Entrevista Com Um Assassino escrita por Anastácia


Capítulo 1
Entrevista




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Gravando, gravando.

Esta gravação pertencia ao arquivo federal confidencial dos Estados Unidos da América e contém a entrevista da promotora Sharon Grass com o réu, acusado de 47 assassinatos, Iscar La Lume. Mais informações virão a seguir.

14:27 p.m.

Aqui é Sharon Grass, promotora do Estado, responsável pelo lado da acusação. Esta é a gravação da entrevista do réu, Iscar La Lume, acusado de 47 desaparecimentos nos últimos dois meses. O réu se julga culpado. De acordo com as provas e/ou evidências encontradas na cena do crime, estas concordam em fatos com a declaração do réu sendo ele julgado também em tribunal na qualidade de culpado. Devido aos desaparecimentos dos corpos como evidência principal, a análise do crime de acordo com as demais evidências concluí-se como homicídio.

– Bem vamos começar a entrevista. Você é Iscar La Lume, está correto?

– Exato.

– E tem 37 anos?

– Sim.

– Me diga, Iscar. De acordo com estes documentos, você se declarou culpado.

– Isso mesmo.

– Então você afirma que foi autor dos crimes?

– Não poderia estar mais certa, promotora Grass.

– Muito bem. Agora me diga, Iscar. Você já havia matado antes?

– Nunca havia me interessado por tal barbaridade. A arte do assassinato sempre fora, para mim, um tabu. Mas quando se experimenta uma droga, é impossível parar. É um vício.

– Certo. Agora, Iscar, conte-me. Quais foram os motivos para você ter cometido esses crimes?

– Motivos, motivos... Porque o leão mata sua presa? Por que um pai, quando perde o controle, bate no filho como sermão? Por um assassino mata? Motivo é mesmo a palavra correta? Acho que otermo que deve ser usado aqui é necessidade. Se você está com fome, você come. Se está com raiva, desconta. Se está insatisfeito, você se satisfaz. A necessidade é um desejo inconsciente, não, um ato inconsciente. É apenas no caso dos assassinos que estes dois atuam em perfeita harmonia. Não é só questão de necessidade. É necessidade e desejo. Se você perguntar a um assassino o motivo dele ter matado, ele fará essa mesma correlação. Mas se ele lhe der realmente um motivo, então essa pessoa não é um assassino. Essa pessoa é alguém que em uma passado distante, sofreu de algo ou alguém e que desse sofrimento nsceu nela uma frustração, um rancor. Essa é uma pessoas que mata movida por esse rancor. E isso, minha cara promotora Grass, é o que chamamos de vingança. Não necessidade há nisso, apenas motivo. Isso não é um assassino. Uma assassino mata por desejar e necessitar. Portanto, você me pergunta por motivo eu matei. E eu lhe respondo, que não houveram motivos. Fiz isso, simplesmente, por necessitar e querer satisfazer o meu desejo.

– Então está dizendo que o fez por fazer?

– Não, você não entendeu. Quer que eu repita?

– Não.

– Porque você mataria, Srt.Grass?

– Já chega.

– O que você sente quando mata?

– Basta! Essa entrevista terminou. Passar bem, Sr.La Lume.

...

– Perdoe-me, Srt.Grass. Eu fui muito rude. Mas antes de ir embora, pode me dizer quantos anos tem?

...

– Já que não nos veremos de novo, eu direi. Por um incrível coincidência temos a mesma idade.

– Ah... Entendo. Adeus, Sharon! Foi maravilhoso conversar com você...

–A porta se fecha-

Fim da gravação.




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Notas finais do capítulo

Continua?