Caros leitores, a sua atenção

Ou quem de vocês tiver a visão

Vamos contar uma história melancólica demais

De um noivo cadáver sedento de paz

Vai, vai chegar sua vez

A morte virá não importa o freguês

Você pode até se esconder e rezar

Mas do funeral não irá escapar

O nosso garoto era mesmo um pitel

Mas um dia encontrou uma moça cruel

Ela era bonita, mas sem um tostão

E o pobre garoto caiu na enganação

A mamãe disse: Não! Ele não quis ouvir

Então os pombinhos tramaram fugir

Vai, vai chegar sua vez

A morte virá não importa o freguês

Você pode até se esconder e rezar

Mas do funeral não irá escapar

Eles então combinaram de se encontrar

No meio da noite o segredo guardar

O smoking do pai lhe serviu muito bem

Quem tem amor não precisa de bens

Exceto umas coisas, por precaução

O ouro de casa e o relógio de um milhão

Junto ao cemitério, sob o flamboaiã

Um nevoeiro escuro, as três da manhã

Ele pronto pra ir, mas e a vilã? (e então?)

Ele esperou... (e então?)

No meio das sombras... Seria a garota?... (e então?)

O coração batendo!... (e então?)

Então queridos... Tudo ficou escuro...

Quando ele abriu os olhinhos... Tava morto então

O relógio roubado, que desilusão

O rapaz jurou que iria esperar

Por um amor verdadeiro, que o viesse salvar

Sempre assim esperando, aguardando o sinal

Até que chegou a mulher especial

Juntou-se a ele e a história real

Do noivo cadáver chegou ao final

Vai, vai chegar sua vez

A morte virá não importa o freguês

Você pode até se esconder e rezar

Mas do funeral não irá escapar