Tristeza e solidão poderiam me domar naquele pequeno espaço, mas eu não sou uma donzela em perigo, não sou frágil e idiota. Não vou me deixar abater. Nas horas mais frias, literalmente, eu percebo o quanto estúpida e iludida eu fui. Romances são fruto de uma pessoa sonhadora, eu perdi meus sonhos á muito tempo.

No meio do banheiro da loja de temperos, eu percebi que não deveria estar lá. Eu deveria já ter pego o rumo de minha vida, o rumo que minha vida estava tomando com Robert era completamente perfeito. Eu não sou perfeita e não quero que minha vida seja perfeita. Não quero ser mais uma garota que as fãs dele invejam, eu quero ser eu mesma.

Me levantei do chão do banheiro, quase caindo de frio. Abri a porta com rapidez, e sai correndo no meio da nevasca. Os flocos de neve furiosos tentavam me levar para o chão, para o frio. Mas eu nunca mais iria me deixar abater, nunca mais! O frio quase que fazia eu desistir, mas eu não iria. Eu entrei na lojinha de temperos, a mulher pareceu assustada. Depois disso minha pernas fraquejaram e eu desmaiei no chão.

“Acorda Ira!” – sentia o aroma de Rosalie ao meu lado.

“Hmm.” – eu murmurei.

“Ira pelo amor de deus! Aonde você estava?! Você ficou desaparecida por três dias!”

“Nevasca. Robert Pattinson.” – eu conseguia murmurar. Eu não conseguia abrir os olhos, mas podia sentir uma cama quente em baixo de mim. – “onde estou?”

“No hospital, é claro. Você podia ter morrido, sua louca varrida!”

“Eu sei disso, Rose.”

“Então porque ficou desaparecida?”

“Não sabia que viria uma nevasca.” – eu disse olhando o quarto do hospital, haviam dois buques de flores numa mesa perto de mim.- “de quem são as flores?”

“Hm, acho que as margaridas são dos seus pais e as rosas de Robert Pattinson, você acredita?! Uma celebridade deixou rosas pra você!”

“Jogue as rosas fora.” – ordenei secamente.

“O que?! Você me ouviu?!”

“Sim, estou te pedindo Rose. Jogue pela janela essas rosas!” – eu já estava com uma expressão furiosa até aquele momento. Como ele ousa me magoar tanto e depois simplesmente me mandar flores?!

“Mas são de Robert...” – eu a interrompi.

“Por favor Rose. Eu não estou disposta para levantar e jogar, por mim.”

“Ta bom, ta bom!” – ela se levantou e jogou pela janela as rosas como eu pedi.

“Obrigada. Como eu vim parar aqui?”

“Uma mulher dona de uma loja chamou a ambulância.”

“Ah sim.” – disse lembrando-me da mulher.

“Descanse Ira, está com frio ainda?”

“Não.” – disse seca.

“Bom, por favor descanse, eu tenho que avisar seus pais.”

“Não, por favor.”

“São seus pais!”

“Ta bom!” – não estava com um bom humor, mas isso não era novidade. Depois de uns dez minutos esperando meus pais entraram no quarto.

“Safira! Querida, sua irmã está bem?! Você fugiu de casa e deixou ela sem comida, como você pôde ser tão egoísta!” – disse minha mãe Victoria.

“Você está parecendo a pessoa mais egoísta do mundo, primeiro larga sua Irma sem comida e agora temos que te dar flores! Pelo seu egoísmo!” – disse meu pai Charles. Eu resolvi ficar quieta, e quando eles terminassem a bronca eu falasse “Entendi”. E foi isso mesmo que aconteceu, eles saíram do quarto cuspindo fogo. Eles são mesmo uns idiotas. Mas logo depois que eles saíram, ouvi uns gritinhos idiotas vindos do corredor. E o vi entrando no quarto e fechando a porta.

“Vai embora.” – disse rispidamente.

“Desculpa e cadê as minhas rosas?” – disse Robert.

“Vai embora!” – eu exclamei.

“Me desculpe, Ira. Eu não queria te magoar ou te rejeitar.”

“Eu quero você fora do meu quarto e fora da minha vida!” – disse quase em prantos.

“Me desculpe.”

“Eu não quero suas desculpas!”

“Eu prometo que se você me perdoar, tudo vai ser diferente, eu juro!”

“Sai da minha frente.” – eu podia ouvir os meus batimentos acelerados no monitor e os “bipes” frenéticos.

“Me desculpe.”

“Vai embora!” – vendo que ele não iria embora, eu peguei um copo de vidro que estava ao meu lado e joguei em sua direção com muita ira.

Agora meu apelido se tornara muito irônico, á pouco “Ira” arremessou um copo de vidro com muita ira. Após o arremesso, Robert saiu do meu quarto.

Personagem Narrando: Robert Pattinson.

Eu podia sentir a raiva que Ira sentia, e podia sentir que eu era o causador. Eu era culpado que ela estava acabada no hospital. Safira não estava somente doente e com uma simples gripe, segundo um medico ela estava com bronquite, pneumonia e com dificuldade em respirar. Ela não parecia ligar para sua saúde, pois ela gritava feito louca comigo. Ela não estava errada em gritar, mas ela tem que pensar um pouco nela mesma! Ao entrar no quarto, eu percebi que as rosas que tinha deixado mais cedo sumiram. Ela não me respondeu em questão das flores, ela deve ter jogado fora.

Quando eu sai do quarto, novos gritinhos femininos surgiram indo atrás de mim. Querendo o de sempre, fotos, autógrafos e etc. Mas no momento eu estava tão bravo comigo mesmo, que nem mesmo sorri para nenhuma delas. Passei reto por todas elas, dando nem a mínima atenção. Eu magoei alguém e agora eu estava magoado, comigo mesmo. Eu nunca iria me perdoar, eu deixei uma pessoa tão importante para mim naquele estado. Ela tinha olheiras profundas e os olhos inchados, deve ter chorado muito. Eu nunca tinha me sentido tão culpado.

Eu pensei em conversar com Rosalie, a melhor amiga de Ira para ver o que tinha acontecido com ela. Mas eu tinha medo de ela tacar mais copos em mim, apenas segui em frente tentando ao máximo não pensar em Ira e o que eu tinha causado. Tentava pensar em possibilidades, o que eu faria para reconquista-lá, e eu faria absolutamente tudo por ela, tudo.