Sobrevivendo Ao Fim escrita por darkstark


Capítulo 1
O início




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O mundo nem sempre foi esse caos, pelo menos não o meu.

Eu tinha dezenove anos e já estava me preparando para a faculdade. Tinha muitos amigos, um celular moderno e um iPod cheio de músicas. Eu me divertia com o início da minha maioridade e sempre saía para beber com a galera, saudades desse tempo.

Vocês não devem estar entendendo nada não é? Pois então vou começar a contar o inicio dessa trágica história.

Era férias de verão, minha família havia viajado e a casa tinha ficado vazia e só para mim. Adorava quando todos viajam, como minha casa era um pouco mais afastada da cidade, eu podia fazer festas e chamar os amigos para beber sem nenhuma amolação, e naquele dia não havia sido diferente.

Assim que começou a anoitecer meus amigos foram chegando, logo já éramos oito, contando com meu namorado que já estava lá. Por volta das 10 dois barris de cerveja já estavam vazios e uma garrafa de tequila já havia acabado, então já dá para imaginar o estado em que estávamos. De repente Felipe veio correndo e disse:

– Galera, vocês não sabem o que acabei de ler no Facebook, alguém postou que a cidade está uma loucura.

Então todos riram. Era sábado, a cidade sempre era uma loucura no sábado à noite. Todos aqueles bares e festas acontecendo nas boates faziam o centro da cidade virar um verdadeiro inferno, com pessoas andando no meio da rua, bêbados, e pessoas querendo se pegar.

– Vocês não entendem, parece que as pessoas estão sendo atacadas . – seu rosto tomou uma expressão séria.

Todos estavam bêbados, com dificuldades de levar alguma a sério naquele momento, quando ouvimos o barulho de um helicóptero voando muito baixo, ele passava em cima da casa, e logo em seguida mais um helicóptero. Todos correram para fora da casa e vimos somente as luzes dos helicópteros se afastando em direção à cidade.

Eduardo (desculpem não tê-lo apresentado antes, ele é meu namorado) me puxou de volta para casa e ligou a TV. Estava passando um daqueles plantões jornalísticos que sempre antecedem desgraças. Isso não era um bom sinal.

“Cidades inteiras estão sendo atacadas...o exército já foi convocado, forças especiais da marinha também...Não se sabe o motivo dos ataques...parece isso acontece em todos os continentes...As embaixadas já pediram ajuda...”

Foi tudo o que eu consegui ouvir, porque o álcool ainda fazia efeito na minha mente, então a TV ficou fora do ar. Eu corri para o telefone, tinha que ligar para minha mãe. Disquei o número com as mãos trêmulas, mas sendo rápida. O telefone chamou duas vezes e então ouvi a voz dela do outro lado da linha:

– Filha, está tudo bem? – o sinal da ligação estava péssimo.

– Sim mãe, onde vocês estão? Venham embora – eu disse nervosa.

– Não saia de casa, nós vamos para casa assim que as coisas se acalmarem, aqui está tudo bem – minha família estava junta, de férias na praia, maldita hora para viajar – não fique sozinha, junte mantimentos, aqui está tudo sobre controle, nos esper....

E o telefone ficou mudo.

Todos que estavam reunidos na sala, tentavam ligar de seus respectivos celulares, mas tudo parecia ser em vão. Lucas com as chaves do carro na mão e aparentemente alterado:

– Eu vou embora, vou voltar para a cidade, quem vem comigo?

– Você tá louco! – Eduardo disse, repreendendo a ideia de Lucas.

– Eu não quero ficar presa aqui, quero ver se minha família está a salvo – Amanda disse se juntando à Lucas e puxando Vinícius seu namorado para perto.

Se dirigindo à porta Lucas gritou:

– Quem for comigo, venha logo!

Então todos meus amigos se amontoaram na porta, mas não iam caber seis pessoas em um carro. Ninguém sabia exatamente o que estava acontecendo, mas todos queriam ir para a cidade ficar com suas famílias.

– Eu preciso saber dos meus pais – Eduardo me lançou um olhar de preocupação – Vamos até a cidade, eu preciso buscá-los. Seja o que estiver acontecendo, acho que sua casa é mais segura do que qualquer uma na cidade.

– Esperem! – eu gritei enquanto todos se dirigiam pela porta – Nós também vamos para a cidade.

Antes de sair, fui até o armário embaixo da escada e peguei um taco de baseball. Um taco de metal que nunca havia sido usado, e eu preferia não precisar de usá-lo.

Todos estavam lá fora me esperando. Era uma noite agradável, pelo menos o clima de início de verão, o céu estrelado e um vento quente que confortava o corpo, se não fosse o medo do desconhecido.

Entrei no carro do Eduardo e seguimos logo atrás do carro de Lucas. A estrada de terra escura, iluminada somente pela luz da lua nunca pareceu tão assustadora. Ao chegar na rodovia, vimos uma frota de carro seguindo da direção contrária à cidade, isso me fez ficar apreensiva. Todos fugindo da cidade e nós indo diretamente para o perigo, até então desconhecido.

Em poucos minutos estávamos na entrada da cidade, podíamos ver alguns focos de incêndios à distância. Quando viramos em uma rua, uma horda de pessoas ensanguentadas cercaram os carros. Elas tentavam entrar, e ficavam passando suas mãos cheias de sangue e ferimentos no vidro. O pânico tomou conta de nós dentro do carro, e eu apertava com força o taco, pressionando-o contra o peito, quando Eduardo pisou fundo no acelerador passando por cima dos seres na frente do automóvel. Eu podia ouvir o barulho dos corpos se chocando contra o para-choque.

Quando tomamos distância da horda, o outro carro já havia sumido. Nem em todos os filmes e séries de zumbi que eu havia visto eu imaginaria que aquilo se tornaria real. Eu não conseguia pronunciar nem meia palavra. Estava em choque.


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