Last Goodbye escrita por itsinthewaterb


Capítulo 1
Last Goodbye




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            As imagens em sua cabeça passavam rapidamente, eles dançavam juntos, era uma lenta, ela não conseguia desviar o olhar dele... A cena muda, ela está novamente sozinha na quitinete, agora vazia, onde ela morava... A cena muda de novo, novamente a festa, os lábios dele acariciando delicadamente os seus sem interromper a dança... De novo a quitinete, a luz da lua entrava pela única e grande janela e iluminava fracamente o pequeno diário, jogado no chão, ela começa a rodar no lugar, de olhos fechados... A festa, eles estavam saindo... O apartamento, ela queria chorar, mas não podia, continuava girando no lugar... A cena muda, ela está no carro dele, ele sorria para ela, ela desvia o olhar dele e olha para a estrada e vê um carro se aproximando velozmente, não havia tempo para parar ou desviar, ela olha para ele, um grito, e tudo ficou escuro

 

            - KATE! – a porta da quitinete se abre bruscamente e o rapaz entra, inesperadamente. Ela abre os olhos, está parada, virada na direção da porta, na direção dele, sua mão esticada na direção dele... Mas ele não podia enxergar ela, ela sabia... A não ser que ela quisesse

            Ela deixou o braço cair e começou a usar suas forças para ficar visível... Ela queria ficar visível... Ela tinha que ficar, tinha que falar com ele, nem que fosse por pouco tempo... Aparentemente havia funcionado, ele olhou assustado na direção dela e deu um passo para trás, encostando-se na parede

 

            - Tom... – ela sussurrou, sorrindo, mas o sorriso logo sumiu. Ele se aproximou devagar, a mão esticada, tentando alcançá-la, ela deu um passo para traz, ficando fora do alcance dele, e olhou para o chão com uma expressão de dor.

            Ele tentou novamente, chegou mais perto, aproximando a mão do rosto dela, ela não se afastou. Ele estava perto agora, quase tão perto quanto quando eles haviam dançado juntos, ele hesitou um pouco, mas aproximou a ponta dos dedos do rosto dela mesmo assim... E sua mão a atravessou

            Ela continuava com a expressão de dor, mas já não olhava para o chão, e sim olhava para ele, que deu um sorriso triste e tentou novamente tocá-la, ele passou a ponta dos dedos pela linha de sua mandíbula e pelo contorno dos lábios, tentando evitar que a atravessasse novamente. Ela sorriu

            Ele a viu desaparecendo, mas não era como na noite anterior, quando ela ‘sem querer’ ficou visível enquanto ele estava bêbado e beijando uma garota na casa dele, não, antes ela havia sumido rapidamente, simplesmente havia sumido... Agora ela se tornava cada vez mais transparente, ela olhou para a lua e sorriu, quase não dava mais para vê-la.

 

            - Eu te amo – ela disse, e então desapareceu

 

            Ela havia ido, e ele sabia que agora seria para sempre...

 

            “Deus”, ele pensava “por que ela tinha que morrer? Por que não eu?”

 

            Ele deixou o braço cair e olhou em volta, e só então notando o pequeno diário jogado aberto no chão, ele sabia, era o diário dela, diário que a viu segurando tantas vezes... Diário que ele furtava discretamente, para tentar saber mais sobre ela.

            Ele se aproximou e viu a data, era do dia do acidente.

 

 

 

                                                                                  04 de julho de 2009

            Olá querido amontoado de papel que as pessoas chamam de diário. Me responde, por que raios uma pessoa morta estaria escrevendo em um diário? Ah... Sim... Porque eu sou louca.

            Mas normalmente eu não sou tão revoltada assim, quer dizer, eu só to assim por que... Bom, porque eu morri no dia mais feliz da minha vida, e eu nem posso ter uma morte tranqüila, não, eu TINHA que virar um maldito fantasma...

            Mas eu estou feliz, no final das contas, apesar de tudo, apesar de eu ter morrido, apesar do ‘fator fantasma’, eu estou feliz.  Por que? Por que o Tom não morreu...

 

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                                                                                  09 de julho de 2009

            O Tom foi liberado do hospital, eu quase chorei de felicidade... Quase, só não chorei porque eu descobri que eu não posso chorar...

            A única marca do acidente foi uma pequena cicatriz na sobrancelha, isso me deixou feliz, já que como é algo pequeno, não tem que lembrar ele do acidente a toda hora... Evitando sofrimentos maiores e desnecessários

            Mais do que nunca eu queria que ele pudesse me ver, ou tocar, ou pelo menos saber que eu estou perto, mas eu ainda não consigo me manter visível por mais que alguns segundos

            Eu também descobri que minha amiga estava no carro que bateu no nosso, ela também morreu, ela também virou fantasma, mas ela não parece mais... Ela

            Ela havia acabado de brigar com o namorado, que também estava no carro, e também escapou vivo, conhecidencias, mas ela esta mais... Cruel, mais vingativa, sei lá, não sei como descrever... Ela disse que não era justo ela ter morrido e que ele não... E que ele também deveria morrer... Eu estou preocupada

 

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                                                                                  11 de julho de 2009

            Fato Um: Minha amiga arranjou um jeito de matar o namorado, não sei como... Susto, talvez?

            Fato Dois: Eu queria mesmo poder chorar novamente, mas não é de tristeza, e sim felicidade. Tom aceitou ir a um bar com o irmão e os amigos, bebeu, bebeu muito, e então veio uma garota, loira, também parecia estar bêbada. Eu deveria estar triste por causa disso, mas não estava, isso mostra que ele está tentando superar... Eles começaram a conversar, se beijar, começaram a se agarrar, ela entrou no carro e foram para a casa dele... Já dá para imaginar o que iria acontecer, não? Quase aconteceu, porque eu, a idiota que sou, apareci na hora sem querer, foi rápido, mas eles me viram, ela saiu correndo, óbvio, mas ele ficou olhando para mim... Ou para o lugar que eu havia aparecido antes, pois eu já havia voltado a desaparecer. Eu tratei de sair logo de lá, mas eu consegui escutar ele sussurrar meu nome para si mesmo

 

 

 

            Tom continuou olhando para o diário enquanto tentava controlar o mar de emoções que o invadia, ele sabia que a próxima página seria a ultima, então demorou um pouco para virar a página e admirou a caligrafia delicada antes de começar a ler

 

 

 

                                                                                  12 de julho de 2009

            Pelo que me consta, um fantasma só permanece na terra se ele tem algum motivo para estar ali, normalmente o que o prende são os restos – ossos e etc. – mas também pode ser só esse motivo... Conhecimento adquirido por mim por assistir muita televisão, era algo que eu achava ridículo, mas depois de eu mesma virar um fantasma, eu já não duvido de mais nada.

            Como meu corpo foi tostado, torrado, cremado, transformado em cinzas no incêndio que ocorreu após o acidente, eu só teria que pensar em um bom motivo para estar presa na terra, não demorou muito, já que era óbvio que o que me mantinha na terra era o Tom, mas não no mesmo sentido que a minha amiga, e sim por que eu ainda estou ligada a ele, eu ainda não me despedi dele...

            No final das contas, eu acho que ele vai ficar bem, então eu fui ao apartamento dele, eu iria ficar visível por alguns instantes, falar com ele e depois... Sabe-se lá para onde eu iria

            Mas quando eu cheguei lá, eles estava no telefone falando com o irmão, contando sobre o meu aparecimento na noite anterior e sobre o que ele pensava em fazer... Ele iria até o meu apartamento e veria o que aconteceria.

            Diário, talvez essa seja a ultima vez que eu escrevo em você, eu não sei para onde eu vou, nem aonde você vai, por mais que eu espere que as pessoas certas – ou A pessoa certa – te encontre. Então isso provavelmente é um Adeus.

 

 

 

            No final da página havia um coração desenhado, as letras T e K dentro dele, uma ao lado da outra. Tom suspirou enquanto deixava uma única e pequena lágrima escapar e então se levantou

            Ele guardou o diário no bolso no casaco e foi até a porta, mas antes de sair ele olhou para trás, para o apartamento e sorriu se lembrando da ultima coisa que Kate falara antes de desaparecer

 

            - Eu também te amo... Eternamente – sussurrou e depois saiu

 

 


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Notas finais do capítulo

END :B
e ai povo que se arrisco a ler,
ta muito ruim, ruim ou só meio ruimzinha? -q
parei omg'
mandem reviews ;*



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