Fix A Heart - Demi Lovato

Eu ainda não acredito que ele se foi. Sempre ele que me protegeu de tudo e de todos, sempre ele que fez com que eu me sentisse bem quando eu estava mal, sempre ele. Agora eu estava sentada ao lado da minha cama, jogada no chão, com a cabeça doendo e os olhos provavelmente inchados. Eu chorava feito louca desde que minha mãe me dera a notícia que Brian estava morto. Eu apenas corri para o meu quarto e fique na posição que eu estava até agora. Brian era o meu melhor amigo desde sempre. Ontem eu fui até a casa dele e passei o dia lá, isso seria só mais um dia com ele, mas ele se declarou pra mim e me beijou. Hoje ele não a escola e quando eu cheguei a minha casa recebi a tal notícia.

Eu estava desesperada, levantei do chão e abri a cortina do meu quarto, já estava anoitecendo e eu tinha que me arrumar pra it até o velório. Entrei no banheiro, tomei um banho quente, vesti uma roupa toda preta e não passei maquiagem alguma. Desci as escadas e encontrei minha mãe e minha irmã sentadas no sofá.

– Então podemos ir? – mamãe perguntou enquanto me olhava com dó.

– Mãe, não me olhe assim. – eu pedi com a voz fraca.

– Assim como, meu anjo? – ela disse se levantando e passando a mão de leve na minha bochecha.

– Com dó, sentindo pena de mim. Eu não preciso disso. – eu disse segurando a mão dela com força e tirando de perto do meu rosto. – podemos ir?

– Claro. – minha mãe disse olhando pra baixo.

Entramos no carro e fomos o caminho inteiro em silêncio. Quando cheguei lá, não tive coragem de entrar para ver o corpo dele. Então sentei em uma cadeira que tinha ali por perto. Senti uma mão no meu ombro, abri os olhos, levantei a minha cabeça e vi a mãe de Brian me olhando.

– Anne, eu tenho uma coisa pra te entregar. – então eu vi Emily, a mãe de Brian, com os olhos vermelhos e inchados. Eu levantei e a abracei. Nós choramos e então ela me soltou. - O Brian deixou uma carta pra você. – ela disse enquanto eu limpava minhas lágrimas.

Ela me entregou uma carta um pouco molhada e eu achei que fossem lágrimas de Emily, mas quando abri a carta e reconheci a letra, percebi que as lágrimas eram de Brian.

Eu não li a carta, apenas abracei Emily mais uma vez. Sentei em uma cadeira ali perto e desabei mais uma vez. Quando levantei a cabeça e abri os olhos eu vi a única pessoa que eu não esperava.

Britney estava ali. Nunca teve um minuto da minha vida e da vida do Brian que aquela menina não estivesse pegando no nosso pé ou qualquer coisa do tipo. Eu levantei como um furacão e fui até ela.

– O que você está fazendo aqui? – eu disse agora parando de chorar. – Não acha que já infernizou demais a nossa vida? A vida dele? Ele se sentia pressionado por você e por seus amigos. Acho melhor ir embora. Agora Britney.

– Calma Annelise. Eu realmente não me orgulho do que fiz. E se quer saber me sinto culpada pela morte dele. Só vim me despedir. Eu prometo Annelise.

Eu dei um passo para trás e ela entrou chorando e se despediu de Brian, o meu melhor amigo. Por que ele? Por que agora?

– Annelise? – alguém perguntou encostando a mão no meu ombro.

Eu limpei minhas lágrimas e me virei. Encontrei um garoto de mais ou menos 19 anos, cabelo moreno um pouco bagunçado, olhos verdes e que me olhavam do jeito que eu mais odiava, ele me olhava com pena. Eu não o conhecia.

– Como sabe meu nome? – eu perguntei um pouco perdida. Era muita informação ara poucos minutos.

– Eu sou primo do Brian. – ele estendeu a mão pra mim e eu apertei-a. – Meu nome é Sean, lembra-se de mim?

– Não, desculpa. – eu disse um pouco envergonhada.

– Nós brincávamos juntos quando éramos menores. – ele ainda me olhava com dó.

–Ah, sim, eu lembro. Por favor, pare de me olhar com dó, eu realmente odeio isso.

– Desculpe. – ele levantou as mãos em forma de rendição. – Você já entrou pra ver o corpo?

– Não. – eu disse abaixando a cabeça e sentindo uma lágrima cair.

– Quer entrar comigo? – ele perguntou estendendo a mão pra mim.

Eu apenas afirmei com a cabeça e segurei sua mão.

Quando vi o corpo de Brian eu só chorei. Comecei a lembrar de tudo que passamos juntos e apenas chorei. Sean me abraçou e isso era o que eu precisava agora. Um abraço.

– Desculpe Sean, eu não consigo mais ficar aqui. – eu disse soltando-o e indo para lado de fora da sala.

Fiquei sentada ao lado de Sean e da minha irmã até a hora do enterro. Foi triste e doloroso saber que o corpo do meu melhor amigo e quase namorado estava dentro de um caixão sendo colocado dentro de uma cova. Quando tudo isso acabou eu fui para o carro com a minha mãe e minha irmã e nós voltamos pra casa do mesmo jeito que tínhamos chegado ali, em silêncio.

Já em casa, eu subi direto para o meu quarto e fiquei sentada na minha cama vendo fotos de mim com o Brian. Meus olhos estavam pesados e inchados, meu coração estava apertado e eu não estava mais aguentando aquela dor em mim. Era uma sensação horrível. Eu nunca achei que fosse perdê-lo. Fui até o banheiro e me olhei no espelho, eu estava acabada. Lavei meu rosto com a água fria da pia e fiquei me olhando. Meus pulsos arderam e então eu os olhei. Ali eu vi as marcas de cortes que eu havia feito há quase um ano. Isso fez com que eu me lembrasse de Brian, que quando viu as minhas marcas resolveu me ajudar. Fiquei internada por dois meses e quando sai nunca mais me cortei. Mas agora, tudo era diferente. Aquilo sempre aliviou a dor que eu sentia, agora teria que funcionar de novo. E então eu vi o meu maior inimigo dentro de um pote transparente em cima.