– E que se inicie o Treinamento em RPG! – anunciou, uma das “sócias” que ajudou a construir o aparato – Quem será o primeiro grupo a enfrentar o maior invento desde o autômato do dragão?

– Se você primeiro explicasse o que essa joça faz, filha de Hefesto – protestou uma filha de Ares, eles tinham um desentendimento fora do comum, literalmente.

– A quem você está chamando de joça, cara de javali? – gritou Felix, um filho de Hefesto que estava na apresentação da máquina.

Logo iniciou-se um tumulto que as filhas de Afrodite trataram de acalmar com seus poderes e também alguns dos responsáveis pelo Acampamento.

– Sem mais interrupções, por favor. Isso vai nos ajudar de algum jeito, então brigar não vai adiantar nada! – falou Annabeth usando a sabedoria herdada de sua mãe.

– Obrigado, Annabeth – falou Leo, piscando para ela – Agora, às explicações. O CHB RPG é ativado por imaginação. Uma vez sentados nessa belezinha aqui – disse o garoto sorrindo –, só se pode sair quando se vence a batalha, se morrer no jogo, você é liberado e alguém é escolhido para substituição, dando oportunidades a todos os campistas. Para todos os efeitos, são aceitas paradas para recobramento de energia fornecida por ambrosia ou néctar, disponíveis pelo McDonald’s, seção reservada para heróis, atualmente gerenciado pelo Sr. D.

– Ele estava dando em cima de você, Annie? – Percy perguntando sussurrando a Annabeth, meio confuso.

– Que tipo de treinamento é? – interrogou Chris Rodriguez.

– Depende de cada semideus, por exemplo: estratégia para filhos de Atena; roubo e pilhagem para filhos de Hermes; força bruta aos filhos de Ares, enfim, se adapta ao que cada um tem em mente para a batalha, já que, como Nyssa revelou, é ativado por imaginação.

– Então é como se fosse Caça a Bandeira misturado com treinamento? – questionou Marcus, filho de Atena.

– Basicamente. Serão dois grupos composto por quatro pessoas em cada rodada. Façam suas alianças, estratégias, lutem, sobrevivam. Que se inicie o CHB RPG! – falou Leo abrindo os braços e sorrindo como se aquilo fosse sua vida e tudo que os outros semideuses deveriam se importar.

Clarisse, Annabeth, Piper e Silena ficaram no primeiro grupo. Chris, Percy, Leo e Charles ficaram no segundo. E assim como Clarisse liderou o jogo escolhendo seu time, o cenário do jogo/treinamento foi proporcional ao que estava em sua mente: Uma sala rarefeita, com móveis ao redor, mas distante da área de combate e nesse espaço, existia um tapete, mas não era escorregadio, era como se fosse grudado por mágica. Os dois grupos apareceram na tal sala.

Cumprimentaram-se: Todos em linha paralela, na sequência, Piper e Leo, Annabeth e Percy, Chris e Clarisse e Charles e Silena. Todos com um joelho apoiado no chão, o outro sustentando o peso do corpo e suas armas em punho à frente do corpo já com armadura. No segundo seguinte Clarisse levantou a cabeça e se pronunciou:

– Não sejam mortos, garotos.

Todos se levantaram e rapidamente se reuniram, mentalmente a líder do grupo feminino passou uma imagem de como queria que a batalha acontecesse. Annabeth ajudou, dando um pouco de estratégia rápida e segura, e logo, lanças, espadas e adagas estavam em ação:

Eles lutavam em duo. Percy brandia Contracorrente contra Piper que tentava se defender com sua pequena adaga, Katoptris. Annabeth usava seu boné dos Yankees, investindo contra Charles com sua adaga também. Silena fazia com que Leo ficasse meio hipnotizado, fazendo com que ela tivesse tempo de dá-lo uns belos tapas e socos e se afastar rápido dele. Clarisse e Chris ficaram imóveis decidindo o que fariam então ela sorriu e moveu a boca: Lute!

Ela atacou com sua lança, mas o namorado conseguiu desviar e jogou uma espécie de bombinha de gás que a fez rir e gritar ao mesmo tempo: “Você me paga, filho de Hermes!”

Depois de mais quinze minutos em uma pugna que ninguém parecia ganhar ou perder, o líder do grupo masculino, Percy, pediu tempo para montar estratégia com seus companheiros de aliança.

Clarisse aceitou e aproveitou para criar uma nova estratégia também, ainda mais com uma filha de Atena em sua equipe, e apesar de não ser tão próxima de Annabeth, sentiu que a garota loira de olhos cinzentos sempre seria ótima em luta e ótima companhia.

– Annabeth, nós temos que vencê-los! – esbravejou a filha de Ares.

– E vamos. Escutem, precisamos de algo rápido e fácil...

E enquanto as meninas trabalhavam, Percy parecia tentar ter um raciocínio mais complexo, tentando estar um passo a frente de sua namorada. Silena distraía Charlie, mas, ao mesmo tempo dava atenção ao que suas companheiras falavam.

Terminando os cinco minutos que as duas alianças tinham, os oito ficaram em seus postos, os músculos tensos e cada sentido, aguçado, pronto para a luta.

Quando Leo, Charlie, Percy e Chris avançaram, suas adversárias ficaram imóveis. “Esperem... Esperem... Esperem...”, Annabeth dava o sinal e, a mais ou menos, sete passos de eles conseguirem manter a posição e depois a dominação sobre elas, venceriam seu primeiro treino/jogo.

“Agora!”, a ordem foi dita e assim que cada um levantou brandiu suas armas, as meninas se abaixaram sobre um joelho e suas aprestas bateram na perna dos rapazes, fazendo-os perder equilíbrio e cair, então, sem pena, elas enfiaram suas lança, espadas e adagas em seus corações.

Bem, eles não morreram na vida real, mas ficaram bem fracos, como Leo e Nyssa haviam mencionado antes que o jogo/treinamento começasse, porém tudo ficou bem depois que todos saborearam néctar e ambrosia.

Os outros campistas as parabenizaram. À exceção dos rapazes, que abraçaram suas namoradas e beijaram-nas. Leo e Piper somente elogiaram um ao outro e se abraçaram, e assim o CHB RPG foi aceito entre todos.