Era o meu 2° dia no internato e era como se eu estivesse ali há dias, não que eu não gostasse de lá, eu amava aquele lugar, eu já pertencia àquele mundo. Acordei às 6h00min da manhã com uma sirene ridícula acionada, me fazendo cair da cama:

-Esse negócio aciona todos os dias? – perguntei enquanto me levantava

-Sim, é para os alunos não perder a hora – Sophia respondeu rindo

-Legal – falei

Arrumamos-nos e fomos tomar o café da manhã antes de irmos para a aula. Quando chegamos ao refeitório o Max e os outros já estavam lá, quando entramos e passamos por eles, eles nos acompanharam com os olhos e não sei por que, mas eu tive a leve impressão de que o Max iria aprontar alguma. Quando sentei, eles ainda estavam olhando, acenei pra eles de uma maneira irônica e o que tive em troca foi o dedo do meio do Thomas, fiz cara de decepção.

Uns 10 minutos depois, a Sophia levantou e foi levar as nossas bandejas e enquanto a Sophia não estava, percebo o Nathan se aproximando da minha mesa, aquilo era estranho, mas esperei pra ver o que ele iria aprontar dessa vez.

-Sarah, eu queria pedir desculpas no meu nome e em nome dos meninos, nós erramos muito com você e com a Sophia – ele falou sentando do meu lado

-Prossiga – gesticulei com a mão

-Quero saber se podemos dar uma trégua e sermos amigos? – ele perguntou e eu observei desconfiada – O que você me diz? Hein?

-Vou pensar no seu caso – falei ainda desconfiada

-Podemos dar um abraço? – ele perguntou e eu olhei incrédula

-Não. – fui curta e grossa

-Ok então. Até mais – ele se levantou dando umas risadinhas baixas e eu observei o nada, surpresa com essa reação, porque eu realmente não esperava.

-Sarah, o que é isso no seu cabelo? – Sophia perguntou segurando uma mecha do meu cabelo

-Isso o quê? – perguntei procurando outra mecha do meu cabelo – Ah Meu Deus! Isso é cola! – gritei e vi os meninos rindo de mim

-Calma. – Sophia pediu com medo de qual fosse a minha reação

-Seu desgraçado! Filho da mãe=! Você me paga! – eu gritava enquanto corria até o Nathan, que só sabia rir.

A minha reação ao chegar na mesa dele, foi pegar tudo que vi pela frente, bandeja, café, leite, pão, açúcar, biscoito e jogar na cara dele, que tentou se defender e me segurou meus braços.

-Me solta que eu vou te matar! Seu filho de uma puta! – gritei

-Para garota! Para! Sua louca! – gritou Nathan apertando os meus braços

Todos assistiam a cena, Sophia implorava para que eu parasse, mas eu não dava ouvido, até que:

 -Mas o que está acontecendo aqui? – gritou o diretor e o Nathan me soltou na hora, isso só foi mais uma chance para que eu o empurrasse e ele caiu com tudo no chão.

-Garota você andou se drogando por aí? – ele gritou

-Silêncio! Os dois na minha sala... AGORA! – gritou o diretor

-Porque os dois brigaram? – perguntou o diretor

-Porque ele colocou cola no meu cabelo – falei rapidamente

-Ela derramou sopa em mim e nos meninos ontem – ele falou

-Ah! Quer que eu diga por quê? – perguntei irônica

-Ah! Vá se foder – ele falou e eu mostrei o dedo do meio

-Silêncio! – gritou o diretor batendo na mesa – Os dois estão suspensos de todas as aulas até a sexta e os dois a partir de hoje, vão cuidar da decoração da festa de sexta.

-Feliz agora? – perguntei ao Nathan

-Culpa sua – ele respondeu

-Idiota – falei

-Calados! Saiam e, por favor, não se matem pelos corredores – ele ordenou e nós saímos de lá ainda trocando algumas ofensas, mas nada demais. Quando fui cheguei ao banheiro, para limpar a sujeira do meu cabelo, tentei pensar em uma vingança que ficasse marcada na história daquele colégio e tive uma ideia, só que eu iria precisar da ajuda de mais alguém, esse seria o único problema.

Passei a tarde toda no quarto trancada, passando a matéria perdida para o meu caderno e tudo isso era culpa do Nathan e agora eu sabia o que sentia por ele, era raiva, nojo...

-Estou suspensa das aulas até a sexta e o pior, eu e o Nathan que vamos organizar a decoração da festa – falei com a voz chorosa

-Eu avisei Sarah. Não pode se meter com esses meninos – ela falou

-Imagina eu junto com o Nathan decorando o salão de festas? Que merda! Esse idiota tendo que ficar na minha cola o tempo todo e eu fingindo ser educada. Vou colocar cola no cabelo dele também, pra ver se ele gosta – falei

-Talvez assim você se entendam logo de uma vez – falou Sophia

-Jamais! – gritei exasperada – Não quero me entender com o Nathan, quem eu vou importunar se isso acontecer? – falei e ela riu

-Falta muito pra você terminar? – ela perguntou

-Não, por quê? – perguntei

-Para irmos para a piscina, ué – ela respondeu

-A senhorita anda muito saidinha – falei e ela riu

...

-Sophia você sabe nadar? – perguntei enquanto sentava na beira da piscina

-Sei, por quê? Você não sabe? – ela perguntou

-Não... Tenho medo – respondi

-Mas você já tentou? – ela perguntou

-Eu já disse tenho medo – respondi

-Hm... Então eu vou mergulhar e você não saia daí – ela falou e pulou para um mergulho. Enquanto ela mergulhava, resolvi caminhar na beira da piscina, não havia ninguém, só eu ela, quando vi ela saindo da piscina e de repente gritando pelo nome:

-Sarah! – ela grita e aponta para algo atrás de mim, quando viro o Max me empurra para dentro da piscina. Eu fiquei desesperada, não tinha forças para subir até a superfície e cada vez eu ficava mais fraca sem ar, até que alguém mais forte me puxa e essa pessoa não era a Sophia.

Continua...