Realmente, eu acho que meu pai tem um problema sério na cabeça e ainda não descobriu.

Bom, eu providenciei de ele ter uma consulta medica feita pelo meu cérebro, pois sinceramente, nunca vi isso na face da terra. Vai contra as leis dos pais.

Deixe-me explicar. Eu, Alex - e apenas Alex porque eu gosto e ponto - moro com meu pai e minha madrasta, a bruxa má. Nós moramos em um apartamento pequeno em Londres. Eu sou um pouco anti-social, (eu disse anti-social, não antipática) e vivo na minha. Não reclamo de quase nada das regras do meu pai, e ele me deixa livre, eu gosto dessa liberdade, porém tento não abusar para ela não acabar.

Agora, meu pai deu uma de doido, E.T’s devem ter substituído o cérebro dele pelo de uma gazela. Simples assim.

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— Filha, lembra do Scott? — ele me perguntou. Estávamos tendo uma conversa séria para resolver as coisas da vida.

— O que tem esse diabo? — falei ríspida.

— Não fale assim, ele vai vim passar o ano aqui.

Uou. Foi o que pensei. Depois me veio vários motivos para chamar meu pai de louco e negar tudo isso.

— O que? Por quê? Pai, você tem problemas? Enlouqueceu? E a onde ele vai dormir? Na boa, eu não quero acordar e ter que botar uma roupa porque o idiota ta dormindo no sofá? Mas, não, não, espera. Por quê?

— Ele vai dormir no seu quarto. Tem um colchão lá, não? — falou ignorando o resto das minhas dúvidas.

— Sim, mas... O que? Não, pai. Raciocina – estralei os dedos na frente dele. — Eu não o suporto.

— Ele vai vim estudar aqui no seu colégio. Mais chances para o futuro. Só isso, ele vem semana que vem. Você vai mostrar o colégio e trate de ajudá-lo ok? Sem mais.

Ele foi se levantando para sair, mas eu o puxei e volta.

— Pai lindo do meu coração. Ele é um garoto na puberdade, você vai deixar sua filha dormir no mesmo quarto que um garoto?

— Pensei que você o odiasse... E cadê aquela história de nunca me apaixonei? Alex, vocês convivem juntos desde sempre.

Só para constar, a palavra paixão não foi citada.

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Foi isso. Eu sou amaldiçoada agora. A maldição se chama Scott. Tenho medo de que ele possa se vingar das minha brincadeiras. Mas por outro lado, pode ser divertido continuar infernizando a vida do trasgo. Não! Eu vou mata-lo! A real é: Eu não o suporto, ele não me suporta, nós não nos suportamos. Isso não pode dar coisa boa, certo? É a lógica.

Desde que eu lembro, nós nunca nos demos exatamente... bem. Agora o garoto vai entrar na minha vida, na minha escola, na minha casa. Já baste minha vida ser um saco, agora vem um ser para transformá-la no inferno.

O papinho do meu pai sobre nunca me apaixonar, é porque eu sou encalhada. É, vamos encarar a realidade. Eu não gosto de pessoas, afeto. Não gosto como adolescentes da minha idade deveriam gostar, adolescentes do tipo vadias do meu colégio. Não estou dizendo que se um deus grego batesse na minha porta, eu iria ficar como: argh, não me toca. Não, eu iria tirar proveito. Eu só não aguento essa coisinha de pular feliz a cada esquina que põe o pé. É demais para mim.

Na verdade, é que eu notei que o amor faz as pessoas se afundarem no próprio buraco. Quero dizer, todo mundo é um merda nesse planeta.

Então, eu sou feliz com um melhor amigo que atura a minha ignorância.

Ele vai estudar na mesma escola que eu, no mesmo ano. Pois eu entrei adiantada, e ele atrasado. Ou seja, temos dois anos de diferença. Eu estou pensando seriamente em fugir.

Minha vida está prestes a ficar pior do que já é.