Emergency escrita por Lacrist


Capítulo 24
Capítulo 23 - Memória Perdida


Notas iniciais do capítulo

Oi galera *se esconde*
Eu sempre peço desculpas pela demora e sei que isso cansa, mas tá difícil pra mim. Nem vou fazer muita enrolação com vocês, vamos direto para o capítulo.
Boa leitura, minhas divas!



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Damon narrando:

Assim que abri os olhos naquela manhã, tive a certeza de que eu veria o sol nascer quadrado quando vi que havia uma pequena janela gradeada na parede da cela em que haviam me colocado. No entanto, o tempo nublado não permitiu que aquilo acontecesse.

Eu só ficava pensando na Elena, no incêndio e no que aconteceria daqui para frente.

Eu não era idiota. Eu sabia que ficaria preso e sabia que merecia passar por todo o sofrimento que eu estava passando. Fiz muita gente inocente sofrer. Fiz Elena sofrer. E aquilo era o suficiente para que eu não me sentisse mal pela situação em que eu havia me metido.

Por um lado, foi bom. Eu pude conhecer Elena verdadeiramente e me apaixonar por ela. E por mais que eu saiba que ela também é apaixonada por mim, o nosso amor foi fruto das minhas atitudes totalmente agressivas e maldosas, focadas na vingança que eu e Klaus planejávamos para seu pai.

Mas a vingança não me levou a nada, e eu tinha plena consciência de que merecia apodrecer na cadeia.

– Bom dia, Damon. – Klaus sorriu de um jeito irônico para mim. Sua aparência era tão deplorável quanto a minha. Estava sentado no chão frio com a cabeça apoiada na parede, olhando-me de esguelha. Eu sabia que ele estava tão fodido quanto eu, mas se recusava a admitir.

– Klaus. – O cumprimentei com um aceno de cabeça e percebi que até esse gesto fez com que meu queixo doesse. Todo o meu corpo doía, mas essa dor era até suportável.

O emocional que estava literalmente acabado.

– O que acha que vai acontecer conosco? – perguntou Klaus depois de um tempo em silêncio.

– Provavelmente apodreceremos aqui dentro. – eu disse, tentando não lembrar da imagem de Elena desacordada no meu colo, do desespero em seu rosto antes de desmaiar, da sua declaração para mim. “Eu amo você, eu amo você, eu amo você.”

Como será que ela deve estar? Provavelmente a obrigarão a depor contra mim e Klaus. Espero que ela aceite depor e que faça a coisa certa. Eu mereço pagar por todo o mal que lhe causei.

– Sinto falta de minha irmã. – Klaus suspirou, fechando os olhos. – E de Caroline.

Sempre soube que Klaus sentia algo pela melhor amiga de Elena, só não sabia que seria tão fácil para ele admitir.

Antes que eu pudesse responder, ouvimos passos no final do corredor. Tyler e Jeremy - só sabia seus nomes porque um andava com Elena antes de eu sequestrá-la e o outro sempre foi louco para me capturar - pararam em frente a nossa cela e abriram o cadeado. O molho de chaves que Tyler segurava era enorme e continha diversas chaves.

Ordenaram que nos levantássemos e fizemos exatamente o que eles pediram.

– Está na hora dos bandidinhos aqui darem as suas versões dos fatos. – murmurou Jeremy, pegando Klaus pelo braço de um jeito nada amigável.

Tyler fez o mesmo comigo.

Elena narrando:

Duas semanas depois...

A agonia que eu senti quando soube o que tinha acontecido comigo foi tão grande que eu fiquei em choque por pelo menos 1 semana. A todo o momento, eu tentava acessar as minhas memórias, mas a única coisa que conseguia me lembrar era da festa que eu fui com Caroline e Bonnie.

Segundo os meus pais, aquela festa já acontecera há mais de 6 meses.

Quem não gostou muito de saber que eu não me lembrava de absolutamente nada do que aconteceu foi a polícia. Eles me pressionaram, querendo que eu me esforçasse para lembrar o que aconteceu no tempo em que fui sequestrada, mas eu não consegui me lembrar.

A única coisa que sinto toda vez que penso nisso é um calafrio e um cheiro forte de fumaça. Falei isso para Caroline, já que eu soube que ela também foi sequestrada um tempo depois, e ela disse que isso aconteceu porque o cativeiro em que estávamos pegou fogo.

Ela me disse também que se apaixonou pelo seu sequestrador. Sua mãe odiou isso e eu também fiquei horrorizada, mas Caroline continua passando por cima das vontades de sua mãe para visitar o tal bandido na prisão.

Apesar de ter ficado bem incrédula com isso, descobri também que eu havia me envolvido com o meu sequestrador. Tipo, me envolvido mesmo. Trocamos até juras de amor.

Aquilo era tão surreal quanto vacas voando e gnomos passeando no quintal, mas Caroline me contou tudo de uma forma tão séria que até eu mesma duvidei de minha sanidade.

Como a minha vida passou de sem graça e meio glamourosa para turbulenta e louca?

Sinceramente, não sei o que é pior: ser sequestrada, me apaixonar pelo meu sequestrador ou saber que tenho uma irmã gêmea que os meus pais abandonaram e que me odeia e que fez de tudo para acabar comigo.

Eu me recusava a acreditar naquilo tudo.

– Elena, me desculpe o atraso. – disse Bonnie, me abraçando. Estava radiante e noiva de Jeremy, o tal policial que ajudou a me resgatar e a resgatar Caroline.

Eu, Caroline e Bonnie havíamos marcado de nos encontrar na Starbuck’s pois as duas queriam muito conversar comigo.

Bonnie sabia de toda a história, mas meus pais não faziam a mínima ideia do que eu havia aprontado enquanto estive sequestrada.

Na verdade, nem eu mesma tinha conhecimento das coisas que fiz, já que estava sem memória.

– Sem problemas. – respondi, tomando um gole do meu capuccino.

– E aí? Lembrou de alguma coisa?

Todo o dia eu ouvia essa mesma pergunta. Dos meus pais, dos meus amigos e até mesmo do mordomo. Era um saco não poder me lembrar de nada e ao mesmo tempo me sentir vulnerável e pressionada pelas pessoas.

Há pouco tempo eu havia descoberto sobre Tyler. Ele havia se infiltrado no colégio em que eu estudava, disfarçado como um aluno comum. Na verdade, Tyler sempre foi um agente do FBI e sua missão era me proteger.

Pena que não deu muito certo.

Balancei a cabeça para os lados.

– Não, nada. – Bonnie abaixou os ombros e mordeu o lábio inferior. Sabia que ela estava pensando em algo, talvez fosse relacionado à minha “paixonite” pelo meu sequestrador, já que ainda era difícil digerir que eu realmente havia caído no papinho de um bandido.

Como eu pude ser tão idiota?

– Olá, girl’s. – Caroline nos saudou, sorridente. Tentei retribuir o sorriso, mas não consegui.

Caroline se sentou ao lado de Bonnie, de frente para mim.

– Hoje eu vou à prisão novamente visitar o Klaus. – Um silêncio se instalou na mesa assim que Caroline disse isso. Apesar de Bonnie não dizer nada, acho que era tão estranho para ela quanto para mim saber que minha melhor amiga realmente havia se apaixonado por um cara que só lhe fez mal. – Acho que você deveria vir também, Elena. Sabe, talvez você se lembre das coisas que aconteceram se vê-lo.

Eu sabia exatamente sobre quem ela estava se referindo quando disse “vê-lo”. Não queria acreditar que havia amado, realmente amado um homem que me sequestrou. Só de pensar na ideia de olhar para ele, seja lá quem fosse, embrulhava o meu estômago.

Se eu tinha mesmo me esquecido de tudo o que aconteceu, então não vale a pena tentar lembrar.

– Não, eu não quero vê-lo, Caroline. – eu disse, querendo muito revirar os olhos.

– Mas você o ama! – exclamou, indignada. - Só não se lembra disso.

– E nem quero me lembrar. Ele me sequestrou, caramba! Com certeza deve ter feito alguma coisa para que eu me “apaixonasse” por ele. – Fiz aspas com as mãos na palavra “apaixonasse”.

– Ele realmente te ama, Elena e provou isso quando te salvou e te tirou das chamas do cativeiro.

– Isso não significa nada! – retruquei, incomodada em estarmos falando sobre aquilo.

– Claro que significa e você está sendo muito mimada. Está agindo exatamente como agiria quando entramos no ensino médio e você ficava toda desanimada por causa dos seus pais. – respondeu ela, irritada. Bonnie olhava para nós duas com aflição.

– Porque são essas as minhas lembranças! – eu disse, sentindo vontade de chorar. - Tudo o que aconteceu depois disso está apagado da minha mente.

– Você não tem nem curiosidade em saber o nome dele? – perguntou Caroline.

– Meninas, por favor. Parem com isso. – pediu Bonnie ao mesmo tempo em que Caroline se levantava.

– Eu vou nessa. – disse ela rispidamente para mim antes de sair da Starbuck’s pisando firme.

Suspirei, enterrando a cabeça nas mãos e sentindo uma grande vontade de chorar.

Damon narrando:

Caroline havia aparecido novamente. Trazia consigo uma cesta repleta de coisas gostosas para Klaus e para mim, o que me deixou muito surpreso.

Ela havia me contado que Elena não se lembrava de nada. Não se lembrava do sequestro, do incêndio e automaticamente, não se lembrava de mim.

Eu com certeza devia ter ficado feliz, mas a única coisa que consegui sentir foi uma punhalada no coração. Principalmente porque ela não queria me ver. A ideia de ter se apaixonado por mim a deixava tão apavorada que ela nem sequer aceitou a sugestão de Caroline de vir me visitar.

Rebekah e Stefan todo o dia vinham nos ver. Os dois estavam morando juntos e arrumaram um emprego no centro da cidade. Rebekah agora trabalhava numa Joalheria chique e Stefan trabalhava numa pequena empresa. Não eram cargos grandiosos, mas ambos se superavam a cada dia.

– Como está se sentindo, amigo? – Klaus perguntou assim que me viu fazendo desenhos abstratos na parede.

– Mal. Fodido. Arrasado. – respondi, olhando para a parede.

Eu quase nunca havia chorado em minha vida mas agora, o nó em minha garganta era tão grande que eu achei que sufocaria.

Na cabeça de Elena, eu nunca havia existido. Eu era um ser repugnante para ela, que não merecia seu respeito.

– Sinto muito pela Elena. – disse Klaus, suspirando. O peso em meu coração pareceu aumentar umas toneladas. - Achei que essas coisas só aconteciam dentro dos filmes.

– Alguns filmes são tão reais quanto as nossas vidas, meu caro. – respondi, olhando para ele. A única coisa boa naquela prisão era ter feito com que Klaus e eu nos aproximássemos. Não éramos mais companheiros de bandidagens, sequestros e assaltos.

Agora éramos amigos de verdade.

– O que você vai fazer quando sair dessa espelunca? – perguntou, tentando me animar e me distrair.

– Vou arrumar um emprego. Fazer um curso, me especializar em alguma área. – dei de ombros, pensando que o futuro não seria nada promissor para mim.

Talvez eu fosse parar atrás de um balcão de lanchonete vestindo um avental ridículo e um boné com cores totalmente chamativas. De qualquer forma, eu sabia que a vida não seria nada interessante daqui para frente.

– Legal. – Klaus sorriu para mim e eu tentei retribuir o sorriso.

Não consegui.

– E você? – perguntei, realmente curioso.

– Vou tentar voltar a trabalhar em alguma empresa. Sabe, eu até que era bom em cálculos matemáticos. Devo estar meio enferrujado agora. Também pretendo me casar com a Caroline. – disse ele, com um sorriso apaixonado.

Meu coração doeu mais uma vez, mas eu sorri ao ver a esperança estampada no rosto do meu amigo.

– Cara, eu descobri quem foi o verdadeiro assassino dos seus pais! – Klaus exclamou, fazendo uma expressão de quem tinha se lembrado de que deveria me contar algo importante. Arregalei os olhos e me aproximei dele.

– Foi o pai da Elena, Klaus. – eu disse, revirando os olhos.

– Não mesmo. – Klaus balançou a cabeça. - Lembra-se daquele dia em que fomos levados para depor? Ouvi Jeremy e mais um cara de nariz empinado conversando. O assassino dos seus pais foi o irmão gêmeo do Jhon Gilbert, Cal Gilbert.

Fechei os olhos com força e as lágrimas caíram dos meus olhos quando percebi que tinha feito mal a uma pessoa que não merecia achando que estava meio que vingando a morte dos meus pais.

Eu estraguei a vida de Elena à toa.

Elena narrando:

Eu ouvi vozes dentro da minha cabeça. O barulho de pneus catando no asfalto e senti um chute na minha barriga. A escuridão me cegou quando um capuz foi colocado em minha cabeça.

E quase caí da cama quando acordei.

Acho que havia acabado de visualizar algumas cenas do meu sequestro. Fechei os olhos e tentei me lembrar de mais alguma coisa, mas eu não conseguia. Estava tudo em branco. Por mais que eu me esforçasse, eu sabia que era tudo o que eu conseguia me lembrar.

A porta se abriu e meus pais entraram, juntos. Sentaram-se ao meu lado e suspiraram quase ao mesmo tempo.

– Elena, nós lhe devemos muitas desculpas. Nós escondemos muitas coisas de você. Eu sei que você não se lembra, mas tudo o que lhe contaram é verdade. – Papai disse, segurando minhas mãos. Era a primeira vez que me olhava com tanto carinho.

– Eu sei... fiquei chateada no começo, mas agora já passou. – Suspirei, pensando em tudo o que havia acabado de lembrar. - Eu só não queria ter que tentar lembrar de tudo o que passei. Eu queria realmente saber de tudo. A história completa. Mas eu queria que tudo estivesse em minha cabeça e que eu pudesse ter acesso a isso quando quisesse.

– Mas suas lembranças ainda estão aí, querida. – respondeu minha mãe, afagando os meus cabelos. - Estão apenas adormecidas. Você vai se lembrar de tudo.

– Na hora certa. – Completou papai.

Logo depois, os dois me deixaram novamente sozinha e eu me peguei pensando no que Caroline me dissera na Starbuck’s:

“Você não tem nem curiosidade em saber o nome dele?”

Apesar de estar me sentindo muito idiota, não pude deixar de pensar que sim, eu tinha curiosidade em vê-lo, saber o nome dele e o que fez com que eu mudasse de ideia ao seu respeito.

Ele era meu sequestrador e se eu havia mesmo me apaixonado, era porque eu tinha visto algo de diferente nele. Aquilo me aterrorizava um pouco, mas era a mais pura verdade.

Eu só não tinha coragem o suficiente para admitir. E para visitá-lo. Porque eu sentia falta de algo, só não sabia explicar o que era exatamente. E se esse algo estiver relacionado a ele, por mais que eu tenha curiosidade, prefiro manter uma certa distância.

Se eu tinha me esquecido de tudo, não precisava me lembrar de nada.

Caroline, Bonnie, meus pais e Jeremy entraram em meu quarto num rompante. Me levantei da cama e quase caí no processo, visto que eu estava assustada demais com as expressões faciais deles naquele momento.

– Elena. – disse Caroline. – Katherine foi encontrada morta hoje pela manhã. Seu carro caiu do penhasco.


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Notas finais do capítulo

Como puderam ver, Elena está arisca com o fato de que se apaixonou pelo próprio sequestrador. O que será que vai acontecer?
Damon está arrasado, Klaus apaixonado e até Caroline defende o Damon o_O Bonnie está noiva de Jeremy e Rebekah e Stefan estão retomando suas vidas (esses dois últimos aparecerão no próximo capítulo).
Girls, é com muita tristeza que anuncio que o próximo capítulo será o último da fic. Após ele, só restará o epílogo =((
Nostalgia pura!
Não deixem de comentar pra mim pfvr meninas. Recomendem tbm, façam uma autora depressiva feliz HSAUHUSA
Tenham um ótimo começo de semana!!