Na Pele De Gabe escrita por João Luis


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora! Enfim, postei.



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Acordo com um ótimo humor, com uma das minhas músicas favoritas tocando no rádio logo de manhã. Who's Laughing Now tem uma mensagem ótima, porém estou tentando achar minha hora de rir de quem anda rindo de mim; espero que isso não demore muito.

Tomo um café-da-manhã reforçado, mas não muito a ponto de querer vomitar enquanto ando com o transporte escolar. Rosalie até se surpreende, mas não diz nada.

Digo Até e saio pela porta; chego no ônibus escolar e logo começo a suar frio. Como eu iria adivinhar que Elissa mora perto de casa e virá no mesmo ônibus que eu? Ou eu era um homem de muita sorte, ou muito azar. Para descobrir, bastava tentar conversar com ela.

Para minha sorte, o ônibus estava praticamente lotado já, e nós dois éramos uns dos últimos a serem pegos, e apenas o lugar ao meu lado e ao lado de um menino esquisito que ficava espirrando o tempo todo estava vazio. Pelo menos ela escolheu sentar ao meu lado ao invés de escolher aquele cara.

Educada, ou pelo menos queria mostrar que sabe ser, ela perguntou antes de se sentar, sorrindo:

– Este lugar está reservado para alguém?

– Não, não. Pode se sentar. - foi só isso o que consegui dizer.

Ótimo, agora além de um otário, eu estava desperdiçando uma das melhores, se não a única, oportunidade que terei para conversar com ela. Ah, Elissa, você nem me conhece, mas eu sinto que quero te conhecer tanto...

Mas... o que direi a ela? 'Gostando da escola?' Ninguém gosta dessa pergunta, porque todos nós odiamos a escola. Eu, pelo menos, odeio mais que tudo. Não devo ser o único, é só olhar os rostos ao redor dos meus colegas durantes as aulas e aqui no ônibus: a expressão de felicidade de agora se transformará em tédio em poucos minutos.

Estava vagando por minha mente, tentando pensar em qualquer coisa para não ter que olhar Elissa e não ter o que falar, ou pior: olhá-la e ver que alguém já está puxando assunto antes de mim. Não queria pensar nisso, então era melhor ignorar.

Comecei a mexer em meu celular, para evitar escutar algo que não fosse bom a mim, mas escutei de fundo, e próximo, alguém perguntar como estava. Não conhecia direito aquela voz antes de ontem; era inacreditável. Será que Elissa estava puxando assunto comigo? E se estivesse falando com qualquer outra pessoa do ônibus e eu estava achando demais? Virei o rosto um pouco a ela, mas não tanto para não parecer um bobo - como se eu não fosse perfeito para esse papel.

– Você mesmo, menino da blusa vermelha, como está?

– Por que quer saber?

Ótimo. Agora estava sendo grosseiro; cale a boca, Gabe.

– Você não é o menino que senta na minha frente? Então, ontem te vi dormindo na sala o dia todo, com cara de quem apanhou por dias, e fiquei preocupada. Te cutuquei o dia todo, mas você parecia um morto.

Elissa estava falando tudo aquilo para mim, mas não conseguia processar de imediato. Ela se preocupou comigo? De verdade? Ou estava apenas tentando tirar com minha cara? Não sei, as pessoas são estranhas... só sei que não podia perder mais uma oportunidade, que provavelmente seria a última.

– Ah, estou sim. Obrigado por se preocupar, tenho passado uns dias difíceis, mas acho que estou superando.

Ela balançou a cabeça afirmativamente, como se entendesse.

– E você? Quer dizer, está se sentindo bem por se mudar para cá no segundo ano? Abandonar todos de onde você morava não deve ser fácil...

– Para falar a verdade não parece ser fácil, mas se todos de lá te odiarem e criticarem por algo que você não fez, é a coisa mais simples do mundo sair de lá.

O que aconteceu com Elissa onde ela morava? Precisava saber disso, e agora era o melhor momento.

– Por que fizeram isso?

– Bom, digamos que você não pode confiar em ninguém que tem ataques intermináveis de ciúmes sem motivo. Foi isso o que aconteceu.

Agora ela parecia estar irritada, mas não comigo, e sim com o que aconteceu. Não ia forçar mais a barra. Se ela quisesse falar, eu não a forçaria a nada. Olhei para ela com cara triste por causa do que deve ter acontecido. Mesmo sem saber ao certo, ela ficou triste com o acontecimento, e só podia fazer aquilo no momento.

Após um tempo, ela continuou:

– Minha melhor amiga, que conheci quando tinha uns 6 anos, estava saindo o pior cara do colégio. Ele era simplesmente drogado, bêbado, burro, mas é muito bonito e joga no time de futebol do colégio. As pessoas só pensam nisso; não importa se você é burro, se odeia estudar, se não se interessa em ler, se não liga para ninguém, ou se é bêbado. Se você joga futebol e é bonito, só isso importa... Mas enfim, isso não tem nada a ver, me desculpe. - disse, e eu assenti. - Eles começaram a namorar, mesmo ela sabendo que era traída semanalmente com as líderes de torcida, mas não se importava, vai entender.

Elissa parou um pouco, provavelmente para pensar em como simplificar a história, porque disse breve e em uma velocidade constantemente rápida:

– O idiota do Luke começou a dar encima de mim, e eu recusei todas as vezes. Com raiva disso, ele me agarrou forte e em uma posição difícil de uma menina conseguir sair quando um idiota te agarra, e o amigo dele tirou fotos nossas, como se algo tivesse acontecido, e "alguém" enviou secretamente para minha melhor amiga, até então. Ela ficou arrasada e nunca mais falou comigo.

Eu fiquei chocado, e ela percebeu. Mas, ao contrário do que ela pensou, não fiquei chocado pelo fato, e sim por ela ser diferente das meninas. Nunca vi uma garota recusar um cara que é popular no colégio. Estava convicto de que Elissa era diferente. Estava não, estou. Após um silêncio, ela continuou, agora triste.

– O pior de tudo foi que Luke realmente me impressionou com sua capacidade de montagens, e apareci em posições sem roupa de maneiras horríveis, e todos me acusaram de ser uma vadia que se faz de santa por isso. Todos mesmo. Até meu professor de Educação Física ria. Ridículos. Mas, graças a Deus, saí de lá. - disse, e logo juntou uma frase à outra. - Ficaria feliz de sair dessa cidade, por causa do que te fizeram passar?

– O que você sabe sobre meu passado? - perguntei, confuso. Como assim, agora ela sabe o que aconteceu comigo no ano passado? Quem anda espalhando informações para ela sobre mim?

– Não, idiota. Você está com cara de pessoa infeliz desde ontem. Apesar de, finalmente, tomar banho e vestir roupas descentes, ainda está triste. O que te fizeram?

– Nada. Realmente nada. Caí em idiotices de pessoas, nada tão grave como o que fizeram contigo. Não quero entrar nesse assunto, vamos mudá-lo? Conte-me sobre o que está achando daqui.

– O Colégio Space é legal, mas ainda não fiz muitas amizades... Na verdade, não fiz nenhuma. - disse, com um sorriso triste.

– Você está falando comigo agora. Eu não sou considerado uma pessoa para ser amigo?
– Te conheço a dois dias, e você mudou totalmente de um dia para o outro. Não sei se você é do tipo para se confiar por enquanto.

– Mas você contou de sua vida para mim. Não acha que é muito pessoal contar da vida privada para alguma pessoa que você considera ser 'louca'? Eu poderia continuar a história desse Luke e espalhar a todos do seu falso-passado.

– Eu confio em você, e você não faria isso. Apesar de louco, parece ser legal... - um sorriso de uma ponta a outra de meu rosto levantou, e ela não pode deixar de ver, apesar de ter ignorado.

– Chegamos no inferno. Vamos? - disse isso, segurando sua mão. No começo ela pareceu envergonhada ao fazer isto, mas ficamos de mãos dadas até entrarmos na escola. Depois disso, Jason veio falar comigo, de um assunto que particularmente eu não fazia ideia do que ele estava falando, e Elissa entrou para a sala de aula.


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Notas finais do capítulo

Eu ainda não fiz o capítulo 8, então estou tão ansioso quanto vocês! Só postarei o próximo se tiver comentários nesse capítulo, enquanto não tiver não postarei. Beijos, até.



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