–Oh Ruby... É... Me perdoe... -Me levantei começando a ficar inquieta e sem saber exatamente o que deveria falar,Ruby era esperta demais será que já havia desconfiado de algo? Espero que não. -Eu pensei,é que eu pensei... -Comecei a soar e andar em círculos intermináveis e ela ainda estava meio pálida e estava tão perplexa quanto eu e nada havia dito até agora,então já tinha quase uns 2 anos que eu não sabia mais o que era derramar uma lágrima e no mesmo instante me senti sufocada por pensar em tantas coisas e planejar tanta coisa sem que nada saia errado,que me joguei naquele chão imundo mesmo da praça mal cuidada que me pus a chorar, chorei muito,todo meu estoque de lágrimas guardados lá no fundo estavam saindo,eu o estava eliminando.Ruby,já estava do meu lado colocou minha cabeça sobre suas pernas e acariciava meus cabelos me dando conforto e eu não deveria confiar nela nem em seus gestos,mas ainda assim o fiz e chorei por quase 30 minutos,presumo. Ruby então disse:

–Quer me contar alguma coisa? -ela dizia em um tom meigo,quase como uma mãe falando a sua jovem filha que possivelmente estaria chorando pela sua primeira decepção amorosa.

–Não,não tenho nada. -Me levantei secando as lágrimas e recomeçando á falar:- E me perdoe,é que eu pensei que fosse... Não sei bem. -Dei um meio sorriso nervoso. -Um assaltante,não sei. -Tentei não encará-la,o que eu dizia não era bem mentira,mas também não era a mais pura verdade.

–Tudo bem,é assim mesmo. Só não entendo porque você não quis dormir lá na boate,não é bem confortável mas é melhor do que um banco de praça em meio a um dos bairros mais perigosos. -Ainda sentada no chão eu um sorriso companheiro.Me sentei no banco,queria contar á Ruby,mas eu tinha certeza ainda não era a hora. Ela segurou minha mão e então terminou: -Gostei muito de você,sabia? -Demos dois sorrisos verdadeiros e meio sem-graça,mas sinceros. -Sei que você tem problemas,problemas graves,posso sentir isto pelo seu olhar e o modo preocupada e preparada que você anda. Não devem ser problemas fáceis de serem compartilhados,mas estarei por aqui pra te ouvir.

–Sim,eu tenho problemas muitos graves e quem sabe um dia estarei preparada para compartilhar. E tenha certeza vai ser a primeira a saber de tudo. -Nos abraçamos e daquele momento em diante eu sabia que já não era mais sozinha,ainda não considerava uma amiga,mas tinha alguém com quem eu pudesse conversar sobre coisas banais,ao menos.

–Ok,agora vou indo. Tem certeza que prefere dormir aqui? -Perguntou já se podo a ir em direção á boate.

–Sim,aqui está bom. -Menti feio naquele momento e ela fez uma careta e foi despedindo-se com um aceno,eu retribui e me recostei no banco indo dormir,não mais segura mas um pouco mais leve,chorar até que me fez bem.

Quando fechei meus olhos,estava sonhando...

Era um lugar escuro,parecia um labirinto,não sabia exatamente como tinha chegado até lá. Ouvi um disparo na minha direção,não tinha me acertado e por instinto sabia que precisava correr,correr o máximo que eu pudesse. Corri muito,corri com todas as forças,com forças que eu não tinha,mas eu corria rápido,muito rápido,olhando vez ou outra para trás e sentia que sim estava sendo perseguida. Eu não conseguia sair a lugar algum naquele labirinto,então vi uma saída bem distante e com um impulso que sem dúvidas fora Deus quem o me dera para fugir, corri mais veloz do que antes,minhas pernas já estavam fraquejando,mas já me dominava o instinto de sobrevivência. Eu estava próximo de uma saída quando dei um meio sorriso,como se eu já o fosse consegui. Conseguir fugir. E de repente dei de cara com um penhasco e eu não conseguia parar,olhei para trás e lá estava ele ... Dean. Eu não conseguia ver seu rosto mas ele estava com a arma apontada em minha direção. Então,num impulso me joguei penhasco abaixo e então ouvi o disparo e quando olhei para baixo eu estva sangrando,morrendo... Ele conseguira, conseguira acabar comigo,fora mais esperto...

–Não,não,não. NÃOO. -Gritei com toda força que eu possuía,agora já desperta vi que algumas pessoas já estavam ao meu redor,mas um homem alto de cabelos negros grandes próximo dos olhos,me segurava em seus braços como se fosse me proteger. Ele tinha uma pinta próximo do olho esquerdo e logo pensei 'extremamente sedutor',eu sei não deveria ser meu pensamento mas eu sou humana. Comecei a me acalmar e ele dizia as outras pessoas para poderem sair que eu estava bem. As pessoas se afastaram,então ele disse:

–Acalme-se,posso te ajudar? -Ele tinha a voz mais meiga e carinhosa que eu já escutara e me olhava com ternura,seus olhos tinham cor de mel eram perfeitos e sua boca rosada tinha o contorno mais delicado,seus traços eram de um bebê,mas com os braços fortes e obros largos que ele tinha presumi que fosse bem forte. Ele me deu um sorriso como quem fosse perguntar novamente se eu precisava de ajuda pacientemente.

–Não,não,eu só tive um pesadelo está tudo bem. Obrigado,mesmo assim. -Agradeci já me retirando de perto dele,confesso que estava estremecida com aquele homem,então perguntei: -Ah,como você se chama? -Acho que corei quando ele pegou na minha mão e respondeu:

–Sam Padaleck e você? -Ele sorriu e eu me sentindo corada também sorri.

–Joanna... Ou Jo,como queira. -sorri novamente sem graça,soltando sua mão.

–É um belo nome. Aceita tomar um café? Acho que você ainda não o fez. -Sorri cabisbaixa e aceitei o pedido que me foi inocente de ambas as partes e saimos em direção á uma lanchonete que estava bem próxima.