Todos os convidados estavam sentados, cobrindo boa parte dos bancos da igreja. Os noivos estavam do lado de fora se olhando por um momento, enquanto esperavam o sinal para entrarem. Seus olhares refletiam a esperança de um futuro de paz, onde pudessem viver seu amor sem problemas.

Uma valsa começou a tocar. Eles olharam na direção do padre, ao lado da Saori, e começaram a caminhar lentamente, adentrando a igreja. Todas as atenções estavam voltadas para eles. Eles sorriam olhando para os amigos, colegas, e umas cinco crianças do orfanato (as únicas que aceitaram usar aquelas roupas de gala desconfortáveis). Não havia uma só pessoa ali que não estivesse contente pelo casal. Seiya estava usando um belo smoking, e Minu trajava um vestido branco tão bonito quando o que Saori costumava usar. E Seiya estava emocionado pela cerimônia poder contar com a presença de sua irmã Seika, que também demonstrava estar feliz pelo casal. Os noivos finalmente pararam diante do padre e da Saori.

O padre deu dois passos para o lado oposto, para Saori se colocar na frente dos dois noivos. Estava lá mais como a Deusa Atena do que como Saori. Segurava aquele báculo dourado, e começou a falar.

– Seiya... Durante todo esse tempo, você demonstrou sua coragem e bravura, passando por batalhas muito perigosas e provando ser um honrado cavaleiro de Atena. Como recompensa por seus atos heroicos, eu dou a minha bênção à você e à sua noiva Minu. – tocou nos ombros do rapaz com o símbolo dourado no topo do báculo, e em seguida, fez o mesmo com os ombros da moça. – Desejo a vocês toda a paz e felicidade do mundo, nessa união que se inicia.

A essa altura, alguns convidados precisavam segurar sua lágrimas, o primeiro a ceder foi Shun Amamiya. Agora Saori se pôs de lado e o padre ficou perante a eles. Citando o típico discurso de padre.

– Seiya, você aceita se casar com Minu, para amá-la na riqueza e na pobreza, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, até que a morte os separe ?

– Aceito. – disse Seiya, olhando de relance para a sua noiva.

– E você, Minu, aceita se casar com Seiya, para amá-lo na riqueza e na pobreza, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, até que a morte os separe ?

– Aceito! – disse Minu, toda contente.

– Então eu vos declaro, marido e mulher. – fechou o livro que segurava. – Vocês já podem se beijar.

Seiya e Minu viraram um de frente pro outro, e pela primeira vez, se beijaram em público. Todos aplaudiram o casal feliz, e quase todo mundo não aguentou e começou a chorar. O casal se virou e começou a caminhar lentamente para fora da igreja, enquanto algumas pessoas jogavam arroz neles. Saíram da igreja, e agora uma limusine esperava por eles para que pudessem ir para a festa do casamento.

***

Agora, todos já estavam na festa.

Seiya e Minu estavam comendo em uma das mesas. Depois de um tempo, foram bater um papo com os outros cavaleiros, todos vestidos formalmente.

– A festa está ótima. – disse Shiryu, bebendo um gole de sua bebida.

– É, e esse é só o começo de uma nova vida. – comentou Seiya, abraçando Minu com um braço.

– Eu estou muito feliz por vocês. – disse Shun, com os olhos úmidos. – Eu estou muito feliz que você tenha se casado Seiya, isso deve ser ótimo. – Shun não aguentou e começou a chorar de leve, fungando também.

– Shun, não se preocupe. Tenho certeza de que um dia você também vai se casar. – disse Ikki, pondo a mão no ombro do irmão mais novo.

A voz do DJ anunciava que iriam começar as valsas. Seiya e Minu se olharam de maneira marota, querendo pôr em prática um plano. Minu se afastou.

– Ah, qual é, Shun! – disse Seiya, puxando o amigo pelo braço. – Não seja tímido, arranje um par! – empurrou ele na direção da mesa onde June de Camaleão estava sentada sozinha, com a máscara no rosto, para não violar o código das amazonas.

– Ah... Oi June! A festa está ótima, não ?!

– Você tem algum par pra dançar, Shun ?

Enquanto isso, há alguns metros dali, Minu chamava sua colega de trabalho, Eiri.

– O que foi, Minu ? – perguntou ela.

– Dance um pouco, você está muito parada.

– O que é isso Seiya ?! – perguntou Hyoga, sem entender porque estava sendo empurrado para Eiri. – Ahn... você tem um par pra dançar, Eiri ?! – perguntou o loiro, envergonhado.

– Não.

Logo, os noivos estavam sentados se divertindo muito com as travessuras. Shun e June estavam dançando uma valsa, sem nenhuma timidez, pois se conheciam muito bem. Ao contrário de Hyoga e Eiri, que dançavam meio envergonhados. Já Shiryu e Shunrei eram praticamente um casal. Enquanto Ikki dançava com uma conhecida da Minu, sem nenhuma emoção.

Chegou a vez da valsa especial dos noivos.

***

No fim da valsa, Seiya e Minu se beijaram apaixonadamente, recebendo aplausos de todos. Era a vez de a noiva jogar um buquê para que a mulher que conseguisse pegá-lo fosse provavelmente a próxima a se casar.

Minu ficou de costas, segurando o buquê, fechou os olhos e o jogou com tudo para trás. A felizarda que conseguir pular mais alto e apanhar o buquê foi Shunrei. Todas as moças a parabenizaram e ela, envergonhada, jogou o buquê longe.

– Ah! – exclamou a Deusa Atena, ao ver que o buquê foi jogado na direção de sua cabeça, fechou os olhos. Esperou uns dois segundos e os abriu lentamente, sem ter sentido o impacto.

– Está tudo bem, Saori. – disse Jabu, que foi rápido o suficiente para pegar o buquê.

– Obrigada. – disse ela, que estava feliz por ser chamada de Saori, e não de Atena.

***

Em alguma dimensão paralela, num lugar desconhecido, um homem de cabelos loiros mantinha-se meditando, com os olhos fechados. Parecia bastante concentrado.

– Shaka, o que está fazendo ? Observando o mundo dos vivos de novo ? – perguntou Mu, se aproximando dele.

– Estou assistindo à festa de casamento do Seiya. – disse ele, sem abrir os olhos.

– O Seiya está se casando ?! Não me diga que é com Atena!

– Não. – disse Shaka, saindo de seu transe e abrindo os olhos. – Parece que é com uma garota comum chamada Minu.

– Ah, entendo. Ainda me lembro da ocasião em que o Seiya me fez perguntas sobre casamento e eu falei da benção da Deusa Atena. Espero que eles sejam muito felizes.

– Eu também, Mu. – Shaka voltou a fechar os olhos. – Eu também.

***

Agora, os noivos estavam no quarto de hotel onde passariam a Lua de Mel. Ambos olhavam pela varanda o céu estrelado.

– Tantas constelações... todas nos abençoando. – disse Seiya.

– Sim. Ainda bem que tudo voltou ao normal, Seiya. Se você não tivesse conseguido por si só vencer tantas batalhas, não estaríamos aqui hoje.

– Eu não estava sozinho, Minu. Eu contava com a ajuda dos meus amigos. E com a sua ajuda também.

– Minha ? –perguntou ela, virando-se para ele.

– Sim, Minu. Durante as minhas batalhas, eu tinha em mente que eu precisava sobreviver para que pudéssemos nos casar e que Atena nos abençoasse. Você foi quem mais manteve viva a minha energia. – Seiya se virou. – É você quem faz elevar o cosmo no meu coração.

Iluminados pela luz das estrelas e pela Lua, os recém-casados se beijaram. A partir daquele momento, o destino de ambos era permanecer juntos para sempre.