É engraçado como o tempo passa devagar quando se sofre. Os segundos viram horas. Eu já estava casada a um ano com Mike. Um ano que contei cada segundo desde o sim na igreja. Um ano sem ver Edward. Um ano morando em Londres. A fria Londres refletia meu humor. Eu era a pessoa mais triste e solitária do mundo. A nossa casa ficou para trás e viemos para um apartamento discreto no centro em que ele dirigia seus negócios e eu posava de Sra. Newton. Hoje estava particular mente frio demais e o vento gelado cortava a pele se ficássemos muito tempo expostos a ele.

- Sra. Newton gostou do corte? – disse a simpática cabeleireira.

- Está lindo. – modo automático ligado a mais de cinco meses. A última visita dos meus pais.

Levantei. Paguei e fui embora, Não tinha mais nada para fazer e quando cheguei em casa estavam todos lá. Os pais de Mike, meus pais e é claro....Mike. Meu insuportável marido.

- Isabella! – disse minha mãe sorridente. Olhei suas roupas, estava mais vestida que o normal, a noite foi boa.

- Oi mãe, não esperava por você aqui.

- Sirva-me uma bebida Isabella. – disse Mike frio. Fui até o bar e peguei uma bebida. O servi como uma boa esposa e sentei ao lado de meus sogros.

- Queríamos discutir o fato de que vocês ainda não tiveram filhos. – disse meu pai olhando para mim. A culpa com certeza era minha.

- Casei com uma pessoa seca! – disse ele batendo o copo numa bancada. Respirei fundo. Tínhamos que ter essa conversa logo hoje?

 - Sabe Mike a pressão em cima dela não ajuda.

O que não ajudava era o fato de que não íamos para cama, Mike viajava e quando voltava eu estava numa situação que impossibilitava o ato. O remédio de Alice foi de muito grado e eu consegui em Londres um similar, esse tinha efeitos mais fortes. Mas valia a pena o prejuízo. Não ter Mike em mim era um sonho. Poucos que consegui realizar.

- Acho que ela precisa ir num médico. Isso não deve ser normal. – minha sogra falou.

-  Eu vou levá-la. Não voltaremos agora, temos o jantar beneficente então podemos nos ajeitar.

Minha mãe sempre tentava remediar. Ela desconfiava, mas se calou. Eu pensei dela não ter essa atitude, mas ela amou, não foi amada e sofreu durante todos esses anos. Um filho poderia esperar mais um pouco não? Uma hora eu teria que dar esse filho, mais um para mais tarde me desprezar. Eu já não via mais nada além de ódio, mágoa e rancor. Já me sentia incapaz de amar alguém ou lembrar do que era amor. Muitas vezes eu acordava e sentia o cheiro de Edward e chorava pelo que não aconteceu, mas eu parei nos últimos meses. Tudo ficou vazio e frio como Londres.

- Então está resolvido. Mike como está as coisas com os Cullens?

- Péssimo. – ele disse quase cuspindo. – Jasper não aprovou a emenda então minhas obras estão paradas. Londres me abriu novas portas.

Era isso. Os Cullens eram Jasper e Edward que a meses estavam dando um trabalho para Mike se manter rico. Acho que só mantínhamos a pose porque meus pais mandavam uma quantia absurda todos os meses. Eu me perguntava o que Edward estaria fazendo e o porquê disso, mas deixei para lá.

- Isabella já  escolheu seu vestido? Vamos...

Minha mãe e minha sogra começaram um lindo papo de como eu deveria me comportar, mas eu sai de órbita na primeira frase dita com a porta do quarto fechada. Depois que todos saíram eu tomei um banho e fui separar as coisas para a festa. Quase não saíamos e quando o fazíamos Mike voltava um pouco alterado e dormia no carro mesmo. Alguém o levava para o quarto e pronto. O dia recomeçava.

Sem ânimo, cansada e sem vontade de muita coisa. Eu me arrumei, estava bonita com um vestido de seda azul. Prendi um pouco meus cabelos. Coloquei uma presilha combinando e saltos bem alto. Eu estava bonita para quem visse de fora.

- Vamos logo porque estou com vontade de te comer hoje. Vamos ver se dessa vai!

Ele sempre falava isso. Sempre voltava bêbado e não fazíamos nada. Eu já estava acostumada. O motorista nos esperava na porta e entramos. Olhei para fora apreciando a paisagem. Mike pelo jeito já tinha bebido. Entramos de mãos dada no jantar. Cumprimentei meus pais, meus sogros e todo o resto de gente que tinha naquele lugar. Eu poderia beber para perder os sentidos, mas isso não me pareceu uma boa idéia, só bebi na minha lua de mel para conseguir consumar o ato, mas acabou que  dormimos os dois exaustos e bêbados. No outro dia eu passei tão mal que quando Mike viajou eu ainda estava de cama.

Não via mais nada na minha frente além de pessoas iguais e bem arrumadas. Precisava de ar. O lugar estava lotado e o leilão não havia nem começado. Folhei o panfleto que continhas as coisas do leilão e um item me chamou atenção. A primeira edição das obras de Jane Austen. Algo raro e que eu queria. Só que não teria.

Andando pela festa com uma bebida na mão só por puro hábito.

- Te encontro no banheiro. – uma voz que eu tanto conhecia e que me fez sorrir. Eu sorri. Nunca mais fiz isso. Um arrepio quando a frase fez sentido. Ele queria fazer uma loucura dessa? Olhei ao redor e não vi mais ninguém. Eu queria tanto vê-lo... sentia tanto a sua falta. Deixei o copo em qualquer lugar. E fui ao banheiro. Encontrei Alice e abracei. Foi imediato. A saudade e o amor que eu sentia por ela me invadiram. Eu amava a única amiga que tive.

- Bella! – ela me olhou e me analisou. – Ele está lá dentro. Vou colocar alguém aqui. Fique o tempo que precisarem.

Pelo seu olhar ela viu o quanto destruída eu estava, mas mesmo assim não falou nada. Respirei e entrei. Alguém trancou a porta. E a visão magnífica de Edward tomou conta de tudo.

- Amor... – ele disse emocionado. E eu corri para seus braços e chorei. Chorei o que guardei, o que prendi, o que não conseguia mais verbalizar nem para mim mesma.  

- Edward...

E ele me beijou. Nosso beijo intenso e cheio de saudade e dor. Ele me empurrou para uma parede qualquer e gemi com aquilo. Eu precisava dele em mim e ele sabia disso. Passou a mão e subiu meu vestido. Era divino o seu toque. Ele sabia como me agradar. Rele sabia onde me tocar.

- Bella... – ele gemeu em meu ouvido e ajudei com as calças dele. Eu não ia esperar mais nada. E assim que seu pênis saiu ele me penetrou e eu quase gritei de tanto prazer. Ele começou devagar, eu tinha urgência em sentir algo além de dor. Que queria o amor e prazer.

- Você... – ele estocava em mim – Está apertada... ai Deus...

- Isso... mete..

E ele metia em mim com mais força e eu amava receber cada prazer que ele tinha a me oferecer. E chegamos juntos ao êxtase. Eu estava ofegante e ajeitando meu vestido quando ele me beijou de novo. Ele estava desalinhado. Eu ri com seus cabelos rebeldes... a visão de um homem pós-foda.

- Eu te amo. Senti tanto a sua falta.

- Eu também.

- Vamos ficar juntos. Não é o fim.... Bella..

Alguém bateu na porta e nos ajeitamos. Alice entrou alguns minutos depois.

- Bella precisa ir. Mike está um pouco alterado e já falou que vai embora sua mãe está te procurando... eu a encontrei e disse que estava avaliando algumas peças... reconte a mentira por favor.

- Claro.

E depois de uma outra ajeitada sentindo os olhos tristes de Edward eu sai sem olhar para trás. Se olhasse eu não voltaria para a prisão que me cercava. Mike estava muito alterado mesmo e rapidamente nos colocaram no carro e o motorista nos levou para casa. Sorri tomando banho pensando que em um ano eu nunca consegui ser tão feliz. Passou rápido. Rápido demais. Eu precisava de mais. Para conseguir encarar as coisas... eu precisava de mais.