Incertezas Mutantes escrita por Sephyra Lune


Capítulo 9
Reencontro


Notas iniciais do capítulo

Hey!
Desculpem pela demora para postar! Com as férias da faculdade estou trabalhando manhã/tarde e tenho as noites tomadas pelas aulas de dança! Tá puxado!!
Só consegui escrever agora porque adoeci! Mas torçam pela minha saúde de volta, que quanto mais me recupero, mais escrevo! (Ou tento! hehe!)
Ah, e
♥ Mrs Rocker Girl, obrigada por favoritar!!



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Os dois fugitivos levaram horas para percorrer os mesmos caminhos do dia anterior no sentido oposto. A volta parecia se arrastar e o percurso parecia muito mais longo. Jully sentia-se tola por ir e voltar em um mesmo caminho, mas Gambit havia lhe garantido que seria uma ótima forma de não se perder de Jean e ainda despistar seus inimigos.

Era próximo ao meio dia quando os dois cruzaram por mais um trecho de águas correntes. Jully se atirou na grama à beira do rio e levou a água limpa aos lábios. Foi um pequeno alívio para seu estômago que novamente começava a reclamar por estar vazio. A cabeça de Gambit estava processando tudo muito rapidamente, principalmente se poderiam ficar ali por alguns minutos ou se deveriam seguir o caminho. Suas decisões, porém, foram tomadas por Jully:

– Sente aí, cajun. Preciso de uma folga para meus pés. Estou com bolhas.

Jully tirou as botas e levou os pés de molho à água. Ela relaxou e fechou os olhos quando a onda gelada absorveu sua pele machucada trazendo alívio e concentrou-se apenas nas sensações, dando ouvidos ao canto dos pássaros que estavam em todos os lados das árvores.

Gambit deitou-se ao lado da garota sobre a grama macia. Ele cruzou as mãos atrás da cabeça e as fez de travesseiro. Ele sabia que era arriscado demais para os dois estarem juntos, mas sua curiosidade em descobrir os planos de Magneto superava seus medos. Gambit almejava por vingança e precisava estar de qualquer forma um passo a frente. Jully interrompeu seus pensamentos quando voltou a sentar-se e encarou o rio:

– Você sabe pescar? Estou com muita fome.

– Estamos relativamente perto da sua casa.

– Relativamente perto é muito longe para meu estômago.

Gambit sucumbiu ao protesto dela e levantou-se para observar o rio. Era possível ver alguns peixes passando e ele não pode negar que seu estômago já estava pensando em como seria mais propício cozinhá-los. Gambit deixou as botas no gramado e ergueu as barras das calças para entrar no rio. Jully o observou preparando-se para pescar com seu bastão. Ele ergueu a arma e ficou estático por um momento até que o lançou até o fundo do rio. A arma apenas movimentou as águas, voltando vazia. Jully riu e Gambit fez sinal para que ela ficasse em silêncio.

Três outras tentativas foram necessárias antes que Gambit entendesse os conceitos de pegar peixes de maneira tão rústica. Jully vibrou com a conquista do almoço e pulou em direção ao pescoço do homem o abraçando, deixando-o constrangido em retribuir o gesto. Ela o fitou:

– E agora? Como vamos assá-lo?

– Hora de sair da água antes que você pegue um resfriado, vamos! – Gambit a guiou para fora do rio – E deixe a comida comigo.

Ele segurou o peixe com ambas as mãos e Jully assistiu às ondas cinéticas dele invadirem o corpo já sem vida do animal. Gambit estava usando sua energia para simular a ação de um forno de microondas e, ao final do processo, a carne estava dourada e exalava um cheiro estonteante. Eles dividiram o peixe e comeram à sombra de uma árvore. Jully resolveu apostar alto para ver até onde ele iria.

– Sabe, para um riquinho metido você cozinha muito bem.

– Eu não sou isso.

– Ah se é! Metido, exibido e dramático ao extremo.

– De onde você tirou isso? – Gambit ergueu uma sobrancelha desconfortável com a situação.

– Você passa essa impressão... Seu sotaque, seu jeito... Você só foi pescar para provar que é ágil. No mínimo devia ser um menino mimado no passado. – Jully revirou os olhos.

– Nunca tive tempo suficiente para ser mimado. – Gambit desviou o olhar e sua voz tornou-se sombria – E meu passado não é tão limpo assim.

Ele ficou em silêncio e não revelou mais nada. O plano de Jully de descobrir mais sobre o suposto protetor havia falhado. Ele parecia muito chateado com as acusações dela e ela precisava fazer algo melhorar a situação e não tornar o resto da viagem insuportável. Ela notou que ele segurava displicentemente seu bastão retrátil e resolveu distraí-lo de seus pensamentos:

– Você só pescou para mostrar a habilidade com esse negócio.

Jully agilmente roubou o bastão de Gambit e se afastou dele. Ele levantou-se e foi atrás dela respirando pesadamente.

– Cuidado, você pode se machucar com isso!

– Ou posso quebrar sua arma? É com isso que você se preocupa?

– Também. – Ele admitiu.

– Venha aqui buscar! – Ela provocou acenando com a mão livre.

Gambit foi até Jully que ficou parada, mas movia agilmente o bastão entre as mãos. Gambit jogou-se sobre ela tendo o cuidado de cair ele de costas sobre a grama. Ela o fitava com um sorriso divertido, levando sua raiva a sumir instantaneamente. Agilmente ele girou e segurou os braços de Jully contra o chão. O ar que ele expirava batia de leve em seu rosto ao mesmo tempo em que Gambit percorria o braço direito de Jully até sua mão, onde estava o bastão. O toque dele provocava e arrepiava. Gambit segurou seu bastão, mas não soltou Jully, contemplando-a naquela situação. Ele sentiu vontade de beijá-la, mas antes que pudesse decidir o que fazer, algo quente e forte atingiu suas costas. A pancada foi suficiente para fazê-lo chocar-se com uma árvore nos arredores.

Gambit ignorou a dor e preparou o bastão e o baralho para a batalha. Ele reparou no ambiente e percebeu que os X-Men haviam chegado e havia muitos deles para que ele tivesse chance de lutar.

– Liberte-a, Gambit, ou teremos que enfrentar você.

Jully virou-se e reconheceu Scott Summers. Ao seu lado, Jean Grey, Logan, Kitty Pryde e Kurt Wagner. Todos vestiam o uniforme X-Men e estavam em suas posições de batalha.

– Ora se não é a escolinha do Professor Xavier. Bem a tempo.

– Sem ironias, Gambit. É melhor não resistir. – Jean gritou.

Chérrie! – Gambit fitou uma Jully em choque ainda sentada no chão – Foi um prazer imenso.

Ele tirou uma carta do baralho e antes que qualquer um da equipe pudesse reagir, energizou-a e a lançou na terra. A poeira encobriu a área onde ele estava. Noturno se teletransportou para onde ele estava antes e Ciclope e Wolverine logo o alcançaram, mas o outro mutante já havia sumido. Logo todos haviam se agrupado em volta de Jully e Scott a questionou visivelmente nervoso:

– O que ele fez com você? Ele te atacou?

– Não... – Jully estava estupefata olhando para o local onde antes Gambit estava. Scott o havia machucado sem nem questionar.

Jean checou se Juliette estava ferida e constatou que poderiam voltar imediatamente para o Instituto. Enquanto isso, Wolverine farejou o ar e analisou o ambiente em volta. Andou até a árvore com a qual Gambit havia colidido e usou seu olfato apurado mais uma vez:

– Ele está ferido. Não vai muito longe.

– Agora que encontramos ela, as prioridades mudaram, Logan. Vamos retornar ao Instituto. – Jean ajudou uma Jully ainda em choque a levantar.

– Vou ir buscar a X-Van. Aguardo vocês na estrada. – Noturno estalou os dedos e teletransportou-se para onde haviam estacionado o veículo.

– Deveríamos ir atrás dele. Ele deve ter informações sobre tudo.

– A prioridade agora é a segurança dela e do Instituto. Vamos, rapazes. São ordens diretas do Professor.

– Pode ter certeza que ele não vai ficar solto por aí por muito mais tempo.

Logan rosnou ainda sentindo o cheiro do cajun no ar, mas abandonou a caçada após receber um olhar de desaprovação de Jean. Kitty chamou todos e o grupo caminhou até a parte mais próxima da estrada, onde Kurt já os esperava no carro. Jully estava feliz que havia encontrado os X-Men, mas não podia deixar de se sentir desconfortável com o jeito que Gambit havia sido tratado, sabendo que não poderia revelar a eles como ele havia sido generoso com ela.


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Notas finais do capítulo

Obrigada!! :)



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