Lucas POV

 Vou falar com os caras, já volto. – A Bruna estava extremamente linda naquele vestido preto, dava uma dor no coração só deu me distanciar dela, sério. Fui falar com os meninos.

- E ai pessoal – Disse.

- Fala aí Lucas, cara a Bruna ta muito gostosa. – Dei um murro no ombro do Pedro, quem é ele pra chamar a Bruna de gostosa.  

Ele riu. Falei com o Rafael que estava com um sorrisinho de canto desde a hora que eu cheguei, mas ignorei. Falei com os outros também, até que começou uma música lenta e eles foram atrás das meninas pra dançar. Fui procurar a Bruna. A música era Every Breath You Take, ela amava aquela música, queria dançar com ela. Mas não a achei em canto nenhum, então resolvi procurar na pista de dança. E o que eu vi doeu seriamente meu coração. Ela tava abraçada com o Vitor, dançando colados e simplesmente cantando no ouvido dele. Tive uma imensa vontade de arrancar ele de lá e encher ele de murros. Mas iria estragar a festa da Bruna, ela o considerava um amigo e eu entendia isso, mas aquilo já era demais para mim. Quando eu ia me aproximando começou uma música agitada e eu os perdi. Não os achava em lugar nenhum.

Uma raiva imensa tomou conta de mim e o que eu fiz? Fui beber, é claro. Não lembro quantos copos de vodka eu bebi, perdi a conta depois do sexto. Alguém me puxou, não via quem era a minha visão estava distorcida. Tentei ver o rosto só que eu estava sendo puxado pela pessoa e com isso ela estava de costas, vi que era uma mulher. Ela me levou até os fundos da casa, não estava me agüentando em pé. Até que ela se virou para me segurar, era a Júlia.

- Júlia? – Perguntei.

- Lucas, garoto você ta muito bêbado velho, o que aconteceu? Cadê a Bruna hein? – Ela falou me segurando.

- Deve ta agarrada com o Vitor, aquele idiota, vou bater nele quando eu o vi. – Ela fez uma cara de surpresa e me soltou.

- COMO ASSIM O VITOR? ELA O BEIJOU? AQUELA TRAIDORA, DIZIA SER MINHA AMIGA. - Ele cerrou as mãos, parecia muito irritada.

- Não, eles estavam dançando grudadinhos ou sei lá, quando fui até eles, já tinham sumido. – Eu ia caindo, mas ela me segurou.

- Ah tá, ainda bem, se não eu matava a Bubes, mas não liga só deve ter sido uma dança, você precisa descansar, é sério.

- Lucas? Lucas? Me responde cara. – Minha visão estava embaçada, comecei a ouvir a voz da Bruna. – Bruna? Pequena? – Disse.

- Lucas, ta louco, é a Júlia. – Eu só ouvia vozes, mas não conseguia entender.

- Pequena? Por que tava agarrada com o Vitor? Não era nada demais não é? – Falei olhando para ela, vi um sorriso no seu rosto, eu sabia que não era nada demais, a pequena me amava, tinha certeza. Não esperei nem mais um segundo e a beijei, como nunca tinha beijado, eu a desejava mais do que nunca, só que o seu beijo estava diferente, ela parecia que não queria me beijar, que não tinha emoção, mas vai ver era a bebida não é? A pequena me amava, eu tinha certeza.  Depois que o beijo acabou sorri.

- Lucas por que fez isso ta doido? – Ela parecia confusa e depois que a gente se separou, eu vi, não era a Bruna e sim a Júlia. Segundos depois eu vi a minha pequena correndo em minha direção.  Não tive tempo de falar e muito menos de processar tudo na minha mente, só senti o ardor no meu rosto, a Bruna tinha me dado um tapa no rosto. Na hora eu te juro, eu não tava entendo porra nenhuma. Até que eu finalmente ia falar só que ai ela se virou para Júlia a chamou de traidora entre outras coisas e começou a bater na Júlia, tentei impedir, mas o idiota do Vitor me atrapalhou. A Bruna seguiu até a frente da casa, eu estava tonto da bebida ainda, por isso não bate naquele filho da mãe do Vitor, assim que ele me soltou fomos até a frente da casa, onde a Júlia estava jogada na piscina com as roupas rasgadas.

- BRUNA, O QUE VOCÊS FEZ? ME OUVI EU PRECISO FALAR COM VOCÊ. QUE PORRA, EU TAVA BÊBADO E PENSEI QUE FOSSE VOCÊ. – Eu gritava explicando, mas ela parecia que não ouvia nada que eu falava.  Ela só gritava coisas para a Júlia, me aproximei dela, eu queria abraçar ela e explicar que aquilo era desnecessário, ela só entendeu tudo realmente errado e que eu também.

Mas quando eu ia me aproximar dela, ela gritou mais comigo.

– NÃO TOCA EM MIM, EU TE ODEIO. DO FUNDO DO MEU CORAÇÃO, EU TE ODEIO LUCAS, NUNCA MAIS, NUNCA MESMO, FALE COMIGO NOVAMENTE, ME OUVIU? EU TE ODEIO, eu te odeio, eu te... – A sua voz ficava fraca e ela se sentou no chão e começou a chorar, botou suas pequenas mãos no rosto, ela odiava chorar em público. Eu ia lá abraçar ela, mas o Vitor a segurou e a levou para dentro de casa. Eu estava destruído. Eu queria gritar, quebrar tudo, como eu pude ser tão idiota? Eu não podia perder a Bruna, ela foi a primeira garota com quem eu me apaixonei de verdade, eu não podia perdê-la.

O Vitor expulsou todo mundo da casa, a Júlia me olhava sem entender nada, senti pena dela, ela não teve culpa de porra nenhuma, eu sou o único idiota aqui. Eu lembro que ela começou a gostar mesmo da Bruna como amiga, a Bruna foi à única que não viu a Júlia como uma puta que queria ficar com todos, na verdade a Carol e a Juli viam a Júlia assim, então ela nunca teve uma amiga de verdade mesmo. A Júlia se sentiu traída quando falei do Vitor com a Bruna. Mas quando disse que foi uma dança ela se tranqüilizou, pois sabia que a Bruna nunca faria nada. Mas não tiro a culpa da Bruna ter entendido tudo errado, qualquer um entenderia, até eu faria a mesma coisa.

Vê-la sofrer me fez ficar com uma culpa do tamanho do mundo.

 - Cadê a Bruna? Eu preciso falar com ela cara. – Eu dizia, estava nervoso, andando de um lado para o outro.

– Sai daqui, ela não que te ver. – Ele falou me encarando, sério.

– Eu preciso falar com ela. – Repeti.  

– VOCÊ É SURDO? SAI DAQUI CARA, VOCÊ ARRUINOU TUDO. PARA QUE? FICAR COM A JÚLIA E DA UM DE GARRANHÃO, ME FALARAM QUE VOCÊ ERA O MAIOR PEGADOR ATÉ CONHECER A BRUNA. EU PENSEI QUE VOCÊ PODERIA TER MUDADO E TAL, MAS VI QUE ME ENGANEI VOCÊ É UM IDIOTA! – Ele gritava sério se eu não tivesse tão bêbado e culpado eu mataria aquele cara naquele exato momento, ele não me conhecia, não conhecia meu amor pela Bruna, ela chegou alguns dias e pensa que ama ela. Ele me expulsou da casa dela.

Vi a Júlia.

- Júlia, meu deus me desculpa. – Ela estava enrolada com uma toalha.

- Não se preocupa você estava bêbado. Faz o seguinte, vai para casa, descansa, toma um banho frio, que amanhã a gente vai falar com a Bruna e explica tudo para a ela. A Bruna vai entender. – Ela disse calma.

- Você não está chateada?  - Perguntei.

- Eu faria a mesma coisa, se pegasse meu namorado beijando minha amiga. – Ela disse. – Talvez até pior. Mas olha, ela estava nervosa, agiu por impulso. Ela te ama e vai acreditar em você. Tenho que ir, amanhã a gente se fala. – Ela saiu, entrando num carro.

Fui andando, até parar no parquinho. Começou a chover forte, me sentei no banco e fiquei lá tomando chuva. Eu não sentia frio, nem nada. Só uma dor enorme, eu queria morrer.