Demigoddess escrita por Pacheca


Capítulo 55
Oh Well


Notas iniciais do capítulo

É, o capítulo ficou mais curtinho mesmo, mas se eu fosse dar continuidade ia ficar muito extenso .q Prefiro fazer mais separado mesmo... Boa leitura :)



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Eu realmente não tinha muita sorte. No início achei que fosse só impressão, mas meu anel formigou. Olhei a pedra azul, estranhando. Deixei de lado. Ele esquentou.

Olhei para o lado. Charles e Dorothy estavam calados, ele tinha diminuído a velocidade. Abraçando a mochila, desci da caminhonete quando paramos.

Era uma fazenda até grande, com uma plantação de não sei o que atrás. Acho que algodão. Eles abriram a porta para mim, me empurrando para a sala. Tinha uma decoração de casa colonial. Até o telefone era um colonial.

O anel tinha esquentado. Agora eu tinha certeza, estava na hora de dar no pé. Devia ter mais alguém ali, porque ele não indicara perigo com o casal. A não ser que estivesse com defeito.

Charles parou do meu lado. Engoli em seco. Era ele. O anel continuava esquentando aos poucos. Daí pra frente foi uma bagunça só.

Dorothy estava prestes a ir para a cozinha, quando o teto tremeu. Até que eu vi que o que tremeu foi a casa. Charles, ao meu lado. Dorothy viu a mesma cena que eu e deixou o prato de biscoitos cair.

Eu faria o mesmo se visse meu marido de nem sei quantos anos se transformar numa cobra gigante.

No desespero, coloquei a mochila nas costas e, já com Mac10 na mão, puxei Dorothy pelo braço e a arrastei para fora da casa. Charles cobra veio atrás de nós.

– Dorothy, sabe dirigir? – Perguntei, ficando na sua frente, empunhando a Mac10. Ela deu de ombros. Aquilo era sim ou não? Ou não sabia? – Caramba.

– Não.

– Eu dou meu jeito, vai pra caminhonete. – Empurrei-a, mirando o cobrão na minha frente. O segundo em um dia, que lindo. Acho que no meio do nada, a interferência no meu super sinal era menor.

Ele tentou me acertar com o rabo. Bem, não tentou, me acertou. Voei até a parede da casa, sentindo meus pulmões batendo nos tijolos. Não doeu nem um pouco. Às vezes me esquecia do meu bloqueio.

Mirei a Mac10. Já não queria nem saber de não fazer barulho. Meti bala. Cravei bala de alto a baixo na cobra, até ele finalmente virar poeira. A nuvem de poeira já estava se refazendo.

Correi para a caminhonete e tranquei a porta. Dei partida, sem saber muito bem o que estava fazendo. Dorothy olhava a poeira se juntando aos poucos.

– Ele vai voltar, ai pode se divorciar. – Péssima hora para sarcasmo, mas saiu. Pisei no pedal do acelerador. Tinha que virar o carro para seguir na direção planejada.

Manobrar era até fácil. Fácil porque espalhou um pedaço do senhor cobra de novo, então me deu tempo. Consegui virar e pisei no acelerador. A Mac10 estava no meu colo.

– Mochileira?

– É, está mais para ferrada mesmo. – Respondi, tentando colocar o cinto sem deixar o carro desviar muito e bater no barranco. – Sinto muito, Dorothy.

– Obrigada. – Não sabia bem o que ela agradeceu. Podia ser por eu salvar sua vida, por prestar meus sentimentos. Sei lá. O ponteiro estava no 110 no velocímetro, e eu ainda achava pouco.

– Onde estamos indo? – Ela perguntou depois de um tempo em silêncio. Olhei o retrovisor. Nada de cobra gigante, mas não diminui a velocidade.

– Rancho Triplo G. – Respondi, respirando fundo. Não vi nenhum reconhecimento na face dela. – Estou atrás do meu irmão.

Ela concordou, calada. Desacelerei um pouco, mas ainda fiquei alerta, buscando algum sinal de Charles. Peguei o anel no colo, sentindo o ferro estígio frio.

Relaxei no banco.

Depois de algum tempo, Dorothy dormiu no banco. Parei a caminhonete, vendo a lua brilhando no céu. Não estava cansada. O bloqueio me serviu bem nesse ponto.

Peguei meu mapa e o estudei. Onde será que eu estava? Olhei a paisagem ao redor, vendo apenas parte dos pastos que o farol alcançava. Não tinha nada que me ajudasse ali. Só uma árvore.

Olhei o mapa de novo. Tinha uma árvore lá. Ela já estava lá? Olhei de novo. Tinha passado um pouco da reta do próximo “provável localização”, mas ainda estava perto. Sorri.

Eu não alcançaria o lugar de caminhonete, mas atravessar o estado a pé também não era boa ideia. Depois de considerar as opções, deixei Dorothy adormecida no banco e, só com o mapa e o celular, desci do carro.

Peguei água antes de atravessar a estrada. A mochila, eu esperava, mostraria para Dorothy que eu ia voltar. Acendi a lanterna, tirando o chip do celular e colocando-o no bolso, e segui para o mato, me orientando pelo mapa.


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Notas finais do capítulo

Ah, e eu demorei pq to fazendo um presente pra uma amiga .q



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