Before Sundown escrita por Anny Fernandes


Capítulo 26
Proposta, Amor e Forçado


Notas iniciais do capítulo

Fãs de Etana ( kkk') espero que gostem! Beijos!



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*** Duas semanas depois ***

Tenho sentido tanta falta de Homes, agora mais que nunca... Falta do seu cheiro e do modo que me abraçava levando uma onda de calor por meu corpo. Era perfeita nossa amizade, mas imagino o quão perfeito seriamos nós dois juntos! Será que conseguiríamos manter uma amizade solida depois de tudo que aconteceu? E se começássemos a namorar? Como seria?

Etha tem estado distante, como se não quisesse mais que eu fosse sua “namorada”. Tudo bem, estávamos enfrentando um caos faziam duas semanas, mas tínhamos que enfrentar isso juntos. Ele não tem simplesmente o direito de fazer isso comigo... Não tem o direito de me deixar.

Há dois dias fui falar com Ross, ele estava tão mal quanto eu.

- Você esta bem? – perguntei quando sentei ao seu lado.

- Como poderia? – ele disse sem nem me olhar nos olhos.

- Poderíamos ao menos tentar...

- Tentar o que Lana? – ele me interrompeu – Tentar ignorar o fato que estamos numa enrascada? Por que você me pediria isso?

- Não – eu disse – Não, você tem razão. Não tem como fingir uma coisa dessas!

Um minuto de silêncio se seguiu.

- Me desculpa – ele disse – É que eu estou muito nervoso esses dias, pensando na...

- Leslie? – eu arrisquei – Não precisa se desculpar, eu também estou na mesma situação.

- Só que eu descobri uma coisa – ele sussurrou – Eu não a amo daquele jeito.

- Não? – arregalei os olhos – Como assim? Pensei que fossem namorados...

- Eu também pensei, todos os dias que eu a via... Mas algo mudou aqui dentro. – ele apontou para seu coração – Eu a amo como amaria uma irmã. Quero protegê-la e estar com ela, mas não sinto nenhuma atração por ela. E todas as vezes que o pensamento de perdê-la invade minha cabeça eu não penso que seria impossível conviver sem ela. Seria insuportável, é claro, mas eu não ficaria o resto da minha vida de luto. Seguiria em frente e descobri que o amor é o oposto disso. O amor é você simplesmente não conseguir imaginar sua vida sem aquela pessoa, é você pensar que vocês são completamente ligados e que se ela morrer você fica sem nada no mundo... E eu não sinto isso por ela. Não sinto por ninguém.

E essa conversa me fez pensar. O mundo não seria nada para mim sem o Homes, eu não faria mais nada. Desistiria por completo de respirar. Tentaria sumir da face da terra. Mas o único problema nisso tudo é que eu sinto o mesmo por Ethan. Eu não consigo decidir qual eu amo mais. Simplesmente é patético essa minha encenação de dama indecisa. Mas meus sentimentos me deixam assim, com medo do que pode acontecer.

Às vezes eu queria ser um menino, com menos sentimentos.

Agora caminho até Ethan que esta sentado à mais ou menos 5m de mim. Ele esta de costas e não vê quando Quendy me segura e vira meu corpo para si.

- Alana eu preciso falar com você – ela ofegou – Você sabe que eu não sou má como meu irmão foi não é?

Assenti.

- É claro Quendy, você é uma ótima menina.

- Obrigado, mas eu quero te pedir um favor se não for pedir muito – ela deu um longo suspiro.

- Pode falar, o que estive ao meu alcance farei. – dei um sorriso discreto.

- Então, eu sei que não tenho esse direito, mas pedi para Ross e ele disse que não poderia fazer isso e como não tenho intimidade com Ethan, resolvi falar com você. – ela abriu um sorriso sofrido, o que me fez sentir muita pena dela – Eu simplesmente não estou agüentando saber que o Martyn virá para cá. Mesmo ele sendo o maior idiota do mundo, é meu irmão. E eu não poderia matá-lo, mas não sei se posso dizer o mesmo sobre ele... Então vou direto ao assunto, você poderia matar o Martyn por mim?

Eu queria ficar demonstrar minha surpresa, mas não sei como repercutiria para Quendy o fato de eu estar feliz com essa decisão. Então apenas formei uma linha fina com meus lábios e mordi a parte de dentro da bochecha. Cruzei os braços e depois dei um leve sorriso, não de quem esta feliz, mas de quem quer tirar a tensão do ar.

- Você tem certeza disso? – perguntei – Por que ele é seu irmão apesar de tudo, como você mesma disse.

- Eu tenho certeza. Não me pergunte nada, pois cheguei a essa conclusão pensando em todas as possibilidades e responder a um interrogatório não foi uma delas.

Ergui as sobrancelhas e a encarei. Ficamos ali no silêncio nos encarando, até que por fim eu balancei a cabeça.

- Preciso pensar. Martyn é bem mais forte que eu e...

- Mas eu sei os pontos fracos dele.

- Sério? Ele tem pontos fracos, por que ele me parecia bem musculoso e tudo mais!

- Não é fisicamente, mas sim emocionalmente e psicologicamente. – ela disse e quando eu ergui as sobrancelhas dizendo “não entendi nada” ela começou a explicar – Quando tinha 7 anos, Martyn ficou mal... Muito mal. E no nosso distrito a saúde não é levada a sério. Nossos pais já haviam desistido dele depois de meses só vomitando e tendo febre alta. Mas eu não desisti... Todos os dias o ajudava a tomar banho e tomar seus remédios. E um dia... – ela hesitou como se estivesse com uma faca no peito – uma menina, Nend Page , foi visitá-lo e ele estava no banho e eu disse “ Pode espera só um pouco? Vou ajudá-lo”  e fui ajudá-lo realmente. Mas quando entrei esqueci de fechar a porta. Nend entrou e começou a chamar Martyn de “o peladão mais feio” e “ como você é magro e feio” e ele ficou traumatizado, na escola todos o chamavam assim. Ele saiu da escola e começou a treinar todos os tipos de coisas que via nos jogos, mas sempre que escuta “você é pelado feio” ele parece que murcha. Não tem nenhuma força e fica cheio de medo...

Eu soltei uma gargalhada controlada e disse:

- Quem diria que Martyn teria medo de ficar pelado... O que ele acharia se eu o colocasse nu na frente de toda a população de Panen. Seria humilhante e eu conseguiria matá-lo.

- Sim – Quendy falou – Pense no meu plano e depois me diga se vai poder me ajudar ou não.

Comecei a pensar como o medo de Martyn é bobo... Mas seria uma ótima vingança. Deixá-lo humilhado.

Tirei isso da cabeça e fui falar com Ethan. Ele estava limpado o cano da arma.

- Oi – eu disse e sentei ao seu lado.

- Oi – ele me olhou – O que Quendy estava falando com você? Parecia ser sério...

- Papo de menina. – eu disse e esbocei um sorriso.

- Uhun sei... – ele desviou o olhar.

- Por que você esta tão distante de mim ultimamente?

- Eu não estou – ele da um sorriso meio forçado. – Você esta inventando isso...

- Por que diabos eu inventaria isso? – pergunto irritada.

Ele permanece em silêncio e continua limpando a arma.

- Acho melhor eu sair daqui – eu disse provocando-o – Tenho medo de você apontar essa arma para mim se eu falar algumas verdades.

Ele me olha incrédulo enquanto eu levanto e lhe dou as costas. Ele se inclina e puxa meu braço.

- Você esta ficando louca? – ele pergunta – Acha mesmo que eu faria isso por uma discussão entre namorados?

- Não seria a primeira vez... – eu me soltei do seu aperto no meu braço – E eu acho que definitivamente não somos namorados. Porque namorados se apóiam nos momentos difíceis, você só sabe correr.

- Não me chame de covarde. – ele rosnou.

- Eu não te chamei de covarde. – retruquei – Só disse que você corre dos nossos problemas e fica ai dentro da sua bolha fingindo que nada de ruim esta nos acontecendo.

Ele cerrou os punhos.

- Você não entende não é mesmo? Eu gosto de você, mas não podemos resolver isso. Então eu prefiro ignorar.

- Ignorar? – perguntei- Até quando? Até na hora que eu estiver morta jogada por um canto? Você vai ignorar isso também?

- Lana você esta sendo ridícula. – ele balançou a cabeça.

- Você só fala isso porque sabe que ignoraria minha morte... Você não gosta de mim, você só achou que me dar uns beijos seria uma boa distração não é? Que eu poderia te ajudar nesse seu plano idiota de ignorar os problemas.

Ele segura meus ombros com as duas mãos e aproxima seu rosto do meu.

- Você acha que eu não gosto de você? Pois eu te amo Alana. – tem lagrimas em seus olhos, acho que é a primeira vez que o vejo tão vulnerável assim – Você é muito egoísta, devia aprender mais a pensar nos outros e não só em si própria. Você nunca vai entender porque eu ignoro essas coisas, então eu prefiro não explicar. Você é mais forte do que pensa, pode matar todos aqui num piscar de olhos, ninguém teria chance para você. Porque você é esperta e não pode ser controlada pela Capital, e é por isso que eu amo você. Devia entender mais, devia ao menos tentar...

Absorvo tudo o que ele fala, mas uma coisa fica martelando em minha cabeça: eu amo você, eu amo você, eu amo você...

- Eu não sou egoísta. – digo baixinho – Eu penso mais em você e no Homes do que em mim... Eu quero ajudar, mas não sei como.

E de repente eu não agüento mais. Não tem como segurar as lagrimas assim por tanto tempo. Transbordo e me afogo e minhas lagrimas, e continuo dizendo baixo:

- Você sabe que eu te amo também, mas eu não sei o que sinto por Homes. É tudo confuso, eu preciso da sua ajuda. Por favor, Ethan, me ajuda eu amo tanto você.

Então ele me envolve em seus braços cálidos e eu me sinto longe de tudo. Afundo a cabeça em seu peitoral e sinto as lagrimas molhando sua blusa. E agora eu entendo porque ele ignora essas coisas, eu entendo porque aqui junto dele sentindo seu calor eu me esqueço de todos os problemas e só quero ficar a sós com ele. Eu disse que o amava, mas não tenho certeza disso. Não quero ser má com ele e ferir seus sentimentos, mas achei que fosse necessário.

Então ele levanta meu queixo e eu o encaro, aquele olhos verdes castanhos com lagrimas brotando deles a cada segundo. Seguro seu rosto de o puxo para mais perto, beijo sua boca pela primeira vez em tanto tempo e o gosto é o de sempre. O gosto dele. Ethan segura minhas costas e desliza a mão sobre toda minha extremidade. Me arrepio quando ele o faz.

Ele me deixa na grama atrás de uma grande pedra e separa nossos lábios.

- Você sabe o que eu quero para você? – ele sorri – Eu quero que você viva e tenha belos bebês com o Homes, porque não é a mim que você ama.

- Ethan não. – eu fechei os olhos e puxei-o para outro beijo – Não estraga esse momento.

Ele acena com a cabeça e continua me beijando. Segura minhas costas e começa a fazer carinho em mim... Eu tremo um pouco, mas eu quero isso. Eu quero aproveitar cada segundo que resta de minha vida.

Começo a puxa sua camisa e a tiro por completo, apoio as mãos em seu abdômen e continuo a beijá-lo. Ele também puxa minha camisa e a tira e nos beijamos mais intensamente.

É tudo perfeito.

***

A noite fazemos uma fogueira e comemos a comida da Capital. Depois ficamos apenas sentados ao redor da fogueira, ansiando o dia de amanhã e ao mesmo tempo odiando saber que amanhã será o dia.

- Sabem que amanhã teremos que ser fortes não é? – Ethan sorri confiante e eu retribuo o sorriso.

Nossa relação melhorou muito depois de mais cedo, não nos desgrudamos ainda. Claro que não contamos o que aconteceu para Ross e nem Quendy, não sabíamos qual seriam as reações.

Contei a ele também sobre a proposta de Quendy e ele concordou em me ajudar, então aceitei.

- Sim – Ross fala – Teremos que ser aliados. E ter essa última boa noite de sono...

- Amanhã é o dia. – eu acenei com a cabeça.

- O dia que vamos todos morrer, ou não. – Quendy diz desanimada.

Com esse comentário de Quendy todos calam a boca.

Fomos dormir mais cedo que o normal, precisávamos estar bem descansados amanhã.

***

Coloquei a roupa que me foi designada e subi na placa de metal com o nome “Alana Wes” talhado negro no metal. Não sei quando fizeram isso, talvez quando dormíamos. Mas hoje cedo assim que despertamos tinham 24 esferas de metal. Quatro delas continham nossos nomes e as outras vinte não. Seria uma surpresa até a hora, que é agora.

Me posiciono e olho ao redor. Ethan esta à três placas de distancia. Sorrio para ele, apesar de minhas mãos estarem tremendo.

Então de repente escuto a voz de Snow e cerro os punhos.

- Queridos, hoje é o grande dia! – ele da uma risada – Subiremos a cornucópia com armas e mantimentos, peguem e morram... Ops! Não morram – ele ri de novo. – Se saírem antes do tempo determinado serão explodidos. Os outros participantes serão lançados para cima em 5 segundos. Boa sorte participantes amados!

E então eu sinto o calafrio. As placas sobem mais 20 pessoas confusas e entre elas vejo Homes. Meu coração dispara e eu o encaro.

Ele me olha e sorri. Diz “Vai ficar tudo bem”, mas eu não acredito.

Olho para o lado e vejo a última pessoa que eu queria que realmente estivesse aqui. Ele foi designado para vencer esses jogos. Os primeiros jogos diferentes.

Martyn foi forçado pela Capital a participar do primeiro Quarter Quell. 


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Por favor comentem e recomendem, preciso saber como vocês estão reagindo a história! :/
Beijos!