Caminhos De Sangue. escrita por Wallas Reis


Capítulo 1
Como tudo começou.


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem, e booa leitura.!



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Não sei nem como começar, porque essas coisas acontecem comigo? Sempre comigo, quando está tudo bem e parece que vai melhorar, algo ruim acontece e te destrói, te deixa mal, e você não tem saída foi assim que eu fiquei. Tudo começou do jeito mais estranho possível...

Eu estava dormindo tranquilamente, quando acordo assustada com gritos, e ao sair do quarto encontro a... A minha mãe no chão em um estado deplorável totalmente bêbada e desfalecida, meu pai tentava reanimá-la a gritos e tapas que não adiantavam nada, eu, eu ficava só ali parada olhando, tentando de alguma forma ajudar mais eu não conseguia aquela cena me deixava estática, sem reação, como uma mulher pode fazer aquilo consigo mesma, com a família dela, se é que podemos chamar isso de família. Aos pouco ela foi reanimando, já estava no sofá que o meu pai havia a colocado, e quando ela se levantou e nos olhou como nada tivesse acontecido e ainda disse – porque essa cara de espanto, bobinho. Eu não pude acreditar que ela ainda brincava com aquilo, que ela dizia ser sua vida, eu estava começando a me sentir estranha então fui para o meu quarto, tranquei a porta e despejei toda a minha raiva nele, o que pude gritar, gritei; o que pude quebrar quebrei. Fiquei ali aonde considerava meu mundo, não sair por duas semanas e isso me custou um preço, o meu pai e a louca da minha mãe, decidiram me levar no psiquiatra, sendo eles dois que necessitavam.

{***}

Enfim o dia da consulta chegou e lá pelas tantas da manhã fui acordada sem um mínimo de vontade, as semanas que eu passei naquele quarto me deixaram hostil, antissocial, com medo. Mas mesmo assim fui arrastada e obrigada a ir, na sala de espera levava o meu pensamento para o mais longe possível tentando fugir de tudo e de todos quando me assustei com a recepcionista me chamando.

– Laura? O doutor Rafael lhe espera na sala 110, é só seguir direto e no final dobrar a esquerda.

Olhei para a o rosto do meu pai e depois da mulher que tinha um sorriso de ponta a ponta o que me dava vontade de vomitar. Aquela era a minha primeira secção, os meus pais já vieram conversar com ele então disseram varias mentiras sobre mim já que nenhum dos dois me conhece, e lá estava eu de frente pra porta da sala 110 procurando a coragem para abri-la e entrar, quando estava colocando a mão na maçaneta a porta foi aberta me dando um susto e dentro da sala um senhor que me deixava tremula falou:

– Oi Laura, como vai você?

Eu entrei e me sentei, o silencio ecoava na sala e ele me olhava, e fazia as perguntas e eu só o respondia com um uhun, não e poucos sim. Foi assim o começo daquela semana, eu teria que ir todos os dias de segunda a sexta, mas foi na sexta que eu achei estranho, cheguei à sala entrei e me sentei como de costume.

– Oi Laura, como vai você hoje?

– O senhor precisa mesmo de resposta? – perguntei.

– Não precisa responder se não quiser.

– Sei lá, doutor, hoje me sinto mais leve – menti pra ele e pra mim mesma – eu escrevi.

– Que bom, pelo visto estou vendo que gostou da ideia que lhe dei – disse ele com um sorriso – e quando posso ver o que escreve?

– Pra que doutor? – perguntei com medo – o senhor nunca vai entender... Nunca vai entender que quero ficar no meu mundo, no meu eu.

– Desculpa, só queria saber mais de você.

– Para!! Para com isso – gritei tentando me livrar daquilo – deixa minha vida.

– Laura estou aqui para lhe ajudar. – disse ele parecendo preocupado.

– Não, não está.

– Você quer mesmo parar? – ele perguntou – ou quer que mude de assunto?

– Desculpa doutor, é que... Ouço gritos, sinto um cheiro forte de álcool, e tudo muda... Me sinto fraca, tento fugir mas eu não consigo... Tudo gira tudo muda.

– O tempo todo, ou só às vezes? – perguntou confuso.

– Só às vezes – com os olhos voltados para um lugar distante – quero que isso acabe... E quando estou no meu mundo, isso muda, não quero ninguém lá.

– E nesse seu mundo você é... – ele deu uma pausa – sozinha?

– Não, ou melhor... Eu não sei, o meu diário é tudo, é meu mundo, meu amigo, meu refugio.

– Ele é como o seu baú de segredos, certo? – perguntou concluindo.

– Não... Quero dizer sim, você não me entende – falei.

– É eu não entendo, mas estamos aqui para isso.

– Porque quer me entender? Nem eu me entendo.

– Aos poucos estou aqui lhe conhecendo e sabendo mais de você, e quero que também se entenda, é como um trabalho em grupo – tentou se explicar – eu, você e seu diário. Se você deixar que eu lhe ajude, tudo começa por você Laura.

– Tá bom doutor, posso ir? – perguntei tentando me livra daquilo – o senhor é muito serio e isso me deixa nervosa, não sei o que falar.

– Desculpe, também estou nervoso, sempre fico assim ao conhecer um novo amigo. Somos amigos não é?

– Amigos?

– Sim, podemos ser?

– Porque você quer ser meu amigo? – perguntei querendo entender - Sempre fui à estranha, a desengonçada e emo, a filha do casal maluco da rua... Ninguém, ninguém quer ser meu amigo.

– Pra jogar conversa fora, rir e até chorar se precisar, mas só se for de alegria.

– Você não tem medo de mim?

– Medo? – perguntou estranhando – porque teria medo de uma menina tão linda?

– Eu não sou linda e nem nunca fui.

– Aposto que os meninos falam da sua beleza ao passar por eles... – disse ele percebendo que não achei graça nisso – me diga Laura tem alguém nesse coraçãozinho?

– Não, eu mal saio de casa e já fiquei duas semanas trancada no meu quarto, e não tenho tempo pra isso – disse um pouco furiosa – e não sou muito social.

– Lhe entendo um pouco, meu filho o Miguel também é meio assim, ele não gosta muito de se associar com pessoas.

– Miguel? – perguntei.

– Sim, meu filho – disse ele com um sorriso – Laura estamos pertos de acabar a secção de hoje.

– Bonito nome.

– Foi ideia do pai - ele disse brincando.

– Muito bonito o nome, Miguel.

– Então Laura, quando vai me trazer o diário para conhecer?

– Não doutor.

– Está bem – ele fez um semblante como se tivesse uma ideia – aceita ir um dia jantar na minha casa com você e seus pais?

– Jantar? – perguntei sem entender – mas doutor, você está louco?

– Como diz um velho ditado: “de medico e louco todos temos um pouco” – tentou ser engraçado – porque estaria louco?

– Por nada, mas o Miguel... – tentei dizer mais não conseguir – gostei do nome dele, Miguel... Da vontade de repetir vaaaarias vezes.

– Se aceitar o meu convite mando ele ir lhe buscar – disse – é só me ligar que marcaremos.

– Mas... Está bem.

– Então é só me ligar.

– Posso ir?

– Sim, já terminamos.

– Esta certo – olhando meio desolada com um semblante triste – aa, ADEUS DOUTOR.

– Até breve Laura.



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Notas finais do capítulo

E aê gostaram? reviews? Quero saber o que acharam hehehe. =D
(desculpe os erros é a emoção kkk)



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