Demigoddess escrita por Pacheca


Capítulo 48
New Functions Prologue The Battle Of Labyrinth


Notas iniciais do capítulo

Povo, feliz 2015 para todos vocês. O primeiro capítulo do ano especialmente para vocês. Bem vindos à Batalha do Labirinto ^~^



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O Acampamento não parecia mais aquele lugar calmo para o qual fugíamos nas férias.

Na semana seguinte em que Dante se livrou do gesso e da tala no tornozelo e Chad já estava curado, decidimos ir para o Acampamento. A parte mais difícil fora convencer Yamamoto.

– Já te disse que não gosto daquele lugar. – Ele falou, deixando a porta do quarto dele aberta. Ele vivia no alojamento da escola, aquela onde fui procurar Quíron. Ele dividia o quarto com outro garoto, mas estávamos sozinhos. – Por que quer tanto que eu vá?

– Pode ser diferente agora. Você é mais velho agora. – Me sentei na cama, ao seu lado. – E não vai mais estar sozinho.

O sorriso que eu dei pra ele o fez revirar os olhos, soltando o próprio cabelo. Fiquei séria de novo, falando normalmente.

– Por favor, Japa. – A cara dele continuava não sendo uma das melhores. Os olhos amendoados tinham uma sombra sobre eles. – Me acostumei com sua presença.

– Quantos anos você tem mesmo?

– Vou fazer 19. – Franzi o cenho, estranhando a pergunta.

– Não acha que é muito velha pra brincar assim? – Ele se deitou atrás de mim, um braço sobre os olhos.

– Não acha que é muito novo pra ser tão ranzinza? – Retruquei, tirando seu braço do rosto. – Anda.

– Por que quer tanto que eu vá? – Ele se sentou de novo, me encarando. – Chad e Dante já não vão com você?

– Eu só queria sua companhia, mas fica ai então. Te vejo por ai. – Peguei minha bolsa, saindo do quarto irritada. Yamamoto tinha o dom de me irritar com facilidade.

– Elgin. Elgin! – Ouvi-o correndo atrás de mim pelo corredor. Ignorei, puxando a barra da minha camiseta. Ele me irritava, em contrapartida eu sempre o fazia se sentir mal por mim. – Para, miserável.

– Japa, me larga. – Ele tinha agarrado a alça da bolsa, me prendendo no lugar. – Você não quer ir, mas eu quero.

– O que eu ganho se eu for?

– Algo pra fazer nas férias? – Dei de ombros. – O Acampamento pode ter mudado.

Ele parecia considerar. Tinha se escorado na parede, prendendo o cabelo de novo. Me inclinei ao seu lado, sussurrando em seu ouvido.

– Você sabe que durmo no 11? – Sorri. – Nunca fui reclamada.

– Filha da mãe. – Ele suspirou, me encarando. – Volto em cinco minutos.

Ele saiu pelo corredor do alojamento, de volta até seu quarto. Esperei até ele voltar com uma mochila. Ri. Ele passou o braço por cima dos meus ombros.

– Vou dormir do seu ladinho. – Aquele sorriso torto imbecil estava de volta. Sai do alojamento rindo, indo em direção à van que nos esperava.

E agora, ali estávamos. Chad olhou ao redor, passando pelo pinheiro com o Velocino de Ouro. Dante o segui. Tive que dar um empurrão em Yamamoto pra que ele começasse a descer a colina.

Fui direto para o chalé 11, levando Dante e Yamamoto comigo. Assim que abri a porta, duas cornetas tocaram. Pisquei, percebendo Dante se assustar. Sorri.

– Connor e Stoll. Como estão meus garotos? – Disse, passando um braço sobre os ombros da cada um deles.

– Melhor com você agora. – Connor respondeu, sorrindo. Depois de muito tempo, aprendi a diferenciá-los. Apenas com o tempo, sem motivo algum. – Ei Dante e...

– Yamamoto. Seu irmão. – Pela primeira vez, todos ali presentes o fitaram. Japa deu um sorriso fraco, cruzando os braços. Um dos capistas mais velhos o reconheceu.

– Você foi o garoto que sumiu depois de botar fogo na camisa do Sr. D. – O encarei, de cara fechada.

– Foi um acidente. – Ele deu de ombros, pouco convincente. – É sério.

– Ok, depois a gente conversa. – Falei. – Ei, vocês viram o Percy?

– Ele estava no chalé dele tem pouco tempo. – Uma das meninas respondeu.

– Valeu, Leia. – Ela sorriu. – Não ponha fogo em ninguém. Eu volto logo. Faça-o companhia, Dante.

– O que? – Antes que ele continuasse com a ladainha, sai do 11.

Percy não estava no chalé de Poseidon. Caminhei até o Pavilhão, esperando achar alguém que soubesse dele. Encontrei o próprio, sozinho.

– Ei, Jackson. – Fui até ele, parando de frente para a fenda no chão do pavilhão. – Como vai?

– Tudo bem, Elgin. – Ele disse, encarando o chão. Pulei a fenda e o peguei pelo braço, levando-o até a mesa onde o 11 normalmente se sentava. – O que foi?

– Senta ai. – Apontei o lugar à minha frente. – Anda.

– Ah, tudo bem. – Ele parecia inquieto. Também, pudera. A última missão dele fora bem difícil. Ainda mais porque eu fugi sem ajudá-los. E ele não era acostumado com minha presença.

– Percy. – Respirei fundo. – É sobre os di Angelo.

– Olha, eu sei que prometi para ele que ia protegê-la, mas...

– Percy, você é mais novo que eu. E isso quer dizer que ainda é mais difícil ter uma carga dessa sobre você. – Era tão estranho conversar com ele daquele jeito. Parecia que eu estive com ele pelos últimos três anos.

– O que você quer saber?

– Nico e Bianca. Eles eram filhos de Hades, certo? Bem, Nicoo ainda é. – Ele concordou com a cabeça. – Mas não desse tempo?

– Como sabe disso? Não estava com a gente. – Ele respondeu, confuso.

– Não, eu não estava. – Suspirei. – Percy, eu sinto muito por ter ido embora depois de resgatar Chad. No caminho, encontrei essa menina morta, perto de um gigante de metal. Hoje sei que é Bianca.

– Pode ir direto ao ponto?

– Percy, não conte a ninguém. Ninguém mesmo, nem Annabeth, nem Grover. Ninguém. – Ele concordou, sério. – Nico e Bianca...Eles são meus irmãos.

– O que?

– Quieto. – Continuei, antes de perder a coragem. – Sim, eu sou filha de Hades, eu sou a culpada pela quebra total do pacto dos Três Grandes. Mas por favor, silêncio.

– Quem sabe disso?

– Pouca gente. E deve continuar assim. – Falei aquilo mais uma vez. Ele concordou. – Você tem alguma ideia, por menor que seja, de onde Nico possa estar?

– Não. Ele fugiu depois de... – Olhei o chão, a fenda recente aberta.

– Obrigada, Percy. – Falei, sorrindo. – E eu sinto muito, por ter que perder Bianca em meu lugar.

Ele ficou calado. Fiquei de pé, deixando-o sozinho. Suspirei , andando sem direção. Eu tinha que achar aquele garoto. Ajudá-lo. Parei na varanda Casa Grande.

– Com licença. – Me virei, vendo o homem atrás de mim. – Você Elgin, certo?

– Sim. E você...? – Ele deu um sorriso fraco.

– Quintus. Estou aqui para assumir o acampamento com o afastamento indeterminado de Quíron. – A noticia em si me pegou desprevenida, mas ele continuou. – Elgin, o Sr. D. a sugeriu e eu acatei a sugestão de que eu a usasse como ajudante.

– Ou seja, eu sou sua ajudante? – Falei, séria.

– Sim, você trabalhará para mim. Não se preocupe, serão tarefas simples. Arrumar minhas coisas, me ajudar com alguns campistas. Não deve atrapalhar sua agenda habitual.

– É mesmo? – Sorri fraco, pouco convincente. Não queria ajudar aquele cara.

– Bom, sim. – Ele concordou com a cabeça. – Bem, podemos começar amanhã. Imagino que esteja cansada pela viagem.

– É, claro. – Aquela era a única desculpa que eu tinha. – Até amanhã.

Aquilo fez com que um novo objetivo surgisse. Voltei correndo ao chalé 11, abrindo a porta num estrondo. Japa estava inquieto, sentado ao lado dos gêmeos.

– Yamamoto, preciso que venha comigo. Agora. – Dei ênfase, agarrada à maçaneta da porta. Ele ficou de pé num pulo e me seguiu, quase correndo.

– Me diga que estamos indo embora. – Ele me puxou e tomou a corrente com o anel que Chad me dera. – Te devolvo depois.

– Ok. – Eu nem me importava mais com os “roubos” de Yamamoto. – Temos que encontrar o Sr. D. Não ponha fogo nele, por favor.

– Foi mesmo um acidente. – Ele suspirou. – Eu nem tinha idade pra ser o capeta que eu sou hoje em dia.

– Tudo bem. – Falei. – Mas agora, não faça propositalmente. – Atravessei o Acampamento, chegando novamente até a Casa. Achei Sr. D. sentado com um copo de coca diet, me encarando.

– Você voltou. – Ele olhava Yamamoto, não com a expressão mais feliz de todas. – Espero que um pouco melhor.

– Sr. D. – Pela primeira vez eu o via sendo educado. Ele inclinou um pouco a cabeça, para a satisfação do homem. – E, bem, sim, estou melhor. Eu acho.

– Sr. D, que história é essa de eu ser ajudante de Quintus? – Me inclinei sobre a mesa, ignorando completamente a discussão deles.

– Oh, então ele te disse? Acho que seria uma boa ideia. Você é sempre tão prestativa...

– O que eu te fiz? – Choraminguei, puxando a cadeira a sua frente. Até alguns minutos atrás, eu não me atreveria a falar daquele jeito com ele. Mas naquele momento, eu não ligava mais. – Eu nem o conheço.

– Pois bem, ótima chance para fazer uma amizade. – Ele deu aquele sorriso debochado dele.

– Você bem que mereceu pegar fogo. – Falei, endireitando minha coluna. – Isso foi maldade.

– Você é uma das melhores campistas, é por isso. – Ele falou, sério. Franzi o cenho, surpresa. Era quase inédito vê-lo elogiando alguém. – Agora pare de reclamar. Seja bem vindo, garoto. Não me faça te expulsar.

Com aquilo, ele pegou seu copo e entrou. Yamamoto soltou o ar depois que o homem sumiu. Suspirei, me dando por vencida. Desci da varanda arrastando os pés.

– O que houve?

– Vou ser ajudante do novo coordenador do Acampamento. – Choraminguei. Japa passou um braço ao meu redor, batendo de leve no meu ombro. Seria quase amigável, tirando o fato dele ter tentado abaixar a mão. – Não me faça te matar.

– Ok, pego. – Ele me soltou, caminhando comigo pela praia. Respirei fundo, tentado me acostumar com a ideia.

Chegamos mais uma vez ao 11. A noite já começara a cair, deixando a hora do jantar próxima. Fui direto para o banheiro, tomar um banho corrido.

Corri com Dante e Yamamoto para o pavilhão. Ia me sentar entre Connor e Stoll, como eu normalmente fazia, mas Quintus me chamou. Segui para a mesa, parando ao lado do novo coordenador.

– Achei que íamos começar amanhã. – Falei por entre os dentes, vendo todos os campistas me olhando.

– Ah, considere isso um acontecimento. – Me sentei, esperando enquanto o Sr. D. falava. Minha vontade era afundar no assento. Quintus ficou de pé, se apresentando.

– E bom, gostaria de pedir que vocês colaborassem ainda mais para que nosso ano seja ainda melhor. A campista Elgin, aqui ao meu lado, será a partir de agora minha ajudante. Se ela procurar algum de vocês em meu nome, por favor, sejam prestativos. Muito obrigado.

Eu podia ver alguns campistas indignados. Eu não entendia muito bem o que podia acontecer de tão ruim , mas não tentei dizer nada. Fui fazer minha oferenda para Hades junto com os outros, evitando contato visual.

Antes que o jantar estivesse encerrado, aconteceu. O anel no meu dedo esquentou como se eu acabasse de tirá-lo de uma panela de gordura quente. Joguei-o na mesa, fazendo a maior comoção.

O raio atravessou o pavilhão passando por cima da minha cabeça, me assustando. Me abaixei, vendo o sol brilhante sobre ele. Não pude ver seu rosto, por isso não soube sua reação.

Ainda assim, me abaixei, reverenciando a reclamação. Dante continuava fitando seu prato, quieto. Apolo finalmente o reclamara. Estranhei, mas continuei quieta, até que os outros começaram a se levantar.

– Precisa de minha ajuda? – Perguntei a Quintus, querendo ir para a fogueira. Ele deu um sorriso triste.

– Não, pode ir. – Ele disse, ficando de pé e deixando o pavilhão. Antes que eu me afastasse, ele me chamou. – Amanhã, me encontre em meus cômodos às 5 e meia.

Nem me dei ao trabalho de reclamar. Caminhei para a fogueira, choramingando sozinha. O anel já voltara para minha mão.


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Notas finais do capítulo

Então, muito obrigada por me acompanharem até aqui ^~^ Respostas da última parte, mais alguns acontecimentos :3 Até mais :)



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