Ops! - Entre o desespero e a esperança escrita por Fran Carvalho


Capítulo 13
Recompensa


Notas iniciais do capítulo

Camila, sua bobona -.-'



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P.O.V Camila

Marcelo deu uma risadinha maliciosa.

– Não preciso fazer nada – ele deu de ombros – Você faz todas as coisas que eu quero.

Revirei os olhos, tentando me soltar.

– Deixa de ser ridículo, não faço ideia do que você tá falando – gruni – Me deixa ir embora!

– Você ficou com meu amigo na frente do seu namorado pirralho – ele riu e deu de ombros – E não fez nada que não quisesse.

Senti um aperto no peito. Não pensei em André quando ficara com Maurício. Pensando melhor, não podia julgá-lo por ficar com Inajara.

– Quer dançar? – ele perguntou.

Precisava mesmo de algo pra me distrair a cabeça. Assenti.

Não tem mal nenhum nisso.

Ele me puxou pela cintura, até o meio do salão. Corri os olhos, vendo as pessoas dançarem, os casais se beijando – ou algo mais – sem qualquer tipo de supervisão. Era um pandemônio.

E o que as pessoas buscavam ali. Lá em baixo, todos procuravam diversão, em várias formas. Ali, a procura era por drogas e sexo.

Percebi que Marcelo gritava, mas eu não podia escutar por conta do som alto. Então, gritei.

– O QUE FOI?

Ele respondeu, também aos gritos.

– O QUE ACHOU?

– LEGAL – sorri.

– QUER AQUILO?

Eu o olhei, indagante.

– O COMPRIMIDO – ele sorriu – AQUELE PRA DANÇAR.

Revirei os olhos.

– ÊXTASE? PARA DE FALAR COMIGO COMO SE FALA COM CRIANÇA. EU CONHEÇO TUDO AQUI.

– DESCULPE – Ele riu – ESQUECI QUE EXISTE INFORMAÇÃO DEMAIS POR AÍ. VAI QUERER?

Meus pensamentos foram rapidamente da minha promessa a dele. Pensei em André, Inajara, meu pai e meus tios.

– Claro.

Ele tirou o comprimido do bolso e o entregou pra mim. Segunda parte do plano dele concluída.

***

Eram pouco mais de três da manhã, quando meu telefone tocou. Tirei o celular da bolsa e tentei olhar o número. Com a visão embaçada, olhei o telefone, forçando os olhos a enxergar o visor. Era André.

– Alô?

– Oi, Mila – ele arfafa – Onde tá?

– Na Teen – gritei – O que você quer?

Ele suspirou do outro lado da linha.

– Sai daí, guria! – ele falou de forma carinhosa, quase como um pai – É pro teu bem, sério!

Eu surtei.

– Desde quando pensam no meu bem? A vida é minha, dá um tempo!

Desliguei o celular, e na hora, o celular tocou novamente. Eu ia atender, mas Marcelo tirou o celular da minha mão, por trás de mim.

– Esquece eles – ele piscou – Vamos nos divertir.

Eu ri, dançando, mas ele me encarou, sorrindo torto.

– Vamos pra minha casa! – ele convidou.

– Sua casa? – eu o olhei, desconfiada – Pra quê?

Ele sorriu, impaciente.

– Vamos! – convidou outra vez – Você vai gostar de lá, e pode descansar antes de ir pra casa.

Virou as costas e desceu as escadas aos trotes.

Virei a cabeça para todos os lados, me sentindo sozinha e desprotegida. Eu o segui.

***

A casa dele ficava longe da Teen, mas não fomos a pé, é lógico. Não tinha ônibus naquela hora da noite, e mesmo se ele tivesse uma moto ou carro, com certeza teria vendido por droga.

– Tu mora sozinho? – perguntei, inocente.

– Algum problema pra você?

Dei de ombros. Nada era muito de fácil compreensão pra mim naquele momento.

Ele abriu a porta com um chute. Era uma peça pequena, com um colchão no chão. Era sujo e fedia a um pouco de tudo.

– Bom, essa é minha casa.

Eu ri. Eu estava chapada, não me importaria de dormir ali. Depois inventava uma desculpa em casa.

– Deita aí – ele piscou um só olho – Pode tirar a roupa, se quiser, eu já volto.

Saiu pela porta de madeira e eu me deitei, olhando o teto preto pela sujeira e o mofo. Talvez ele só tivesse indo buscar outra droga.

Marcelo demorou um pouco. Chegou enrolado a toalha imunda e deitou ao meu lado.

– Pode tirar a roupa, princesa.

O olhei, confusa. Ele queria o que eu acho que ele queria.

– Mas eu não quero...

Os olhos dele se encheram de raiva em segundos.

– Acha que é assim? – ele gritou – Tem as drogas que quiser em troca de nada?

Engoli em seco.

Ele foi legal. Era minha hora de retribuir.


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Notas finais do capítulo

Mais em breve ;)