Natría e Henrique passaram a madrugada inteira conversando. Natría disse tudo de seu planeta. 

" [...] No meu planeta quase tudo tem tonalizade azulada, não temos noite como aqui, mas conseguimos olhar as estrelas mesmo com o nosso sol brilhando. Nossos automoveis flutuam com energia gravitacional, não acredito que vocês não inventaram isso aqui ainda, é tão facil [...]"

Henrique se sentia fascinado por casa palavra dita pela garota, ele nunca fora de sair, nunca foi para a cidade, muito menos para outro planeta. Mas gostaria de conhecer. Acima de tudo, Henrique estranhava conseguir conversar tão naturalmente com uma extraterrestre. Como se eles fossem amigos há anos. Ele não sabia explicar, mas havia uma conexão enorme entre os dois. 

Voltaram para a simples casa de Henrique. Ele deu a ela uma peça de roupa, camiseta e bermuda simples, prometera a garota que eles iriam na cidade comprar outras peças. Ja estava na hora de arrumar o guarda roupa. 

Ele se deitou em sua cama, ela se deitou na cama de seus pais que ainda estavam ali.

- Boa noite. - ele disse.

- Boa noite. - ela respondeu 

Passaram algum tempo. Henrique abriu os olhos e percebeu que ela ainda estava acordada. 

- Sem sono ? - ele perguntou.

- Na verdade, eu só preciso de duas horas de sono diários. Não preciso de oito como vocês. - ela disse enquanto encarava o teto. 

- Como sabe que eu preciso de oito horas de sono ? - a expressão de Henrique era de pura curiosidade.

- Tem coisas sobre mim que você ainda irá descobrir mundano. - ela respondeu, virou-se de costas para Henrique e ele jurou ter ouvido uma leve risada. 

Henrique sorriu, e então apagou.

* * *

Assim que Henrique despertou, olhou para o lado, apenas para conferir se Natría não havia sido um grande sonho. A cama de seus pais estavam desarrumada, porem ela não se encontrava ali. 

Levantou, escovou os dentes e foi para fora. 

Sorriu ao ver a cena.

Ela fazia carinho nas vacas, sorrindo, irradiante. Linda, como Henrique pensava. As vacas recuavam ao seu toque, mas logo pareciam completamente excitadas por uma onda de energia extraterreste. Engraçado.

- Bom dia mundano - ela sorriu e acenou para Henrique, que estava parado na porta. 

- Bom dia ET - ele respondeu. 

Henrique olhou para a estrada e percebeu vários carros de policia parados, alguns policiais indo em direção a floresta, outros falando naquelesWalkie Talkie. Sr Roberto entrou na fazenda de Henrique, e veio caminhando em sua direção. 

- Henrique ! - ele exclamou, abraçando o garoto - Que bom ve-lo, fiquei preocupado contigo após descobrir do acidente na floresta. 

- A sim - Henrique respondeu - Estou bem, obrigado. 

Atrás de Henrique, Natría surgiu com uma total curiosidade, e receio do novo mundano.

- Quem é está Henrique - Sr Roberto foi em direção a Natría para comprimenta-la. - Sua nova namorada ? Ela é da cidade?

- Essa é - Henrique achou que o nome Natría era muito estranho, decidiu não usar - Ana, minha prima da cidade. 

Natría lançou um olhar de " An ?" para Henrique, mas não abriu a boca para corrigi-lo. Apenas apertou a mão de Roberto, que era cheia de calos. 

Os policiais fizeram algumas perguntas a Henrique sobre o acidente na floresta. Ele apenas respondeu que viu um meteoro caindo e pronto, não viu mais nada. 

Mentira. 

Natría era a prova viva de tudo. 

Quando todos foram embora Henrique disse.

- Venha, vou lhe mostrar tudo daqui. - sorrindo pegou as mãos da garota, e logo foi invadido por arrepios - Quer começar por onde? 

- Você que é o guia aqui mundano. - ela sorriu. 

- Ok, vamos começar pelos animais. - ele apontou para o chiqueiro - Aquilo são porcos, aqueles são cavalos, mais adiante - ele apontou para o chiqueiro - são galinhas, elas botam ovos. E aquelas suas amigas, são as vacas. 

Não era para ser uma ofensa, mas Natría deu um leve soco em seu ombro. 

- Hey ! - ele exclamou 

- Eu gostei daquela espécime - ela disse, indo em direção a mesma vaca que estava fazendo carinho a alguns minutos antes - Sabia que essa vai ter uma cria ? 

- Matilde? - ele perguntou - Como você sabe ? 

- Apenas sei - ela sorriu - Ela disse que você é um ótimo dono. 

A boca de Henrique formou um O perfeito. 

- Você fala com animais ? - ele perguntou. 

- Sim, quando alguma espécia nova entra em contato comigo, eu consigo aprender sua lingua, seus costumes e tudo sobre a vida do planeta. Apenas pelo toque, e foi assim que aprendi sua lingua, apenas com o seu toque. - Ela sorriu.

- O que mais você faz? - Henrique estava fascinado.

- Consigo ler os pensamentos dos outros. 

Droga. Henrique pensou.

- Inclusive o que você acabou de pensar - ela disse, sorrindo. 

- Legal, estou em uma fazenda, com uma garota que caiu do céu, que fala com qualquer ser vivo e que le qualquer pensamento. Legal. - ele disse, balançando a mão em desprezo. 

- Eu leio se quiser, na maioria das vezes eu não faço isso - ela disse - Prefiro deixar as pessoas terem a privacidade que merecem. 

- Obrigado! - ele exclamou - Todos dos seus planetas são assim ? 

- Não. - a expressão de Natría passou de alegre para séria em questão de segundos - Alguns de nós nascem assim, com dons, outros são normais como você. Apesar de terem caracteristicas diferentes. 

- A sim - ele disse. 

E então, continou mostrando a fazenda para Natría. Deixando o melhor para o final.

O lago.