Eu o amava profundamente e talvez por loucura aceitei esse amor. Não me julguem, não foi escolha minha amá-lo. Meu nome é desnecessário dizer, e o dele eu nem sabia. Enfim, ele era o sonho de qualquer menina de 16 anos. Garçom de um bar aqui perto de minha casa, guri que não fazia sentido, um rebelde louco que me deixava desajeitada e que fazia meu coração bater mais forte. Nós não nos conhecíamos, nem ao menos nos falávamos, mas eu sabia que tipo de bar ele frequentava. Fui a um barzinho chamado aristos, eu o vi. Aqueles olhos me diziam tudo, aquele cheiro do perfume dele me alucinava, e assim, a pós instantes de olhares, eu o vi vindo em minha direção. Lindo, loiro, olhos verdes azulados, cabelos bagunçados, bêbado, não chapado, apenas bêbado. Pensar que aquela noite, ele foi meu. Sim, a gente estava juntos e eu poderia dizer que foi amor a primeira vista. Segunda de manha saindo da escola vejo uma moto preta, e um cara alto nela, era ele. Saímos como loucos, procurando diversão, ou apenas nossa eternidade. E assim todos os dias. Parecia mais um dia como outro, bêbados, chapados, loucos, voltando pra casa de moto. Era 6h34. Ver ele naquela moto me fazia querer com ele ultrapassar barreiras, amar ele, fazê-lo feliz e ser feliz. Mas ele andava rápido, em segundos vimos nossa felicidade e nossa morte. Acordei em um quarto branco, sem sentir meus movimentos das pernas, quando me contaram que havíamos batido, e me contaram que ele tinha ido embora. Sim ele morreu. Difícil acreditar, doeu tanto. Pensar que eu o amei e que ele me amou foi a única razão que me deixava um pouco mais forte. Sem ele nada fazia sentindo, sem aquela voz me dizendo que tudo tava bem, nada tava bem. A um tempo casei de novo, tive filhos e netos. Se eu amo meu marido? Amo. Mas o meu amor de 16 anos foi o mais profundo. Conheci o amor verdadeiro, o apaixonante o louco, os melhores anos da minha vida.