[…] Era dia 21 de dezembro, o céu estava escurecendo cada vez mais e Alice só sabia observar o movimento de cada nuvem pela janela de seu quarto.

Ela havia mudado bastante de comportamento desde o último passeio á casa de sua avó, mas ninguém a entendia como sempre.

Exausta, ela resolveu descer um pouco para jantar, já que sua mãe insistia em chamá-la. Chegando à sala de jantar, Alice sentou-se em sua cadeira de costume e começou a olhar para seu prato que ainda estava vazio.

Sua mãe observara seu comportamento e perguntou-a:

        - Filha, você tem andado tão diferente ultimamente, posso saber o que está acontecendo?

        - Não é nada mãe, eu estou bem.

E Alice então, revirou o olhar.

        - Filha, eu te conheço. Diga-me o que tá acontecendo.

Alice se irritou e elevou o tom de voz:

- MÃE, NÃO É NADA. QUE DROGA! DEIXA QUE EU RESOLVO MEUS PROBLEMAS SOZINHA. VOCÊ NUNCA PENSOU EM ME AJUDAR, POR QUE TÁ FAZENDO ISSO AGORA? POR FAVOR, PARE.

Então, ela se retirou da mesa chorando.

Sua mãe tentou alcançá-la, mas quando viu, Alice estava longe demais. Só pôde ouvir o barulho da porta se fechando com força.

Alice vagava lentamente pela rua, seu rosto estava todo vermelho de tanto chorar. Ela se sentia estranha mas não recuou, continuou andando.

Ninguém entendia porque ela estava assim. Ela simplesmente mudou.

Aquele lindo sorriso no rosto que ela tinha, desapareceu perante as inúmeras lágrimas que havia deixado cair.

Já era madrugada e Alice morria de frio. Não havia ninguém na rua, apenas uns mendigos que estavam caminhando para deitar nas marquises, então Alice resolveu fazer algo parecido, decidiu voltar pra casa e pedir desculpas á sua mãe, que provavelmente estava magoada pelo comportamento de sua filha.

Quando ela chegou em casa, não ouvia nenhum barulho, nenhum sinal de sua mãe.

E ela chamava por ela desesperadamente:

-Mãe!

E nada de resposta, procurava pelos quartos e nada. Chegou no banheiro e teve uma surpresa..

Sua mãe havia se matado.