Everything Changes escrita por Bárbara


Capítulo 1
Back to black


Notas iniciais do capítulo

Então..



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Acordei com o som estridente do telefone tocando, gemi e olhei de relance para o telefone, estava pensando se realmente era preciso atendê-lo, de repente o barulho cessou – suspirei, querendo desesperadamente voltar para o meu sonho com Orlando Bloom, na praia ele passando protetor solar nas minhas costas, hmm – e a porcaria retornou a tocar, atendi furiosa, pronta pra mandar a pessoa pra puta que pariu:                                                                        

 - Alô?

 - Com quem falo? – Era um homem, respondi o mais grossa o possível.- Com a dona do celular, oras.

 - Você é parente de Charlie Swan? – Gelei, papai tinha ido ao um jantar de negócios, e a essa hora já deveria estar em casa. 

- Sou filha, por quê? 

- Porque ele está indo pro hospital agora mesmo. – Fiquei muda, escutei um zumbido na orelha e depois de alguns minutos percebi que o homem tentava falar comigo. - Moça? Moça? Alô? Tem alguém me ouvindo?

 - Desculpe, o Senhor me pegou desprevenida, com quem eu falo? – Sussurei, eu estava meio que em estado de choque. 

- Meu nome é Santiago Volturi, sou um dos policiais que socorreu o seu pai. – A essa altura eu já havia levantado e corria para o closet atrás de um jeans e blusa.

 - Sim, e em qual hospital ele se encontra? – tremi as mãos tentando vestir a calça. - No Northwestern Memorial Chicago.  

        Quando cheguei ao Hospital, eu já sabia que as notícias que tiraria dali seriam as piores possíveis.  “Calma Bella, vai ficar tudo bem” eu ficava pensando. Corri pelos corredores sem me importar em quem esbarrei. Nada me importava, nada além de ver o meu pai. Logo achei à recepcionista, ela estava ao telefone mascando chiclete e ligando a mínima para mim, parada ao balcão olhando-a incrédula. Limpei a garganta para chamar a sua atenção, rezando para não perder o pouco de paciência que me restava.    

- O que foi? – A recepcionista mal-criada me olhou com nojo, sorri com muita força de vontade, pensando apenas no meu pai.

 - É oi, eu gostaria de uma informação...

- Agora não posso responder, não está vendo que estou ao telefone? Afê mereço essa gentinha, não, não pode falar... Sim, e aí? AI MEU DEUS, é sério? Não acredito! Menina do céu! – Explodi, praticamente subi no balcão e tomei o telefone dela e pus ao gancho. 

- Pronto, agora a Senhora não está mais “ocupada” e pode me dar a informação.

 - Como ousa? 

- Minha querida é simples, tais aqui para trabalhar e não ficar ao telefone fofocando! – Ela finalmente ficou calada, e eu continuei. 

- Gostaria de saber aonde Charlie Swan está? – Ela engoliu seco, todos sabiam que o nome Swan era muito importante aqui na região, pela grande fabrica de cosméticos que papai havia construído do zero, e agora era uma multinacional. 

- Ele está na sala de cirurgia. - Quem me respondeu não foi ela, e sim um homem de meia idade fardado, gordo e mais ou menos da minha altura, o cabelo preto como carvão, e olhinhos de porco, nada atraente, diga-se de passagem. Ele me analizava também.

 - Eu sou Santigo, foi comigo que você falou, qual é o seu nome mesmo?

 - Isabella Swan, senhor Volturi poderia me informar qual é a situação do meu pai? – Se Charlie estava na sala de cirurgia, coisa boa não podia ser.

- Perdão, não tenho nenhuma informação. - Me sentei no chão mesmo, sem me importar, imersa em pensamentos. Pensei em ligar para Renée, mas logo desconsiderei a idéia. Comecei a andar de um lado para o outro, nervosa contando os segundos, e quando finalmente amanheceu. E veio um médico até onde eu estava, me olhava cauteloso. 

- Você é parente de Charlie Swan?

 - Sim. – Ele era novo, deveria ter uns 33 anos, mas parecia exausto, ainda com a roupa da cirurgia, manchada do sangue do meu pai. 

- Eu fiz a operação, sou o Dr. Robert...- Eu o interrompi. 

- Dr. Por favor, só me responde; como ele está?

 - Fique calma, o paciente teve uma parada cárdio respiratória... E ele não resistiu.

     Quando eu vi, estava no chão e a escuridão se fechava sobre mim. 

      Cheguei ao cemitério, e fui direto para a sala onde o corpo dele estava sendo velada, a imprensa está toda ali, não dentro, mas do lado de fora, cheios de câmeras e fleches sem respeito algum a ele, fui direto para os seguranças e ordenei que tirassem eles dali. Fui para perto do caixão, minha visão totalmente bloqueada pelas lágrimas, não chorava por ele ter morrido, chorava por pena de mim mesma, pela perda da sua companhia, por não poder ver eles todos os dias rindo das minhas roupas, ou do meu jeito revoltado, por eu não poder mais cantar e tocar violão com ele, por eu ter que voltar a ver a minha mãe, e ter certeza que ele era bem melhor que ela, e por toda a saudade que eu já sentia.   

     Quando era à hora de enterrá-lo, eu soluçava e minha tia Carmen me abraçava sussurrando em espanhol que tudo ia ficar bem, mas eu sabia que não iria, por isso chorava tanto. O caixão descia e era à hora de falar sobre ele, respirei fundo tentando me acalmar, todos estavam em silencio apenas me esperando. Comecei a bater palmas: 

  - É só isso que eu tenho a te dizer pai, o senhor merece todas as salvas de palmas do mundo, porque você foi o melhor pai, o melhor amigo, o melhor patrão, o senhor era bom em tudo o que fazia, nunca vi alguém falar um “aí” do senhor, ninguém tinha o que reclamar, era uma ótima pessoa, justo, honesto, humilde e trabalhador, e por cima de tudo amoroso. Por isso tantas lágrimas são derramadas quando finalmente o senhor pode descansar em paz, mas não pena e sim porque todos sabem que estamos perdendo um pai, um amigo, um irmão, uma pessoa maravilhosa, mas eu digo que o céu está ganhando a melhor pessoa do meu mundo, eu te amo, cuida de mim ai de cima, e eu já sinto a tua falta.              Terminei de falar batendo palmas, e chorando tanto que soluçava, todos chorávamos e sabíamos que todas as minhas palavras eram verdadeiras, minha Carmen me abraçando me retirou de lá, pois havia começado a chover como se Zeus, estivesse ficado tão triste quanto nós. 


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Notas finais do capítulo

Meio dramática não? Hahaha, espero que tenham gostado, comentem!!!



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