Capítulo 10 – Isso só pode ser brincadeira!

- Isso não é uma razão muito boa – diz ele.

- É sim, porque se quero te beijar é por que... É porque você é especial para mim – expliquei.

- Então beije Travis!

- Eca! Não foi isso que eu quis dizer. O que eu quis dizer é que eu gosto de você, por isso, que eu quis te beijar – admiti corando.

      Chris sorri e segura o meu rosto com as duas mãos.

- Você não sabe como é bom ouvir isso – diz antes de colar nossos lábios.

      Apesar de ser um filho de Ares, Chris tinha seus momentos sendo doce, fofo, querido. Uma coisa que eu nunca imaginei em um filho do deus da guerra, do mesmo jeito que ninguém nunca imaginou uma filha de Atena retardada como eu. Acho que éramos o casal perfeito.

      O casal.

      Casal?

      Éramos um casal?

      Como a idiota que sou, eu ri entre o beijo, fazendo Chris se separar para me olhar, porém ele sorria.

- O que foi? Beijo tão mal assim?

- Não! – respondi rápido demais, o fazendo rir – você beija bem. Foram só ideias idiotas que passaram pela minha cabeça.

- Vocês são tão fofos juntos! – exclama uma voz de cadela atrás de mim.

- Vá latir em outro lugar, Pietra! – falei sem virar para ela.

- Ah, Megan, agora que você está com o Chris, nós podemos ser amigas! – falou como se fosse a melhor coisa do mundo, eca!

- Prefiro que Zeus jogue um raio na minha cabeça ou que Hera me jogue de cima do Olimpo – digo finalmente me virando para olha para ela.

      Ela bufou e saiu pisando firme, como a garota mimada que era.

- Posso atirar na cabeça dela? – perguntei a Chris.

- Não, Meg, não seria uma coisa legal – disse me abraçando.

- Para ela – retorqui.

- Meg...

- Está bem – bufei e ele riu – já caminhamos, o que vamos fazer agora?

- Não sei, hoje eu já fugi, já comi meu chocolate, já discuti com Connor, já briguei com a Pietra e já te beijei. Esqueci-me de alguma coisa?

- Sim – falou.

- O que? – perguntei curiosa.

- Não foi jogada no lago ainda.

      Nem terminou de falar e já tinha me colado sobre o ombro – de novo deixando meu rosto praticamente na sua bunda – e começando a caminha.

- Chris! – gritei indignada.

- O que? – perguntou rindo.

- Se você tem amor a sua vida não me jogue no lago!

- Me obrigue.

- Vou apertar sua bunda! E acredite, não vai ser nenhum sacrifício da minha parte.

      Ele não respondeu, apenas continuou a caminhar. Eu fechei os olhos e comecei a gritar para ele me soltar, mas ao que parecia ele estava bem decidido a me jogar na merda do lago. E eu e aquele lugar não tínhamos boas recordações, ou melhor, recordações que me faziam ter vontade de me decapitar.

      (...)

- Argh, não acredito que você me jogou na água! – exclamei.

- Qual é, Meg. Você gostou que eu sei – disse passando os braços pela minha cintura.

- Hum, Chris, Megan – Percy chama a atenção deles – precisamos conversar.

(...)

      Percy havia nos levado para a sala de jogos da Casa Grande, onde estavam Travis, Clarisse, Annabeth, Will e os outros conselheiros de chalé.

- O que estamos fazendo aqui? – perguntei quando todos começaram a nos olhar.

- Vocês vão sair em uma missão – disse Quíron.

- Eu? Em uma missão? Que brincadeira é essa?

- Não é uma brincadeira, Megan – Annabeth respondeu séria.

- Annie, sou eu, Megan! Vocês não podem em enviar para uma missão eu vou acabar matando alguém sem querer!

- Você precisa, Meg – diz Travis – faz parte.

- Qual é a missão? – perguntou Chris.

- Não sabemos ao certo, só temos a profecia – disse Will entregando um papel a Chris.

      O filho de Ares leu e releu várias vezes o que estava escrito, parecia querer entender exatamente o que estava escrito, mas não obtinha sucesso. Depois de um tempo ele passou o papel para mim.

O filho de Apolo deverá escolher.
A cria de Ares e de Atena o acompanharão.
A flecha roubada será devolvida ao verdadeiro dono.
E no final, o que mais ajudou é o que irá colocar tudo a perder.

- Que flecha que foi roubada? – perguntei.

- Acreditamos que tenha sido a que Apolo deu a Ábaris. Era uma flecha de ouro que tinha o poder de transporta-lo pelos ares – responde Annabeth.

- E quem supostamente teria roubado?

- Há várias lendas sobre isso, o primeiro que teria roubado diretamente de Ábaris foi Pitágoras, que era seu aluno, e também contam as lendas que ele vendeu ao paládio.

- Pitágoras, tipo, o Teorema de Pitágoras?

- Sim – respondeu Quíron.

- E o que se sabe depois do que ele vendeu ao paládio?

- Lendas sobre roubos seguidos de lendas, mas esse é o problema. São apenas lendas – responde a conselheira do chalé de Hécate.

- Também eram lendas a existências dos deuses e aqui estamos nós – fala Clarisse com arrogância.

- Você entendeu o que ela quis dizer, Clarisse – retruca Chris revirando os olhos.

- E essa parte do “que mais ajudou”, pode ser um de nós, não? – questionei.

- Pode, mas não podemos interpretar as palavras da profecia, elas nem sempre são o que parecem – responde Percy.

- Mesmo assim, acho que devemos estudar antes de sairmos em missão. Eu quero estar preparada para tudo.

- É o melhor. Além disso, porque nós? – Chris pergunta.

- Rachel disse que deveria ser vocês – fala.

- Rachel?

- Nosso oráculo – responde Will.

- Ok. A profecia fala sobre um filho de Apolo, qual vai ser? – por favor, o Will não, por favor.

- Eu – respondeu o idiota sorrindo.

- Vocês só podem estar de brincadeira! Eu e ele em uma missão? Sério, onde fica o Olimpo?

- No Empire State, por quê?

- Eu vou me jogar lá de cima! – exclamei e quando ia sair da sala Chris me segura, me fazendo virar para olhar para eles.

- De novo isso de se jogar do Olimpo, Meg? Ache um jeito mais simples de morrer – diz Travis.