Sem notar eu comecei a pensar em Damon, em todas as nossas lembranças. Dos nossos beijos e afins. Era estranho eu mesmo dissera a ele que não o amava, mas agora parecia que o que eu havia dito era uma grande mentira.

Durante toda essa semana ele estivera em meus sonhos cheguei a suspeitar que o mesmo estivesse me impelindo a isso, contudo era impossível eu estava na Rússia e Damon sequer saíra de Mystic Falls. Mesmo que seja difícil admitir confesso que meu único desejo depois que acordava era voltar ao sono, estar com ele mesmo que em sonho estava se tornando essencial para mim. Passaram-se tantos anos como pode apenas agora eu desenvolver algum sentimento por ele? Não tem sentido, quer saber de uma coisa talvez tenha...

Ao recordar de nossos momentos juntos na época em que nos conhecemos pude me lembrar daquilo que há anos havia me esquecido, do modo que eu gostava de suas carícias e palavras doces. De como seus sorrisos faziam meu dia valer a pena. Eu sempre amara Damon, mas meu orgulho era grande demais para admitir.

Tudo fazia sentido agora, todas as coisas que passei desde a perda da minha filha até o assassinato de meus pais por Niklaus, me tornaram uma pessoa fria, uma fugitiva para ser mais clara. Através do meu dom vampiresco eu abdiquei dos meus sentimentos humanos para que assim toda a dor e culpa que eu sentia pudessem ser apagados, mas com Damon todo meu esforço era em vão. Toda dor era trazida de volta. Sentir dor, depois de anos de “paz” era perturbador demais.

Eu não estava preparada para o que aquilo significava. Ao perceber o que a proximidade dele estava me fazendo eu inventei um sentimento por Stefan que nunca seria correspondido só para que eu pudesse me manter na minha segura zona de conforto.

Eu sentia tanta raiva de Damon, ele me lembrava de tudo que eu queria ter deixado para trás, mas que eu sabia que não tinha deixado. Usei Damon como um brinquedo sempre que pude como vingança, vingança por ele ter me feito apaixonar. Me vinguei todos esses anos por uma coisa que ele nunca teve culpa e de repente eu me sentia ainda mais culpada.

Queria lhe pedir desculpas, declarar meus sentimentos, mas era tarde demais. Damon me esperara por mais de um século e o máximo que eu fiz foi rir de seu amor. Agora era minha vez de permitir que ele risse de mim. Eu escolhi o caminho mais fácil e só eu mesma sei o quanto vou me arrepender disso.