Happy Life For The Little Walking Child escrita por Stefany01


Capítulo 1
One-shot - Happy life for the little walking child


Notas iniciais do capítulo

Chaos! ^^
Espero que gostem da fic~
Feliz aniversário, Allen Walker~ *-----------*
Se ficou muito complicado de se entender, me avisem, por favor. E também avisem sobre qualquer erro...?



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Aquele não era um garoto comum, todos notariam isso num raio de 10km. Para começar, o cabelo. O cabelo era de um tom estranhamente puro de branco. E tinham os olhos, azuis prateados. E a pele pálida. Mas, o mais estranho de tudo era, com certeza, a cicatriz vermelha acima do olho esquerdo. E o lugar onde ele se encontrava também não era muito comum. Afinal, não é todo dia que uma criança é encontrada, em pleno natal, em um cemitério.

- Oe, garoto! – chamou irritado um homem mais velho de cabelos ruivos – Levante-se daí.

O menino mal se mexeu, só virando ligeiramente o rosto para a esquerda, tentando esconder-se do mais velho.

- Levante-se daí! – ordenou o ruivo retirando o casaco pesado que usava e o colocando sobre os ombros do pequenino, que se encolheu e abaixou o rosto, mas lhe obedeceu após algum tempo – Qual seu nome?

O menino sacudiu de leve a cabeça e apertou o casaco contra o corpo. Era uma noite fria, muito fria, e começara a nevar, os flocos caindo levemente sobre os corpos já não mais aquecidos e se amontoando no chão.

- Se não quer falar, tudo bem. Venha. – o ruivo saiu andando, sendo seguido em passos lentos pelo menor.

O menino não se pronunciou durante todo o caminho, mas também não parou de segui-lo. Parecia não ter forças nem para se mexer direito, mas forçou as pernas a seguirem-no.

Os dois pararam em frente a um casebre antigo de madeira, que ficava a alguns minutos de distância do cemitério. O ruivo bateu na porta e esperou abrirem-na, cumprimentando a velha que o atendeu. Pediu licença e ambos entraram.

- Quem é essa criança, Cross? – perguntou a mulher que abriu a porta.

Cross Marian, 25 anos. Fumante, alcoólico e mulherengo, um cientista. Cabelos rubros longos e lisos pouco abaixo dos ombros, olhos do mesmo tom de rubro, óculos de armação negra. De corpo alto e esguio.

-… Allen Walker. – respondeu Cross pelo menor – Este é o Allen.

A criança ergueu a cabeça num movimento rápido, cambaleando levemente para trás em seguida. A mulher sorriu gentilmente e o segurou antes que ele caísse. Ela foi extremamente cuidadosa ao retirar o casaco de cima de suas roupas e o encaminhar escada acima. Empurrou uma porta e o colocou do lado de dentro.

- Consegue tomar banho sozinho, Allen? – perguntou a mulher, ajudando-o a retirar as roupas leves que ele usava.

Allen somente acenou minimamente, impedindo-a de retirar sua calça. Ela sorriu e saiu do banheiro.

“Como eles sabem meu nome?... Isso não importa. Eu não posso ficar com eles...” pensava Allen, ao virar-se para a banheira e começar a encher com água morna.

Um pequeno sorriso melancólico brotou em seu rosto. “Não posso.”

- Allen? Allen, você está bem? – a mulher batia repetidamente na porta do banheiro, mas nenhuma resposta era ouvida – Allen?! – ela tentou abrir a porta, mas essa estava trancada – CROSS!

O ruivo subiu correndo ao ouvir sua voz ser gritada tão alta; talvez puro costume, talvez preocupação com o menor.

- O que houve, Mãe? – perguntou Cross cruzando os braços em frente a ela

Charlotte De Rois, 45 anos - também conhecida por “Mãe”. Gentil, conhecida por acolher qualquer um que esteja precisando de ajuda e uma pessoa rígida no ensino, era a dona de um orfanato. Cabelos castanho ficando grisalhos, rosto enrugado, olhos castanhos, baixa e de corpo “frágil”.

- Allen... Allen está dentro do banheiro já tem muito tempo, ele não saiu, não me respondeu e a porta está trancada! – exclamou Charlotte.

- Saia da frente. – ordenou Cross se aproximando e suspirando. Ele mal deu tempo para que ela obedecesse e já foi chutando a porta com tudo, fazendo com que ela caísse pouco a frente.

O garoto estava na banheira, a cabeça tombada para o lado e as roupas dobradas em cima da pia. Seus olhos estavam fechados, o rosto vermelho e mal era possível ver o peito se mexer com a respiração. De longe era possível ver que ele não estava bem.

- Allen! – exclamou Charlotte reagindo de imediato, fazendo menção de adentrar o banheiro, mas foi segurada por Cross.

- Vá fazer uma sopa para ele, Mãe. – Cross a expulsou “delicadamente” antes de arregaçar as mangas e se aproximar, retirando o corpo pequeno da água.

Inclinou a cabeça para frente, tocando a própria testa na do menor, descobrindo que este estava muito quente. Muito mais que o normal. Suspirou e o carregou para o quarto que já haviam separado para ele, o depositando ainda molhado na cama e indo buscar uma toalha.

Ele hesitou em frente ao corpo delicado... Parecia uma garota. Mas, era preciso secá-lo se não quisesse que ele piorasse. Sem prestar muita atenção no corpo, foi esfregando a toalha delicadamente na pele e, após o menor estar seco, o vestiu com uma blusa longa que estava dobrada sobre a cama.

- Cross... – chamou Charlotte da porta, observando os cuidados do ruivo geralmente tão antipático.

- Ele está com febre alta, Mãe. – respondeu Cross sem desviar o olhar das feições adormecidas, mas inquietas, da criança – Muito alta.

- Vou buscar água para deixar no quarto. Abra a janela e fique lhe fazendo companhia. Vou aproveitar e terminar de fazer a sopa, para trazer com a água. Também trarei uma bacia com água fria e um pano, para que faça compressa nele. E, em hipótese alguma, deixe que ele saia daí. – ordenou Charlotte em poucos segundos antes de sair rapidamente do quarto e descer as escadas fazendo um barulho alto.

Cross se viu obrigado a obedecê-la, indo abrir as janelas e deixando o ar entrar. Era um ar frio, e ele não achou que fosse uma boa ideia, mas não podia dizer nada. Sentou-se na beira da cama e voltou a observar o rosto do pequeno. Não havia se suavizado em nada.

- Como você dá trabalho... – murmurou Cross acariciando o rosto pálido – Espero que ao menos sorria depois... Como aqueles sorrisos que dava ao Mana...

Durante uma semana inteira, Cross serviu de babá para o garoto inconsciente. Não que ele ficasse inconsciente direto, mas na maior parte do tempo ele não abria os olhos. Cross teve de alimentá-lo na boca, dar-lhe água, trocar suas roupas, dar-lhe banhos mornos, fazer compressas e lavar os lençóis sujos.

Não que ele tenha gostado de ser “explorado”, mas intimamente não reclamava de cuidar do garoto. Não entendia o porquê, mas ele parecia acordar um lado que julgava inexistente em si. E não sabia se isso era bom ou ruim.

- Allen? – Cross parou ao notar os olhos de cores próximas do cinza se entreabrirem, a expressão cansada e dolorida no rosto.

- V...Você é...? – murmurou o garoto em voz de sono e Cross arregalou os olhos.

- Allen? – repetiu, só para ter certeza e a resposta que obteve foi um leve menear de concordância ­­–… Cross. Cross Marian.

- Cross...-san... – repetiu Allen – Muito prazer... Em lhe conhecer. – ele sorriu levemente – Foi você quem cuidou de mim?... Muito obrigado.

Cross murmurou algo mandando ele voltar a descansar, mas nem ficou para ver se havia sido obedecido ou não. Saiu do quarto e foi descendo as escadas, dirigindo-se à cozinha, onde costumava encontrar a responsável pelo antigo orfanato.

- Mãe... – ele chamou, incerto – O Allen... – ela ergueu a cabeça, deixando de prestar atenção no vinho em mãos – Ele falou.

- Oras, isso é muito bom! – ela sorriu largamente – Sente-se aí, vamos comemorar!

-… Ele... Está falando igual ao Mana. – Cross mordeu o lábio inferior, revivendo algumas memórias antigas – Aquele moleque boca suja nunca seria tão educado...

- Bem... Isso não é um problema, é?... Ele passou por um grande choque, Cross. Ele se recupera. – ela fechou a maior parte do sorriso, mas ainda lhe ofereceu uma taça de vinho – De qualquer forma, ele ainda será ele. O que importa não é o modo de falar, mas sim o que tem aqui. - apontou para o coração do jovem – Certo? Agora, vá levar a sopa ao garoto. Ele deve estar com fome.

Cross acenou e carregou a bandeja escada acima, abrindo a porta com o pé. Allen estava tentando sair da cama, mas não estava tendo muito êxito.

- Volte a se deitar! – ordenou Cross pousando a bandeja ao lado da cama e ajeitando os travesseiros para que ele ficasse erguido o suficiente para comer – Deite-se. – repetiu estreitando os olhos ao ver que o pequeno não lhe obedecia.

- Eu gostaria de tomar um banho, por favor. Eu estou com a roupa grudando ao corpo. – ele ergueu um braço para mostrar.

Cross suspirou, mas ajudou o pequeno. O pegou no colo e o carregou ao banheiro, o deixando sentado sobre a tampa do vaso sanitário. Abriu as torneiras de água de modo a ficar morna e voltou para buscar a toalha e uma roupa limpa.

- Você... Dar-me-á banho? – perguntou Allen incerto quando o viu voltar e se abaixar em sua frente.

- Sim. – arqueou as sobrancelhas o mais velho – Eu estive te dando banho durante uma semana inteira, não é como se você tivesse algo para se olhar. – sorrisinho cínico surgiu em seus lábios.

Allen ficou avermelhado e virou o rosto para o outro lado, levando o sorriso de Cross a se esticar mais um pouco.

- Vamos, a água está morna. – ele fechou as torneiras e virou-se para o pequeno.

- AAAAAAAAAAAAAAAAAH!

- Então, versão renovada do pequeno Allen que agora está limpinho, seco e com roupas novas. – sorriu cinicamente Cross segurando o pequeno por debaixo dos braços e o ergueu na altura do tórax – Tão pequenino que eu quase não notei que era uma pessoa.

- Pare com isso! – se debateu Allen tentando sair do colo – Me abaixa, poooor favoooooooor! – acertou uma cotovelada no ombro de Cross que xingou alto e o soltou direto.

Allen caiu de bunda no chão. Ergueu a cabeça com um bico nos lábios e recebeu um olhar irritado do mais velho, levando-o a largar o bico e sorrir amplamente.

- Você parece estar melhor. – riu Charlotte ajudando o pequeno a se levantar.

- Muito obrigado. – ele inclinou a cabeça em agradecimento e depois mandou língua para o Cross por sobre os ombros.

- Poderia se apresentar adequadamente? – pediu a mulher, o carregando em direção à mesa de jantar no cômodo – Eu sou Charlotte de Rois, mas pode me chamar de Mãe.

- Ahn... Eu sou... Allen. – se apresentou Allen fazendo uma reverência – É um grande prazer lhe conhece, Charlotte-san.

- Allen Walker. – corrigiu a mulher fazendo carinho no cabelo do pequeno – Eu fiquei sabendo que ainda está com fome. Quer alguma coisa em especial?

Allen sacudiu a cabeça e mordeu o lábio inferior. Ele não gostava de ser chamado de Walker. Parecia tão errado para si, afinal, esse era o sobrenome de Mana.

- Hey. – chamou Cross com um suspiro – Não se reprima por usar Walker. Você era como um filho para o Mana, nunca duvide disso. Esse sobrenome também é seu. Allen Walker.

- Walker... Allen... Walker... – murmurou o pequeno começando a sorrir com o nome – Allen... Walker. Muito obrigado, Cross-san.

- Acredite em mim, você vai querer trocar esse “-san” muito em breve. – riu o ruivo saindo da cozinha – Bem, descanse. Vou para casa arrumar onde você ficará daqui a um mês.

~ * ~

- Ai... – murmurou Allen massageando a cabeça. Seu “querido tio” resolvera lhe acertar com uma frigideira na cabeça e mandá-lo para um internato. Como se não fosse mais fácil simplesmente lhe dar as passagens.

- Oe, você, o que faz aqui? – bufou um moreno que aparentava ser mais velho que entrava na escola e via o pequeno albino caído no chão perto do portão.

- Hm... Como falar...? Eu fui... Mandado para a escola? – Allen sentou-se e observou o mais velho – E você é...?

- Saia do caminho. – foi a resposta que obteve, ao que o moreno seguia caminho pisando sobre a mão do menor.

- MAL EDUCADO! – gritou Allen quando ele já estava longe.

Allen Walker, 16 anos. Educado, mas ligeiramente frio. Estudante. Cabelos brancos curtos, olhos azul-prateados, pele pálida e cicatriz vermelha sobre o olho esquerdo. Braço esquerdo com tatuagem preta circundando do ombro ao pulso, muito baixo para sua idade e corpo mal desenvolvido.

- Bem, acho que não posso ficar aqui. – murmurou Allen se mexendo para alcançar o celular no bolso, e descobriu que junto dele tinha um papel dobrado. O pegou e leu.

“Bem, se você está lendo isso significa que já está em sua nova escola. Daqui a um ano a Mãe irá lhe buscar, esteja esperando com isso em mente. Se tiver um namorado até lá, termine.” E, como sempre, muito educado.

- Cross é um amor... – revirou os olhos – Não que isso seja novidade. – pensou ao se lembrar de tudo que passou pelo tutor.

Ele tinha muitas dívidas causadas por gastar dinheiro em demasia com mulheres, bebidas e suas pesquisas, mas não trabalhava o suficiente para pagar tudo, e Allen teve que arrumar empregos de meio-período para ajudá-lo, além de ter que comparecer aos jogos de poker que o mais velho marcava.

- Ah... Albino, baixinho... Oh, você deve ser o Walker-san. – ouviu-se uma voz feminina por perto e Allen virou o rosto para observar quem falava – Prazer, eu sou Lenalee Lee.

- Allen Walker... – murmurou Allen em resposta ficando ligeiramente vermelho – É um prazer lhe conhecer...

Ela riu e começou a lhe guiar e explicar sobre a escola.

Allen prestava atenção em todas suas palavras, sorrindo minimamente aos cuidados dela, mas sua mente voava longe...

“Cross idiota...”, começavam seus pensamentos, “por que sumiu de maneira tão rápida...? Eu sinto sua falta...”.

~ * ~

Estava no fim de seu ano escolar, e Allen logo teria que deixar a escola. Neste meio tempo, acabou formando um laço mais forte do que gostaria de admitir. Porém, ainda era muito fraco para esquecer outro laço... Durante esse um ano, Allen descobriu uma paixonite por seu colega de quarto, Kanda Yuu, mas também descobriu, ao fim, outro sentimento bem mais forte.

O amor que sentia por Cross Marian.

Kanda, um japonês que o ensinara a entender seus sentimentos, e também a pessoa que lhe fez feliz por um ano. Mas, como “tudo que é bom dura pouco”, logo teve que deixá-lo para trás.

- Yuu-san... – murmurou Allen fechando os olhos com a carícia que sentia no rosto – Me desculpe não poder lhe retribuir os sentimentos...

- Não se preocupe Chibi. – Kanda Yuu, coincidentemente, era o mesmo japonês que pisara na mão de Allen. E agora ele sorria minimamente, uma expressão difícil de ver em seu rosto.

- E... Obrigado. – Allen abriu os olhos, sorriu e se inclinou, roçando os lábios bem de leve sobre os do moreno – Obrigado por me amar, obrigado por me fazer feliz.

- Contanto que continue feliz depois disso, está tudo bem. Mas, se alguém lhe machucar, pode ter certeza de que essa pessoa não viverá para mais um nascer do sol. – Kanda respondeu abraçando fortemente o corpo tão menor – Eu não irei repetir o que já sabe... Mas... Seja feliz, Allen.

E Allen somente sorriu, lhe dando um último selinho antes de sair com a promessa de fazer o melhor pela sua felicidade.

~ * ~

Após o fim de sua estadia no internato e a descoberta dos seus sentimentos, Allen sentiu o tempo se arrastar por cinco anos antes de tomar uma decisão que poderia mudar sua vida...

... Se ele tivesse tomado a iniciativa certa.

Mas, ao invés disso, ligou para Kanda Yuu, seu ex-namorado. Atualmente ele tinha 25 anos, o que era três anos a mais que o próprio Allen.

- Yuu-san... – Allen começou ao ouvir a voz grave do outro – Ahn... Eu... Posso te perguntar algo...?

- Você já está perguntando. – Kanda sempre fora muito gentil.

- Bem... Eu... Estou gostando de alguém... Você acha que é errado...? A pessoa... Bem, eu gostava dela quando eu fiquei com você, sinto muito, mas só descobri quando estávamos prestes a terminar... – Allen foi abaixando a voz, com vergonha.

- Eu sabia disso, na verdade. Eu sempre soube que você já gostava de alguém. Dava para perceber quando eu te chamava carinhosamente... – Allen ouviu um riso abafado no celular e corou.

- Oh...

- Mas eu não acho que isso seja errado. Você acha que ele tem capacidade de lhe fazer feliz?

E essa pergunta foi um baque.

- Me fazer... Feliz? – repetiu Allen surpreso.

- É o que importa. Se ele pode lhe fazer feliz. Se não puder, o melhor é procurar gostar de outro. Mesmo que isso pareça impossível.

- Bem, não só parece... Eu tentei isso com você, não é? – riu Allen – Obrigado Yuu-san.

- Oh, Chibi... De quem você gosta?

- Eh... Então... – mordeu o lábio inferior, tentando se decidir – Do... Do Cross.

- Seu tutor? Ele é quantos anos mais velho?!

- Quinze anos...

- Allen Walker, eu só vou avisar uma vez... Abrace a primeira chance que tiver, pois não será fácil.

- Obrigado, Yuu-san.

- E eu achei que já tivéssemos passado da época do “-san”...

Riso descontrolado do Allen.

Ele sentia-se mais leve. Kanda tinha esse poder sobre si, mas nada se comparava à paz atormentadora de Cross Marian.

~ * ~

Durante nove anos, Allen não teve nenhuma notícia de Cross. Allen chegou a pensar que ele havia morrido, mas descartava esse pensamento sempre que se lembrava de como ele era um cretino. “Nem matando ele morreria”, era seu pensamento principal; mas, escondido nisso, existia uma forte dor. Ele não aceitaria a morte dele mesmo se fosse verdade.

Porém, em seu aniversário de 25 anos, ele finalmente reviu os cabelos rubros do mais velho. Pelas contas mentais do albino, Cross deveria ter 40 anos. Eles já se conheciam há 15 anos, e desses 15, somente conviveram durante seis. E isso o fazia sentir tristeza.

- Oh, Allen. – o pequeno ouviu a voz do ruivo, e a simples menção de seu nome fez com que ele avermelhasse totalmente – Eh? Está com febre? – ele tocou sua testa.

- N-Não... – murmurou Allen desviando o olhar para seus próprios pés. Vergonha no nível máximo lhe acometia pelo simples fato de observá-lo, mas tinha que afastar isso... Ele era somente seu tutor... – Quanto tempo... Cross... – tentou sorrir.

- Não force um sorriso. – ralhou o outro apertando a bochecha do pequeno – Você cresceu Allen. Estou surpreso.

- Bem, não dava para passar 15 anos com a mesma altura! – bico – Além disso, você continua mais alto. E parece que deixou o cabelo crescer. – esticou uma mão hesitante, tocando a ponta dos fios rubros que agora acabavam em sua cintura.

- Cortar dava trabalho. – foi a resposta simples do outro que deu de ombros e começou a adentrar o apartamento limpo do outro – A Mãe deixou uma chave comigo, espero que não se importe de eu ter ficado aqui te esperando.

- Sem problema. – sorriso tímido nos lábios – Mas, não esperava te encontrar aqui. O que fez com que você saísse de sua casa? Mais cobradores, é?

- Não, não. Eu paguei todas as minhas dívidas, pirralho! – o ruivo riu se jogando no sofá enquanto Allen fechava a porta – Eu vim para seu aniversário, certo? Feliz 25 anos garoto... Se é que ainda posso te chamar assim.

- Você é um velho, mas não sou mais um garoto. – Allen brigou parando na frente dele – Aceita um vinho?

- Acho melhor que você não beba. – respondeu Cross o puxando pelo pulso – Allen... – sua voz era baixa e calma, mas tinha algum outro sentimento implícito que o albino não entendeu – Me perdoe.

Allen já ia perguntar algo, mas teve seus lábios atacados pelos do mais velho, que grudou ambos e começou um beijo urgente. Allen demorou a ter uma reação, e acabou retribuindo por fim, entrelaçando o pescoço do maior e sorrindo entre o beijo.

- Cross... – ele ofegou ao se separarem – Por que deveria lhe perdoar?

- Hum... Eu daria outra resposta antes, mas... Já que você se mostrou tão receptivo... Que tal por ter demorado tanto? – Cross sorriu maliciosamente – Parece que a criança aprendeu algo enquanto estava longe.

- I-Idiota! – Allen ficou tão vermelho quanto o cabelo alheio – Eu... Eu te amo, Cross maldito...

- Marian. – corrigiu o dito cujo – De hoje em diante, me chame de Marian.

- M-Marian... – Allen deslizou uma das mãos da nuca ao coração do maior – E-Eu te amo...

E ele se inclinou em busca de outro beijo. Talvez não tão necessitado, mas que recompensava em amor...

- E eu te amo, Allen.

Demorou uma semana para que Allen falasse com o outro, demorou mais um mês para aceitar fazer um laço, demorou mais seis anos para formar um sentimento, demorou outro ano para notar o que sentia, demorou cinco anos para tentar admitir isso aos outros e demorou vinte e cinco anos para finalmente se completar.


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Notas finais do capítulo

Deeeeeeeeeeixem revieeeeeeeeeeeews? *-*
Espero que tenham gostado! *-*
Ciao, ciao! o/
Bacio! ;*



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