Time After Time escrita por hidechan


Capítulo 1
Capítulo 1: Escuridão


Notas iniciais do capítulo

Para que todos tenham tempo para as coisas boas da vida antes que tudo acabe.



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– Natal é? _Mello fez uma cara de nada ao ouvir a proposta_ eu não comemoro data nenhuma _respondeu seco e voltou sua atenção para o jornal.

- Ah deixa de ser ranzinza, é só um presente e um jantar _Matt fez um bico e cruzou os braços como uma criança.

Mello nada respondeu, apenas levantou tirando a camisa e a jogou em qualquer canto da sala, o outro não pode deixar de erguer uma sobrancelha se forçando a não desfazer a cara emburrada e ir agarra-lo. Que culpa ele tinha se ele era gostoso?

– Dia 24 tenho trabalho e dia 25 é meu único feriado, preciso descansar _deu os ombros e entrou no banheiro.

O ruivo deu um suspiro, não era sempre que Mello agia daquela maneira, mas quando não queria algo ele insistia até o ultimo momento. Resolveu então pegar as chaves do carro e dar uma volta, ora, era tão cabeça dura quanto e não ia desistir. Rodou a cidade de Tokyo por algum tempo, tudo estava estupidamente cheio, mercado, lojas, calçadas, ruas, estacionamentos e chegou até a pensar que o amante de repente tinha razão – bobagem, riu. Parou numa vaga qualquer um pouco afastado do centro e fez o caminho a pé, parou vez ou outra para comprar alguns itens que precisava.

– Está nevando, mas parece que nem isso consegue congelar o desejo de gastar tudo que temos... _murmurou, olhava encantado para uma vitrine particularmente colorida.

– Posso ajudar, onii-san? _uma vendedora baixinha saiu de dentro da loja e parou ao seu lado.

– Ah é... eu queria alguns jogos _sorriu um pouco encabulado, ela era muito bonita e já fazia um certo tempo que não saia com mulheres, isso acabou despertando seu interesse.

– Entre! Temos todos, alguns lançamentos entraram na promoção _dava risinhos entre uma pausa e outra.

– Eu gostaria de comprar todos! Mas tenho uma pessoa emburrada lá em casa esperando um presente _suspirou.

– Entendo... aqui, feliz natal de qualquer forma _tirou seu gorro vermelho e colocou sem muito jeito nos cabelos cor de fogo de Matt, as cores quase se misturaram formando uma enorme cabeça chamativa _e volte sempre!

– O...obrigado! _sorriu, agora vermelho, e acenou de volta enquanto ela ia de encontro a um menininho que olhava a vitrine animado puxando a manga da blusa de sua mãe.

Continuou sua jornada em busca de algo para o zangado¹ – como ele costumava chamá-lo – e depois de algumas horas resolveu comprar algumas barras de chocolate e um relógio de pulso. Matt não ligava muito para o tempo, para ele atrasar ou chegar cedo, o importante era estar lá, o loiro ao contrário ficava irritado sempre com esse tipo de atitude; comprou então um lindo relógio de pulso com tira de couro preta com ponteiros finos e prateados – para que ele cuidasse do seu tempo tão precioso. Tudo bem, não era o melhor presente do mundo, nem a melhor das explicações... mas é Natal, tudo está valendo. A neve continuava insistente naquela noite do dia 23, o frio logo espantou a maioria das pessoas, as que ainda insistiam em andar pelas ruas molhadas e escorregadias se escondiam atrás de grossos cachecóis e blusas enormes.

– É... está na hora de ir para casa... _ficou divagando enquanto esperava o sinal abrir, um casal animado conversava sobre os planos da noite seguinte, a menina tinha lindos olhos verdes – raro para uma japonesa, talvez fossem lentes.

Bateu na própria cabeça, que pensamentos imbecis c*****. Andou por entre as pessoas até seu carro e deu a partida, estava muito cansado. O apartamento estava escuro, Mello já dormia pesadamente apesar de ser apenas 23 horas, sem coragem para enfrentar o frio, Matt apenas deitou-se ao lado do amante e adormeceu enroscado em sua cintura como um gato.

– Boa noite meu amor... _o outro se remexeu um pouco, mas não chegou a acordar.

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O dia amanheceu escuro pelo ma tempo, Mello acordou por volta das sete sem coragem alguma de trabalhar. Xingou baixinho quando se descobriu, pegou a roupa já separada em cima da cadeira e entrou no banheiro.

– Odeio essa época do ano! _falou pra si mesmo olhando seu rosto pálido no espelho, trocou de roupa rapidamente e tentou ajeitar os cabelos da melhor forma possível – sem sucesso apenas os prendeu num desajeitado rabo de cavalo.

Deu um beijo no rosto do outro e pegou um pacote em cima da mesinha – fazia entregas de produtos roubados para clientes a mando de um chefe que nem mesmo ele conhecia, perigoso, mas muito lucrativo.

Caçou as chaves do antigo Camaro vermelho de Matt, as encontrou jogadas de qualquer jeito no sofá, não se preocupou com o documento nem mesmo com sua própria habilitação. Viu de relance enquanto passava pela cozinha algumas sacolas de compras, mais tarde ralharia com o ruivo por gastar tanto sem avisa-lo – afinal dinheiro não caia do céu.

Matt acordou horas mais tarde animado para sua noite especial tomou um banho demorado e escolheu sua melhor roupa – uma camiseta listrada de vermelho e preto combinando com sua calça jeans rasgada no joelho, para ele aquilo era o melhor estilo.

Desceu para a cozinha e antes mesmo de tomar café da manhã começou o bolo de nozes não faria nada de mais, apenas uma lasanha que Mello amava e a salada de mil cores para dar um paladar mais suave.

– Mas eu sou um verdadeiro chefe! _riu enquanto caçava um avental que deveria existir perdido entre as tranqueiras da cozinha _ Mel? Meeeeel, vem gatinho.

Balançou o saco de ração para chamar a atenção de seu gato de estimação, como tinha os pelos dourado e era tão emburrado quanto o loiro, o apelidou de Mel somente para irrita-lo.

– Hoje vamos comer muito bem ein! _coçou atrás das orelhas do bichano e ganhou um ronronar em troca.

As horas foram passando rapidamente, quando Matt se deu conta, já estava perto da hora de Mello chegar. Foi correndo até as coisas para colocar a lasanha no forno e tirar o vinho com as taças.

– O vinho! _ralhou consigo mesmo, se esquecera de comprar.

Tentou falar com o loiro, mas seu celular estava desligado – por que não né? Isso ai já era habito. Tirou o avental o jogando em qualquer lugar, iria rapidamente até a loja mais próxima. Bufou quando lembrou que seu carro estava em posse do outro e pegou a moto, o frio não era nada convidativo para um passeio ao ar livre, mas antes ir rápido e voltar rápido congelando do que ir a pé lentamente e voltar a pé lentamente congelando.

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Mello chegou em casa por volta das 19 horas, assim que abriu a porta de entrada Mel veio correndo ao seu encontro miando.

– Hey, boa noite Mel, onde está seu dono ein? _acendeu a luz da sala, aparentemente não tinha ninguém _ele se escondeu de novo é?

O loiro andou pra lá e pra cá a procura de Matt, quando entrou na cozinha viu que o forno estava ligado com alguma coisa quase queimando dentro.

– Eita porra! _desligou antes que o pior acontecesse, não chegou a torrar, mas estava começando a cheirar queimado _onde está esse imbecil?

Mel continuou miando atrás de si, sem paciência despejou um pouco de ração em seu prato e rumou para a sala novamente. Discou automaticamente para o numero já tão conhecido, ninguém atendeu, discou novamente, ninguém atendeu.

Já irritado, tentou uma ultima vez até que ouviu uma voz feminina.

– Aqui é o celular de Mail Jeevas _disse ela num tom ameno.


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Notas finais do capítulo

O Nyah tah zuando com a minha formatação .-. sorry.



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