10 Coisas Que Me Fazem Te Amar escrita por Roli Cruz


Capítulo 7
Quatro.




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Querida mamãe.

 Sim, eu sei que você odeia ser chamada assim. Sempre odiou, na verdade. Mas eu não podia deixar passar a oportunidade de ver esse seu sorriso, não é mesmo?

 Você não tem noção de como faz falta para nós. O pai tem tentado bancar o multiuso, sabe? E a Soph cada vez se convence que é trabalho dela fazer tudo o que você fazia. Limpar a casa, cozinhar... Até me levar para a escola, acredita? E o pai acha que eu não faço nada. Ele vem reclamando que minha vida agora se concentra em meu quarto.

 Entenda, não é bem assim, mãe. Eu sei que fui um tanto quanto “rebelde” com você, mas não chego à esse ponto. Não sou insensível.

 Acontece que eu não posso contar para ninguém o que faço naquele quarto. É um segredo meu e seu. Somente nosso. Não é de interesse de mais ninguém se eu sofro em silêncio, entende?

 Ai, ai, dona Ally. Que saudade de ouvir você cantando “We Are The Champions” toda vez que um jogo é terminado. Saudade de acordar com o rádio ligado no último volume e descer as escadas, somente para conseguir te ver dançando como uma louca no tapete na sala.

 Isso mesmo quando a senhora estava atrasada para o trabalho, o que acho um absurdo.

Porque vocês dois foram inventar de brigar? Por quê? Teria sido tudo tão mais fácil se um não gritasse com o outro.

Vocês iam parar de se falar, meu pai ia se trancar no banheiro, você no quarto, ia se consolar com a Soph e comigo, enquanto o pai ficaria até tarde no trabalho, provavelmente chorando em silêncio.

Mas então, depois de tudo, os dois se perdoariam, a briga seria esquecida e nada disso teria acontecido. Vocês deviam saber que ter responsabilidade às vezes é bom.

Mas não, não estou aqui para brigar contigo. Nem tenho moral para fazer isso, não é mesmo?

Estou escrevendo essa carta (em segredo), para te dizer o quanto eu te amo. O quanto você faz falta em minha, em nossas vidas. Te dizer que eu sinto muito por todo o nervosismo, raiva e choro que te fiz ter.

 Lembra quando eu te disse que te odiava? Logo depois daquela briga ridícula que tivemos? Bom... Eu não sei se já pedi desculpas por aquilo... Você deve saber que nada disso é verdade, que eu não te odeio. Como odiar?

 Mesmo assim, me desculpa, mãe. Só agora eu sei como fui egoísta em querer te culpar por tudo.

 Sabia que um daqueles meus amigos está viciado em drogas? Pois é. E ele começou nessa festa que a senhora não me deixou ir.

 Acho que vou ouvir meu pai mais vezes de agora em diante.

Pra terminar, só queria dizer que sinto muito a sua falta, mocinha. Que você sempre foi a melhor mãe do mundo. Sempre será.

Eu te amo.

Thiago.


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