Gabriela se encontrava em pé sobre a muralha. Asas estendidas, sentindo o vento tocar cada uma de suas penas. Ela segurava seu arco, pronta para atacar no mínimo sinal de ataque. O casal recém-capturado de vampiros se abraçavam na jaula, Owen McHunter III e sua noiva, London Rooper.

Gabriela os olhou e sorriu como se pedisse desculpa. Ela nunca gostou da caçada. Da mania da própria espécie de dizer que a morte é o único jeito de fazer com que o mundo seja um lugar bom.

Owen, ao contrário, olhava a menina anjo com ódio enquanto abraçava a jovem noiva. A protegendo com a própria vida, se necessário. Mas eles só ameaçavam matá-los. Ele não tinha medo de morrer. Tinha medo de viver sem London.

London, por sua vez sussurrava para Owen que tudo iria ficar bem. Que eles sairiam vivos. Mas na verdade. Ela só queria acalmá-lo. Ela só queria ter paz com seu noivo.

– Esses anjos estúpidos vão pagar. - Owen gritou com raiva.

– Calma, meu amor. Vai ficar tudo bem.

Gabriela olhou mais uma vez e se aproximou da grade. Assim que estava perto o suficiente, Owen agarrou a garganta da garota apertando com toda sua força.

– Por favor... Não... - Ela murmurou.

– Me de só um motivo para eu não te matar agora? - Ele rosnou

– Eu vou soltar você.

Assim que Gabriela o disse, Owen jogou a garota anjo no chão. A garota pegou a chave e abriu para que os vampiros fugissem.

– Foi ótimo fazer negócios com você. - Owen deu um sorriso leve e sadico antes de chutar Gabriela que caiu no chão de barriga.

O casal pulou pela muralha e correu pela planice deserta antes que os híbridos chegassem.

No chão, na muralha, Gabriela viu o casal fugir. No final a menina anjo era romantica e queria que alguém a amasse assim como Owen amava London.

Com o rosto no chão, Gabriela podia escutar passos firmes na pedra.

– O que diabos faz no chão, Duarte?

"Estou beijando o chão porque não tem ninguém para beijar." ela pensou sarcastica ao ouvir a voz de seu líder, Cassiel D'Antony.

– Os prisioneiros fugiram.

– Fugiram ou você os soltou? - Cassiel arqueou a sobrancelha olhando a chave na fechadura.

Gabriela rapidamente pegou a flecha e a transformou em uma pistola semi-automatica de oito milimetros e disparou contra seu líder, que pegou o projétil no ar.

– Uma desertora... Muito bem, rebelde. - Cassiel empurrou a garota da muralha e ela caiu com um joelho no chão.

Ela olhou a planice, assustada. Fora expulsa de sua própria ordem. Ela estava tentando organizar seus pensamentos, pensando no que fazer quando ouviu Cassiel berrar:

– Tem vinte minutos de vantagem. No fim desses vinte minutos, mandarei um grupo de querubins para matá-la.

Gabriela levantou-se e abriu suas asas, voando o mais rapido que podia. Tinha que estar longe o suficiente porque no fim dos vinte minutos, nunca mais poderia voar em segurança.