Aprisionado escrita por helloangel


Capítulo 4
Capítulo 4




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Capítulo 4.

- Senhor e senhora Iero, podem vir aqui por um momento? - Um homem com uma vestimenta branca falava sobre um tom completamente audível sobre um corredor que possuia mediante aquela sala.

"Céus! Aquele. Sou. Eu?" Em passos segui a cama observando um ser que se encontrava completamente desacordado, com inúmeros tubos envolta de seu nariz e pulsos, os batimentos eram fracos, onde agora eu aproximava meu rosto daquele... Cara. Não. De mim.

"Hã? Jesus, senhor, pai amado..." Tentei socá-lo, quero dizer, socar-me, mas percebi que meus dedos passavam sobre aquela face. "Ai, jesus. Eu tô sonhando. Hehe, eu só tô sonhando, por isso eu vou me beliscar e eu vou acordar." Tentei passar os meus dedos envolta de meu corpo, quando vi que aquilo era inútil e até a mim mesmo os meus dedos ultrapassavam. "Tá, eu ainda tô no sonho, mas é que ele é só bem... Elaborado. É isso."

- Como eu já lhe disse anteriormente. - A voz começava a aumentar.

- Sim, doutor? - Uma voz familiar perguntou.

Era a minha mãe! Corri para à porta ao tentar abri-la, pff, em vão. Então tentei passar pela mesma, o que me assustou novamente.

- Seu filho... - Seu tom era baixo e melancólico. - Ele entrou em um coma, perdoe-me, mas não há nada que nós possamos fazer para reverter esse caso, isso dependerá dele...

- Mas doutor, por favor, diga-me que ele sairá dessa. Por favor, diga-me que tem chances e que ele sobreviverá! - Pude ver as lágrimas jorrarem descontroláveis de seu rosto, meu pai encontrava-se silencioso ao teu lado.

- Senhora, eu não posso afirmar nada. Eu sou apenas um médico, não um Deus, para ter certeza de que ele irá ou não sobreviver. - Ele pausou. - Mas o que eu posso lhe garantir é que há uma possibilidade, sim. Além do que faremos o possível para ele ficar vivo...

- Mas essa possibilidade é grande, é pequena? Ele terá sequelas? - Ela se desisperou.

- Isso é muito complexo... Quem sabe. Isso o tempo dirá. - Ele retirava as luvas da mão. - Se a senhora, quiser vê-lo...

- Sim, por favor. - Falou quase que em um murmúrio.

- Queiram me acompanhar, senhores. - O médico falou os levando para a sala e eu só os segui novamente.

Eles adentraram na sala, minha mãe encontrava-se meio tímida defronte a mim, permaneceu em silêncio em alguns segundos ao que depois desepejou-se nas palavras.

- Eu nunca deveria ter o deixado viajar! Olha como você está! - Ela passou os dedos sobre os meus fios, alinhando-os para trás. - Por favor, não me abandone. Por favor, eu lhe imploro...

- Mas mãe, eu tô aqui. - Eu disse sorrindo atrás dela, em um tom altíssimo e completamente audível, o que não teve resposta.

- Eu me arrependo tanto de não tê-lo impedido te ter o feito. Sempre soube que o Bert era uma má companhia...

- Eu estou aqui, mãe! Aqui! - Eu gritei, batendo os pés contra o chão, ou pelo menos, tentando.

- E olha o fim que ele teve... Ele faleceu. Sei que essa não é a melhor hora, bebê, mas você teve muita sorte de escapar. - Ela balançou a cabeça, encostando sua mão sobre a minha ao entrelaçá-las.

- O quê? O Bert, o quê? Não! Ele não morreu, oh, ai.. - Senti uma forte dor em meu peito, braços, falta de ar... Meus batimentos diminuíam rapidamente...

- Doutor! O que está havendo? Aqui, por favor. Aqui! - Ela saiu da sala gritando, à procura do médico que estava a cuidar de mim.

O médico adentrou com rapidez ao quarto, observando os meus batimentos diminuirem.

- Tragam o desfribilador! Rápido! - Ele disse, tentando me reanimar apenas com uma massagem cardíaca, mas era em vão...

- Aqui, doutor. - As enfermeiras adentravam no quarto com rápidez. Ele ligou aquela máquina, encaixando uma das pás daquele objeto abaixo a minha axila esquerda, enquanto colocava o outro sobre o meu tórax, ele ligou aquilo e um choque foi adquirido. Fôra em vão...

"Oh, dor."

Novamente outro choque fôra adquirido em meu corpo. E assim, nada... Eles tentaram mais uma vez e com sucesso, meus batimentos haviam voltado e ao que foram se controlando por alí.
- Graças a Deus! - As mãos da minha mãe encontravam-se trêmulas por conta do que acabara de acontecer alí comigo, naquela sala de hospital. - O que aconteceu com ele?

- Parada cardíaca, ele está bem. E superou isso, ao que vejo ele se recupera bem e visivelmente está "disposto" a viver. - O médico sorriu, retirando a minha mãe da sala e assim, eu segui contigo. - Acho melhor a senhora ir para a sua casa, descansar um pouco, tomar um banho e depois, se quiser venha aqui visitá-lo. Ele ficará bem, está em ótimos cuidados...

- Não foi o que eu vi nesses últimos minutos. - Ela falou agressiva, saindo daquele lugar e seguindo ao encontro de meu pai, chamando-o para que a levasse para fora daquele local ás pressas. - Você tem noção do que acabou de acontecer?

- O que aconteceu? - Meu pai a perguntou assustado, enquanto eu apenas o seguia.

- O Frank, ele... Acabou de ter uma parada cardíaca, ele quase... Faleceu. Eu. Estou. Completamente. Arrasada. - Ela adentrou no carro.

- Mas ele está bem? Ele está bem agora? - O carro havia sido ligado e eu apenas entrei alí.

- Sim, agora, sim. Eu quero ir na igreja. Precisamos falar com o padre, quero que ele ore por nosso filho, ele precisa.

E agora minha mãe voltava a falar nesses estresses de igreja, eu sempre odiava tudo isso. Meu pai só obedecia o que a minha mãe falava, por mais que separados estejam, eles eram tão unidos e meu pai era o escravo da minha mãe, não sei como ele aguenta ficar seguindo as ordens dela.

- Padre, padre. - Minha mãe correu o extenso corredor da igreja.

- Em que posso ajudá-la, Linda? - Ele perguntou-a.

- Meu filho, padre. Ontem ele sofreu um acidente, está muito mal, em coma... Sofreu a poucos minutos uma parada cardíaca e ele necessita muito da ajuda do senhor. - Minha mãe colocou as mãos envolta de sua cabeça. - Eu estou arrependida de não tê-lo o forçad vir à igreja.

- O senhor sabe o que faz, Linda. Se ele não a deixou trazê-lo é porque tem algum propósito isso tudo...
Se ele permitiu que o Frank passasse por o que está passando agora, é porque ele quer... E ele fará o que acha melhor por todas as vidas. Acalme-se, tenho certeza que ele sairá dessa e encontrará as respostas para esse terrível acontecimeno. A única coisa que posso dizer é que você se acalme, fique tranquila, pois tenho certeza que tudo ficará calmo, no final. - Ele aproximou de minha mãe, dando-lhe um abraço fortíssimo, para tentar ajudá-la a passar por cima daquilo.

- Eu entendo. Eu só não quero que ele vá, eu o amo tanto, eu preciso de meu filho perto de mim, você não sabe o quanto ruim é estar sentindo essa dor em meu peito. Parece que retiraram uma parte de mim... - Ela correspondeu aquele abraço firmemente.

"Respostas? Saídas? Uh, só não vá me dizer que isso será tudo um testemunho futuro..."

Deixei minha mãe alí, prosseguindo a conversar com o padre, saí daquela igreja e avistei meu pai parado sobre o carro à espera dela. Caminhei lentamente por aquelas ruas tentando unir as coisas, tentando alinhar tudo o que poderia levar aquilo, aquele acontecimento... Tentando imaginar o acidente e lembrar-me de tudo, mas era em vão. Caminhei até encontrar uma árvore, onde sentei-me abaixo dela e observei a rua, as pessoas andando.

Onde me deparei com a minha vida: Sempre foi tão inútil, medíocre, eu era sempre o completo drogado, o gay, o passivinho, o viciado, o fodido, o criança... O idiota. Eu necessitava de certa mudaça. O que eu precisava mesmo era mudar de cidade, conhecer novas pessoas e novas drogas. Sem contar nos caras que eu poderia vir a conhecer em alguma ida a esses lugares...

"Mas eu estou morto, er." Não morto, mas eu não tô exatamente no meu corpo. Eu nunca acreditei em espiritismo. Na verdade não acredito, eu não saí de meu corpo... Só alguma coisa MUITO, mas MUITO estranha está acontecendo comigo, mas eu não consigo exatamente indicar o que é.
A noite se aproximou, contigo a escuridão medonha. Aquilo era calmo, eu não sentia frio, fome, calor, sono, mas às vezes dores, acredito que era o que o meu corpo estava sentindo naquele hospital. Uma noite em claro, que se passou tão rápido, a única coisa que eu tinha de fazer era pensar e refletir sobre toda a minha vida...

O dia já havia se iniciado, eu conseguia ouvir o canto dos pássaros, o brilho do sol, a cor das plantas, o azul do céu, o branco das nuvens, o descontentamento humano com suas vidas.

Era possível ver a tristeza no rosto de certas pessoas ao seguir ao trabalho, por que elas estavam tão tristes? Eu daria tudo para estar em seu lugar. Nunca pensei que reclamar da vida poderia me causar tanto arrependimento, nunca pensei que a vida fosse algo tão brilhante que deveria ser aproveitado por todos nós. Eu na verdade nunca pensei que estaria passando por isso, ou pior, desejando voltar a vida.

Avistei inúmeros frades seguindo em direção àquela igreja, onde inúmeras coisas se passaram por minha cabeça, lembrei-me de tudo o que minha mãe me falara quando era pequeno, todas as coisas que ela me alertava, coisas como a existência de Jesus Cristo, seus acontecimentos, as coisas que ele fazia para que mostrasse que nós deveríamos acreditar em sua existência, porque ele era real, porque ele era o único que poderia nos salvar, que poderia mudar a nossa vida e principalmente nos fazer vencer qualquer barreira. Seja ela o que for.

"Padre? Uh, era isso que o senhor queria me mostrar?" Não, eu não quero me converter, não... Não!

Mas essa era a única coisa que eu sabia pensar. Era a única solução que existia. Era o único modo de me trazer a vida...

Fim do capítulo 4.

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Notas finais do capítulo

A história começa realmente a acontecer apartir daí. HAHA O Gerard aparece nos próximos capítulos. Me calei.