Seaweed Brains Memories escrita por Thiago, Thiago II


Capítulo 1
Capítulo Unico


Notas iniciais do capítulo

Pessoal é o seguinte, eu nunca tinha escrito algo sobre PJO antes, então sejam bonzinhos ok? Não consegui expor muito bem o relacionamento Percy e Annabeth ( pelo menos eu senti isso, mas posso estar errado)
Enfim a fic está muito legal e espero que deixem reviews ao final dela.



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Percy andou cambaleante sobre a prancha que levava até o Argo II, depois de lutar com gigantes no meio de um estagio cheio de grandes fantasmas roxos berrantes e ter a ajuda de Baco que na opinião do filho de Poseidon conseguia ser tão irritante e egocêntrico quanto o próprio Dioniso.


Pode ver Piper abraçada a Jason a alguns metros de distancia e sentiu certo vazio no peito, sua Annabeth não estava ali naquele momento para poderem ficar juntos e ela discutir com ele e agredi-lo por não ter tomado cuidado e sempre se arriscar tanto.


Ele voltou seus olhos para todos, pareciam realmente bem de alguma forma haviam se livrado da grande encrenca em que se meteram, mas estavam todos ali incluindo o bode velho e gordo que era o treinador Hedge que agitava seu porrete como se estivesse esperando alguma encrenca. Aparentemente ao sentir o barco parando resolveu subir as escadas de sua cabine para ver se tudo estava bem e se não estavam sendo atacados (do contrario haveria ficado assistindo a lutar na gaiola que passava na TV a cabo), Percy quase sorrira com isso, mas então ele percebeu as pessoas se aproximando dele, e seus olhos cruzaram com os de uma pessoa que ele tinha uma grande vontade de dar um soco ou atravessar com contracorrente sua cabeça, o que viesse primeiro, mas ao ver o rosto abatido de Nico decidiu que ele já tinha passado por muito.


Nico havia mentido sobre conhecê-lo, e não contara a Percy sobre quem ele realmente era em sua época em que ficou sem memória graças aos truques de Juno, ele ficara com uma grande raiva do primo quando soubera, mas agora ele queria abraçá-lo. Por uma estranha razão ele sentia que o filho de Hades parecia abatido como se alguma coisa houvesse arrancado à alma dele e brincado de retalhá-la em pedaços com um cortador de grama, é, pensou Percy, talvez fosse já castigo o suficiente ter sido seqüestrado por gigantes afinal.


_ cara, vocês tiveram uma bela festa não é? – disse Leo Valdez, o garoto dos reparos, vindo até eles após saltar alguns degraus da parte superior do convés, enquanto Frank assumia os controles do navio – aquele era Baco? É, nossa... eu esperava alguem mais em forma... – se Annabeth estivesse ali teria reepreendido por ter falado tal coisa de algum deus, pensou Percy mas quem o fez foi Hazel lhe lançando um olhar de censura – que foi?


_ nada, só não fale mal de algum deus, não depois dele ter nos ajudado – disse Hazel irritada e Percy pode notar Frank sorrindo enquanto fazia a curva no timão do navio, fazendo com que eles alcançassem vôo.


_ ou ele vai me transformar em um golfinho louco? – disse Leo rindo sem jeito esperando que os outros o acompanhassem, mas ninguém o fez – certo, então Percy, o que faremos?


_ Precisamos encontrar Annabeth – disse Percy automaticamente, era a única coisa com que se preocupava naquele momento, te-la perto dele em segurança.


_ oh, certo... E como faremos isso? – disse Leo erguendo suas sobrancelhas enquanto encarava o filho de Poseidon com um rosto de alguém que realmente precisava de orientações, sendo que Percy estava tão perdido quanto ele, na verdade ele estava distraído com aquela estranha face elfica lhe encarando daquele jeito – hei cara, você está ai? – e o rapaz de cabelos negros despertou do seu devaneio amaldiçoando sua déficit de atenção por aquilo.


_ eu não sei, a ultima vez que a vi estávamos próximos ao Rio Timbre – disse Percy tentando se lembrar da cena com clareza – próximo daquele restaurante a beira dele, quando apareceram alguns deuses e bem... – sua voz morreu enquanto seus olhos percorriam toda a extensão do rio ali embaixo como se uma garota loira fosse ser cuspida de suas águas em um gêiser, seria bem possível, pelo menos já havia acontecido com ele uma vez no Monte Santa Helena quando ele causou uma erupção, mas não acreditava que aquilo podia acontecer com a filha de Atena.


_ está tudo bem Percy – disse Jason colocando a mão sobre seu ombro, e Percy pode ver sua face de cansaço pela batalha que haviam acabado de enfrentar, ele ainda se encontrava apoiado em Piper, e o filho de Poseidon se perguntou se estava tão esgotado assim também – nos vamos encontrá-la...


_ talvez possa ver sua localização – disse Piper mostrando Katoptris, ela havia lhe dito que conseguia ver com aquela adaga mais do que seu reflexo, talvez ela pudesse encontrar o caminho para Annabeth.


_ obrigado – disse Percy tentando forçar um sorriso, o que deve ter soado realmente tolo, pois as pessoas também tentaram sorrir mesmo que não fosse momento para aquilo.


Ele estava preocupado com Annabeth, desde que a tinha deixado com aqueles deuses estilo Casa Blanca em uma lambreta. Podia ser egoísmo de a sua parte pensar que ela não conseguiria, ou talvez medo pelo que ela estava passando, ou quem sabe de perdê-la novamente. Durante muito tempo ela foi à única coisa certa para Percy, a única lembrança de uma vida esquecida, e agora? Ele não queria pensar o pior, mas era inevitável.


Pode sentir os olhares dos outros pelas suas costas, ele pareciam preocupados de verdade como se a qualquer momento ele fosse lançar do barco e despencar vários andares, talvez esperando uma atitude enlouquecida ou que mostrasse alguma emoção, mas Percy ainda não havia chegado a esse ponto, ainda mantinha esperanças e a cabeça no lugar como aprendeu a fazer todos esses anos que havia estado com Annabeth, mesmo que muitas vezes não tivesse conseguido.


Ficou mais alguns minutos ali encarando as nuvens passando por eles naquele céu de final de tarde, o silencio entre todos ainda se mantinha se não fosse pelos sons vindos da cabine onde o treinador Hedge havia retornado aos resmungos por não haver nenhuma batalha e agora se consolava assistindo a luta. Fora o satiro havia também os ruídos imitidos da cabeça de dragão de bronze que atendia pelo nome de Festus.


_ Percy, você precisa de alguma coisa? – disse Hazel com uma voz solidária e ele apenas negou com um gesto de cabeça, quando se voltou para ela pode ver Nico ali.


_ não, eu estou bem... e você – disse Percy se voltando para Nico – como está?


_ vivo – disse Nico forçando um sorriso – obrigado por terem vindo atrás de mim.

_ é o que a família e os amigos fazem afinal – disse Hazel – ajudar as pessoas quando mais precisam...


Percy então teve um flash com todas as cenas das aventuras em que tivera no passado e Annabeth estava ali para ajudá-lo e salvar sua vida por incontáveis vezes e ele mesmo que tivesse feito o mesmo nunca pareceu o bastante para retribuir.


_ vá descansar um pouco Percy - – disse Frank que surgira ao seu lado dando uns tapinhas camaradas em seu ombro - você não precisa... - o rapaz resolveu concordar, talvez fosse melhor ficar um pouco isolado de todos.


_ eu vou, qualquer coisa estarei lá embaixo – disse Percy ao filho de Marte que acenou positivamente.


Ele desceu as escadas, passando próximo a cabine do Treinador Hedge que se encontrava totalmente quebrada ao que parecia ele tentava os mesmos golpes que os lutadores da televisão, e se perguntava como aquele bode velho conseguia se manter tão calmo como se não se preocupasse com nada que não fosse uma boa briga e sangue. Deu de ombros, tinha mais que se preocupar do que com homens cabra na crise da meia idade, e desceu mais um pouco, não estava indo para a cabine como todos devem ter pensado.


Encontrava-se ali no estábulo vazio, sentado naquela pequena portinhola de vidro onde havia passado a noite a algum tempo atrás, apenas ele e Annabeth, ele não haviam feito nada demais apenas dormir juntos abraçados (mesmo que o velho bode que atendia pelo titulo de treinador Hedge pensasse o contrario), mas aquilo havia sido importante para Percy, por mais estranho que pareça quando estavam juntos parecia que nem o pior dos monstros havia de lhes fazer mal.


Era ainda capaz de sentir a respiração de Annabeth tranqüila enquanto dormia e ela se aconchegando em seus braços naquele momento, queria que ela ainda estivesse ali ao seu lado, mas não estava.


Estar tão longe dela novamente era algo difícil, principalmente quando na boa parte de sua vida, pelo menos na pequena parte em que Percy descobriu ser um semideus filho de Poseidon, ela estava ali ao seu lado, sempre cuidado dele e o salvando incontáveis vezes.


Annabeth havia se tornado a sua melhor amiga no acampamento e futuramente a namorada, e por mais que estivesse com os outros e tivesse feito vários amigos incríveis, ninguém nunca ocuparia seu lugar, ela era importante demais e saber que ela poderia... Claro, não queria pensar o pior, mas é esse um dos problemas de meio-sangues, você geralmente imagina sua namorada nas piores situações possíveis, ainda mais quando a sua querida mãe a grandiosa deusa da sabedoria a manda em uma missão em seu nome, não que isso o incomodasse, afinal, muitos filhos de Atena haviam sido derrotados e se perdido então se podia dizer que as coisas estavam boas para o lado dela não é mesmo? Grande oportunidade de sucesso nessa missão.


Não, Percy não culpava Atena por ter mandado Annabeth para uma missão que muitos falharam, pelo que conhecia bem a sua garota sabia que ela queria provar a sua mãe algo, e o amor e admiração que ela possuía pela deusa da sabedoria era algo que a motivava a seguir em frente.


Naquele momento lhe veio à mente a imagem de seu pai lhe pedindo para partir em alguma missão, a primeira resposta de Percy seria positiva, amava Poseidon e tinha total respeito por ele, talvez fora assim com as duas afinal.


Talvez ele não entendesse bem o significado de toda essa maldita missão. Quer dizer, o que tem demais numa maldita estatua? Mas não era o objeto em si, e sim o que ela representa (quase podia sentir as palavras de Annabeth vindo com o vento) o que apenas aumentava a vontade de te-la ali.


Ele se deitou ali naquele lugar, tentando refazer a mesma posição na qual adormecera naquela noite, enquanto os seus dedos deslizavam pelo espaço vazio que devia ser ocupado pela namorada. Percy suspirou e fechou os olhos, adormecendo sem querer e sonhando, não os pesadelos que costumava ter estava sonhando de verdade.


Percy estava novamente no acampamento, em frente à colina meio-sangue desembarcando do táxi das irmãs cinzentas que para aqueles que não conhecem são tem senhoras cegas que possuem um único olho bom que dividem entre elas e dirigem como verdadeiras pilotos da Nascar. Quando o rapaz deu o pagamento em dracmas recebeu em troca um sorriso digamos que hã... “Gracioso” de uma delas e uma piscada de olho que lhe fez sentir uma terrível sensação de enjôo.


Naqueles momentos entendia o peso que significava ser um herói, que era receber cantadas e flertes até mesmo de demônios e monstros haviam vindo no pacote.


No entanto, havia certamente pessoas em situação parecida ou pior que a sua, como seu primo Nico que constantemente recebia olhares provocantes de Alecto (a fúria que um dia fora professora de matemática em uma das escolas antigas de Percy) apesar de que o filho de Hades não havia ainda admitido tal coisa, até porque dificilmente havia um encontro entre os dois desde a batalha contra os titãs algum tempo atrás. Fora Thalia que lhe contara sobre essa historia de amor platônico para Percy, ela disse que havia presenciado aquilo a ultima vez em que esteve no mundo inferior em missão com as caçadoras para Ártemis.


Percy não podia negar que talvez fizessem um bom casal, filho de Hades e sua belíssima e alada garota fúria, afinal Nico precisa de alguém que lhe fizesse bem.


O rapaz se afastou do táxi que desapareceu em uma nevoa cinzenta, enquanto caminhava até Annabeth, Percy imaginava a cena de Nico tentando fugir das garras de sua bela pretendente e não pude deixar de sorrir.


Parou ao lado da filha de Atena que encarava a colina com seus olhos cinzentos distantes, talvez se lembrando de algo já que o rapaz podia sentir um pouco de tristeza em seu olhar. Percy lhe tocou os dedos com a mão, entrelaçando com os seus em um aperto que mostrava que estava ali do lado dela e ela voltou seu olhar para ele sorrindo.


_ de volta para o acampamento Cabeça de Alga – disse Annabeth sorrindo.


_ sim, depois de tanto tempo – disse enquanto caminhávamos colina a cima juntos.


Percy e Annabeth logo avistaram o Pinheiro de Thalia onde o dragão Peleu estava, puderam ver alguns filhos de Hecate o alimentando fazendo uma grande cabra flutuar até a boca escamosa que já possuía a língua deslizando pelos dentes pontiagudos de tão ansioso. O rapaz esperava que o grande réptil não escapasse um dia e decidisse “brincar” com os satiros, iria ser realmente horrível principalmente se um deles fosse Grover. Alias estava com saudade do seu velho amigo que desde que se tornara um Senhor da Vida Selvagem não aparecia mais para uma visita.


Continuaram caminhando, e pode ver o grande numero de chalés que agora se estendiam ali, não era mais um U e sim um grande circulo desde que os filhos dos deuses menores estavam sendo reconhecidos e cada vez mais meio-sangues chegavam ao acampamento.


Percy pode ver os irmãos Stoll na frente do chalé de Hermes discutindo com uma garota do chalé de Quione que parecia furiosa com os dois, quando de repente ela fizera qualquer coisa com as mãos e eles congelaram se tornando grandes e assustados cubos de gelo. Os outros filhos de Hermes riram da cara dos irmãos esculturas de gelo enquanto a garota ia embora calmamente sem que nenhum tentasse nada contra ela.


Percy e Annabeth passaram próximos do canteiro de morangos onde algumas filhas de Demeter, outras de Perséfone e o filho de Dioniso, Polux, trabalhavam fazendo as vinhas crescerem e encorparem. Filhos de Apolo jogavam vôlei na quadra e algumas filhas de Afrodite e outras de Hebe assistiam a tudo soltando gritinhos quando algum deles tirava a camiseta.


Eles viram Butch, um filho de Íris tentando ensinar alguns filhos de Hipnos a montar, mas era difícil quando os cavaleiros adormeciam sobre o dorso dos pegasus ou então caiam sonolentos quando algum deles levantava vôo, se envolviam em uma posição fetal de dormiam ali mesmo, como foi o caso de Clovis que desabara no exato momento em que o instrutor desviou sua atenção para acenar para os amigos.


Das forjas Percy pode ouvir estalos e pequenas explosões que indicavam que as crianças de Hefesto ainda não haviam recuperado da crise que se alastrava pelo chalé 9.


Na parede de escalada um garoto era desafiado pelos seus irmãos a escalar sem equipamento, estava indo bem, no entanto caira antes de chegar ao topo, mas flutuara tranqüilamente até o solo, enquanto seus irmãos riam.


_ filhos de Eolo - disse Percy a si mesmo - eles adoram se exibir, grande coisa voar e controlar os ventos.


_ falou o cara capaz de controlar um oceano inteiro se quiser – disse Annabeth sarcasticamente enquanto ria levemente e Percy fez de conta que não havia ouvido, fora então que os filhos de Atena acenaram para a garota da porta do chalé vindo cumprimentá-la em seguida, pararam ali por algum tempo e continuaram andando.


Algumas crianças de Nix se escondiam nas sombras das arvores, e um pessoal de Thanatos ainda estava na porta de seu chalé sombrio encarando a todos com um olhar torto.


No lago de canoagem Chris Rodriguez ensinava algumas crianças novas a remar, que por julgar por suas aparências pareciam ser filhos de Ares por conta das caras carrancudas de quem preferia estar estripando alguém a estar ali naqueles barcos idiotas.


Chris estava sentado no píer quando Clarisse surgiu perto dele o surpreendendo com um beijo grande e intenso, nesse momento Percy decidiu que já estava olhando demais o acampamento e seguiu seu rumo para a casa grande enfim. Não queria que Clarisse pensasse que ele estava espionando seu momento com o namorado, depois de ver o que ela havia feito com aquele Drakon ele havia passado a ter certo temor pela líder do chalé de Ares.


As coisas haviam se tornado tão calmas desde o termino da guerra contra o Titã, pelo menos voltara a normalidade na vida de um meio-sangue repleta de monstros e missões dadas pelos deuses, havíamos perdido grandes amigos naquela batalha, mas o sacrifício deles não havia sido em vão.


Annabeth e Percy chegaram à casa grande para prestar a Quiron os relatórios da ultima missão que haviam feito, no entanto, acabamos por avistar na varanda da frente ao lado do Sr. D jogando poker (o que era realmente estranho as olhos dos dois semideuses afinal ele costumava jogar apenas pinochle).


Sr. D jogava com alguns satiros que tremiam com suas cartas em mãos certamente com mãos mais altas que as de Dioniso mas com medo demais para vencerem e de costas para a varanda havia alguém que realmente era um tanto inesperado.


_ até que enfim chegou Peter Johnson e Annabelle Chaney – disse Sr. D apontando para eles com a mão em que segurava uma latinha de Diet Coke – vocês tem visitas, e eu realmente não sei o que meu querido irmão iria querer com vocês afinal... - pude ver ao que ele se referia, a nossa frente se encontrava Hermes que abaixara as cartas assim que nos viu, abandando o jogo e imediatamente os satiros fizeram o mesmo dando ao deus do vinho a vitória.


_ sinto muito Big D, mas tenho coisas a tratar com essas crianças – disse Hermes e Percy teve que se controlar para não rir sobre o apelido carinhoso de Dioniso.


_ buff... aposto que ia ganhar novamente, você sempre consegue vencer roubando – disse Sr. D recolhendo a aposta em dracmas e castanhas que tinha na mesa.


_ você realmente esperava um jogo justo, do deus dos ladrões? – disse Hermes e Sr. D deu de ombros enquanto jogava as moedas para dentro de uma sacola – muito bem, vamos indo...


_ não se esqueça da minha encomenda – disse Sr. D enquanto arrumava e embaralhava as cartas – sabe, tenho que fazer um agrado a patroa...



_ ah, sim... ela por acaso te pegou com alguma outra ninfa? – Sr. D ignorou o comentário – olha lá Big D, papai diminuiu sua pena aqui...não vá abusar... – e Hermes sorrira marotamente.


_ eu não cometeria o mesmo erro novamente Little H – disse Sr. D se erguendo de seu lugar e entrando na casa grande enquanto um filho de Poseidon tentava se acostumar com a idéia de que os deuses tinham apelidos entre si.


_ E obrigado pela bebida mano – disse Hermes pegando uma lata de refringente enquanto descia as escadas da varanda.


Hermes sorrira salientando suas feições elficas enquanto se erguia de seu lugar e caminhava até os semideuses. Ele tinha a aparência de um homem no final de seus trinta anos, cabelos loiros grisalhos, nariz reto e fino, orelhas pontudas e sobrancelhas finas como a da maioria de seus filhos. E por um momento passou pela cabeça de Percy que Luke talvez ficasse daquele jeito quando mais velho, se não tivesse morrido.


Hermes estava de óculos escuros estilo aviador, usava jeans, um agasalho da Adidas com uma camiseta dos jogos olímpicos de Londres por baixo, e tênis brancos da Nike que possuíam algumas asinhas que batiam como se quisessem levantar vôo.


Percy já ia se curvar em respeito na presença do deus, mas Hermes mandou que se mantivesse de pé e assim o fez.


_ Percy – disse Hermes estendendo a mão, o rapaz a encarou e depois ao deus e decidiu aperta-la por educação.


_ é um imenso prazer revelo Lord Hermes – disse Percy tentando ser gentil e não que estava um pouco assustado com o contato de mãos, talvez por ainda se lembrar da vez em que o deus havia ameaçado a ele e Annabeth de incineração pelo módulo laser do caduceu.


_ eu digo o mesmo Percy Jackson – disse Hermes para então se virar para Annabeth que parecia petrificada ali.


Ela sempre agia de uma forma estranha assim quando estava próxima do deus, talvez ela tivesse mais medo dele do que Percy, o que certamente era verdade já que desde a batalha e a morte de Luke a garota sentia que Hermes não a perdoara de toda a verdade afinal.


Percy estranhava o fato de ele parecer bem humorado, mas achou que passaria a tratá-los bem desde que haviam recuperado seu caduceu, e não perguntem como foi essa historia, pois é muito longa, mas vamos tentar resumir rapidamente: Um gigante roubou o caduceu de Hermes, os dois semideuses foram atrás dele nos esgotos de Nova York que e Percy fez explodir e depois Annabeth o nocauteou com um guindaste e rapaz o incinerou com o modo laser do caduceu, foi legal tudo isso na opinião do filho de Poseidon se não fosse pelo fato de ter sido no dia em que o casal completava um mês de namoro.


_ mais uma vez obrigado pelo jantar em Paris – disse Percy tentando ser gentil, a sim... Hermes os agradeceu depois de tudo pelo que passaram com um jantar em Paris, ele pelo menos é gentil e legal diferente de muitos deuses que o rapaz conhecia (leia-se Ares) que não são assim tão amistosos.


_ espero que não tenha pedido Escagort, realmente não consigo entender como algumas pessoas conseguem engolir aquela coisa – disse Hermes e Percy sorriu, ele então se voltou a Annabeth – como esta hoje Chase?


_ muito bem, obrigado Lord Hermes – disse Annabeth gentilmente enquanto o deus tentava lançar um sorriso, que não pareceu tão feliz quanto o que lançou para mim.


_o que o senhor tem a tratar com nos dois? – disse Percy antes que Annabeth ficasse se sentindo pior pelo contato olho a olho com o deus – alguma missão talvez?


_ não dessa vez, não... Eu tenho uma entrega para você – disse Hermes e Percy o olhou confuso enquanto Annabeth parecia curiosa e querer começar a fazer perguntas.


_ presente para o Percy? – disse Annabeth e Percy acreditou que ela havia demorado em começar o interrogatório – quem mandou?


_ o pai dele, quem mais seria? – disse Hermes e Percy o encarou surpreso.


_ meu pai me mandou alguma coisa? O que está esperando, me entregue – disse Percy animado com aquilo, e pode ver Hermes removendo os óculos e lhe encarando com a sobrancelha erguida enquanto Annabeth lhe dava uma cotovelava pelo rapaz falar daquela forma com um deus – ai... – gemeu esfregando as costelas que eram o local atingido pela filha de Atena que sorria sem graça e Hermes começava a rir mas logo cessou.


_ você por acaso me vê com algum pacote Jackson? – disse Hermes erguendo os braços – não, não vê... O presente de seu pai é algo grande demais para uma caixa...


_ um carro? Meu pai me mandou um carro? – disse Percy incrédulo, ele não se envergonhava de admitir que estivesse animado demais e a idéia de que poderia ganhar um belo veiculo depois de tirar sua habilitação era um sonho e saber que Poseidon havia lhe mandado algo grande aumentou um pouco suas esperanças.


_ cala boca Jackson – disse Annabeth irritada com a infantilidade do namorado, e Percy notou que realmente estava parecendo uma criança tentando adivinhar seu presente.


_ o momento que vocês dois pararem a discussão de relacionamento, eu vou estar na praia esperando – disse Hermes que começou a caminhar enquanto eles o seguiram.


Aparentemente Hermes estava invisível, pois ninguém parecia nota-lo e quando o deus passou ao lado de seu chalé as estatuas de gelo dos irmãos Stoll racharam e os rapazes foram libertados ainda tremendo.



Chegaram à praia do acampamento e caminharam até um pequeno ancoradouro que não estava ali antes ou pelo menos antes dos semideuses saírem em missão, e Percy pode notar uma única embarcação ali e seus olhos se arregalaram com sua beleza e o rapaz disse a coisa mais inteligente que poderia dizer naquele momento.


_ É para mim? – disse Percy sorrindo enquanto subia por uma rampa que estava esticada arrastando Annabeth com ele.


_ sim, seu pai disse que você deve desenvolver suas habilidades para navegação – disse Hermes enquanto procurava alguma coisa dos bolsos - seu pai... Disse-me que você está um pouco enferrujado desde que esteve no mar de monstros há alguns anos... – Percy se envergonhou um pouco daquilo, quer dizer, ele era filho de Poseidon deveria ter certa intimidade com o mar e ser um navegante nato.


_ irei agradecê-lo, ou você poderia fazer isso para mim? Diga que adorei o presente – disse Percy e Hermes concordou.


Era um belo veleiro, certamente aqueles típicos em que se vê personagens ricos velejando, mas esse certamente era maior quase como um navio pirata e parecido com aqueles próprios para competições em alto mar.


Ele era grande e branco, com janelas em vidro negro e chão de madeira verdadeira e envernizada, era grande e espaçoso com suas belas velas verde-água e com o desenho de um tridente e algumas ondas em prata.


_ não prefere um carro? – disse Hermes sorrindo.


_ não, minha mãe está querendo me dar um... Deixa para ela – disse Percy com medo de perder seu veleiro que por uma estranha razão já adorava.


_sabe, eu acho que seu pai deu para te ter mais perto dele, ou do mar. que seja, de toda a forma ele falou que tem uma condição... – disse Hermes encontrando seu caduceu no bolso do jeans e o puxando, a cena meio que lembrou a Percy um truque de um mágico de Las Vegas.


_ e qual é essa condição? – disse Percy meio sem saber o que poderia ser.


_ que leve Annabeth com você para a primeira volta – disse Hermes e a namorada que parecia distraída encarando as velas voltou seu olhar para Percy e o encarou sorrindo.


_ ah, pode ter certeza disso – disse Percy animado.


_ agora Sr. Jackson – disse Hermes movendo o caduceu como uma baqueta e logo em suas mãos se encontrava um computador de mão como uma espécie de agenda eletrônica – queira assinar aqui – ele removeu a caneta a entregando e o rapaz pode ver duas cobrinhas bastante familiares ali.


_ ai, vai com calma o espinha de peixe – disse George quando sem querer o filho de Poseidon apertou sua cabeça.


_ me desculpe George – disse Percy sem graça enquanto assinava.


_ me dê um rato que eu esqueço – disse George enquanto Martha maneava a cabeça em desgosto.


_ será que você só sabe falar de roedores, por Hermes – disse Martha.


_ não me envolva nisso, por favor – disse Hermes.


_ desculpe senhor, ah... E obrigado Percy – disse Martha quando eu terminei de assinar – aproveite o barco...


_ obrigado – disse Percy sorrindo para a cobra enquanto o caduceu se transformava em sua forma de celular e começava a tocar estridentemente.


_ e me traga um rato da próxima vez que nos vemos – disse George.


_ Lord Hermes – disse Martha – temos Hades na primeira linha lhe cobrando uma entrega – e o deus dos mensageiros bufou.


_ mande-o aguardar, francamente odeio ter que ir ao mundo inferior – disse Hermes desgostoso – mais alguma coisa?


_ Hefesto na linha dois cobrando umas peças para a oficina e tem ainda a Íris na linha três querendo saber o que o senhor vai fazer nessa noite – disse Martha, Annabeth e Percy encararam o deus que parecia sem jeito com o ultimo recado.


_ diga a eles que aguardem sim? – disse Hermes – até mais Jackson, veja se não destrói essa coisa – ele se voltara para a garota que o encarou nos olhos – Annabeth, até a próxima... – o deus dos mensageiros então desaparecera no ar.


Ele encarou Annabeth, ela parecia um pouco triste, talvez, ver novamente Hermes não lhe fizesse bem principalmente quando ele lembrava tanto o filho. Luke havia morrido na guerra, se sacrificara por todos e mesmo Annabeth dizendo que o amava como um irmão, Percy se sentia inseguro de que se ele estivesse vivo talvez as coisas pudessem ser diferentes e não estivesse junto da garota afinal.


_ quer dar uma volta? – disse Percy e ela lhe olhou assentido.


_ me mostre os seus talentos enferrujados, cabeça de alga – disse Annabeth enquanto Percy saltava em direção a cabine e tomava meu posto como capitão.


Navegaram por alguns minutos até se distanciarem da costa do acampamento, agora estavam contornando a baia em direção a Nova Jersey quando Annabeth surgira das cabines inferiores carregando algo.


_ olhe o que encontrei – disse ela mostrando uma cesta parecida com a de um piquenique, seus olhos pareciam animados e Percy sorriu com isso.


_ é mais um presente do meu pai? – disse Percy e ela estendeu um bilhete.


_ acho que sim, o bilhete que estava junto dizia “façam um bom proveito” não havia qualquer coisa alem disso – disse Annabeth.


Sentaram-se no convés do veleiro enquanto esticava a toalha xadrez azul no chão e abriam a cesta colocando a comida ali. Eram sanduíches, biscoitos de chocolate, torta de morango, hambúrgueres e batatas fritas alem de outras coisas que conseguiam fazer o estomago do rapaz roncar e Annabeth rir disso.


_ esfomeado como sempre não é mesmo Percy? – disse Annabeth enquanto pegava um cupcake e mordia.


_ tem que ter uma boa alimentação quando se luta contra monstros – disse Percy pegando umas batatas fritas e um hambúrguer – mas e você?


_ o que tenho eu? – disse Annabeth limpando o queixo sujo de chocolate.


_ tem estado estranha ultimamente – disse Percy e ela desviou o olhar para outra direção encarando a cidade de Nova York e o céu que estava começando a escurecer – distante, um pouco pensativa...


_ eu... Percy, você já imaginou sua vida longe de tudo isso? – disse Annabeth e o rapaz a olhou confuso sem entender ao que ela se referia.

_ longe de Nova York? – disse Percy enquanto ela engasgava com o cupcake.


_ não, longe do acampamento meio-sangue – disse Annabeth e Percy sentiu um choque percorrer seu corpo enquanto a ficha finalmente caia, ela queria ir embora.


Ele agora entendia, o modo triste como ela olhava para as coisas como se ela estivesse se despedindo de tudo, e isso abalou o rapaz, se ela ia realmente embora como ia ser para continuar juntos. Já era difícil com ela morando em São Francisco agora sem ela freqüentar o acampamento como os dois ficariam juntos, não ela não ia embora, não podia Annabeth amava aquele lugar como uma segunda casa o que realmente era afinal ela passara grande parte de seus anos ali.


_ você vai embora do acampamento, tipo para não voltar mais? – disse Percy um tanto zangado e ela lhe encarou nos olhos intensamente.


_ não é isso Jackson, pelos deuses, pare de tirar conclusões precipitadas antes de eu terminar de contar – disse Annabeth que bufou logo em seguida colocou uma mecha de seu cabelo atrás da orelha.


_ então, você diz se eu já me imaginei longe do acampamento, certo... O que espera que eu pense disso e do fato de você ficar olhando para todos os lugares com uma cara triste? – disse Percy com um tom irônico que a irritou, pois ela tacou o bolinho nele que se desviou – certo, continue...


_ obrigada – disse Annabeth com tom de falsa educação e com um olhar dizendo que se o rapaz a interrompesse a próxima coisa que voaria não seria um cupcake e sim um semideus filho de um dos três grandes - como você sabe Percy, eu pulei algumas series na escola – ele assentiu se lembrando da surpresa que foi saber que ela estava a pelo menos duas series a sua frente no colégio, mas se tratando de uma filha de Atena era de se adivinhar que era inteligente demais.


_ o que isso... certo, continue – disse Percy ao ver seu olhar ameaçador.


_ eu mandei há alguns meses umas cartas para algumas universidades – disse Annabeth sem jeito como se estivesse envergonhada talvez de não contar isso antes – e fui aceita...


_ Annabeth, meus deuses, isso é demais – disse Percy sorrindo para ela enquanto a abraçava – e quais são as que te aceitaram?


_ eu consegui em Stanford e Oxford e estou na fila de espera de Haward e da Federal da Filadélfia – disse Annabeth enquanto era a vez de Percy de engasgar com o hambúrguer que desabou com a cara abismada que ele fez.


_ isso é... Incrível, serio, eu nem sei o que dizer – disse Percy sem acreditar.


_ pare sim? Nem é grande coisa – disse Annabeth e o rapaz a encarou com um olhar de descrença, ela simplesmente estava desfazendo das melhores universidades que ele já ouvira falar.


_ fala serio, e para qual delas vai? – disse Percy curioso.


_ então, estive pensando, papai disse que há uma bolsa para mim na universidade em que ele leciona dessa forma eu não vou precisar me mudar de São Francisco, mas... – Annabeth não conseguira terminar.


_ vai ter que deixar o acampamento – disse Percy e Annabeth assentiu – não faz mal, nos veremos de qualquer forma, eu ainda continuarei a te visitar...


_ acha mesmo que eu terminaria com você por conta da universidade hein, Cabeça de Alga? – disse Annabeth e eu Percy deu de ombros enquanto ela ria – nem pensar, depois de tudo que passamos você é de propriedade minha, saiba disso...


_ bom saber – disse Percy rindo enquanto ela lhe dava um leve soco no ombro.


_ mas respondendo o que você disse, eu realmente estou triste por ter que deixar o acampamento – disse Annabeth olhando para a direção de onde haviam partido – por anos aquele foi meu mundo, aquela colina e os chalés, os campistas foram minha família por vários momentos e Quiron foi por vezes a melhor figura paterna que tive...


Percy nunca havia parado para pensar como seria sua vida sem o acampamento meio-sangue, era sem duvidas o melhor lugar da terra, onde ele não era o garoto disléxico, pois todos no acampamento eram assim ou que houvesse monstros lhe perseguindo e tornando sua vida difícil. A idéia de ir para a universidade então, parecia algo tão estranho, quer dizer, ele não era como Annabeth que desde que a conhecia tem um grande amor e aptidão para Arquitetura.


Ele nem sequer pensava que ia sobreviver tempo o suficiente para sair do colegial quanto mais ir para a universidade, que não fazia à mínima do que podia fazer, mas sabia que queria estar com Annabeth sempre do meu lado, com ela ali não importava o que acontecesse, sabia que tudo ia dar certo.


_ deve ser difícil deixar tudo isso – disse Percy triste entrelaçando nossos dedos.


_ nem faz idéia – disse Annabeth – eu quero que esteja comigo quando eu for dizer para Quiron e para as pessoas, você faria isso?


_ agora é você que está fazendo perguntas idiotas – disse Percy sorrindo enquanto a beijava na bochecha – claro que vou estar, como sempre estarei ao seu lado sabidinha...


_ você é muito idiota às vezes Alga – disse Annabeth rindo – mas obrigado por ficar do meu lado...


Ela sorriu e lhe beijou, os lábios se tocaram de leve e logo foi se intensificando conforme ele se aprofundava, as mãos do rapaz desceram para sua cintura e as dela ficaram em no cabelos curtos e negros de Percy e a outra em seu rosto. Os lábios de Annabeth eram finos e leves, alem de transmitir um calor único que fazia com que Percy se sentisse aquecido, ela lhe provocava dando alguns selinhos enquanto o rapaz brincava com seus cabelos com uma das mãos.


Os lábios de Annabeth brincavam com uma de suas orelhas enquanto ele descia os beijos pelo pescoço da garota a fazendo tremer algumas vezes de leve pelo contato. Já havíam se deitado sem perceber no convés, ela estava sobre o rapaz e as pernas de ambos estavam entrelaçadas entre si, a garota deslizou suas mãos por debaixo da camiseta do acampamento acariciando seu peitoral fora quando fizera um gesto de querer removê-la, o que fez Percy gelar e interromper o beijo por conta da surpresa, mas ela lhe acalmou com um sorriso tornando a beijar novamente enquanto se livrava da camiseta.


O céu se encontrava laranja e vermelho no final daquela tarde refletindo nas águas do mar cálidas da calmaria, Percy e Annabeth encontravam ali o amor físico mais intenso que pode haver entre um casal, que naturalmente não se deve descrever em detalhes, mas saibam que foi inesquecível cada segundo que passaram juntos se amando ali naquele barco.


Percy e Annabeth se encontravam deitados no chão frio, cobertos pela toalha do piquenique enquanto as sobras da comida havia se espalhado no chão. Encaravam juntos o céu e as primeiras estrelas que surgiam, os dois ainda trocavam alguns carinhos um com o outro. Logo às primeiras constelações surgiram e começaram a falar sobre elas, Percy sabia do nome de algumas por conta de Annabeth que havia lhe ensinado, mas havia uma que parecia feliz em vê-los juntos, uma constelação chamada de A Caçadora que há algum tempo foi uma grande amiga deles chamada Zoe.


_ já é tarde – disse Percy a Annabeth que resmungou qualquer coisa – devemos retornar... – ele se levantara vestindo-se quando foi parado – que foi?



_ use seus poderes de filho de Poseidon para nos levar de volta para o acampamento, se esqueceu de como usa-los? – disse Annabeth e Percy entendeu o que ela se referia, se concentrou na direção em que queria ir e o barco começou a fazer a volta retornando pelo caminho que havia feito.


_ pronto – disse Percy sorrindo e tornando a beijá-la novamente quando sentiu o papel que ela havia achado junto com a cesta voar até ele e bater em seu rosto, ele pegou amassando quando percebeu algo ali e resolveu ler – “façam bom proveito, com as cortesias de Afrodite para seu casal semideus favorito”.


_ Afrodite? – disse Annabeth empurrando o namorado e puxando o bilhete de suas mãos – ela... Não... Arg aquela... – ela rasgara o bilhete em vários pedacinhos enquanto resmungava em grego antigo algumas coisas que realmente não vale dizer – ela nos manipulou Percy, ela fez com que a gente...


_ hei Annabeth, ela não fez nada ok? – disse Percy tentando acalma-la – ela apenas nos deu um incentivo para... Ah... Você sabe...


_ eu sei, mas... – disse Annabeth com um grande bico.


_ o que? – disse Percy erguendo as sobrancelhas, confuso – você não queria...


_ sim, quer dizer não... Quer dizer, eu queria está bem? – disse Annabeth confusa – mas agora estou devendo a Afrodite por conta desse empurrãozinho que ela deu...


_ oh, certo... – disse Percy sorrindo bobamente para ela enquanto a abraçava e beijava novamente seu pescoço – sabe que você fica bem fofa toda nervosa desse jeito?


Ela sorrira e tornaram a se abraçar e beijar novamente enquanto o barco retornava para a costa do acampamento e ancorava no pequeno porto dele. Eles chegaram a tempo para a fogueira e se sentara bem perto dela, abraçados um com o outro.


Depois da fogueira Percy se despediu de Annabeth em seu chalé e seguiu para o de Poseidon, ao entrar encontrou alguém que realmente não esperava. A mulher sentada em seu beliche vestia uma pele de carneiro e algo que pareceu para o rapaz uma espécie de toga romana, o que foi bem estranho de se ver, ela possuía os cabelos presos e trazia uma espécie de espada em uma das mãos.


_ quem é você? – disse Percy enquanto destampava contracorrente.


_ eu sou Juno, e você Perseus Jackson tem uma missão – disse a mulher logo após ela começou a brilhar intensamente como se tivesse explodido em luz que iluminou todo o chalé e Percy gritou deixando sua espada cair enquanto caia desacordado.


Quando o rapaz abriu novamente os olhos ele estava flutuando envolto por uma aura luminosa, ao seu lado se encontrava a figura da estranha mulher que se encontrava em seu chalé a momentos atrás e pelo que fez não havia outra explicação para Percy que não fosse uma, e surpreso encarou-a e disse a coisa mais obvia que se podia dizer.


_ você é uma deusa? – disse Percy e Juno rolou os olhos.


_ sim, eu sou – disse Juno sem olhar para o rapaz.


_ ótimo, o que uma deusa menor quer comigo? – disse Percy um pouco irritado, ser seqüestrado por deuses não era uma coisa das mais agradáveis.


_ deusa menor? Como ousa me chamar dessa forma seu semideus grego insignificante – disse Juno.


Percy se sentiu cair por alguns metros em alta velocidade contra as montanhas que haviam por baixo dele cerca de cento e tantos metros de altura que com toda a certeza o esmagariam deixando uma grande mancha vermelha naquelas campinas. O filho de Poseidon gritava enquanto despencava das nuvens ele se debatia inutilmente e tentava convocar o poder de alguma fonte de água próxima mas parecia que nada adiantava quando estava muito perto do solo fechou os olhos esperando a forte batida que não veio.


O rapaz se sentiu desaparecer momentos antes de se espatifar e surgir novamente ao lado da deusa que esboçava um sorriso estranhamente familiar, ela parecia feliz em ver o medo nos olhos dele e seu coração acelerar a ponto de quase saltar da boca.


_ me desculpe, mas não gosto de ser tratada como uma deusa menor, ser confundida com uma, me poupe... – disse Juno e Percy concordou positivamente encarando as montanhas lá embaixo que já estavam desaparecendo e dando vista para uma nova paisagem que não se dava para ver com clareza por estar de noite – muito bem, Perseus Jackson deve está se perguntando por que eu o trouxe para esse encontro? Ou estou errada?


_ espero que não tenha sido para me fazer de seu ioio semideus, por mais que nos passemos por muita coisa creio que ninguém gostaria de bancar o pára-quedista sem pára-quedas se é que me entende... – disse Percy e a deusa esboçou um leve sorriso – mas então hã... Lady Juno? É isso?


_ sim Percy, eu sou uma deusa e não se preocupe em admitir que nunca ouviu falar de mim, creio que vocês semideuses gregos desprezem a cultura romana – disse Juno alisando a lamina de sua arma.


_ romana? Deuses romanos? – disse Percy, ele ouvira falar dos deuses romanos pelo menos sabia que os nomes da maioria dos planetas do sistema solar eram batizados em suas homenagens, mas não desconfiava que eles existissem de verdade – vocês existem também é?


_ sim, existimos, somos uma outra contraparte dos deuses gregos que você esta mais familiarizado – disse Juno e Percy lhe olhou confuso – sabe, a cultura romana tem como base a grega e eles meio que absolveram muitas coisas como por exemplo os deuses e aderiram algumas modificações de acordo com suas crenças e seu modo de vida...


_ quer dizer, que são os mesmos deuses romanos os gregos, só que com outras caras, nomes e roupas – disse Percy – entendi, então...Juno, você é contra parte de que deusa grega?


_ eu sou a contraparte da rainha do Olimpo – disse Juno e Percy se surpreendeu realmente com tudo aquilo e não conseguiu evitar – vejo que você não gosta muito dela, mas para mim tudo bem... Não precisa gostar dela.


_ Hera não gosta muito de nos, ela amaldiçoou minha namorada alguns anos atrás – disse Percy – é, vamos dizer que o sentimento seja uma via de mão dupla...


_ ela não gosta muito de semideuses, admito – disse Juno - afinal como deusa da família, Hera odeia traições e no caso de vocês são frutos de uma varias vezes, mas não estou aqui para falar dela – e a aparência de Juno começou a falhar piscando constantemente como um aparelho de televisão com falha e hora ela possuía a forma romana e outra a aparência grega – pare de pensar em minha outra parte idiota...


_ desculpe, é meio difícil quer dizer... – disse Percy suspirando enquanto colocava as mãos no bolso – então, qual é o lance para me tirar do acampamento?


_ você tem uma missão importante Perseus, e terá de cumprir em breve – disse Juno – mas até lá o caminho é longo, e você se sentira perdido por alguns momentos...sem saber quem é, mas estará no caminho certo.


_ essa missão... – disse Percy inseguro – eu vou estar só?


_ não, você não estará, mas terá que passar por desafios tendo como companhia apenas suas habilidades e sua espada – disse Juno – encontrar o caminho para o acampamento Júpiter sozinho...


_ Acampamento Júpiter? Desculpe mas eu não sei como farei isso, nunca ouvi falar de algo assim – disse Percy sorrindo sem jeito.


_ você encontrara, está em seu destino e ao chegar ao acampamento ajude uma velha a atravessar – disse Juno e o rapaz parecia mais confuso ainda – nem sei o porquê de estar te falando isso, não se lembrara de qualquer forma... - e ela saiu voando a frente.


_ espere, eu vou me lembrar sim, não sou lerdo– disse Percy e Juno lhe olhou com a sobrancelha arqueada para então lhe voltar as costas novamente – certo, eu sou lerdo... mas não ao ponto de esquecer algo qua alguem me fala... será que dá para me encarar nos olhos? – o rapaz quase gritou enquanto tocava o ombro da deusa e de repente se sentiu sendo puxado novamente como se passasse por alguma espécie de buraco de agulha que ele logo entendeu ser o teletransporte.


Juno sorria para o rapaz que incrédulo encarava o rio a sua frente, aquele lugar estava cercado por rochas no interior de alguma caverna do deserto e por uma abertura que dava para o céu estrelado dava para ver uma pequena cachoeira caindo formando um rio de águas brancas leitosas ali. Percy encarou a mulher surpreso ainda enquanto se abaixava e colocava a mão na areia fina ali sob seus pés.


_ que lugar é esse? – disse Percy.


_ essa, é uma das nascentes do rio Letes – disse Juno – fica no deserto de Nevada e suas águas seguem para o mundo inferior.


Letes, o rapaz conhecia aquele rio muito bem ao ponto de saber o que suas águas fazem com quem se banha nele. Aquele rio fora responsável por tantas lembranças perdidas, como as que Nico possuía de sua mãe e que foram apagadas a mais de setenta anos e logo após fora colocado no Hotel e Cassino Lótus. Percy nunca tinha imaginado perder suas memória, mas ao que parecia era esse o plano de Juno.


_ você quer o que comigo aqui? – disse Percy pegando contracorrente em forma de caneta de seu bolso.


_ acho que você já sabe não é? – disse Juno – eu quero que você se banhe nesse rio...


_ oh, claro...muito fácil me fazer aceitar perder minhas memórias – disse Percy rindo – acha mesmo que eu vou fazer isso ? Pode esquecer, eu dou muito valor a tudo que tenho guardado aqui – ele apontara para a própria cabeça – e você gracinha, não vai me tirar isso... – ele destampara contracorrente e sentiu ela se expandir em uma espada em suas mãos.


_ você não espera ganhar uma luta de espadas comigo, não é mesmo? Eu sou uma deusa Perseus – disse Juno erguendo sua espada – não vai ter a mínima chance contra mim.

_ Ares disse algo parecido uma vez, e eu o derrotei – disse Percy - que chances tem você? – Juno franzira as sobrancelhas as unindo e uma expressão dura surgiu em sua face.


_ você se tornou muito arrogante com essa sua tal invulnerabilidade, mas saiba que eu não me importo, não o quero morto apenas inconsciente para que eu possa fazer o que vim fazer aqui – disse Juno correndo até Percy que fez o mesmo.


Um choque de laminas, foi isso que ocorreu a principio e o som ecoou pela a caverna vazia, logo vieram mais golpes e investidas que Percy não conseguia reconhecer no jeito de Juno lutar, ela investia com a ponta com fortes entocadas no lugar dos lances e cortes que o rapaz estava acostumado a ver no modo de luta dos semideuses foi então que entendera que se tratava do jeito romano e logo se recuperara.


Ele mirara nas pernas da deusa que saltara, as investidas do rapaz eram inúteis frente aos desvios e esquivas dela que eram algo tão gracioso e belo, mas que sumiam a medida que Percy investia com golpes cada vez mais rápidos e perigosos.


Num momento Juno perdera sua espada quando com um grande golpe Percy a arremessara de sua mão e a fizera voar até próximo do rio Letes. A deusa olhou para o rapaz que exibia um grande sorriso orgulhoso de si no momento em que dera as costas para ele e correra até sua própria arma, Percy correu até ela quando estava próxima de pega sua espada, Juno se viu então presa com força pelos cabelos pelo filho de Poseidon que apontava contracorrente próximo de sua garganta.


_ uma regra da luta de espadas moça é nunca voltar as costas para seu adversário – disse Percy sorrindo e Juno sorriu também fora então que ela brilhou novamente.


O brilho cegou Percy e quando se deu por si, Juno não estava mais indefesa e derrotada com a ponta da espada próxima a sua jugular e sim a suas costas com a lamina de contracorrente apontada para a base de sua coluna onde estava escondida sua mortalidade. O rapaz sentiu uma corrente elétrica percorrer seu corpo pelo contato com a ponta da espada, ele deve ter tremido com isso já que Juno percebeu e riu.


_ outra regra da luta com espadas, quando seu adversário é um deus, não conte vantagem até te-lo derrotado de verdade – disse Juno puxando os cabelos de Percy que sentiu a lamina ainda mais próxima – com medo de eu mata-lo? Poupe-me, sua vida insignificante ainda tem algum valor para mim...


_ o que você pretende fazendo isso? – disse Percy irritado – apagando minha memória, me fazendo mergulhar, isso não faz sentido...


_ é o único modo de manter-lo vivo para onde vou mandá-lo, se eles descobrirem sua origem você morrera – disse Juno com uma voz que parecia caridosa – agora Percy Jackson...


Percy olhou para onde estava, não estava mais dentro a caverna e sim sobre ela, a beira do buraco entre pedras por onde ele podia ver lá embaixo as águas brancas do rio e ao encarar por sobre seu ombro pode ver Juno lhe encarando enquanto devolvia a espada para sua mão.


_ não lhe deixarei no escuro, no entanto, você se lembrara de algo que o fará ter esperanças e saber quem você é – disse Juno – boa sorte Perseus, que os deuses o protejam – e a deusa dera alguns passos quando chutara o rapaz, dando-lhe um impulso para que despencasse pelo buraco em direção ao Rio Letes.


Percy estava em queda livre quando finalmente atingira a água do Letes com força e sua visão ficara escura, pois acabara desmaiando com o impacto.


Percy acordou vendo que tudo fora um sonho, estava novamente na Argo II deitado sobre a portinhola de vidro no chão do estábulo, se levantou ao escutar alguém lhe chamando e respondeu mostrando que estava ali.


Ele ainda tinha a imagens de seu sonho em sua mente, eles passavam rapidamente agora e em especial seus últimos momentos no acampamento com Annabeth. Segundo sua namorada, após aquele dia os deuses haviam se isolado no monte Olimpo, inclusive Dioniso havia deixado o acampamento nas mãos de Quiron, ao que parecia Zeus sentia a presença e agitação de Gaia. Eles sabiam o que estava para acontecer.


_ Percy? – disse uma voz um pouco mais próxima.


_ Estou aqui – disse Percy gritando.



Logo surgiu pelas escadas a figura de Nico que parecia melhor, mas ainda um pouco abatido.


_ nos estamos chegando onde ela está Percy, venha, você vai querer ver isso – disse Nico fazendo sinal para que ele o seguisse e juntos subiram as escadas para o piso superior.


Percy estava animado com a idéia de que reveria Annabeth finalmente, e rezava aos deuses tanto aos gregos quanto aos romanos para que ela estivesse bem. Quando chegou novamente ao convés pode ver os olhos de todos se encontravam no que havia lá embaixo, ele se aproximara perto de alguma das beiradas e encarara sob eles a imagem de um estacionamento e as rachaduras de uma grande cratera que estava se formando e vários carros despencavam, aquilo era aterrorizante e era pior saber que sua namorada estava ali.




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Notas finais do capítulo

A fic será betada em breve,qualquer erro será corrigido então.
reviews sempre são bem vindos.