esta já é a terceira vez que eles veem aqui e a cada dia eles aumentam a pressão - explicou.

- E você consegue dar conta deles? - retruquei impressionada.

- Sou órfão, fui criado nas ruas, sei bem como me virar sozinho - deu nos ombros- agora vamos, precisamos sair daqui antes que venham reforços - disse pegando no meu braço e me puxando para fora do bar onde todos já tinham voltado para as atividades rotineiras ignorando completamente o que acabara de ocorrer.

- Espere um minuto vou pegar o meu cabelo - disse indo ate o senhor que guardara o mesmo - obrigada - dei umas gorjetas para o homem e peguei o cavalo - vamos? - o garoto me olhou cético e depois de um tempo subiu junto comigo no mesmo cavalo.

- É completamente humilhante ser carregado por uma garota no cavalo dela - falou entre dentes enquanto alguns olhavam para a cena.

Era uma situação um tanto quanto cômica, um garoto sendo conduzido por uma garota que não tinha nenhum ar de ser pobre. Parecia mais um daqueles filmes onde o garoto pobre se envolvia com a garota rica, o único porém, no entanto, é que não tínhamos nada e eu nem sabia o nome dele, apenas o estava ajudando.

- Onde fica a sua casa? - perguntei tentando quebrar o clima.

- Na verdade era aquele bar, mas pode me deixar ali - disse apontando para uma casa velha. Eu apenas assenti o deixando ali. Já ia indo embora quando este puxou o meu braço fazendo seu olhar se cruzar com o meu, pela primeira vez reparei em sua aparência. Ele era moreno e tinha um cabelo liso, olhos um pouco puxados e parecia um asiático, no entanto era bem bonito e a julgar pelo suor que tinha em sua camisa ele também era forte o que me fazia questionar certos preconceitos com os orientais no quesito beleza - com tudo isso nós não nos apresentamos, qual o seu nome? - perguntou um pouco tímido.

- Meu nome é Thalia Grace e o seu?

- É Zhang Frank, mas pode me chamar de Frank.

- Prazer em conhecê-lo Frank - estendi a mão e sorri pela primeira vez no dia.

- Quero recompensa-la por agora pouco, gostaria de entrar? - perguntou ainda tímido e eu apenas assenti.

Entramos numa casa toda revirada como se nenhum adulto tivesse posto os pés naquele lugar. Assim que Frank bateu palmas num código, supus, uma menina morena de cabelos pretos encaracolados saiu indo direto na direção do mesmo e o abraçando. Supus que ela era mais nova que eu e Frank pela sua altura.

- Hazel, esta é Thalia - Frank apresentou-nos e a garota olhou-me atentamente como se estivesse cogitando a hipótese de me matar. Frank deu uma risada ao ver o olhar da garota e completou- ela me salvou agora a pouco e como agradecimento a trouxe aqui - murmurou um pouco constrangido.

- Mas esse lugar é segredo! Somente eu, você, Jason e Leo é que conhecemos este lugar - argumentou.

- Desculpe, eu não quis causar transtornos - falei já saindo quando Frank me puxou pelo braço.

- Ela fica e ponto final! - disse de forma autoritária que fez eu e a garota arregalarmos os olhos. Pela expressão da mesma de contrariada, o mesmo não tinha o habito de impor sua opinião dessa maneira - onde estão os outros? - perguntou o mesmo agora um pouco mais calmo.

- Leo foi sair com alguma garota e Jason está no quarto dormindo - respondeu.

- Acorde Jason, diga que tem uma garota que precisa vê-lo - a menina apenas assentiu entrando na primeira porta.

Não tardou e um garoto alto veio ao nosso encontro apenas com uma calça fazendo com que Hazel e Frank revirassem os olhos com tamanha era a ousadia do menino. No entanto devo dizer que ele podia fazer isso, porque o mesmo era muito bonito. Tinha os cabelos louros bronzeados, pele também bronzeada como se passasse o dia todo no sol, os olhos de um azul bem claro e tinha uma barba por fazer já seu corpo não precisa de descrições, mas só para analise de comparação coloque um cara com corpo bonito o dele era melhor. Francamente não conseguia entender como um sujeito tão bonito podia estar naquele lugar.

- Então por que me chamou? - o garoto bocejou com os olhos meio fechados.

- Esta é Thalia ela precisa da sua ajuda com algumas coisas - sim, com toda certeza eu precisava daquele menino, mas não era para questões muito éticas.

- Droga, desculpe-me eu não te vi - só agora ele olhava nos meus olhos, corei automaticamente e ele deu um sorrisinho de lado - meu nome é Jason Grace, prazer.


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Notas finais do capítulo

Então o que acharam? Mereço reviews? Sei que esta um pouco dificil de entender, mas eu prometo que no proximo capitulo pelo menos algo vai ser explicado! Ha muito mais do que vocês imaginam e eu estou cheia de ideias ^^

Comentem! E se não for pedir muito uma indicação o/