O Despertar escrita por Beel


Capítulo 6
Capítulo 5 ~ O Treinamento.


Notas iniciais do capítulo

Irei explicar novamente em outro capitulo os troços de níveis e etc e.e

Obs: Quem está narrando agora é a Brooke.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/308885/chapter/6

     – Quem vai treinar o Dray? – Perguntei.
      – Não sei, – Disse Dalton batendo nervosamente na boca o lápis que usara para escrever algumas coisas na prancheta. – alguém forte, que tenha bom posicionamento, que esteja a par com o líder dos rebeldes e que use essa roupa. – Apontou para minha roupa, que praticamente era uma camisa preta de manga longa rasgada propositalmente nos braços, um short preto sem nenhum detalhe e o primeiro tênis que achei no desespero quando ouvi o rugido da Ruffy.
      – Acho que ele está falando de você Brooke. – Concluiu o Dray com uma expressão dedutiva. Olhei para ele com uma careta e Dalton fez o mesmo.
     – Se você acha assim... – Dirigi-me a Dalton. – Mas peço que você venha conosco.
     – O.K. – Aceitou Dalton. Ele parecia triste por causa da Glaucy, ela era uma das melhores amigas dele.
     – Vamos lá Dray. – Anunciei enquanto puxava ele pelo braço, ele provavelmente se perder se eu o deixa-se solto.
     – Vamos treinar o que? – Perguntou quando chegamos ao amplo salão que temos no subsolo.
     – Correr numa luta será essencial para sua sobrevivência, – Comecei a palestrar. – não quero que você lute igual a mim, ou seja tão ágil como a Glaucy ou até mesmo tão inteligente como o Dalton, mas quero que você corra até o outro lado da sala em apenas 2 minutos e a distancia daqui até ali é mais ou menos 1 quilometro. – Dei um tapa em suas costas. – Vai logo, relógio já está contando.
     Dray começou a correr num jeito meio atrapalhado, mas parecia que era o melhor que ele poderia fazer, ele abaixou a cabeça e gritou:
     – Não vai dar, não consigo. – Gritou enquanto corria.
     – Para de ser fresco. – Corri até o outro lado da sala, o ultrapassei facilmente. – Esse é o único jeito de você não morrer enquanto procuramos seu pai para salvar sua amiga, se você morrer ela morrerá, se você falhar ela morrerá, se você for pego todos morreremos.
     – Você disse que eu poderia ser igual a vocês, né? – Perguntou.
     – Sim, agora já não há mais chances, só certezas. – Anunciei.
     – Como que faço para fazer isso? – Indagou.
     – É a parte mais fácil, mas é como o primeiro passo de um bebê, hoje pode ser difícil para você, mas amanhã será quase automático, para um bebê conseguir andar ele tem que tentar, cair, levantar e tentar de novo, então só tente. – Instrui. – Há algumas complicações em alguns casos que para poder fazer uma coisa simples como correr precisaria de uma enorme força de vontade ou um grande sentimento, nós chamamos esse caso de selos.
     – Selos? – Perguntou Dray entre longas respirações pela a boca.
     – Sim, em mim havia dois, eu já os rompi para sua informação. – Agora corra!
     – Resta quanto tempo? – Falou arfando.
     – 30 segundos e você nem está perto da sua linha de chegada. – Reclamei. – Se você estivesse falando menos poderia estar na metade do caminho ao menos.
     – Ou não... –Reclamou Dray. – É impossível. – Olhei para ele com cara de “Você acha que há impossíveis mesmo?”.
     Dray caiu de cansaço no chão igual a um pato, mas tentou continuar se rastejando.
     – Parece que você está usando toda a sua força. – Sorri. – Dalton você era discípulo do Brake, poderia ver se ele tem algum selo?
      – O.K. – Murmurou Dalton indo na direção do Dray. – Mas não tenho o aparelho que o Brake tinha, então vai demorar um pouco.
      Dalton o pegou e a pôs em suas costas e carregou até um laboratório e eu o segui. Dalton botou a mão na cabeça de Dray e fechou os olhos, os dois ficaram parados.
     Esperei uns cinco minutos sentada, até ele abrir os olhos.
     – Há dois nele. – Anunciou Dalton.
     – Como? Dois?
     – Foi o que ele diz, por que essa exaltação Brooke? – Perguntou Dray.
     – Só havia duas pessoas com dois selos, essas duas pessoas são Brooke e Balron.
     – Ufa! Pensei que era o Croy, tenho um pressentimento que ele vai estar mais no meu caminho do que o Balron em si.
     – Croy? Você disse Croy? – Balancei o Dray.
     – Sim, ele estava lá, ele pegou minha faca e falou o nome antes de eu entrar na casa. – Explicou. – Você o conhece?
     Não falei nada somente pensei no que ia responder, até que vi o Dray franzindo o cenho.
     – Ele era o garotinho que empurrou a Glaucy, ele é forte, mas nem tanto.
– Expliquei encobrindo alguns detalhes que ele não precisava saber agora. – Agora vá dormir, eu e o Dalton ficaremos aqui pensando se tem algum atalho para desbloquear sua mente.
     Dray saiu do laboratório arrastando os pés.
     – Brooke, eu não consegui vasculhar a mente dele toda, tem chances de haver um terceiro selo.
     – Como? Não pode ser eu que tenho dois selos cheguei perto da morte antes de ser “operada”, foi o Brake que disse, você se lembra, ele disse o mesmo para o Balron também. – Falei. – E para ele ter o terceiro selo... O que diabos houve com ele?
     – Acho que ele não irá se lembrar, então iremos perguntar ao pai, claro, se o acharmos. – Acrescentou o Dalton. – A falar nisso ele tem mais chance de se tornar o nível SS, e você sabe sobre o meu sonho, correto?
     – Sim, acho melhor contarmos a ele. – Sugeri.
     – Você está louca? – Perguntou. – Se você contar isso à ele, ele irá fugir, se você contar certifique-se que seja na hora certa.
     – Então ao menos levaremos ele a central.
     – Sim, ele terá que ser treinado e bem protegido, mas se Balron souber  que Dray poderá ser mais forte que todos nós, ele tentará matar Dray antes de completar sua força... – Dalton parou de falar e me olhou. – Acho melhor você ir dormir Brooke, é muita coisa para assimilar ao mesmo tempo.
     – Não, obrigada mesmo assim. Vou ver se ele está acordado, se ele estiver irei fazer o máximo para ele ao menos se defender.
     Saio do laboratório e imagino onde o Dray poderia estar, provavelmente ele está perdido por aí, pois ele não sabe a ordem da casa, mas ao menos ele tinha chances de saber encontrar o quarto onde a Glaucy estava repousando, fui até lá e encontro Glaucy deitada com um urso em suas mãos.
     – Ele já esteve aqui. – Murmurei sorrindo. – Você vai ter que aguentar até acharmos o Brake.
     Saí do quarto e vaguei pelos cômodos procurando algum sinal do Dray, depois de andar 20 minutos pela casa e ter visitado quase todos os cômodos, menos o que estavam sendo usados, decido ir ao Centro de Treinamento. Assim quando chego ouço um barulho de respiração forte e desregulada, ouço também uns barulhos de passos fortes e pesados, ando mais rápido, pois estava preocupada com a pessoa que estava treinando a essa hora. Entro e vejo o Dray correndo.
     – O que ela disse mesmo? Tentar com vontade... – Grunhiu.
     – Dray... – Murmurei tão baixo que achei que ele não tivesse ouvido. Ele parou e olhou para mim. – Dray venha aqui. – Ordenei. Ele veio e ficou esperando. – Sente-se.
     – Tá bom. – Disse enquanto se assentava. Eu fiz o mesmo.
     – Você tem alguma pergunta?
     – O que são esses troços de leveis? – Indagou.
     – São classificações, são divididas em nível E, nível D, nível A, nível S, nível SS. – Comecei a palestrar. – Bom geralmente as pessoas que são nível E são Physsis, são pessoas que operaram mais tarde que a maioria de nós, mas alguns deles chegam no nível D, para uma pessoa se transformar num nível D  tem que ocorrer a transformação com ele e ele tem que controla-la, podemos dizer que a Glaucy virou um nível D hoje, para se transformar em um nível A têm que dominar uma arma ou uma arte marcial ou ser perito em uma das três essências que são força, velocidade ou sentidos, para virar um nível S a pessoa tem que controlar sozinha todas as possíveis anomalias que acontece com o seu próprio corpo...
     – Posso fazer duas perguntas? – Balancei a cabeça positivamente como resposta a pergunta dele. – Como assim sentidos? E o que precisa para ser nível SS? – Perguntou.
      – Você lembra quais são os 5 sentidos? – Ele respondeu balançando a cabeça positivamente. – Então... A pessoa tem que dominar os cinco e os aprimorar, mas também há o sexto, porém só uma pessoa o domina. No caso do SS o único que sabe essa resposta é o Dalton.
      – Você conhece algum nível S? – Perguntou.
      – Sim, eu e o Balron, mas provavelmente ele está mais forte que eu agora...
      – Por quê?
      – Como posso dizer... Todos nós não podemos liberar nosso “poder” todo, se fizermos isso envelhecemos mais rápido, um exemplo perfeito disso é que o Balron tem a minha idade...
      – Você tem 40 anos? – Dray começou a rir.
      – Não, ele tem 16 anos igual à mim. – Ele parou e ficou sério.
      – Você pode me amostrar uma anomalia? – Pediu.
      – Sim. – Estendi a mão, a mão primeiramente se transformou em uma pata de raposa, logo em seguida ela ficou meio que gigante e Dray se assustou, continuei e a transformei em uma mão de bebê e por fim fiz que ela ficasse normal.– Tcharam!
     – Uau. Se eu desatar os “selos” poderá ocorrer uma anomalia comigo?
     – Isso é um assu...
     Para a minha sorte a Ruffy veio correndo e latindo, ela já estava melhor, queria ter uma mascote como ela, ela sempre me surpreende. Ela pulou no colo  do Dray e latiu.
     – A falar nisso que bicho era aquele ontem? – Perguntei.
     – Era um leão? – Rebateu com outra pergunta.
     – Forte demais para ser um leão, estava mais para um ligre ou um dente-de-sabre, mas vou ver com o Dalton, ele uma vez disse que leu um dos arquivos do Brake escondido e achou um que falava sobre uma espécie de quimera...
     – Ela pode se transformar? – Perguntou. – Tipo, em qualquer animal? – Nós dois olhamos para a Ruffy e ela balançou a cabeça afirmando.
     – Tenta se transformar em um humano? – Pediu.
     Ela fez uma cara pensativa que foi de certo modo fofo.
     – Não exagera Dray, ela deve estar cansada.
     – Acho melhor não dormirmos, está quase de manhã.
     – A falar nisso você irá para a Central de manhã, então melhor descansar.
     – Se eu dormir não irei acordar de manhã. Que central é essa? – Falou.
     – É tipo os lares de todos nós, lá nós aprendemos já que a maioria é jovem e estudamos, e é lá onde ocorre os exames para descobrir os rankings.
      – Vamos de carro? – Perguntou e eu comecei a rir histericamente.
      – Se for assim demoraremos um bom tempo até chegar lá. Qual o transporte mais rápido que você conhece? – Perguntei controlando a risada.
      – Avião?  – Respondeu.
      – Não, eu, a Brooke ou a Ruffy, mas ela está machucada e cansada.
      – Com você chegaremos lá em quanto tempo? E em um carro? – Perguntou.
      – Comigo em menos de três horas com paradas para descansar e em um carro em 8 horas sem paradas.
      – Lá tem muita gente? Na casa.
      – Não seu pai operou poucos e mesmo assim menos ainda sobreviveram a cirurgia, mas tem por volta de 300 pessoas e lá tem um colégio próprio. – Conclui. – Vou deitar um pouco somente para fechar os olhos para descansar a vista, seria uma pena se eu batesse em algo no meio do caminho e a pessoa que estivesse perto de mim saísse voando.
      – O.K., mas descanse ela mesmo. Vou ver a Glaucy. – Disse.
     – De novo? – Perguntei. Ele saiu e me ignorou, fiquei magoada, mas fazer o que né?
     Fui para o quarto e fechei os olhos. Ouço um barulho na porta ao lado  eu a abro e vejo que era o Dray batendo na porta errada.
     – Dray. – Murmurei rindo.
     – Ah, quarto errado, esse já era a minha terceira tentativa. Onde tem roupas para eu me vestir? Sabe essas estão suadas por causa do treinamento.
      – Vai ao quarto a direita, talvez alguém te empreste. – Bati a porta e deitei novamente.
     Ouço o mesmo barulho, só que desta vez na mina porta.
     – Que é? – Perguntei.
     – Tenho vergonha, peça para mim. – Pediu.
     – Tá bom. – Murmurei. – O vizinho do lado, empresta uma roupa para ele, você tem sobrando, eu sei! – Gritei batendo na parede.
     – Obrigado! – Falou ele recolhendo as roupas no chão que o vizinho tacou sem abrir totalmente a porta.
     Deitei na cama e dessa vez dormi.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Despertar" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.