Eternity

  Ruki tacteou o colchão ao seu lado notando um vazio. Levantou-se vestindo o robe de seda cinzento metalizado que se encontrava no chão cobrindo o seu corpo nu. Olhou para trás e logo viu os finos cortinados brancos a esvoaçarem ao ritmo da leve brisa de uma noite de verão, dirigiu-se à varanda que estes escondiam e logo envolveu com as suas mãos, a cintura do corpo alheio que se encontrava a fumar um cigarro vestindo apenas uns boxers pretos. Este arrepiou-se com o toque frio das mangas do robe e logo se virou para o pequeno apagando o cigarro no cinzeiro que se encontrava numa pequena mesinha a seu lado.

- Ruki, não tens sono? São 6 da manhã. – Falou suave acariciando os fios loiros do pequeno.

- Não… e como não te vi na cama presumi que aqui estivesses. – Sorriu doce para o loiro enfaixado que o olhava com admiração e carinho.

- Eu apenas vim fumar um cigarro não te preocupes Chibi. Vamos para dentro? – Entrelaçou seus dedos numa das mãos do pequeno e logo seguiu em direcção ao quarto mas o pequeno não se mexeu. – O que foi? Não queres vir?

- Reita … - Antes de prosseguir deixou uma lágrima cristalina cair-lhe pela face alva e mordeu o lábio inferior logo olhando profundamente nos olhos do mais alto.

- Ruki, o que foi? O que tens? – Reita ajoelhou-se perto do pequeno devido à diferença de alturas e viu o outro também se ajoelhar acariciando sua mão com um dedo.

- Eu… vou ter imensas saudades tuas koi. – Dito isto desabou num choro necessitado e agarrou-se com os seus braços pequenos à nuca do outro, sentiu os braços fortes do loiro lhe aconchegarem o corpo para mais perto de si de forma a protegê-lo de todo o mal e tristeza. Queria vê-lo sorrir e ser feliz.

- Eu também amor… eu também. – Separou-se do pequeno e secando as lágrimas dele com o polegar olhou-o nos olhos e sorriu. – Eu amo-te e nada vai mudar isso, nem mesmo a distância e eu quero que me prometas que não te vais esquecer de mim, nunca. – Fez ênfase na última palavra e sentiu também uma pequena lágrima lhe correr pela cara parando no queixo.

- Nunca, Akira, tu és a coisa mais importante para mim e nada me vai fazer esquecer de ti, tu és o meu amor verdadeiro. – Levantou-se levando o outro consigo e uniram os lábios num beijo calmo, duradouro para que pudessem decorar todos os traços dos lábios de cada um. A falta de ar fê-los separarem-se e de testas coladas sorriram e entreolharam-se mais uma vez. Sentiram os primeiros raios de sol começarem a nascer e olharam para o céu ainda abraçados.

- Ruki, achas que me podes ir visitar depois? – Ainda a mirar o céu o mais alto perguntou e sentiu o pequeno apertá-lo ainda mais entre as suas mãos.

- Sim, é tudo o que eu mais quero. E além disso eu sempre quis ir à Europa. – Falou divertido nesta última frase e olhou o outro a sorrir.

 - Seis meses é imenso tempo koi e eu preciso de te ver, preciso de te sentir. – beijou-lhe os fios loiros e voltou para dentro virando-se mais uma vez para o pequeno mostrando-lhe um sorriso vendo o outro retribuir.

oOo

- Bem… é agora Ruki. – Os dois amantes encontravam-se agora na base militar de Tóquio onde Reita se havia formado para este momento. Uma guerra não era uma coisa que soasse agradável aos ouvidos de alguém mas como o militar que era, Akira não podia não ir, corria riscos mas sabia que voltaria para perto do seu pequeno. – Vá lá, não chores amor eu volto, eu prometo. – O brilho nos olhos do alto não enganava as lágrimas que teimavam em sair mas fez-se forte.

- Então… até já Rei-Chan. – Sorriu secando as lágrimas e abraçou-se ao namorado logo procurando os seus lábios tão conhecidos seus logo pedindo permissão para adentrar sua língua, permissão essa que lhe foi dada. A falta de ar, a maldita falta de ar fez com que os lábios se separassem. De testas coladas e respirações descompassadas pelo choro, os dois olharam-se entrelaçando os dedos e selando aquele momento com um simples beijo nos lábios, sem loucura, sem desejo, sem perversidade, apenas amor.

  Os militares foram chamados para dentro do avião e logo Reita de separou do amado andando de costas e gritando “amo-te”, “Eu vou voltar”, “És tu que me fazes ter a certeza de que vou voltar.” Ruki apenas podia sorrir perante aquela cena e virou costas ouvindo o barulho do avião deslocar, olhando para a sua mão direita e reparando numa aliança que Reita lhe havia dado no dia em que o pedira em namoro, “Eternity” era a palavra que lá estava gravada e era verdadeira, pois ambos sabiam que o seu amor era para a eternidade