O Beijo. escrita por Belinda


Capítulo 1
Capítulo 1: Nunca beije um estranho por cem reais.


Notas iniciais do capítulo

espero que gostem.



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O ultimo dia de férias. Todo mundo sempre espera fazer algo grandioso nesse dia, e como o esperado, eu combinei de sair com as minhas amigas. Sou uma garota normal, cabelos castanhos e olhos azuis, tenho dezessete anos e me chamo Jessica. Moro no Rio de Janeiro, sou classe media. Minhas melhores amigas são Lola e Melissa, ambas tem dezessete anos. Lola adora rock, é loira e tem olhos claros, e Melissa tem cabelos pretos, é meio paty, vamos assim dizer. E eu, sou a normal, a garota desastrada e que atrai micos.

Nós três andávamos pelo centro, que estava lotado, cheio de jovens. Todos queriam aproveitar o ultimo dia de liberdade.

– Sabe o que iria ser demais? – Lola diz, enquanto olhávamos algumas vitrines. Pelo tom dela, não era coisa boa. Lola sempre tinha umas idéias sarcásticas e loucas na cabeça.

– O que? – Eu e Mel perguntamos ao mesmo tempo.

– Se uma de nós beijasse um garoto. – Ela sorri meigamente.

– Ah, não é grande coisa... – Mel ri.

– Não, um garoto desconhecido. – Lola da um sorriso sarcástico. – Um garoto tipo... Que eu escolhesse. Vocês vão lá, dão um beijão nele, e saem.

– Nem pensar. – Melissa diz, dando um passo para trás. – Eu tenho namorado.

De relance, as duas me olham.

– Não, não. – Balanço a cabeça. – De jeito nenhum!

– Nós escolhemos um bem gato! – Lola insistiu. Ela tira uma nota de cem do bolso. – Te pago.

Penso por uns instantes, com as duas me encarando.

– Por que vocês fazem isso comigo? – Bufo. – Ta bom, qual?

As duas abrem um sorriso.

– Aquele! – Lola fala, apontando para um cara que caminhava, não muito longe de nós. Ele tinha cabelos loiros e olhos claros, era bem bonito.

– Não... Bonito assim, deve ter namorada. – Mordo os lábios, eu fazia isso quando estava nervosa.

– Ele não parece estar usando aliança. – Mel diz.

– Qual é! – Lola fala. – Você quer o dinheiro ou não?

– Bem... É o ultimo dia de férias... Acho que tenho que aproveitar, não é mesmo? – Sorrio. – Observem, e se divirtam!

Ando em direção do carinha. A cada passo que eu dava, mais bonito ele me parecia. Não acredito que ia fazer mesmo aquilo! E se ele me empurra-se? E se me agredisse? Ok, sem drama. O pior que pode acontecer, é a namorada dele chegar e tentar me bater, isso ia ser horrível. Ele ainda caminhava, me ponho na frente dele, o encarando. Ele sorri, tinha um sorriso lindo.

– Ahn... Posso ajudar? – Ele pergunta. Tinha uma vós doce, mas de homem, entende? Mordo os lábios. Estava muito nervosa, tremendo.

– Hm... Desculpa, mas... Acho que vou te beijar agora.

Nem deixei ele dizer nada, ele fez cara de surpresa, mas não ia deixar ele escapar, afinal, eu queria o dinheiro,e fazer loucuras me fazia sentir... Viva. Então, colei seu corpo no meu, e o beijei. Fechei meus olhos. Apesar de ter sido rápido, parecia que os segundos eram eternos. Afastei-me subitamente dele, que me encarava boquiaberto. Ai não, era agora que ele me xingava,gritava e perguntava se eu era louca. Então, fiz o que qualquer pessoa nessa situação faria: corri!

– ESPERA! – O ouvi gritando, mas eu corri. Passei voando pelas minhas amigas, que corriam atrás de mim. Só parei quando havíamos saído do centro, e me sentei em um banco, em uma praça. Minhas amigas chegaram e pararam na minha frente, todas estávamos afobadas e descabeladas. Olhamos-nos então, rimos.

– Não acredito que fiz isso! – Digo rindo, não crendo. Na verdade, eu me sentia estranhamente feliz, leve.

– Ele era um gato! – Lola ri.

– Você devia ter pegado o celular dele, sei lá... – Mel diz.

– Ficou doida?! Espero nunca mais ver aquele cara, a essa altura ele deve estar me achando doida! – Respondo, desejando nunca vê-lo mesmo.

– Bem, mas valeu a pena, não? – Lola me estende o dinheiro. – Aqui, você mereceu!

– Obrigada. – Peguei o dinheiro e coloquei no bolso. O resto do dia foi normal, nós fomos para a casa da Lola, e ficamos de bobeira. Nossas coisas estavam todas lá, então dormiríamos ali e no dia seguinte iríamos para a escola juntas.

A Lola devia ser a garota mais popular da escola. Ela nunca ligou para isso, prefere andar comigo e com Melissa. A família de Lola é muito rica, o que faz as pessoas quererem ser amigas dela, e de seu irmão, Brad. Mas, ao contrario de Brad, Lola sempre é rude com esse tipo de gente, os interesseiros. Brad não, é um dos garotos mais populares (e desejado) da escola. Tem cabelos castanhos e olhos claros, como os da irmã, e tem um corpão. Já fiquei com ele uma vez, e depois que eu não aceitei ir para a cama com ele, vamos dizer diretamente, ele passou a me odiar. Acho que não aceita levar um fora. Exatamente o tipo de garoto que eu não gosto, e que costumo evitar.

No dia seguinte acordamos com o despertador. Depois de dias acostumando a dormir até tarde, acordar de manha era um inferno, principalmente para mim. Minhas amigas tiveram que pular no colchão para eu acordar.

– Primeiro dia no inferno. Acorda Jessiquita! – Lola fala meiga como sempre. Dou um sorriso irônico para ela.

– Falou pouco, mas definiu bem a nossa escola. – Dou risada. Levantamos, e nos arrumamos. O bom da nossa escola é que ela não precisava de um uniforme, íamos com a roupa que quiséssemos. Lola vestia calça jeans e uma blusa de uma banda de rock que eu não conhecia um tênis all star vermelho. Melissa vestia uma calça branca e uma blusa rosa bebe, e eu, coloquei uma blusa cinza básica e uma calça jeans e tênis. Eu sou assim mesmo, relaxada para me vestir. Depois que estávamos apresentáveis,descemos  para esperar o pai da Lola –ou Lol, como carinhosamente a apelidamos- nos dar uma carona. Brad também esperava, e assim que me viu fechou a cara.

– Ainda anda com essa garota? – Ele pergunta para a irmã, me olhando com desprezo.

– Ainda guarda rancor? – Revidei sarcástica.

– Ah, não comecem. – Mel choraminga.

Lola olha para ele com uma cara ameaçadora, e sorri.

– Ainda, irmão. E vou continuar andando, e você vai continuar vendo ela aqui em casa, então supere!

Brad ia responder, quando o pai dele chega e nos apressa. Entramos nos carro, eu me sentia estranha, como se algo fosse acontecer. Devia ser o nervosismo de voltar para a escola, só pode. O carro para, e descemos. A escola parecia à mesma. As mesmas pessoas, os mesmos grupos, alguns alunos novos. As pessoas que se acham superiores as outras, as que se acham inferior as outras e as que lutam para tentar ser alguma coisa. Tudo na mesma. Tínhamos um tempo antes de o sinal bater, então andávamos pela escola, quando Mel para, fazendo uma cara estranha. Ela vira-se para mim.

– Jé,não pira. – Ela diz lentamente.

– Por que eu piraria? – Dou risada, depois paro, porque ela ainda fazia aquela cara. – Melissa, fala logo!

– O que houve? – Lola pergunta. – Mel?

– O cara... O cara que você beijou. Ele ta aqui. – Ela diz assustada. Olho na direção que ela olhava, e lá estava ele! Conversando com a Nicolle!

Vou explicar quem é Nicolle. Toda escola tem uma Nicolle. É fácil reconhecer uma, é aquela garota nojenta, insuportável, que se acha melhor que todos. A da minha escola é loira de olhos castanhos, estatura mediana e que adora usar roupas faltando pedaço de pano. Em outras palavras, em minha opinião, a puta da escola. Que ótimo. Olho petrificada para o garoto. Ele não podia me ver! Será que ele se lembrava de mim? Ia me zoar? Ah não, por que isso tinha que acontecer justo comigo? Que vida cruel. Ok, sem drama. Só tenho que passar despercebida, torcer para ele não me ver, e para ele não ter contado para ninguém da louca que o beijou no centro. É,vai ser um dia daqueles.



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Notas finais do capítulo

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