Ichigo acabava de acordar. Levantou da cama, usava apenas uma samba-canção, e foi para o banheiro praticar sua higiene matinal. Ao acabar veste seu uniforme e desce para tomar o café-da-manha. Cumprimenta suas duas irmãs mais novas, Yuzu e Karin, e atura a brincadeira do pai de um derrotar o outro como forma de treinamento diário.

Como a escola era perto, Ichigo ia a pé. Sempre tem uma cara de satisfação, mesmo sendo segunda, levava a vida de um jeito tranquilo.

Estava quase na porta do colégio quando ouve uma voz meiga e familiar:

- Kurosaki-kun! – Orihime chamava por Ichigo e se jogava nas costas do rapaz.

- Inoue! – Ichigo sorri e segura a menina para que ela não caia. Logo ele a desce e começam a andar lado a lado.

- Você viu o filme de ontem? Eu adorei! Foi tão incrível ver O Senhor dos Anéis.

- Sim. É um bom filme, mas eles cortaram umas partes.

- Sério!? Poxa – Orihime fez uma cara tristonha por não ter visto o filme inteiro.

- Você me liga e eu vejo se pode ir na minha casa mais tarde para vermos o DVD juntos. – Ao dizer isso ele da um selinho em Orihime e mostra para todos por perto que eram namorados.

Já estavam na sala de aula. Ichigo conversava com seus amigos do time de futebol, Mizuiro e Keigo, e Orihime contava para suas amigas da torcida sobre a ultima comida que inventou. Aos poucos a sala se encheu, Tatsuki logo foi cumprimentar Orihime e por ultimo chegou Rukia.

Bastou ela entrar em sala que começaram murmúrios pela sala. Falavam que era uma sem graça, nerd, quatro olhos e riquinha. Por algum motivo sempre foi assim desde antes de Rukia confirmar a matricula.

Rukia usava óculos por duas razões: uma – ela era míope; duas – para esconder seus olhos grandes, para não ser mais um motivo para importunarem ela.

Quando ela se senta o professor entra e avisa sobre um teste surpresa. Toda a sala reclama e suspira cansada. Ao fim dos primeiros tempos de aula, já era o recreio e os testes já estavam prontos. Depois de lancharem, cada um com seu grupo, os alunos voltaram para as salas, menos o segundo ano que ia ter aula de educação física.

As meninas se trocavam na sala, pois o vestiário feminino estava em reformas e os meninos se trocavam no vestiário deles mesmo. Todos estavam na quadra praticando um exercício de vôlei.

Depois da educação física tiveram aula de matemática e o ultimo tempo foi ocupado por um amistoso do time de futebol da escola com a outra do outro lado da cidade.

Como Rukia não se socializava, foi embora assim que soube. Já no jogo, Orihime animava a torcida e torcia por seu namorado Ichigo que marcou três gols consecutivos sem dificuldade. Logo o segundo tempo da partida acabou e os vencedores foram o time de Ichigo. Depois o mesmo foi chamado na
diretoria e o professor, aquele que aplicou o teste surpresa, começou indo direto ao assunto:

- Kurosaki-san. – O professor se matinha calmo - lamento, mas você terá que sair do time de futebol.

- C-como assim? – Ichigo se mostrava perplexo.

- Preste atenção. – dessa vez o diretor se pronunciou. – Você tem se mantido na média da escola, mas tivemos que subir nossos padrões de notas. Em outras palavras, você tem que aumentar a sua média se quiser continuar no time.

- Tá. E quanto os outros? Eles não têm a média maior que a minha.

- Na verdade eles têm a nota 30% maior que a sua, o que os deixa na nova média da escola. – o professor explicou friamente.

- E o que eu faço?

- Bem, nós pensamos em um tutor pra você. Um que sabemos que não haverá problemas e aprenderá tudo por um bom método.

- Então eu tenho que achar um tutor assim?

- Não.  Nós já temos uma recomendação e por isso torcemos para que aceite.

- Quem é o cara?

- É a Rukia Kuchiki, sua colega de sala.

- Hã!? – Ichigo deixou o queixo cair ao ouvir o nome de Rukia.

- Algum problema?

- Sim. Ela é mesquinha e metida a sabe tudo, como pode me ensinar?

- Escute Ichigo, você pensa isso dela, mas nem se quer a conhece. Se não aceitar, temo que ninguém poderá o ajudar a tempo. Saiba que logo no segundo bimestre a média ira subir e se você tirar nota baixa nele, você esta fora do time.

- Ok. – Ichigo bufa e sai da sala, invocado, sem nem se importar com o que mais fosse dito.

Todos já tinham ido embora e Ichigo foi atrás da sua mochila que estava na sala de aula. Ao abrir a porta da mesma se surpreende ao ver Rukia lendo um livro. Ela estava sem óculos e a luz do sol da tarde batia em sua face dando o contraste de uma foto perfeita. Sua expressão era serena com um leve sorriso. Ichigo nunca imaginou ver aquela baixinha tão linda.

Por um tempo ele ficou parado tentando não fazer barulho e continuar a fitando. Ppara seu azar ele escorrega um pouco e faz a porta bater numa carteira próxima, fazendo Rukia se assustar e dar um pequeno salto. Ela põe os óculos e olha para Ichigo um pouco constrangida. Já ele da um sorriso bobo, mas volta a sua posição meio incomodada de antes.

- Me desculpe. – Ele diz se referindo a atrapalhar a leitura dela.

- Não tem problema. – Rukia guardou o livro, pegou suas coisas e tentou sair logo de sala para não mostrar sua verdadeira personalidade.

- Espera. – Ichigo a pegou pelo braço antes que ela passasse pela porta e ele não pudesse mais alcança-la. – Eu tenho que falar com você.

- Pode soltar meu braço? – Em um gesto rápido ele a solta. – Diga. – Ela nem se virou para encara-lo, isso o deixou meio irritado.

- Bem, - ele deu uma pausa. – Quero que me de aulas. É que minhas notas não estão boas e por isso preciso da sua ajuda.

O silencio paira o lugar e Ichigo faz uma cara de idiota pensando nas diversas resposta que pode receber, mas se surpreendeu com a que teve.

- Eu vou pensar. Tudo bem?

Ichigo assentiu e ela foi se embora. Por um tempo Ichigo analisava a situação e começou a pensar não ser uma má ideia ter a ajuda dessa morena. Com isso em mente ele foi para casa ignorando as chamadas perdidas de Inoue e logo se deitando na cama para pensar se no amanha receberia uma resposta positiva ou negativa.

Enquanto isso Rukia tentava saber o porquê de alguém falar com ela e pedir sua ajuda. Ela começou a achar não ser tão odiada assim.

Ambos pensavam nas infinitas possibilidades e assim permaneceram, sem comer, sem nenhum outro pensamento além do de hipóteses infinitas e assim caíram num sono profundo.