Incertezas Mutantes escrita por Sephyra Lune
Notas iniciais do capítulo
Comentem, por favor! :) É o que mais me motiva a escrever. Esse capítulo é dedicado, como sempre, pros amores que me favoritaram, comentaram e também para aqueles que só passaram os olhos pelo meu trabalho.
Obrigada! :)
- Você deveria descansar e me deixar dirigir...
- Vamos chegar em breve e teremos algum tempo para descansar.
- Adoraria trocar de roupa. Ficaria muito mais confortável no meu uniforme... –Jully suspirou. Gambit havia dirigido por seis horas durante a noite e ela havia passado a viagem inteira tentando acomodar-se ao banco do carro para dormir com um vestido volumoso. O corpete bordado de seu vestido era lindo, mas justo e era desconfortável para aquele tipo de situação. - Você pegou minha mala?
- Está no porta-malas. Assim que pararmos você se troca.
- Hum... Você tinha me falado que a viagem seria longa... Se vamos chegar em breve vai ser mais curta do que imaginei.
- Acredite, será longa. Sábio está sempre se movendo e eu precisei cobrar alguns favores para descobrir onde ele está, chérrie. Muitos vão vê-lo, mas ele não atende a todos.
- Então corremos o risco de fazer tudo isso em vão?
- Já lhe expliquei que havia risco que nada acontecesse.
- Hum... Isso me conforta tanto.
O automóvel permaneceu preenchido apenas pelo som de um rock calmo que tocava em uma estação local por outra hora, até Gambit encontrar um hotel de beira de estrada, onde parou o carro, fazendo o rádio silenciar-se. Jully olhou desconfortável para as paredes externas pintadas em amarelo já desgastado cujos defeitos maiores haviam sido cobertos com argamassa que se destacava sem pintura. O sol da manhã parecia ressaltar que aquele lugar não deveria possuir as melhores acomodações da cidade.
Enquanto Jully pegava sua bagagem, Gambit aproximou-se da porta de número 8 e esperou por um momento. Constatando que não havia som ou movimento dentro do quarto, energizou a fechadura para abrir a porta.
- Pode entrar, não tem ninguém.
- Isso é muito errado. Por que não ir lá pedir a chave? E quero um quarto para mim! – Ela definitivamente não estava confortável com o arrombamento.
- É isso ou ficar na rua. – Ele sorriu para não parecer mal humorado – Um quarto só é suficiente, vamos logo com isso!
Jully revirou os olhos e entrou. O quarto era tão belo quanto a fachada: o papel de parede estava descascado e os móveis encontrados ali eram apenas uma mesa, duas cadeiras, uma cama de casal e um criado-mudo, todos em madeira amarelo-envelhecido-por-três-décadas. Ela checou o banheiro e agradeceu por ele estar relativamente limpo.
Gambit havia tirado as botas e deitado na cama enquanto ela revirava a mala. Ele havia passado a noite em claro enquanto ela havia tirado pequenos cochilos durante o trajeto. Jully pegou suas roupas e andou até Gambit que apenas ergueu uma sobrancelha.
- Zíper. Preciso de ajuda.
Ela virou de costas para ele que sentou na cama. O zíper de seu vestido ficava no corpete, no meio das costas, tornando-o difícil de abrir. Gambit forçou-o para baixo, e ele desceu apenas dois dedos antes de travar.
- Tem um pedaço desse véu preso no fecho.
- Véu? Isso é uma renda. Tome cuidado, Kitty me mata se algo acontecer com o vestido que ela escolheu. – Ela observou a parede azul descascada à sua frente pensativa enquanto ele lutava contra seu fecho – Deve ser fácil para ela sair desses vestidos.
- Está emperrado, senhorita isso-é-uma-renda.
- Não pode estar! Tente tirar a renda daí! Não vim até aqui para ficar presa em um vestido de baile!
Gambit puxou Jully para mais perto, forçando-a a dar um passo para trás. Ela agora preenchia o espaço entre as pernas dele com o volume dos tecidos que usava. Gambit tentou novamente e desistiu de arrancar o "véu" dali. Ele tocou o pescoço dela com intenção de afastar os longos cabelos castanhos e desceu a mão por suas costas até o zíper, fazendo-a arrepiar-se. Após, afastou o tecido da pele suave dela e energizou o fecho com cuidado para explodi-lo suavemente, liberando,a ssim, o vestido sem machucar Jully, que ficou paralisada por um momento, sem reação, sentindo as mãos do cajun segurarem a sua roupa, agora solta.
- Não teve outro jeito. – Ele tentou se explicar, dando de ombros.
- Não teve porque você adora explodir as coisas! – Ela andou direto para o banheiro e bateu a porta ao entrar.
- É um dos meus principais defeitos, chérrie.
Gambit sorriu triste para a porta fechada antes de se jogar na cama novamente. Bastaram duas piscadas para que o cansaço o abraçasse e o levasse para um passado distante.
“Gambit estava em uma sala mofada com iluminação precária, jogando cartas e bebendo com dois de seus companheiros de clã. Conversavam sobre os demais companheiros, bebidas, roubos e o assunto mais polêmico de todos até então: mulheres.
- Pode não parecer importante ou interessante para você, mas é para nós, Remy. Ganharemos muito mais poder sobre a cidade com essa união. – O maior dos homens puxou o assunto, sem desviar os olhos das mãos do cajun e das cartas que segurava.
- Certo ou errado, não é o que quero fazer!
- Genevieve está morta, homem! É hora de aceitar isso! – O outro rapaz rebateu enquanto descartava um dois de copas. – Você não é uma mulherzinha para ficar choramingando pelos cantos em busca do verdadeiro amor.
- Não estou choramingando pelos cantos. Só não quero me casar com Belladona.
- Ela é uma das melhores da guilda e você também. É impossível dar errado. - Um deles tentava aconselhá-lo.
- Muito pode dar errado e, ainda assim, seremos mais fortes. Como você pode recusar essa proposta, Gambit? - O outro apoiava.
- Não acho que essa é uma carta que vocês encontrarão em meu baralho, rapazes. Meu casamento com ela é uma hipótese que vocês podem descartar.
- Gambit, Gambit. – Uma voz familiar entrou pela porta da sala. Jean-Luc LeBeau, seu pai adotivo, serviu-se de uísque e juntou-se a eles na mesa, sentando-se ao seu lado. – Estou chegando de um encontro.
Os dois homens cumprimentaram Jean-Luc com respeito e se mantiveram em silêncio. Gambit continuou concentrado no jogo, demonstrando sua indiferença pelo assunto.
- Espero que sua noite tenha sido satisfatória. – Gambit rebateu.
- Não esse tipo de encontro, filho. Estávamos tratando justamente destes detalhes da união de clãs. É uma ótima chance para acabar com essa guerra sem sentido entre nós.
- É uma cartada sua, não minha.
- É nossa. Conversei com Julien Boudreaux e estamos em trégua temporária. Pense no número de homens que teremos e ainda mais nos que já perdemos devido a intrigas bobas.
- Se os perdemos é porque eles não eram bons o suficiente.
- Você não é mais uma criança filho e eu não vou mais te dizer o que fazer. Por mais apegado que seja, às vezes é necessário descartar a rainha de copas antes do previsto para que ela possa ajudá-lo. – Jean-Luc tirou a carta vermelha das mãos de Gambit e a descartou. Ele levantou-se e colocou a mão no ombro de Gambit. – Confio que você fará o seu melhor, como sempre.
Gambit encarou os adversários nervosos e fitou a carta sobre a mesa quando sentiu tudo mover-se ao seu redor e perder o foco.”
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Ah, e desculpem pela demora! Tentarei postar outro capítulo essa semana ainda!