Abri a janela e encontrei um céu nublado e escuro. Era uma e quarenta da manhã. Observei a rua, totalmente vazia, e observei a casa de alguns vizinhos meus. A noite estava bonita. As luzes natalinas deixavam a noite mais linda ainda. Aqui em meu quarto, estava calor, mas lá fora, uma leve brisa do verão entrava pela minha janela.

Infelizmente, estava infeliz. A vida quando você é escritora é bem difícil. As histórias que você mais se dedica, são postas no lixo. As histórias que você cria por diversão, são ovacionadas por tudo quanto é tipo de pessoa. E as que você só co-escreve? Essas viram sucesso, na certa.

Me magoei quando percebi isso. Resolvi olhar a janela. O jornal que passava em minha televisão dizia algo sobre um atirador de cinemas, mas não aquele do meio do ano. Comecei a pensar no passado e no futuro. Bufei. Mas, de repente, lembrei de algo muito especial. Algo mágico, incrível.

"Um ano", sussurrei, antes de fechar a janela.

Resolvi escrever sobre isso. Parei de escrever, e encarei a janela.
Estou triste, sem inspiração, sem nada. Encaro o teclado sem ter letras para digitar, giro um dos pés do meu par de Havaianas compulsivamente, ouço o barulho de letras sendo digitadas em vão e dos ventiladores da casa, girando e tentando amenizar esse calor paulistano. Ah, finalmente é verão.

Acho o verão agradável, mas prefiro o inverno. Irônicamente, aqui em São Paulo, o verão é chuvoso e o inverno tem Sol. Talvez por isso, tenha preferência à isso.
Felizmente, é 26 de dezembro. O ano acaba daqui cinco dias. Acharia legal falar sobre isso, mas ninguém vai ler. Aposto algumas das minhas fichas em 2013. Espero que seja um ano bom. Traga-me sorrisos e shows de minhas bandas favoritas. Fotos com meus ídolos também. E claro, CD's. Eu amo CD's.

2013, traga-me um notebook novo. Um iPod também, quem sabe. Minha mãe, infelizmente, lavou o meu MP5, literalmente. Colocou na máquina de lavar, juntamente com minha jaqueta da escola. Agora estou sem um aparelhinho pra ouvir minhas músicas favoritas. Meu notebook quebrou, mas acho que hoje mesmo meu pai vai levar ao conserto. Esperemos.

Parei de escrever novamente. Levantei-me e senti minha coluna doer. Sei que não é por causa da escoliose.

Dirigi-me novamente à janela, e fiquei lá, olhando as luzes natalinas, novamente. Haviam algumas luzes com defeito. Será que sou uma luz defeituosa? Será que eu só estrago tudo? Talvez. Prefiro acreditar que não tenho um tudo pra estragar. Tenho alguns amigos, e pronto.

Contando agora, de cabeça... Quatro. Quatro amigos. Amigas, na verdade. Tenho mais amigos, é claro, mas nesse instante só considero quatro. E ninguém mais.

Comecei a pensar em 2013. Não preciso de uma vida nova, no próximo ano. Preciso de conceitos novos. Preciso parar de ser... Qualquer coisa. Preciso de algo...

Preciso viver.

PS: queres saber o que significa isso de "um ano"? Ah, meu amigo, isso é outra história... Outra longa história.