Encontros e Desencontros escrita por Juubs


Capítulo 25
Virada no jogo.




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CW: Tenha a certeza que não.- Sussurrei, ao pé do seu ouvido. Heather nos encarava, em silencio.

HK: Ok, bom turno para os dois.- Sorriu somente para Gil.

GG: Vamos, Cath?

CW: Uhum.- Sorri. Ele segurou a minha mão, andando junto comigo até a porta da sua casa. Porém, eu fiz questão de olhar para trás e piscar para ela, rindo sarcastica.

Entramos no meu carro, comigo dirigindo.

GG: Voce faz questão não é?- Falou pondo o cinto.

CW: Questão de que?- Sorri, colocando o cinto tambem.

GG: De implicar com a Heather.

CW: Nem sempre.- Ri, olhando para ele.

Em menos de 15 minutos chegamos ao estacionamento. Saimos do carro juntos e iamos em direção ao departamento. Antes de entrar, puxei a mão de Gil, o deixando surpreso. Caminhamos até a minha sala assim, de mãos dadas.

GG: O que foi isso?- Me encarou, sentando na poltrona.

CW: O que?- Pus a minha bolsa em cima da mesa, me virando para ele.

GG: Por que viemos de mãos dadas? Não podemos, ainda.

CW: Podemos sim, pelo que eu saiba estou em turno diferente.- Sorri.

GG: Mas, voce pretende voltar ao turno noturno não é?

CW: Claro que sim, depois que o Conrad for rebaixado.

GG: Por que voce tem tanta certeza que acontecerá isso com ele?

CW: Porque eu sei que ele não vai conseguir descobrir quem matou o Eddie.- Me aproximei dele, sentando em seu colo.- É uma questão de tempo, para voce virar meu subordinado.- Sussurrei, acariciando o seu rosto.

GG: É, eu sei.- Sorriu, envolvendo o seu braço em volta de mim e me beijando.

WB: Desculpe atrapalhar os pombinhos.- Bateu na porta devagar, a abrindo.- Mas, o Ecklie está chamando o Gil.

GG: O que será que ele quer?- Olhou para o Rick.

WB: Eu não tenho certeza, mas eu acho que ele quer que voce volte para o caso. Ele está desesperado, ele passou até a noite aqui.

CW: Nunca vi o Conrad passar mais de 10 minutos depois do turno... Ele deve estar desesperado mesmo.

WB: É, voce não sabe o como!- Pelo ou menos, se ele fracassar teremos voce de volta.- Sorriu.- Agora, vamos Gil?

GG: Sim.- Me deu um selinho e me tirou do seu colo. Caminhou até Warrick e, os dois sairam juntos.

Fiquei pouco tempo sentada e logo depois levantei. Sai da minha sala, percorrendo os corredores até a sala do Jim. Batia a porta até perceber que não tinha ninguem ali. Vi que a mesma estava encostada, pensei então, que ele teria saido para falar com alguem. Entrei na sua sala, sentei a cadeira a frente da sua. Olhava em volta da sala, observando cada detalhe. Decidi sentar na sua cadeira, girando-a de um lado para o outro, como uma criança. Abri a sua gaveta e vi um monte de papeis, mexia mais embaixo, encontrando um fundo falso. Batia devagar, para ver se era oco ou não. Curiosa, tirei todos os papeis daquela mesa e abri o fundo falso. Encontrando uma seringa. Peguei um lenço que estava acima da sua mesa e em seguida, a peguei.

JB: Catherine.- Falou assustado ao entrar, me intimidando, quase deixando a seringa cair.- O que voce está fazendo aqui?

CW: O que é isso?- O interrompi.

JB: Uma seringa.

CW: Isso eu já sei. Mas, o que ela faz na sua gaveta?

JB: Foi de uma apreensão que eu fiz essa semana.

CW: E voce não catalogou a prova?

JB: Eu devo ter esquecido.- Falou nervoso, se aproximando de mim e tentando pega-lá, mas eu não deixei. Levantei da sua cadeira, o olhando diretamente.

CW: Por que voce não me diz a verdade?

JB: Eu estou falando a verdade.

CW: Sério?- Ironizei.

JB: Ok... Isso tem a ver com a Ellie.

CW: Jim...- Me aproximei do mesmo.- Não insulte a minha inteligencia.- Sussurrei.- Sabe, algo me diz que isso tem a ver com o Eddie. Acho que devo mandar isso para o laboratorio.- Me virei, indo em direção a porta, quando o Jim me puxou com força pelo braço.

JB: Espera.- Falou firme. Virei-me novamente para ele, desvenciliando o meu braço do seu.

CW: Ok.- Continuei a olha-ló.- Conta toda a verdade para mim.

JB: Tudo bem.- Se sentou.- Um dos meus primeiros casos como detetive, foi em busca de drogas. Então, eu já conhecia o Eddie, desde a sua adolescencia. Ele usava drogas, eu o prendi e fiz um acordo com ele. Ele me dava o nome do traficante e eu não iria sujar a sua ficha.

CW: Por que voce não falou isso ao Ecklie? Já podiamos ter resolvido esse caso!

JB: Eu não posso.

CW: Por que não?

JB: Foi eu que o matei. Eu que estimulei a overdose no Eddie.- Me olhou fixamente, me deixando espantada.

CW: Como voce o descobriu?- Me sentei a sua frente.

JB: Eu estava percebendo o seu comportamento estranho. Naquele dia, que voce e o Gil discutiram na sua sala, eu escutei voce falando sobre ele. Então, quando o Gil saiu furioso, eu o segui de longe, sem ele perceber. Logo depois que ele saiu da casa do Eddie, eu entrei. Ele estava jogado no chão, machucado, porém muito vivo. Vi drogas em cima da mesa, dentro de uma seringa. Então, eu peguei um par de luvas e em seguida peguei as drogas e injetei nele. Fiquei em pé, ao lado do mesmo, o vendo ter uma convulsão, cuspindo sangue, implorando com as poucas forças que tinha por ajuda. Quando ele morreu, para ter certeza, peguei uma arma de outro caso e atirei nele. Logo depois, arrumei tudo, tirei as minhas digitais, sumi com a arma e voltei para o departamento como se nada tivesse acontecido. Só esperei que voce viesse me procurar, para contar sobre ele.- Falou me olhando diretamente, totalmente frio.

CW: Eu não acredito que voce fez isso.- Falei surpresa.- Por que?

JB: Para te proteger. Eu o deixei impune anos atras, mas dessa vez eu não tive perdão. Ele te destruiu, Catherine.. Ele quase te matou, eu não poderia deixar isso passar.

CW: Voce precisa contar isso à alguem.- Desvenciliei o meu olhar do seu, segurando as lagrimas.- Voce precisa dizer isso ao Ecklie.

JB: E perder a minha carreira?- Se levantou.

CW: Voce deveria ter pensado nisso antes.- Olhei novamente para ele.

JB: Pensa um pouco. Se eu contar, Ecklie resolverá o caso e voce continuará no turno do dia. Se eu não contar, voce conseguirá o seu lugar de volta, perto do Gil.

CW: Olha, eu agradeço muito voce por ter feito isso por mim, mas não é certo. Não é certo eu subir de cargo, cobrindo um assassinato. Isso me faz tão ambiciosa quanto o Conrad.

JB: Isso não é certo.. Mas, ser passada para tras por dois homens que se diziam ser seus amigos, perder o lugar que deveria ser seu por meio de uma armação, apanhar, foi certo? Me diz Catherine, tudo isso que aconteceu com voce, foi certo?- Falou baixo, em um tom convincente.

CW: Não.- Falei no mesmo tom.- Porém, eu não quero cobrir um assassino.

JB: Está bem... Me prenda!- Ironizou, dando as algemas na minha mão.

CW: Eu não posso.

JB: É, voce não pode! Sabe por quê? Porque voce não tem a arma do crime para comparar a bala, voce não tem a ficha criminal dele para liga-ló a mim, voce não tem as minhas digitais nessa seringa. Então, se voce manda-lá para o laboratorio e dizer que a encontrou na minha sala, será a minha palavra contra a sua.- Falou alto, completamente nervoso.- E além do mais, voce não iria conseguir prender um homem que arriscou tantas coisas por voce, para te proteger.- Se aproximou de mim, falando baixo. O olhei diretamente, com os olhos cheios d’agua, me afastei dele, deixando as algemas acima da mesa. Sai da sua sala, com a cabeça baixa.

Andava devagar, com a cabeça confusa em direção a sala de descanço.

NS: Cath!- Gritou, me alcançando e me puxando devagar pelo ombro.

CW: O que voce quer?- Tirei a sua mão do meu ombro, sendo grossa.

NS: Eu quero falar com voce, eu acho que te devo uma explicação.- Sorriu.

CW: Não venha com esse sorriso timido para mim. Hoje, eu não estou de bom humor.

NS: Desculpe... Será que nós podemos conversar?

CW: Ta, fala logo!- Falou passando a minha frente, andando em direção a minha sala, quando o puxei pelo braço.- Se voce quer falar comigo, que seja aqui. E seje breve.

NS: Ok.- Falou sem jeito, me olhando diretamente.- Primeiro, eu quero te pedir desculpas por ter destruido o seu romance com o Gil, por ter mentido e por ter convencido o Warrick a continuar com a falsa aposta. Eu agi como um idiota, eu armei para ele, pois estava com raiva. Ele deveria ter me ajudado a te conquistar, mas ele não quis ... Então, eu fiz uma coisa tão estupida, tão infantil. Eu não sou assim Cath, voce sabe. A gente trabalha há tanto tempo juntos, voce me conhece tão bem, sabe que eu não sou vingativo desse jeito.

CW: Eu não sei quem mais voce é. Desde que eu descobri aquilo, eu não o reconheço mais.

NS: Então eu posso dizer.- Me interrompeu.- Eu sou um menino quando se trata de esportes, de competição e quando estou ao lado do Warrick. E sou um homem quando se trata de voce.- Segurou a minha mão.- Eu te amo, eu venho tentando falar isso há muito tempo, mas nunca consegui. E depois que o Gil chegou aqui, ficou ainda mais dificil me expressar... Mas, agora eu preciso dizer, eu amo voce. Eu fiz isso tudo porque eu a queria de qualquer jeito ao meu lado, queria que voce me enxergasse mais do que um colega de trabalho, eu queria que voce fosse minha.

CW: Eu nunca serei.- Desvenciliei a minha mão.- Eu amo o Gil, será que isso é dificil de entender? Eu esperei por ele exatamente 6 anos da minha vida e, agora que ele está aqui comigo, nada me fará larga-ló. Nada.

NS: Eu até entendo voce. Essa não é mais a questão entre nós dois... Eu só quero me desculpar pelo o que eu fiz.

CW: Voce está fazendo isso para a pessoa errada.- Falei baixo.- A pessoa que voce por cima aqui não foi eu, foi o Gil. Peça desculpas a ele.

NS: Se eu pedir à ele, voce tambem me perdoa?

CW: O suficiente para sermos colegas de trabalho novamente.- Falei séria, continuando a percorrer o corredor e o deixando parado a me olhar. Andei até a sala de descanço, onde já estavam todos.

GG: Por que voce demorou?- Sussurrou, ao me ver sentar ao seu lado.

CW: Eu estava conversando com o Brass.

GG: Contou à ele sobre nós?

CW: O deixe descobrir.

CE: Eu desisto!- Gritou, entrando na sala, dando um susto em todos nós.

SS: Desiste do que?- Falou espantada.

CE: Eu não aguento mais, eu nunca trabalhei tanto na minha vida! Eu estou acordado há mais de 24 horas, lendo e relendo o arquivo do caso desse tal de Eddie. E todas as conclusões que eu chego, são desfeitas. Sempre que acho que tenho um suspeito, surge um alibi. O cara, não tem nem ao menos uma ficha criminal! A familia dele não é daqui, não tinha concorrencia no trabalho e quase nenhum amigo! Parece que quanto mais eu avanço, mais eu recuo. Quando penso ter mais evidencias, na verdade menos eu tenho. Sempre que eu acho que estou à frente, que fui além, percebo que o caso volta ao inicio novamente e que a única evidencia concreta que tenho, é o corpo, que por sinal, não me diz muita coisa.

CW: Somos uma equipe Conrad, estamos aqui para ajuda-ló a resolver esse caso.- Falei séria, vendo todos os olhares se virarem para mim.

CE: Sem hipocresia, sem sarcasmo, sem ironia, Catherine. Eu sei que voce está morrendo de ri do meu fracasso, está amando saber que terá o seu cargo de volta!

CW: Voce pode não acreditar em mim, mas eu não estou sendo ironica e muito menos sarcastica. Eu reconheço o trabalho que voce fez como chefe desse turno. De verdade.

CE: Poupe-me Catherine, de todos aqui voce é a que mais me quer longe! E, é isso que eu vou fazer. Eu vou voltar para o diurno, já falei para o Brass. Pode ter certeza que esse cargo é seu.- Se virou, pegando alguns arquivos e dando na minha mão.- Faça o seu primeiro trabalho, termine o caso desse ai. Eu vou arrumar a minha sala para voce.- Disse indo em direção a porta e saindo.

GS: O que foi isso Catherine?- Falou baixo, ao verificar que ele já estava longe.- Desde quando voce se tornou uma mulher boazinha, ainda mais com o Ecklie?

CW: Não foi nada, eu só quis ser um pouco solidária, ele parece estar mal por ter fracassado dessa forma.

SS: E desde quando voce se importa? É o Ecklie! É o cara que voce não suporta e que não te suporta desde o primeiro momento que se viram!

CW: Eu sei quem ele é. Eu talvez... Talvez, só quissesse ser um pouco simpatica.

JB: Bom dia pessoal.- Entrou na sala, olhando para os demais sorrindo. Logo após, se virou para mim, ainda sorrindo. Desvenciliei o meu olhar do seu, disfarçadamente.- Eu acho que voces já sabem que o Conrad desistiu do turno da noite. Sabem que ele pediu para voltar ao diurno. Então, eu vim aqui para dizer o que voces devem desconfiar.- Sorriu.- A nova supervisora dessa equipe, é a Catherine.- Todos me olharam sorridentes, Brass se aproximou de mim, me olhando diretamente, como se implorasse para mim continuar o seu teatro. Estendeu o braço, sorrindo. Virei-me á ele, caminhando para perto de Gil e deixando os arquivos do caso ao seu lado.

CW: Obrigada.- Falei fria, recusando olha-ló.

 WB: Então... O que faremos com o caso do Eddie, Cath? Continuaremos ou iremos parar?- Virou para mim, sorrindo.

Olhei para Jim, sem reação. Sem saber o que dizer ou fazer. Ele revidava o olhar, como se me lembrasse a todo momento que fez tudo por mim.

CW: Qual foi a causa da morte mesmo?

SS: Primeiramente, o doutor disse que foi os tiros, mas depois, relatou ao Warrick, que se tratava de uma overdose.

CW: Então... Eu acho que o caso está acabado. Ele se suicidou.


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