“Um Beijo Da Morte”

Lupus me carregou até o dormitório. Ele deve ter visto que eu estava completamente esgotada, até comentou:

-- Essa batalha de voz deve ter esgotado toda sua energia.

-- Nem...me fale...

-- Bom. Você deve descansar ou quer ouvir a Amy versus a Holy?

-- Eu sei que a Amy vai ganhar de qualquer jeito...

-- Ninguém vence aquela SuperStar...

-- Eu sei, foi isso que eu disse.

Encostei minha cabeça em seu peito, pensativa. O que eu faria na apresentação? Era solo, Lupus não podia me ajudar nem niguém. Pedi que ele me colocasse no chão ao lado dele. Por mais que não gostasse disso, ele aceitou. Voltando ao assunto: Eu realmente precisava treinar minha voz e minhas habilidades caso Lin quisesse cantar e me atacar ao mesmo tempo. Lupus deve ter entendido o que eu queria fazer, pois disse:

-- Kyuu, pra isso, você precisa treinar e descansar. Tem três dias pra isso.

-- Ah, durante esses três dias você vai cantar também né?

Ele não respondeu, só ficou calado, andando. Sorridente, perguntei:

-- É isso, não é? Você vai cantar durante esses três dias!

-- Eu não sei do que você está falando...

-- Você vai que eu sei!

-- ...

-- Você não é péssimo, eu gostei de você cantar a parte do Kaito na música Alice Human Sacrifice.

-- Eu estava empolgado até demais...

-- Mas foi boa!

-- ...

Decidi mudar de assunto, já que esse embaraçava o coitado. Lupus andava muito “sério” ultimamente. Resolvi perguntar:

-- Ei Lupus...

-- Diga...

-- Você tem andado muito sério ultimamente...

-- ...

-- Até me faz pensar que não sou boa companhia ao seu lado e que deveria partir...

Ele parou de repente. Fiquei surpresa. “ Sua burra! Tocou em outro assunto delicado...”. Lupus caminhou pesadamente até a mim. A sombra de seus cabelos loiros escondia seus olhos, o que me fazia pensar que ele virou tenebroso e faria algo ruim. Mas não, ele só me abraçou fortemente, dizendo em seguida:

-- Eu seria capaz de agüentar todas as coisas o possível, mas, ficar longe de você seria a primeira coisa que eu não agüentaria.

A frase me comoveu. As lágrimas de alegria rolaram sobre meus olhos. Abracei ele também, dizendo:

-- Eu seria capaz de cruzar todos os lugares do mundo ao seu lado, mas longe de você, eu não consigo fazer nada e nem ter consciência do que faço.

Ele sorriu, me abraçando mais forte. Depois de 3 minutos nos abraçando, voltamos a caminhar. Eu estava feliz. Lupus não me achava má companhia.

-- Kyuu, você jamais será má companhia para mim.

-- Você também, Lupus.

-- ... Você viu Zero nos últimos dias?

-- Acho que ele está a procurar a Gabriela Zephyrum.

-- Vou ajudá-lo, deve estar cansado também.

Ele ia dando meia volta, mas eu impedi, segurando seu pulso.

-- Você não vai fugir tão fácil.

-- N-Nani? Fugir? Eu? Pra quê?

-- Para não cantar.

-- Não sei do que você ta falando! Eu preciso ajudar um amigo!

Abaixei minha cabeça, afrouxando a força de minha mão. Uma dor enorme tomava minha cabeça. Uma voz dizia: “ Sofra! Morra! Mate Lupus Wild e em seguida, morra!!” . Cai de joelhos no chão. Eu não agüentava. Minha visão escurecia com aquela voz e a dor juntas.

~~~~~~~Lupus POV On~~~~~~

-- Kyuu? Kyuu?! Kyuubi!!

Ajoelhei-me ao lado do corpo caído de Kyuu. Estava incrivelmente pálida e muito quente. Segurei ela, onde em seguida, fui correndo para a enfermaria. Lá, encontrei Mari como enfermeira e várias outras pessoas.

-- Mari!

-- Lupus Wild, o que foi?

-- Ajude! É a Misaki!

-- O que ela tem? – já começou com tom de voz preocupado

-- Ela está muito quente, desmaiou do nada no corredor! Uma hora boa e a outra desmaiada e muito quente!

-- Coloque ela nessa maca, Lupus!

Fiz todas as instruções que Mari disse. O pano molhado, tudo. Ela colocou o pano sobre a testa de Kyuu, que arfava. Mari pegou o termômetro e colocou na Kyuu. Passando cinco minutos, Mari retirou e ficou pálida.

-- Ela...Ela está com 45° C.

-- 45°C?!

-- Como ela consegue sobreviver?

-- MARI!

Ela pegou alguns remédios e deu para o corpo de Kyuu engolir. Ele engolia, claro, mas isso só me deixava mais preocupado. Lin entrou na enfermaria e olhou para Misaki, como se não estivesse impressionada e disse:

-- Eh? Que pena, minha oponente estar assim, tudo bem, será obrigatoriamente minha vitória.

Num avanço rápido, segurei o pulso de Lin, que se virava para sair e disse:

-- Você sabe de alguma coisa, não sabe?

-- Não sei, mas se quiser falar comigo, vá no beco que tem ao lado do Globo enorme a noite.

-- ...

Soltei-lhe o pulso.Ela se virou e foi andando com algumas garotas que usavam leques. Kyuu ainda arfava muito. Mari disse:

-- Lupus, vá ao dormitório, você precisa deixar ela aqui.

-- ...

Aceitei a opinião de Mari, justamente pelo fato de eu ter que pegar uma coisa para Kyuu: Um amuleto que ela dizia ser bom para Haros e Humanos. Fui correndo, assim sem querer me esbarrando em Lass, que disse:

-- Lupus, por onde vai com tanta pressa?

-- Pegar uma coisa!

-- É para a Haros?

-- Sim!

-- Vou com você.

Parei, assim em seguida me virando para ele.

-- Não, você não vai.

-- Eu vou. Eu apoiava Lin x Lupus pois Lin era boa na época, mas agora, ela virou uma psicótica por você. A Haros não, ela é normal, não sente ciúmes e é até calma. Um dia atrás ela me ajudou a criar um criativo em Arme, ela estava machucada. Outro dia ela me ajudou com minha perna ferida, me levando até a enfermaria. A Haros limpou minha ferida e colocou um curativo. Eu vou ajudar.

-- ...

-- Sem mas. Eu irei, sou eternamente grato a sua namorada, e se ela me pedisse em namoro, eu aceitaria.

-- Eu vou ali falar com a Arme...

-- Não! A Arme é minha namorada, é exemplo!

-- Estou a brincar, vamos.

-- Antes de tudo, o que tem com a Haros?

-- Ela tem nome, e ela está com uma febre de 45°C.

-- TUDO ISSO?!

-- Sim.

Lass não reclamou mais e nem perguntou mais. No percurso inteiro até a enfermaria. Mas sem querer de novo, bati numa pessoa, dessa vez, uma garota. Tinha cabelos negros e lisos, uma mascara em um dos olhos, uma espada enorme e azul com asas nas costas, armadura azul. “Essa deve ser a Gabriela Zephyrum.”

-- Ei, qual é seu nome?

-- Pra quê quer saber?

-- Um amigo.

-- Gabriela.

-- Sobrenome?

-- Zephyrum.

-- Eu sou Lupus Wild, muito prazer.

-- Namorado da minha meia-irmã?

-- ...Sim.

-- Bom, eu vou indo, preciso encontrar meu marido, cuide de Kyuu, ela está melhorando não sei como, mas está. Sua febre está de 45°C pra 30°C.

-- ?!

Fui correndo para a enfermaria. Kyuu estava mesmo melhorando. Lass se aproximou dela e a observou.

-- Coitada, tão jovem e gentil...

-- ...

-- Ei Lupus, tu se casou com ela?

-- Sim.

-- Uau!

-- O que?

-- Nada.

-- ...

-- Com quantos anos?

-- Nove anos de idade. Os anciões nos escolheram para nos casarmos.

-- Cadê o anel?

Mostrei a ele o anel com uma asa de anjo dourada. Ele examinou com cuidado.

-- Eu achava que era um dispositivo para voar...

--... Imaginação Fértil.

-- Meninos! Parem de falar! Aqui é uma enfermaria, quase um hospital!

-- Gomene! – dissemos.

-- Bom, ela está se recuperando rápido. Se sua febre chegasse a 46°C ela estaria morta. É como se ela tivesse beijado a morte e por pouco ela não tivesse retirado sua vida.

-- ...

~~~~~~Kyuubi POV On~~~~~~

Abri meus olhos aos poucos. Lupus estava com a cabeça na maca, segurando minha mão. Lass estava na porta, sentado numa cadeira. Mari media minha temperatura.

-- O que...aconteceu?

-- MISAKI! – disse Lupus, levantando a cabeça de repente.

Levei um susto. Todo calminho num instante, agora agitado. Que é isso?!

-- Misaki é seu nome? – perguntou Lass

-- Sim...

-- Bom, “Misaki”, sou eternamente grato a você.

-- Pelo quê?

-- Por ter salvado-me muitas vezes.

-- Era nada, é só o que eu faço quando vejo alguém bom indefeso.

-- Vê Lupus? Ela me acha bom.

-- Cala a boca! Misaki, o que sente?

-- Tontura...

Olhei para a cabeceira da cama. Havia uma faca para cortar pílulas e fazerem os pacientes engolirem. Senti de novo aquele sentimento que tive antes de apagar. Minha visão novamente ficou turva.

~~~~~~Lupus POV On~~~~~~

Kyuu pegou uma faca que tinha na mesa de cabeceira e num golpe, cortou meu braço direito. Gritei de dor, ao mesmo tempo, caindo ao chão. Kyuu se levantou da cama, dizendo com uma voz familiar e a dela:

-- Eu sou a verdadeira Misaki, se não ficar com a Lin, eu lhe torturarei até ficar. Lin é quem te merece, não uma Haros idiota igual a mim.

Eu recusei, mas perguntei a Mari:

-- Essa voz, Mari...

-- Lin, está no corpo da Misaki.

-- Tem alguma forma de tirar?

-- Tem mas...

-- “Mas”?

-- Passaria para seu corpo.

-- Dane-se! Me diz logo!

Mari sussurrou em meu ouvido o que era. Eu entendi e sabia o que fazer. Corri até Kyuu, mas seria fácil se ela não jogasse facas em mim. Desviei delas né, mas quando cheguei em Kyuu, segurei seus pulsos.

-- Veio dizer que vai se declarar para Lin?

-- Não Lin, vim fazer algo pior.

-- ?!

-- Vou te tirar da Misaki!

-- Impossível, eu não sairei.

-- Mostrou que é a Lin.

-- D-droga!

-- Chega de papo furado.

Aproximei meu rosto com o de Kyuu rapidamente, beijando-a. Eu segurei o ar até sentir que Lin estava em meu corpo, assim, saindo de perto de Kyuu, que teve a consciência de volta. “Idiota! O que você fez?” soou a voz de Lin em minha cabeça. Cai no chão, duro. Sentia meu corpo queimar e minha alma sair. Não podia duas almas em um mesmo corpo. Eu iria morrer de verdade ali mesmo.

~~~~~~~~Kyuu POV On~~~~~~~~

Estava de joelhos, caída no chão. Quando minha visão focou, vi uma multidão de gente em volta de alguém caído. As vozes eram: “ ????, agüente firme!” “Calma ?????, você precisa resistir!”. Lass me viu caída. Veio até a mim, segurando meu pulso e correndo.

-- Lass? O que você...

-- Vem Misaki, vou proteger você.

-- O que...

-- Não olhe para trás!

Fiz o contrário: Olhei para trás. Diante das pernas das pessoas, vi um rosto incrivelmente pálido, se contorcendo de dor. Os cabelos loiros, as orelhas...De repente, tudo fez sentido, me fazendo chorar imensas lágrimas. Aquele era Lupus, e ele se sacrificou para tirar o ser que me possuía.

“Capítulo 15: Novo parceiro.”

Talvez , eu disse TALVEZ será postado hoje o capítulo 15, mas, eu fiz até o 16, se bem que não tenho certeza que é isso mesmo que vai acontecer. Lothos quer o apoio de vocês para que a resposta da Kyuu seja positiva. [Capítulo 15 é a hora que saberão.]