Minha noite não foi fácil. Não consegui pegar no sono e me revirei na cama por horas, até finalmente cochilar. Mas então, tive que acordar. Acabei de tomar meu banho e, minhas olheiras estão bem visíveis.

Tomei um café da manhã reforçado e então recebi os últimos conselhos de meu mentor. Vestida com uma calça de malha preta bem justa, uma camiseta de manga curta vermelha vibrante, um coturno preto de couro e o cabelo preso em um coque, entro em um aerodeslizador que nos conduzirá até uma arena, ou melhor, até a morte.

Estamos sentados em duas fileiras, uma de frente para outra. Os pacificadores nos protegem silenciosamente. Não faço contato visual com ninguém. Uma mulher alta de jaleco branco percorre as fileiras e insere um rastreador no braço de cada um de nós. Ela chega perto e empurra uma seringa fina no meu braço e um pequeno dispositivo é colocado no lugar.

As janelas do aerodeslizador escurecem, de modo a deixar a localização da arena obscura. A nave aterrissa em um bunker e sou acompanhada por um pacificador, passando por um longo corredor, até uma câmara. Acima está marcado: TRIBUTO FEMININO 11

Entro e meu estilista está lá me esperando.

–Pequena Agnes...-diz ele.

–Carlaio!-Fico feliz por ele estar lá.

–Ponha isso.-Diz ele, me entregando uma curta jaqueta com finas listras vermelhas.-É pra te identificar na arena.

Visto a jaqueta.

Preparar para lançamento.–Diz uma voz metálica.

Carlaio me abraça e me leva até o tubo.

–Boa sorte, pequena Agnes.-Ele me beija na testa e entro no cilindro. Ele se fecha. Meu coração aperta, a garganta seca e a pulsação lateja na minha cabeça. Respiro fundo e o prato começa a subir.